Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano IX    Nº104    Outubro 2006

Destaque

PRIMEIRO GEOPARQUE PORTUGUÊS NA REDE MUNDIAL

Unesco classifica Naturtejo

O primeiro geoparque português, Naturtejo - Meseta Meridional, que integra os concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Nisa, Oleiros, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão, acaba de entrar para a Rede Global de Geoparques da Unesco e para a Rede Europeia de Geoparques. Na cerimónia, que decorreu em Belfast, o projecto português foi elogiado, e o próprio governo português mostrou-se satisfeito com a constituição do primeiro espaço do género no nosso país. 

A candidatura do Geoparque da Naturtejo Meseta Meridional é já considerada um exemplo a seguir, pela qualidade e inovação apresentadas. Essa foi uma das mensagens transmitidas entre os especialistas reunidos na 2ª Conferência Internacional de Geoparques, em Belfast, no final de Setembro. Para Armindo Jacinto, presidente da Naturtejo, com a aprovação da candidatura portuguesa, começam os grandes desafios para o primeiro Geoparque do País. “Começa o desafio de concretizar um projecto com sucesso, entre todos nós. Por isso, é importante encontrarmos os melhores modelos de actuação, percebermos quem são os nossos parceiros, para que possamos colocar o Geoparque a funcionar com sucesso para todo o território”, afirma.

Para já, diz Armindo Jacinto, “esta é uma janela de oportunidade para a Naturtejo e para Portugal, já que este é o único geoparque do país. É uma mais valia também para que Portugal entre no circuito internacional do turismo da natureza. Hoje os geoparques estavam restringidos aos continentes europeu e asiático, mas já esta semana vão entrar novos espaços doutros continentes. Nós vamos estar nesse «barco», que pode ser muito interessante e importante para todos nós”.

A entrada na Rede Global de Geoparques da Unesco e para a Rede Europeia de Geoparques constitui agora uma oportunidade única para o país e para a região, que de uma forma articulada poderá ser um motor de desenvolvimento para todo o território Naturtejo e não só. Na cerimónia de entrega dos respectivos troféus, a candidatura nacional foi uma das que recebeu mais acolhimento, com a comitiva portuguesa a exibir a bandeira das quinas.

GOVERNO. Da parte das secretarias de Estado do Turismo e do Ambiente, a mensagem é de satisfação e optimismo. O Geoparque da Naturtejo é o primeiro do país e demonstra que nesta área Portugal, e em particular os seis concelhos que compõem a Naturtejo (Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Oleiros, Proença-a-Nova, Vila Velha de Ródão e Nisa), está no comboio da frente. Para Bernardo Trindade, secretário de Estado do Turismo, “a entrada de um Geoparque nacional nesta rede mundial vem contribuir para uma maior visibilidade e promoção turística dos concelhos que integram a região Naturtejo e funcionará como um selo de qualidade reconhecido internacionalmente”.

Aquele responsável que enviou uma mensagem escrita para a Rede Global de Geoparques da Unesco e para a Rede Europeia de Geoparques, sublinhou o pioneirismo da candidatura da Naturtejo. “O facto de ser o primeiro Geoparque português, entre apenas 37 em todo mundo, contribuirá para o reconhecimento de Portugal como destino de eleição para motivações ligadas ao Turismo da Natureza, um dos dez produtos estratégicos para Portugal”. 

No entender de Bernardo Trindade são muitas as vantagens para as populações locais. “Estou certo que este reconhecimento contribuirá para o desenvolvimento económico da região, assente na actividade turística e no aproveitamento sustentado dos recursos naturais e culturais desta belíssima região raiana”.

Ao nível turístico, e numa perspectiva internacional, o secretário de Estado do Turismo, considera que “a ambição de ver os geomonumentos que integram o Geoparque Naturtejo da Meseta Meridional enunciados a par do Parque Nacional do Iguaçu, no Brasil, ou do The Giants, na costa da Irlanda do Norte, classificados também pela UNESCO, tornou-se agora uma realidade. Facto que é um excelente contributo para o sucesso e para a projecção de Portugal enquanto destino turístico de nível mundial”.

AMBIENTE. O Secretário de Estado do Ambiente também se mostrou satisfeito com a integração do Geoparque português na rede Global da Unesco, enviando uma mensagem a assinalar o facto. No entender de Humberto Rosa, “a conservação da natureza e, em especial, a preservação do valioso património geológico do nosso país é um desígnio nacional, com inquestionáveis benefícios ambientais e mais valias económicas e sociais que deve ser abraçado por todos, para que as gerações vindouras possam usufruir do património natural a que têm direito”.

Por isso, sublinha, “o Geoparque Naturtejo da Meseta Meridional é um bom exemplo da convergência de esforços de vários parceiros e entidades ligadas à área geográfica em questão e às matérias ambientais”. Aquele membro do Governo destaca também o trabalho desenvolvido pela equipa da Naturtejo. “Para além do inegável interesse dos valores patrimoniais presentes no Geoparque Naturtejo da Meseta Meridional, estou convicto de que o sucesso desta candidatura se deveu em muito à qualidade do trabalho desenvolvido pelos proponentes e seus colaboradores, a quem gostaria de felicitar. Todo o esforço é agora compensado pelo reconhecimento, por unanimidade, pela Comissão da UNESCO do valor e qualidade do projecto e da sua inclusão na distinta e reconhecida European Geopark Network”.

 


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