DEBATE NACIONAL EM
CASTELO BRANCO
Ensino promove
Educação

O presidente do Conselho Nacional de Educação, Júlio Pedrosa, e a assessora de Jorge Sampaio, para aquela área, durante os seus mandatos presidenciais, serão os prelectores do Debate Nacional Sobre Educação que se realiza, em Castelo Branco, no próximo dia 24 de Novembro, no auditório da Escola Superior de Tecnologia, em Castelo Branco. A iniciativa, promovida, nível nacional, pela Assembleia da República e pelo Conselho Nacional de Educação, tem a organização, na cidade albicastrense, do Ensino Magazine, Semanário Reconquista, e secção de Castelo Branco da Associação Nacional de Professores.
Com a moderação de João Ruivo, professor no Instituto Politécnico de Castelo Branco, o debate vai envolver instituições de ensino superior, Agrupamentos de Escola, associações de pais e de estudantes, autarquias, responsáveis políticos e toda a comunidade docente e não docente. Com entrada livre, a iniciativa será uma oportunidade única para se debater a educação no nosso país, partindo do tema “Qualidade e Equidade em Educação”.
Os responsáveis pela organização do debate em Castelo Branco consideram que esta é uma excelente oportunidade para, sem preconceitos, se debater a educação em Portugal, envolvendo aqueles que se encontram nas escolas e nas instituições. De resto, este debate será também uma audição pública, pois o Conselho Nacional de Educação irá depois recolher as conclusões da iniciativa. Daí que “todas as opiniões sejam válidas e bem vindas”, referem.
Ao contrário dos tradicionais seminários ou colóquios, neste todos os participantes terão voz activa, podendo expor as suas ideias e opiniões. A iniciativa tem início às 9h30 e prolonga-se até às 16 horas, tendo o apoio da Câmara de Castelo Branco, Governo Civil do Distrito de Castelo Branco, Instituto Politécnico de Castelo Branco, Universidade da Beira Interior e RVJ - Editores.
No entender do Conselho Nacional de Educação, que lançou o desafio ao Ensino Magazine e ao Reconquista para promoverem o debate em Castelo Branco, “estes últimos vinte anos corresponderam a tempos de grandes mudanças sociais e políticas, com fortes repercussões no campo da educação e, mais particularmente, na educação escolar. Pela primeira vez na nossa história alcançamos o objectivo da universalização de uma educação básica de nove anos, uma meta a que tantos portugueses deram o seu melhor, ao longo de tantas décadas. Expandiu-se a frequência da educação pré-escolar e dos ensinos secundário e superior, o que permitiu dar importantes saltos qualitativos intergeracionais, tal era o atraso educacional de que se partira, no pós-25 de Abril”.
Afirma o CNE, que “nesse período construiu-se um parque escolar mais moderno e o investimento público em educação aumentou de modo muito significativo. A diversidade cultural invadiu as escolas e a democracia consolidou-se, tornando-se a educação hoje um sólido suporte cultural do Portugal contemporâneo”. No entanto, “volvidos estes anos subsistem problemas e impasses que requerem um redobrado empenhamento de todos e uma nova ambição. Mais, a sua superação exige esforços de tal monta que só a mobilização das energias dos cidadãos e das instituições poderá vir a resolver. Falamos do insucesso e do abandono escolar, prematuro e desqualificado, do baixo nível geral de qualificações da mão-de-obra e da deficiente preparação técnica de muitos jovens que entram no mercado de trabalho, da persistência de enormes desigualdades sociais e geográficas, do ainda muito insuficiente investimento em ciência, investigação e desenvolvimento, dos precários resultados alcançados por várias reformas introduzidas sequencialmente, sem cuidadas avaliações”.
