Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano X    Nº114    Agosto 2007

Suplemento

GEOPARK NATURTEJO: 600 MILHÕES DE ANOS DE IMAGENS E HISTÓRIAS

Território de Sensações

Aceite os desafios que a Naturtejo lhe propõe e venha conhecer o primeiro geoparque português, sob os auspícios da UNESCO. Aqui, as rochas, o ar puro, os aromas silvestres, os sons da natureza e a cultura milenar tranquilizam o corpo e a mente.

O Geopark Naturtejo, expoente de Turismo de Natureza no Centro de Portugal, convida-o a descobrir dezasseis geossítios e um território de exuberante património natural, histórico e cultural.

No Geopark Naturtejo poderá passear de barco pelo rio Tejo e seus afluentes, entrar pelas Portas de Ródão e visitar o Parque Natural do Tejo Internacional, surpreendendo-se com os abutres, as cegonhas negras e as águias imperiais, os coloridos abelharucos, os rouxinóis a cantar, os veados na brama e a vegetação a florescer. Terá oportunidade de viajar no tempo através dos icnofósseis de Penha Garcia, passeando por Monsanto, a aldeia mais portuguesa, pela outrora cidade romana e visigótica Egitânea podendo ainda descobrir os espectaculares castelos e comendas dos templários.

Toda a região oferece-lhe emocionantes Rotas desenhadas para proporcionar experiências vibrantes, recordando o Contrabando Transfronteiriço, observando aves em vias de extinção, garimpando Ouro em Explorações Mineiras que remontam à época da colonização romana, recordando o apogeu dos Templários e as Invasões Francesas ou levando a adrenalina ao extremo com as Aventuras no ar. A animação está sempre presente através da escalada, slide e rappel nas escarpas quarzíticas, BTT , passeios de cavalo e burro, entre muitas outras emoções próprias de um território autêntico e original, sempre com guias profissionais orientados para a transmissão de histórias e experiências. Se aprecia algo mais calmo, a Naturtejo proporciona-lhe programas de saúde e bem-estar que podem estar aliados a percursos pedestres por paisagens ímpares e caminhos ancestrais.

Percorrendo os seis concelhos que integram o Geopark, irá conhecer os costumes, lendas, histórias, rituais ancestrais e a simpatia das suas gentes sábias, deliciando-se com os aromas e sabores da sua gastronomia. Aprecie as diversas expressões culturais em espaços de excelência, as actividades artesanais, elaboradas por tão hábeis mãos de talentosos artistas.

Por estas terras, faça uma viagem pelo tempo, que hoje teimamos em não ter, deixe-se perder pela sua corrente, que nos faz recuar até há 600 milhões de anos atrás.
 

 

 

PRIMEIRO GEOPARQUE PORTUGUÊS ESTÁ NA REDE MUNDIAL

Geoporque Naturtejo reconhecido pela UNESCO

A 26 de Julho de 2006, com o alto patrocínio da UNESCO, foi aprovada por unanimidade a entrada do Geopark Naturtejo da Meseta Meridional (GNMM) na European e Global Geoparks Network. Este momento culminou um trabalho de validação científica de pressupostos que suportam uma aposta no turismo sustentável dos municípios que constituem a Naturtejo: Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Nisa, Oleiros, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão.

Enquadrado na sua missão e representando uma oportunidade única para desenvolver o território, a Naturtejo – EIM, encetou um processo de consolidação do Geopark baseando-se no vasto património geomorfológico, geológico, paleontológico, geomineiro, da biodiversidade e histórico-cultural, que apresenta elementos de relevância nacional e internacional. Os locais em que o fenómeno geológico se manifesta de forma mais exuberante são os denominados geosítios de que são exemplos, os icnofósseis de Penha Garcia, os canhões fluviais de Penha Garcia, das Portas do Ródão e de Almourão, a mina de ouro romana do Conhal do Arneiro e as morfologias graníticas da Serra da Gardunha e Monsanto, Meandros do Zêzere, entre outros.
Com a criação do Geopark, este território de cerca de 4600 km2, reforçou a sua actuação num novo paradigma de evolução, com um enfoque particular no Turismo de Natureza e na certificação e qualificação do alojamento, restauração, animação e produtos tradicionais, promovendo a integração de um número alargado de actores, o aparecimento de novos investidores e a criação de cadeias de valor regional, que oferecerão ao mercado a sua cultura e saber-fazer ancestrais na forma de produtos turísticos integrados e competitivos.


