Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano X    Nº114    Agosto 2007

Cultura

GENTE & LIVROS

P. G. Wodehouse

«Mas, esperem aí um minutinho. Esqueci-me que não fazem a mais pálida ideia do que tudo isto seja. É o que normalmente acontece quando se começa a contar uma história. Uma pessoa sai a correr à frente, todo alegre e bem disposto como um garboso cavalo de batalha prestes a dar início à rotina diária e, quando uma pessoa se dá conta, os clientes estão de pé nas patas traseiras a gritar por notas de rodapé. (…)».
In Época de Acasalamento
 

Pelham Grenville Wodehouse nasceu a 15 de Outubro de 1881, em Guildford, Surrey. Grande parte da infância decorre em Hong Kong. Mais tarde estuda no Dulwich College, de Londres, e aos dezoito anos já trabalha na delegação do Banco de HongKong & Shanghai.

Começa muito cedo a escrever para jornais e revistas, o Globe e o Punch publicam textos seus. O primeiro livro, The Pothunters (1902), revela-se um sucesso, levando Wodehouse a dedicar-se em exclusivo à escrita.

Caricaturou com mestria as instituições e os tiques da sociedade britânica escrevendo, obras tão aclamadas como Leave It to Psmith (1923), French Leave (1956), e The Plot of That Thickened (1973). Em Portugal estão traduzidas títulos como, Época de Acasalamento (1949); Por sua dama (1936); Isso é Consigo! (1938); Um Homem de Visão (1949); Dinheiro Molesto (1958); O Tio Fred à Solta (1959); e O Código dos Woosters (1960).

Em 1904 o escritor vai para Nova Iorque. Na Broadway, escreve musicais aclamados pelo público e crítica.

Regressa a Inglaterra em 1932, mas por pouco tempo. Decide instalar-se com a mulher, Ethel Newton, e a filha dela, em Le Touquet, no Norte de França. Aqui, o escritor é preso com outros residentes britânicos, pelas tropas nazis, e obrigado a fazer um speech em inglês, na rádio alemã. Isto custar-lhe-á uma acusação de traição à Inglaterra, e nem o facto de ter sido levado para campos de prisioneiros, comoveram a opinião pública e o governo inglês.

Libertado pelos alemães com a chegada dos americanos a Paris, é novamente preso, desta vez pelos franceses. Reside em Paris até 1947, ano da mudança definitiva para os Estados Unidos.

Os amigos, entre os quais se contam o escritor George Orwell e os jornalista da BBC, Malcom Muggeridge, fazem os possíveis para reabilitar o seu nome, mas a má vontade da opinião pública e do governo britânico persiste. O escritor não mais voltaria a Inglaterra, obtendo a cidadania americana em 1955.
Por ordem da rainha Isabel II, Wodehouse é feito cavaleiro em 1975, e, nesse mesmo ano, a 14 de Fevereiro, morre em Long Island. Deixa mais de 130 títulos, do qual fazem parte colectâneas de contos, romances, musicais e vinte argumentos para cinema.

Época de Acasalamento. Quando o aristocrata Wooster e o seu mordomo Jeeves – um verdadeiro “cavalheiro ao serviço de cavalheiros” - decidem passar uns dias em Deverill Hall, começa uma estonteante “saga”, num verdadeiro reino da patetice. A “fauna” é variada e abrange tias emproadas, primos estroinas e raparigas astutas. Para aumentar a confusão, Wooster usa durante a estada uma falsa identidade, e, é um vale quase tudo, em época de acasalamento.

Eugénia Sousa

 

 

 

LIVROS

Novidades literárias

Presença. Aristides de Sousa Mendes – Um Herói Português, de José-Alain Fralon. Este é o retrato mais que justo de um homem que nos faz sentir orgulho de ser portugueses. É preciso conhecer a história do cônsul em Bórdeus, que obedecendo à vontade de Deus, e contra as ordens de um governo injusto, assinava noite e dia vistos de saída para libertar homens e mulheres de uma morte quase certa às mãos do nazismo.
 