É neste contexto tão revolto e exigente que surge o Debate Nacional sobre a Educação. Um debate que não pode ser mais um momento de discussão entre uns quantos especialistas. “Este Debate tem um foco muito claro: como vamos melhorar a educação nos próximos anos, tendo em vista construir um Portugal mais moderno e mais justo? Temos, por isso, não só que identificar as questões críticas e propor as linhas de orientação, como também definir metas, objectivos, recursos e compromissos para melhorar a educação”, conclui o CNE.
PÓS GRADUAÇÃO EM
SEGURANÇA E DEFESA NACIONAL
Tancos recebe alunos
em cenário de guerra

“Não aguento mais”, foi o desabafo mais repetido pelos alunos da pós-graduação em Media, Segurança e Defesa Nacional promovida pelo Instituto Politécnico Tomar e Exército durante a semana de instrução em Tancos. Entre 6 e 11 de Novembro, os jornalistas que frequentaram o curso estiveram na Escola de Tropas Pára-quedistas de Tancos a aprender técnicas de sobrevivência e também que o desporto faz bem à saúde. Uma aprendizagem difícil para quem não está habituado ao exercício físico, que causou dores (musculares), alguns queixumes e escapatórias à disciplina, mas nada que o bom humor reinante não tivesse ultrapassado.
Na sexta-feira, todos receberam o diploma de final de curso, com a alegria estampada no rosto: por um lado porque iam regressar a casa e, por outro, por terem ultrapassado com bom aproveitamento, a semana de instrução, que incluiu uma noite fora da escola, com mochila às costas, a dormir em tendas montadas num pinhal, frango grelhado numa fogueira e pão feito num forno improvisado no meio do
mato. Durante a semana, a primeira parte da manhã foi dedicada à “preparação física” dos alunos, que salvo raras excepções, deixou muito a desejar, apesar da paciência dos
instrutores. Entre exercícios físicos a quatro tempos, a contagem dos abdominais ganhava velocidade, chegando a disparar de cinco para 33, tudo porque poupar 28 movimentos já aliviava os menos preparados para tanto esforço.
Mas no final da semana, os instrutores pára-quedistas já “não iam em conversas” e pediam constantes repetições para “ficar bem feito”, nomeadamente as calistenias, um exercício específico de ginástica rítmica utilizado por aquela força do Exército.
Com mais ou menos dores, com mais ou menos horas de sono, seguiu-se a instrução em cartografia e orientação, técnicas de interrogatório, prisioneiros de guerra, primeiros socorros e escoltas devidamente bem praticadas, para a lição ficar a prendida. Na cartografia e orientação, os jornalistas aprenderam a encontrar um sítio num mapa através de coordenadas, a trabalhar com um GPS (instrumento de orientação por satélite) e a orientarem-se através de uma bússola, pelo sol e ou pelas estrelas.
Sem necessidade de sequestros simulados, os instrutores ensinaram as técnicas d e interrogatório e tortura mais utilizadas e abordaram a Convenção de Genebra. Após um ano de aulas teóricas, esta semana serviu basicamente para pôr em prática as teorias explanadas pelos professores. Com horários rigorosos, que acabaram por ser mais elásticos em muitas ocasiões, nomeadamente por causa do clube dos oficiais, as escoltas foram outro exercício prático fundamental para os jornalistas entenderem como devem reagir em caso de ataque. Devidamente equipados com coletes anti-estilhaço, de peso bastante razoável, os jornalistas escoltados sofreram um ataque, sendo objectivo do exercício conseguir não entrar em pânico e obedecer ao que os militares diziam.
Apesar de algumas quedas e muita lama, o exercício foi realizado com sucesso. Entre as aulas, os jornalistas conseguiram autorização para frequentar o pequeno café dos instrutores pára-quedistas, mais conhecido por “bar das víboras”, ou “cobrinhas” como era conhecido. Ali podiam beber água, cafés ou mesmo ir à casa de banho, mas tinham de obedecer às regras do espaço, que incluíam multa de 10 e uros por levar uma chávena de café para a rua. Sempre atentos a tudo o que se passava estavam os comandantes da escola, que durante a semana acabaram por se render e fazer os seus exercícios físicos juntamente com os alunos jornalistas. Para eles, a semana prática da pós-graduação teve nota positiva e os pára-quedistas responderam às expectativas dos alunos. Os jornalistas seguiram depois para São Jacinto, onde participaram no exercício Lusíada das forças
armadas.