Rede Global de Geoparks

Actualmente, a Global Geoparks Network é composta por 51 geoparks, entre os quais 31 na Europa, denotando um crescimento notável em todos os Continentes, evidenciando a existência de territórios de excelência em termos do património natural e histórico-cultural, com um enfoque particular para o património geológico, paleontológico, geomineiro, geomorfológico e para a biodiversidade.

O conceito de Geopark, consagrado pela UNESCO, visa a promoção de modelos de desenvolvimento sustentável, aliando a conservação da natureza à melhoria da qualidade de vida das populações que o integram. Deste modo, no contexto das Redes Europeias e Global de Geoparques, tem sido possível estimular as actividades económicas a nível local e regional em equilíbrio com a preservação do património natural e histórico-cultural, conseguindo que as populações locais se sintam envolvidas em todo o processo de desenvolvimento, incutindo-lhes uma nova cultura de exigência e permitindo a descoberta de outras soluções para os seus problemas. O habitual discurso da desertificação e mesmo, por vezes, da desolação, dá lugar a uma nova esperança onde a inovação, a conservação da natureza e o turismo sustentável constituem os pilares dum desenvolvimento económico equilibrado com novas oportunidades para todos.

O Geopark Naturtejo oferece no seu conjunto um vasto e diversificado Património Natural e Histórico-Cultural que vai desde o Parque Natural do Tejo Internacional e Serra de S. Mamede, aos sítios Rede Natura da Serra da Gardunha e de Nisa e as Important Bird Areas, destinos singulares de Natureza, 16 geomonumentos que contextualizam 600 milhões de anos de dinâmica do Planeta, 4 Aldeias de Xisto, 2 Aldeias Históricas e 70 monumentos classificados.


Os Geoparques e a UNESCO

Os programas de Ciências da Terra da Divisão de Ciências Ecológicas e da Terra da UNESCO são únicos nas Nações Unidas, uma vez que prestam particular atenção ao reforço do conhecimento do sistema Terra. Estes programas propiciam a investigação interdisciplinar, incluindo a gestão sustentável do ambiente terrestre, bem como dos seus recursos minerais e energéticos. Por outro lado, estes programas têm aplicações na observação da Terra, mitigação de riscos naturais e salvaguarda do património geológico e cultural.
Consequentemente, o suporte dado pela UNESCO à Rede de Geoparques é uma extensão natural dos seus esforços uma vez que o conceito de Geoparque promove uma verdadeira rede interdisciplinar de cooperação internacional para o estudo heurístico do Sistema Terra, suportando o desenvolvimento local. Esta iniciativa inovadora introduz uma rede de trabalho internacional que relaciona o desenvolvimento sócio-económico e a conservação do ambiente constituindo, desta forma, uma aplicação nova e vital nas políticas de conservação. A Rede de Geoparques trabalha em sinergia próxima com o Centro para o Património da Humanidade da UNESCO, a Rede Global de Reservas da Biosfera (MAB), instituições nacionais e internacionais e organizações não-governamentais activas na defesa do património geológico.


O que é um Geoparque?

Um Geoparque é uma área com expressão territorial e limites bem definidos, que contém um número significativo de sítios de interesse geológico com particular importância, raridade ou relevância cénica/estética, com muito interesse histórico-cultural e da biodiversidade.

Estes sítios que reportam a memória da Terra e do Homem, fazem parte de um conceito integrado de protecção, educação e desenvolvimento sustentável assente noutros valores culturais intrínsecos, em que a criação de cadeias de valor locais e regionais é o suporte de sucesso de todo o processo.

Um Geoparque tem como objectivos principais as seguintes actividades:

- Conservação

Um Geoparque procura a preservação dos geosítios de particular importância, do património histórico-cultural e da biodiversidade, explorando e desenvolvendo modelos sustentáveis de gestão do território. A autoridade de gestão do Geoparque assegura as medidas de protecção adequadas em colaboração com as autarquias, universidades, associações locais e outras instituições relevantes, de acordo com as práticas locais e as obrigações legislativas. Todo o território deverá integrar espaços naturais e urbanos que desenvolvam boas práticas ambientais através, por exemplo, do seu enquadramento a prazo nas estratégias desenvolvidas no âmbito da Agenda 21 Local.

