Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano IX    Nº105    Novembro 2006

Universidade

UNIVERSIDADE DO ALGARVE

Turismo com acordos

A Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo (Esght) da Universidade do Algarve assina, a 29 de Novembro, um protocolo com um conjunto de 6 Grupos/Cadeias Hoteleiras e de Restauração, nomeadamente Grupo Pestana, Grupo Vila Galé, Grupo Accor/Amorim, Grupo BES/Hotéis Tivoli, Grupo Starwood/Sheraton e Grupo Ibersol. O protocolo tem como objectivo a valorização formativa dos alunos da Licenciatura em Gestão Hoteleira, enquanto futuros quadros das empresas turísticas, através da atribuição de estágios de “eleição” para os melhores alunos. Por outro lado, será dada, por parte dos referidos grupos Hoteleiros e de Restauração, informação regular sobre as diversas ofertas de emprego nestas áreas.

Devido a esta dinâmica gerada com a integração dos seus alunos no mercado de trabalho, as licenciaturas em Turismo e Gestão Hoteleira da Escola registam taxas de empregabilidade, seis meses após conclusão dos cursos, superiores a 90 por cento, razão pela qual estes cursos têm actualmente, na ESGHT, uma procura muito superior à oferta.

A assinatura do referido protocolo coincidirá com a realização no dia 29 de Novembro, pelas 9:00 horas, de uma conferência subordinada ao tema “Ensino Superior e Cadeias Hoteleiras: Que Sinergias?”, a qual procurará dar a conhecer alguns dos desafios colocados aos grandes grupos económicos no domínio da hotelaria e restauração. A Conferência terá lugar no Anfiteatro da ESGHT.

 

 

UNIVERSIDADE DE COIMBRA

Estudantes associados

A Universidade de Coimbra acaba de homenagear, simbolicamente, o membro número 1000 da sua Rede de Antigos Estudantes. Celeste Araújo, licenciada em Economia, foi aplaudida pelo Reitor, Fernando Seabra Santos, e por cerca de 200 antigos alunos presentes na cerimónia. Desta forma, relembrou a Universidade todos aqueles que se registaram já na Rede UC, que contava, no final de Outubro, com 2 362 membros.

A Rede UC é a face mais visível da aposta da Universidade de Coimbra em reforçar os laços com os seus Antigos Estudantes, promovendo a comunicação e troca de experiências permanentes. Esta Rede promove o contacto entre ex-alunos, mas também destes com diversas entidades externas, ao nível académico, profissional e social.

A Rede de Antigos Estudantes da Universidade de Coimbra tem como principais eixos de intervenção gerir informação relacionada com Antigos Estudantes, identificar necessidades e desenvolver tipologias de relacionamento, estabelecer e gerir canais de comunicação e dinamizar actividades relevantes. O website da Rede (www.uc.pt/encontros) é a interface privilegiada deste projecto, permitindo em permanência a consulta de informação actualizada, a possibilidade de registo online e a divulgação de serviços disponibilizados aos antigos alunos.

A Rede UC (que trabalha em estreita colaboração com Associações ligadas a Antigos Estudantes de todo o mundo, de índole regional e profissional) permite, a todos os que viveram a experiência única de serem alunos de Coimbra, fazer parte de uma comunidade com uma linguagem e identidade comuns, tirar partido das oportunidades que uma rede de milhares de Antigos Estudantes pode proporcionar, usufruir de vantagens e serviços específicos e participar em eventos variados.

 

 

 

DIA DA UNIVERSIDADE DE ÉVORA

Alentejo precisa da Instituição

“Queremos ser a universidade de que o Alentejo necessita para o seu desenvolvimento económico e sócio-cultural”, disse Jorge Araújo, Reitor da Universidade de Évora, no discurso de abertura do ano académico, no passado dia 1 de Novembro.

Ao longo da sua intervenção, Jorge Araújo referiu que a Universidade de Évora deve englobar “três anéis concêntricos: O Alentejo, Portugal e a Europa”. De acordo com as suas palavras, o Alentejo continua a ser a região mais envelhecida de todo o território nacional. Assim sendo, sublinhou que a instituição pode contribuir para o desenvolvimento económico e sócio-cultural da região, uma vez que pode “oferecer aos jovens um leque de formações superiores pertinentes para o acesso e progresso na vida activa; oferecer à população activa a oportunidade de se valorizar académica, cultural e profissionalmente; colocar o conhecimento ao serviço das empresas, das autarquias e de outras instituições públicas ou privadas, com vista à inovação e ao incremento da competitividade”. 

No âmbito de uma universidade pública portuguesa, o actual dirigente daquele estabelecimento de ensino frisou que a sua instituição quer participar “na concretização das políticas nacionais em matéria de formação superior, de investigação científica e de desenvolvimento tecnológico”. Daí, que Jorge Araújo não se conforma com o facto da Universidade de Évora ter sido “afastada dos acordos e parcerias estabelecidos pelo Estado com universidades norte-americanas, promovidos no âmbito do plano tecnológico”. Enquanto universidade pública portuguesa, o reitor acrescentou ainda que a sua instituição quer ser parceira “da política nacional de apoio ao desenvolvimento dos países lusófonos”, com os quais já subscreveu diversos acordos de cooperação em matéria de formação e de ciência. 

No que concerne à sua instituição como universidade europeia, Jorge Araújo realçou que esta deve: Pautar-se por idênticos padrões de qualidade científica, de desempenho pedagógico e de eficiência de governação; Configurar a oferta formativa em moldes comparáveis com os cursos de outras universidades europeias; Incrementar a mobilidade de alunos, docentes e investigadores, em ambos os sentidos; Contribuir para a competitividade da Europa relativamente a outros blocos geopolíticos e económicos. 