 

Dom Quixote. O Quinto Dia, de Frank Schätzing. Acontecimentos estranhos ocorridos no mar perturbam os cientistas. Com cardumes e baleias a atacar humanos no litoral do Peru, enquanto os furacões e os tsunamis causam a morte e a destruição. À escala global a natureza desencadeou a sua vingança contra a humanidade. Este Eco-Thriller é já um best-seller nacional e internacional.
 

 

Cavalo de Ferro. Regresso à Ilha, de Romana Petri. Em A Senhora dos Açores, conhecemos através do olhar profundo e sensível de uma estrangeira, uma terra de beleza, solidão e pobreza e a história do guia açoriano, João de Freitas. Ele fala-lhe da sua emigração forçada para os Estados Unidos, e de uma promessa de amor à esposa morta. Com Regresso à Ilha, fecha-se a belíssima história de João de Freitas.
 

 

Asa. O Último Cabalista de Lisboa, de Richard Zimler. Em Abril de 1506, durante as celebrações da Páscoa, cerca de 2000 cristãos novos são mortos num pogrom em Lisboa. Neste cenário de extrema intolerância religiosa, o cristão-novo Berequias Zarco encontra-se a braços com os assassinatos do tio e de uma mulher desconhecida, e um manuscrito misterioso por decifrar. Este romance empolgante, tornou Zimler conhecido em Portugal.
 

 

Europa-América. Mussolini, de Martin Clark. Quem era afinal o ditador fascista que governou a Itália de 1922 até 1943? Durante quase 20 anos, a história da sua vida confunde-se com a história do regime que liderou e do seu país. Mas o autor vai mais longe, e para além de um profundo conhecimento do contexto histórico onde se moveu Mussolini, dá-nos um retrato relevante das contradições profundas que o conduziram.
 

 

Difel. O Detective Global nº 2, de Toby Clements. Quando aparece um cadáver na Biblioteca da Faculdade Algema, em Oxford, são contratados os quatro detectives mais famosos do mundo para o desvendar. As únicas pistas do crime são uma lança espetada no peito da vítima, e uma etiqueta com o preço de edredão da IKEA. Esta é uma sátira divertida aos policiais, pelo mesmo autor do bestseller, O Código Stravinci.
 

 

Ambar. Histórias de Ir à Bola, de José Jorge Letria. A pensar nos mais novos, o autor criou estas histórias fantásticas. O futebol e o humor entram em campo, onde bola, o apito do árbitro, e até os animais que servem de símbolos aos grandes clubes, são personagens principais. Recomendado pelo Plano Nacional de Leitura.
 

 

Campo das Letras. Pensar a Música, Mudar o Mundo: Fernando Lopes-Graça, de Mário Vieira de Carvalho. Agora que se completam cem anos sobre o nascimento de Fernando Lopes-Graça, é mais que oportuno recordar o músico, que, sem nunca embarcar no êxito fácil, ou na preocupação com a moda, seguiu o seu próprio percurso, e, construiu a sua individualidade artística de forma exemplar.
 

 

Estampa. O Homem que era Quinta-feira, de G.K. Chesterton. O revolucionário anarquista Lucian Gregory, e o “poeta cumpridor da lei”, Gabriel Syme cruzam os seus destinos. A partir de Saffron Park, oficina de artistas onde são urdidas tramas de um extraordinário “nonsense”, eles tem de se confrontar com o Conselho Central Europeu dos Anarquistas e o Serviço da Polícia.
 

 

Gradiva. A Vingança de Gaia, de James Lovelock. Nas próprias palavras do autor « Chegou a altura em que todos nós temos forçosamente de evitar a insustentatiblidade que agora atingimos devido à utilização inapropriada da tecnologia; é muito melhor retroceder agora, enquanto dispomos de tempo e energia. (…)». Desde sempre que o homem tem explorado os recursos da terra de forma irresponsável e como se não houvesse amanhã. Agora os padrões climáticos estão alterados e é urgente trabalhar seriamente para salvar a terra.
 

 

Pergaminho. Saúde e Medicina Natural, de Andrew Weill. Este livro é um clássico absolutamente incontornável da medicina alternativa. Através das cerca de quinhentas páginas que o compõem, permite desenvolver um estilo de vida saudável; fortalecer o sistema imunitário; e elaborar planos nutricionais equilibrados. Um guia completo para a sua saúde e bem-estar.

Eugénia Sousa

 


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