- Educação

Um Geoparque organiza actividades para o público e providencia apoio logístico na comunicação do conhecimento científico e dos conceitos ambientais e culturais. Este apoio realiza-se através da protecção e identificação de geosítios, desenvolvimento de museus, centros de informação, percursos turísticos, visitas guiadas, visitas de estudo, materiais de divulgação, painéis, mapas, material educativo, seminários, programas culturais, revitalização de tradições, entre outros. Um Geoparque apoia a investigação científica em cooperação com as universidades e instituições de investigação, estimulando o diálogo entre as Ciências da Terra e a cultura local.

- Turismo Sustentável – Turismo de Natureza

O PENT (Plano Estratégico Nacional de Turismo), definiu o Turismo de Natureza, como um dos 10 produtos estratégicos prioritários a promover em Portugal, considerando o território do Geopark Naturtejo como uma das áreas do País com maior vocação para o desenvolvimento deste tipo de Turismo.

O Turismo de Natureza representa, actualmente, um mercado de 22 milhões de viagens internacionais por ano na Europa, com uma ou mais noites de duração, ou seja, 9% do total das viagens de lazer realizadas pelos europeus, crescendo a um ritmo anual acumulado de 7%. Aproximadamente 85% das viagens de Turismo de Natureza são de mais de 4 noites, constituindo uma importante procura secundária, complementando o sol e praia, o MICE, o golfe e a saúde e bem estar. Neste mercado, o gasto médio por pessoa/dia no destino pode variar entre 80 euros e 250 euros.

As características do Geopark, de contacto e compreensão da Natureza, não implicam grandes investimentos em infraestruturas mas intervenções que complementam os factores de atracção unanimemente reconhecidos, que retratam uma simbiose perfeita entre património histórico-cultural, geológico e biodiversidade, constituindo os ingredientes certos para uma fórmula de turismo sustentável que transforma as Rotas do Geopark Naturtejo em experiências e emoções que perdurarão na memória dos visitantes.

 

 

 

ROTAS CONVIDAM A VISITAR O GEOPARK NATURTEJO

Programa 3 dias/2 noites

A Naturtejo, que abrange os concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Nisa, Oleiros, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão é uma região privilegiada para quem procura aventura, natureza, gastronomia, animação, saúde e bem-estar ou simplesmente tranquilidade. Este território que integra o primeiro geoparque português da Rede Europeia e Global da UNESCO, representa um novo destino turístico, expoente máximo do Turismo de Natureza no Centro de Portugal.

Esta empresa intermunicipal de turismo disponibiliza oito Programas Temáticos para revelar o Geopark Naturtejo a quem o visita. As rotas dos Fósseis, do Contrabando, da Aventura no Ar, dos Aromas e Sabores, das Aldeias Históricas, Em…Cantos de Nisa, da Arte Rupestre e dos Abutres são os temas destes programas três dias e duas noites, que podem proporcionar ao turista experiências magníficas. Ao longo do ano a Naturtejo, propõe, outros programas aos visitantes dos territórios.
Estes pacotes incluem actividades de animação diversificadas e acompanhadas por guias, como percursos pedestres, de BTT ou TT, pára-quedismo, passeios de barco, entre outras, provas gastronómicas de produtos regionais, oferta de produtos típicos e do livro intitulado “Geopark Naturtejo: 600 Milhões de Anos em Imagens”, refeições tradicionais e alojamento, numa vasta gama de unidades hoteleiras de qualidade. A opção terá sempre um elemento comum a todas as escolhas: a arte de bem receber.

Desde 108 euros por pessoa, em 2 noites e em quarto duplo, poderá apreciar os 16 cenários majestosos de rara beleza, que constituem o Geopark Naturtejo. Nestes locais, onde está patente a complexidade da natureza, a exuberância da paisagem e a riqueza histórica natural constituem um grande atractivo.