Para concretizar todos estes objectivos, o reitor sublinhou que a universidade se depara com “fortíssimos constrangimentos”, tais como: “Por um lado, a Lei da Autonomia condiciona a estrutura orgânica em moldes que cerceiam a agilidade governativa das instituições e aniquilam, por completo, uma das características inerentes às organizações adaptativas: a capacidade de auto-regulação. Por outro lado, o Estatuto da Carreira Docente Universitária fomenta o imobilismo do corpo docente e, por consequência, priva as instituições da capacidade de gestão dos seus recursos humanos em função das opções estratégicas e das condicionantes externas que lhe sejam, eventualmente impostas”. 

De acordo com a sua explanação, outros constrangimentos prendem-se com o do “défice de instalações adequadas à investigação científica”. “No passado, os investimentos foram quase exclusivamente direccionados para satisfazer as necessidades dos ensinos de formação inicial. No contexto do sistema universitário público, a Universidade de Évora foi a que menos beneficiou dos investimentos realizados tanto em instalações como em equipamentos”, disse Jorge Araújo. O reitor acrescentou ainda ao conjunto de constrangimentos o “défice de capacidade de alojamento de estudantes deslocados”, o que segundo ele se revela como um “fortíssimo handicap para a captação de alunos”. 

Para o actual reitor a chave da sobrevivência da instituição, enquanto universidade portuguesa e europeia, baseia-se principalmente em três vectores estratégicos: política científica, política de captação de públicos e política de cumplicidade com o mundo empresarial. Neste âmbito, frisou que a oferta de 2ºs e 3ºs ciclos assentará em “clusters de competência reconhecida” e a oferta de 1º ciclo deverá ser suportada por um “corpo docente científico e pedagogicamente qualificado”. Assim, considera que a política científica irá situar-se no centro de “todo o desenvolvimento presente e futuro da universidade e espelhar-se-á em campos tão diversos como: Nos concursos e nas contratações, aplicando o código de boas-práticas garantes da equidade, da transparência e do esbatimento da endogamia; Na edificação de espaços próprios para a instalação da investigação científica e da criação artística; espaços que serão afectados às equipas por período definido, em função do mérito dos projectos e através de concurso interno; Na gestão diferenciada do tempo lectivo de cada docente em função da sua actividade de investigação; No apoio especializado às candidaturas de projectos, à procura de parcerias científicas ou empresariais, ao registo de patentes internacionais, à disponibilização da informação científica”.

No que concerne à captação de públicos destinatários das ofertas de formação, Jorge Araújo explicou que a estratégia deverá ser dupla. “Por um lado, haverá que aumentar a nossa capacidade de persuasão sobre a população estudantil regular mas escassa, que frequenta o 12º de escolaridade. Preparam-se, neste momento, acções inovadoras cujos frutos poderemos vir a colher por ocasião do próximo concurso geral de acesso ao ensino superior. Por outro lado, deveremos dirigir-nos ao público verdadeiramente inesgotável constituído pela população activa, nacional e dos Países Lusófonos, carente de formação contínua ao longo da vida”. Realçou também que irá procurar diversificar a oferta de cursos de especialização tecnológica e reforçar a divulgação do concurso às provas de acesso ao ensino superior para maiores de 23 anos.

Noémi Marujo

 

 

 

UNIVERSIDADE DE SALAMANCA

Franco sem título

O reitor da Universidade de Salamanca (USAL) revelou, no passado dia 14 deste mês, que o Claustro de Doutores da Universidade de Salamanca vai analisar a eventual retirada do título de doutor “honoris causa” atribuído pela instituição a Francisco Franco em 1954.

Enrique Battaner confirmou que o assunto será analisado, na sequência da decisão da Universidade de Santiago de Compostela, que na semana passada retirou o título que tinha atribuído ao ditador espanhol em 1966.

Um pedido idêntico foi apresentado à USAL pelo director do Instituto Interuniversitário da Ibero-américa, Manuel Alcântara, e pela associação Unidade Estudantil (UNE).

Na sequência da sua decisão, a universidade galega apelou às congéneres de Coimbra e Salamanca para que avançassem no mesmo sentido, aproveitando a aprovação este ano da lei de memória histórica.

Manifestando-se aberto a debater o assunto, Battaner disse que a decisão final cabia às estruturas jurídicas e de gestão da USAL, explicando que “o honoris causa” pode ser retirado, mas a histórica não se pode apagar”.

Nesse sentido, o reitor anunciou a celebração no próximo dia 11 de Dezembro de uma cerimónia de homenagem a professores que foram alvos de represálias durante o regime franquista.

Dessa forma será “honrada a memória” de Fernando Gálan e Norberto Cuesta, que se opuseram, na altura, à concessão do título a Franco, o que ficou registado na acta da outorgação.

Na cerimónia serão também recordados outros professores da USAL, entre eles Castro Prieto Carrasco, que morreu fuzilado. 

Recentemente, o professor de Relações Internacionais José Pureza defendeu que a Universidade de Coimbra (UC) deve, seguindo o exemplo da congénere galega, retirando o título de doutor “honoris causa” a Franco.

Ressalvando que a competência para tomar essa iniciativa cabe ao Senado da UC, José Manuel Pureza frisou que aquele grau honorífico da instituição, fundada há 716 anos pelo Rei D. Dinis, deverá galardoar “homens que se distinguiram pelos grandes valores do humanismo e da decência universal”.

“Manifestamente, não é este o caso de Francisco Franco”, sublinhou.

Pedro Santos, do Gabinete de Comunicação e Identidade da UC, sublinhou que uma eventual decisão de anular o título de doutor “honoris causa” de Francisco Franco “será sempre levada ao Senado”.


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