Isabel Marisa Serafim (Lusa)
PROJECTO PT ESCOLAS
Oficina do
conhecimento

Depois de no ano passado a aposta passou pela promoção e por permitir o contacto dos jovens estudantes com o novo mundo da Internet, para este o Projecto PT Escolas é mais ambicioso e pretende desenvolver um conjunto de acções integradas que irão estimular a aprendizagem da utilização da Internet como ferramenta de trabalho, de pesquisa e produção de conteúdos.
De acordo com Dalila Martins, coordenadora do Projecto, a iniciativa deste ano está dividida em três fases. A primeira, que está agora a decorrer, denomina-se Oficinas do Conhecimento, a qual “têm como objectivo levar, de uma forma lúdica e didáctica a todos os Distritos, Açores e Madeira, a experiência da criação de conteúdos multimédia para publicação na Internet”.
Numa primeira fase, as Oficinas irão decorrer numa carruagem da CP, com todas as condições técnicas e ambientais necessárias à sessão prática de trabalho, que se deslocará às principais estações ferroviárias das capitais de distrito, entre Outubro de 2006 e Janeiro de 2007.
A segunda fase do projecto é o Portal Turma SAPO – http://turma.sapo.pt. “Este é o portal de base do projecto PT Escolas, desenvolvido com o objectivo de disponibilizar num só espaço on-line, conteúdos educativos de aprendizagem, como apontamentos, consulta de enciclopédias ou dicionários”, revelam os responsáveis pelo projecto. Nesta fase é importante realçar a nova área «Criar Conteúdos» onde se encontra o e-book “e-Criar – Guia de Blogs e Homepages”. Um guia multimédia de consulta fácil e interactiva que serve para ensinar a dar os primeiros passos na criação de conteúdos on-line: como registar uma homepage ou um blog, quais os melhores programas para criar conteúdos, como pesquisar, editar e publicar ou como estar on-line.
O SAPO Challenge On-line coincide com a terceira fase do projecto deste ano. “Trata-se da reedição do concurso on-line, passando do saber ao fazer, juntando à pesquisa, aprendizagem, investigação e a promoção das competências de criação e publicação de conteúdos na Internet”, revelam os responsáveis do PT Escolas.
O Concurso será segmentado em cinco grupos (Soundies – música e concertos Sporties – desporto e saúde; Stars – cinema, design e moda; Tekies - ciência e tecnologia; e Artists – arte, causas, actualidades, livros, cultura e viagens), desenvolvendo-se em duas fases de apuramento, entre Janeiro e Março de 2007. A primeira, passa por Pesquisar (através de desafios semanais, estimulando a investigação e a pesquisa na Internet, cuja resposta deve ser encontrada através de pesquisa on line - usando o SAPO). A segunda, é a fase de Criar, onde se faz um convite a todas as equipas que participaram no SAPO Challenge a Criar um trabalho multimédia (homepage/blog) com o apoio de um Professor.
As dez melhores equipas conquistam a Escola do Futuro para as suas Escolas e qualificam-se para a fase final, que será disputada num programa televisivo, na RTP. “Esse constitui o momento da divulgação massiva de toda a experiência vivida pelos jovens e da celebração final da Aventura do Conhecimento, alargando a um público mais vasto a sensibilização para a utilização educativa eficiente das novas tecnologias e a produção de conteúdos multimédia para publicação na Internet”.
A equipa vencedora receberá como prémio uma viagem ao Estados Unidos, enquanto que as melhores 10 escolas serão apetrechadas com o equipamento informático que mais necessitarem.
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