Saborear deliciosos pratos típicos, passear pelas ruas genuínas de aldeias históricas e de aldeias de xisto, sentir a adrenalina subir, reviver o tempo dos garimpeiros à procura de ouro ou navegar pelas águas do Tejo são algumas das maravilhas que podem ser vividas com as Rotas pelo Geopark. Percorrendo este território, encontram-se autênticos espaços de cultura e história, espalhados pelos vários espaços museológicos, observam-se espécies raras e em vias de extinção (cegonha negra, abutre do Egipto e águia imperial), simulam-se as viagens do contrabando por terras raianas ou apreciam-se diversas expressões culturais, representativas da região, sentindo sempre a hospitalidades destas gentes.

 

 

 

OS GEOSÍTIOS DO GEOPARK NATURTEJO

Rotas e destinos

As “Portas do Ródão” constituem o ex-libris natural de Vila Velha de Ródão e Santana, onde o Tejo, o mais importante rio da Península Ibérica, corre entrincheirado, submisso, entre gigantes quartzíticos pré-históricos. Em via de Classificação como Monumento Natural, pelos seus valores geológicos (garganta epigénica do Ródão), paisagísticos (Serra das Talhadas, sítio Natura 2000), arqueológicos (Conhal do Arneiro e Foz do Enxarrique, em vias de classificação como Imóvel de Interesse Público), históricos (conjunto do Castelo do Ródão, classificado como Imóvel de Interesse Público) e biológicos (flora autóctone - zimbro e avifauna). Toda esta riqueza natural e cultural pode ser assimilada através do percurso pedestre PR1 – Rota das Invasões.

Penha Garcia apresenta características únicas a múltiplos níveis. São comuns as jazidas com fósseis e icnofósseis, reminiscências evolutivas importantes, com mais de 480 milhões de anos. O canhão fluvial do Ponsul, que atravessa a crista quartzítica encimada pelo castelo templário de Penha Garcia, é uma verdadeira sala de aula na natureza, com um leque completo de aspectos passíveis de serem analisados por todos, com fácil acessibilidade e durante todo o ano. As suas serras quartzíticas são um oásis para a biodiversidade, onde proliferam ecossistemas que se encontram em vias de extinção. Tudo isto é possível observar através da realização do percurso pedestre – PR3 – Rota dos Fósseis, com início e fim no Largo Chão da Igreja, na aldeia típica de Penha Garcia.

A região das Portas de Almourão, situada entre Sobral Fernando (Proença-a-Nova) e a Aldeia do xisto Foz do Cobrão (Vila Velha de Ródão), corresponde à garganta do rio Ocreza.

A paisagem, essa, continua selvagem, magnificada pelas escarpas quartzíticas, pelas imponentes dobras tectónicas e pelo profundo rasgão na paisagem que é o vale do Ocreza. A diversificada paisagem geológica suporta ecossistemas muito bem preservados, de que se salienta o facto de ser uma importante área de nidificação de aves de rapina, e conta ainda com outras espécies muito importantes como por exemplo, o melro azul, a lontra, o texugo e o esquilo.



Do ponto de vista arqueológico, destaca-se a conheira de Sobral Fernando, antiga exploração aurífera romana de aluvião e as lendárias galerias subterrâneas de origem desconhecida que se encontram ao longo da margem direita do Ocreza.

Para desfrutar da beleza desta paisagem deslumbrante, sugere-se a realização do percurso pedestre PR2 – “Segredos do Vale de Almourão” a partir de Sobral Fernando.

Os granitos em Portugal abundam na região do Norte e Centro, mas é irrompendo dos planos da Meseta sob a forma de Inselberg ou Montes-Ilha, ao longo das Beiras, que os granitos vincam a paisagem sobremaneira. Zonas de povoamento milenar, desde cedo os inselberg foram habitados no sentido de incrementar a defesa de vastas regiões aplanadas. No alto do inselberg de Monsanto, transcende-se o Castelo templário de Monsanto e as ruínas da vila velha, classificados como Monumento Nacional; a meia encosta a Aldeia Histórica de Monsanto e no sopé, a singeleza românica da Capela de S. Pedro de Vir-a-Corça, classificadas como Imóvel de Interesse Público. Através dos trilhos de pastores e dos caminhos rurais, os apreciadores do turismo de Natureza, bem como qualquer outro tipo de visitante encontrarão ciência e património histórico-cultural num espaço natural privilegiado.

Um meandro é um traçado especial de um vale fluvial, formando curvas muito pronunciadas. Em termos gerais, um meandro forma-se quando há diferenças da velocidade de água. Um rio começa a curvar quando a água corre em torno de obstáculos (rochas, por exemplo), o que dá origem a locais onde a água atinge maior velocidade e a outros onde a velocidade é reduzida. Como os rios transportam sedimentos, tais locais correspondem a áreas de erosão e de sedimentação. Esta relação entre a velocidade da água e a erosão/deposição também vai definir o desenvolvimento de um meandro.

Os meandros do rio Zêzere transformam este num dos mais belos vales fluviais portugueses, constituindo verdadeiros exemplos de livro. Vale a pena realizar as estradas panorâmicas que se desenvolvem paralelas ao traçado do rio para alcançar algumas das mais imponentes paisagens do Geopark.

O Rio Erges é afluente do Tejo, constituindo a fronteira com Espanha desde Vale Feitoso até desaguar neste rio maior, perto do Rosmaninhal (concelho de Idanha-a-Nova). As paisagens que atravessa são avassaladoras, perdendo-se a noção de escalas: as proporções perdem-se no limite do alcance do nosso olhar. A riqueza botânica atinge o seu auge em Abril, onde muitas espécies autóctones fazem explodir de cor as vertentes suaves do vale do Erges. Aqui procuram refúgio, temporariamente ou de um modo permanente, mais de uma centena de espécies de aves de que se salientam, pelo seu porte, as rapinas e a cegonha-preta (Ciconia nigra).

É por esta diversidade biológica que grande parte do Erges, desde a sua foz até Salvaterra do Extremo, se integra no Parque Natural do Tejo Internacional. Rio tipicamente mediterrânico, transforma-se num deserto de seixos rolados no estio ou mostra toda a energia de um rio ainda selvagem, após grandes chuvadas. Toda essa capacidade erosiva levou à produção de três gargantas numa curta distância. Para usufruto dos geomonumentos existentes ao longo deste rio sugere-se uma visita às Termas de Monfortinho e a realização dos percursos pedestres PR1 – Rota dos Abutres (Salvaterra do Extremo) e PR4 – Rota das Minas (Segura).

Fraga de Àgua D’alta (Freguesia do Orvalho - Concelho de Oleiros). São 50 metros de desnível vencidos por uma sucessão de três véus de água turbulentos e crepitantes. Vale a pena descer o caminho assinalado em busca deste oásis onde ainda abunda o folhado (Viburnum tinus).

Segura é terra de granitos e de mineiros. Por decénios procurou-se no subsolo a subsistência que a terra nem sempre dava. A Rota das Minas tem como objectivo ajudar a tomar conhecimento do património natural da freguesia de Segura, com a interpretação das magníficas paisagens geológicas e a génese dos recursos minerais que, durante mais de um século, impregnaram as vivências e costumes da região. (Percurso pedestre PR4 – Rota das Minas)

Vestígios arcaicos de uma intensiva exploração mineira nas serranias de Monforte, próprias de uma época em que se começava a compreender a utilização tecnológica dos recursos minerais, não se ficam por interessantes espaços mineiros subterrâneos. Não longe do Castelo, o Territorium metallorum estendia-se pelo cume da crista quartzítica dos Galeguinhos, onde surgem enormes e misteriosas covas quase totalmente entulhadas com restos de minério de ferro e de escórias.

Tronco Fóssil de Perais (Concelho Vila Velha de Ródão). Trata-se de grande fragmento de tronco petrificado. Este tronco fóssil em excelente estado de preservação mede 1 metro de diâmetro e tem uma idade superior a 5 milhões de anos. Foi identificado pelos paleobotânicos como Annonoxylon teixeirae, uma espécie de anoneira encontrada pela primeira vez em Portugal.

Do dorso aplanado de Corgas, (concelho de Proença-a-Nova) onde apenas floresce a giesta (Cytisus striatus) e a urze (Erica lusitanica) batidas pelo vento, podemos abarcar com os olhos a forma tridimensional de um sinclinal com mais de 20 km de extensão, exumado da superfície de aplanação xistenta.

Malhada Velha (Freguesia de Cambas, Concelho de Oleiros) Escarpas quartzíticas impressionantes: camadas sucessivas de quartzito puro erguidas verticalmente a centenas de metros de altitude. Estas muralhas quartzíticas formam dois tipos de estruturas geológicas: falhas e dobras. A falha é uma fractura na rocha com evidência de movimento relativo e a dobra é um encurvamento de estruturas originalmente planas. De facto, as fragas encontram-se tão deformadas e fracturadas que se mostra difícil perceber a sua estratificação. São detalhes de uma história orogénica, isto é, da formação de uma montanha, com 140 milhões de anos.

 

 

 

UM PLANETA TERRA MELHOR

Geopark Naturtejo Meseta Meridional

LIntegrada na estratégia das nações Unidas e a convite da Comissão Nacional da Unesco, a Naturtejo integra a Comissão “Planeta Terra” que prevê desenvolver nos próximos 3 anos, acções de promoção e sensibilização dedicados à protecção ambiental e ao desenvolvimento sustentado. Prosseguindo o estabelecido na candidatura da Naturtejo à EGN e GGN, esta assume o compromisso de desenvolver políticas de sustentabilidade ambiental, certificando este destino turístico baseado nas normas 9001 e 14001. Assume ainda implantar junto dos seus associados o mesmo compromisso, por forma a conceber produtos certificados, auditados por entidade externa e independente.

A Naturtejo pretende concretizar, estas medidas de sustentabilidade económica e ambiental em parceria com entidades que se identifiquem com os valores de inovação e audácia, dando assim o seu contributo para um Planeta Terra, mais saudável e equilibrado.

Acções a ser integradas, no programa da referida comissão do Planeta Terra:

A Naturtejo prepara actual-mente a segunda edição do livro “600 milhões de anos em imagens” e um filme que resumem e compreendem a ancestralidade universal de uma diversidade natural e cultural identitária.

- Filme “Geopark Naturtejo”
 

“GEOPARK Naturtejo
Um Oásis na Europa”


Este é um documentário que retrata a evolução das paisagens do Geopark Naturtejo. Partindo do princípio de que o presente é a chave para o passado, visitam-se geomonumentos segundo novas perspectivas, procurando um eixo espacial descritor da evolução da vida e da Terra. Com o objectivo de criar um forte produto para comercialização e divulgação junto da Rede Global de Geoparques, este filme será criado em cinco línguas sob critérios científicos rigorosos mas com uma forte liberdade emocional na selecção de planos, dirigindo-se a todos aqueles que gostam de compreender a Natureza.

O documentário proposto é concebido com os seguintes objectivo: Em primeiro lugar servir como um roteiro informativo sobre o Geopark-Naturtejo da Meseta Meridional, em segundo lugar pretende ser uma publicação em filme, dirigida ao público internacional através dos canais generalistas de TV, mas em particular dos canais temáticos da TV Cabo, nos principais países Europeus e na América do Norte. O documentário será posteriormente editado em DVD.

Este filme/documentário que se pretende posteriormente editar em DVD, em 5 idiomas, nomeadamente: Português, Francês, Inglês, Alemão, Espanhol, destina-se a ser comercializado nos circuitos livreiros e de DVDs com o propósito de abranger os mercados Europeus, Americanos e de toda as comunidades abrangidas pelos Geoparks.

Entre outras, a empresa Mar Filmes ( www.marfilmes.com ), representante dos documentários da RTP e inflight filmes da TAP, bem como de alguns dos muitos documentários do produtor, junto dos principais canais de televisão internacionais, mostrou todo o interesse em promover, divulgar e comercializar o documentário em epígrafe.

Pretende-se distribuir o filme nos Centros de Interpretação da rede Europeia e Global de Geoparks, Agências de Turismo, Companhias Aéreas, Hipermer-cados, Jornais e Revistas, bem como em museus, parques temáticos, Hotéis, Aeroportos, Postos de turismo, Agências de viagem entre muitos outros pontos de venda ao público.
 

- Livro “600 milhões de anos em imagens”

Depois de se esgotar a edição em poucos meses, o livro que foi a apresentação do território Geopark Naturtejo à Rede de Geoparques da UNESCO terá agora a sua nova edição, numa versão revista e aumentada. Novas e mais espectaculares imagens de monumentos naturais, de construções miméticas das paisagens e de apontamentos de modos de vida únicos, um novo grafismo numa apresentação cuidada. A segunda edição, com uma tiragem que permitirá a sua comercialização a nível nacional, trará uma imagem de excelência à natureza e património do nosso território ao alcance de muitos.
 

Outros Eventos

A Naturtejo preparou já uma exposição itinerante sobre a Paisagem e Cultura, num projecto internacional que reúne outros geoparques mediterrânicos de Espanha, Itália e Grécia.

Também nesta perspectiva, a empresa que dirige o Geopark Naturtejo da Meseta Meridional associa-se ao projecto IN-CANTOS de Luísa Amaro que busca, cria e cruza a música de Portugal ao Oriente, podendo tornar-se num precioso meio de promoção e ser um excelente embaixador cultural em todas as iniciativas dos programas de intercâmbio entre os vários Geoparques da UNESCO.
 

Exposição “Das Trilobites ao Homem: 500 milhões de anos no Geopark Naturtejo”

A Exposição “Das Trilobites ao Homem” é um espaço de diálogo entre o território Naturtejo e os restantes geoparques. Nesta exposição itinerante desenvolve-se uma exploração da História Natural e da riqueza histórico-cultural e paisagística do Geopark Naturtejo. As sete estações que representam alguns dos principais geomo-numentos permitem contextualizar a evolução do Geopark no Tempo. Cada estação é identificada por um painel dinâmico, que permanece em movimento com fotografias de alguns dos aspectos mais importantes de cada geomonumento. Cada estação apresenta um tema e apela à experimentação. A dinâmica dos expositores retrata a dinâmica da Terra. Com recurso a novas tecnologias, a exposição científica é um espectáculo de criatividade e um momento de diversão consciente, que ficará retido na memória por todos aqueles que a visitarem.
 

Festival BOOM 2008

O Boom Festival é um evento bienal. Começou em 1997 e realiza-se perto de Idanha-a-Nova desde 2002. É um festival pioneiro à escala mundial no desenvolvimento de projectos de sustentabilidade, como reciclagem, bio engenharia e tratamento de resíduos sólidos e líquidos originados na sua área. O Boom é o evento mais internacional em Portugal, tendo recebido em 2006 pessoas de 70 nacionalidades diferentes segundo os dados recolhidos à entrada. Tem uma média de público de 20.000 pessoas, de todos os continentes e gerações - é um evento transgeracional e também multidisciplinar. O Boom engloba música, artes plásticas, multimédia, instalações, land art, video art, escultura e intermedia. Uma das suas particularidades é fomentar a reflexão e pedagogia num ambiente de festival: dispõe de uma área de conferências, workshops e Master Classes onde se debatem e leccionam temas como sustentabilidade, ecologia, desenvolvimento pessoal, expressão artística, antigas civilizações, etc.

Em 2008, o Boom terá a sua sétima edição, onde irá reforçar as práticas de sustentabilidade. Mais do que entretenimento, o Boom é um festival de conceitos e segundo a organização, “mais do que divertir o Boom pretende dar soluções aos seus participantes, nomeadamente na consciência ecológica e artística”.
 

Aplicações culturais com os Geoparques da China

Na China, não só está localizada a sede da rede Global de Geoparques da UNESCO, como também existe um enorme empenho neste projecto global, tendo já 18 Geoparques certificados e 138 geoparques nacionais capazes de obter essa mesma certificação, assumindo assim ser um dos países mais activos da rede internacional de Geoparques. Ponderando todos os pontos de vista: imagem, impacto promocional, consolidação de canais de comunicação, promoção turística, etc., será de todo conveniente incrementar um vasto intercâmbio com a China, uma das fortes certezas económicas do séc. XXI. Desse modo, e no quadro das iniciativas dos programas de intercâmbio que se esperam concretizar com os Geoparques chineses, também através da geminação do Geopark Naturtejo com um dos seus congéneres, a Naturtejo pretende promover uma digressão cultural-promocional pelos principais Geoparques na China, donde se poderá ter como retorno acréscimo de permuta e cooperação científicas, culturais e comerciais, incremento de nichos de mercado, sobretudo o turístico, e promoção/activação de novas linhas de relações bilaterais.

 


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