UNIVERSIDADE DE ÉVORA
Novo reitor toma posse
“Queremos uma universidade verdadeiramente europeia”, disse Jorge Araújo, o novo reitor da Universidade de Évora, no passado dia 3 de Março, durante a sua tomada de posse.
O novo reitor considera que a sua instituição se deve pautar por “objectivos e padrões de qualidade” iguais às melhores universidades dos países com quem Portugal partilha o mesmo espaço económico, político e social, especialmente no que diz respeito ao “papel estruturante da ciência e da arte”.
Na sua intervenção, Jorge Araújo salientou que a Universidade de Évora deve adoptar com “criatividade” os princípios de Bolonha para a adequação dos três ciclos de formação superior, dando ênfase à “empregabilidade”, à “mobilidade”, à
internacionalização da oferta dos ensinos” e à “formação ao longo da vida”. Neste âmbito frisou que é necessário “impormo-nos a nós próprios uma praxis de recrutamento e de promoção dos docentes e investigadores que priorize o mérito, se abra ao espaço europeu e combata decididamente a endogamia e a mediocridade”. Para tal o novo reitor sublinhou a necessidade da instituição participar, em parceria, nos grandes projectos europeus de ciência e tecnologia.
Ao longo do seu discurso Jorge Araújo realçou que aquele estabelecimento de ensino também deve procurar a diferenciação. “Queremos que a universidade de Évora se diferencie, no sentido de vir a caracterizar-se pela afirmação de competências em domínios das artes e das ciências. Em suma, que possua um rosto científico e artístico, pelo qual seja conhecida e reconhecida a sua excelência”.
Segundo o novo dirigente, existem factores (preservação do ambiente, racionalização do uso da água, etc.) que afectam a região do Alentejo e que condicionam o seu desenvolvimento. Assim sendo, Jorge Araújo disse que “para poder agir com eficácia como promotor de desenvolvimento regional, e indutor da inovação e da competitividade, a Universidade de Évora deverá dotar-se de uma estratégia que contemple o reforço das suas capacidades endógenas, dos seus instrumentos, mas também a cooperação com outras instituições de ensino superior e com os principais clusters empresariais”.
Neste âmbito, sublinhou que a Rede Regional de Ensino Superior criada, em meados dos anos 90, conjuntamente com os Institutos Politécnicos de Setúbal, Beja e Portalegre deve ser reactivada e ampliada. À referida Rede deve ser conferida “uma dimensão transnacional, por forma a abranger toda a grande região europeia que englobará o Alentejo e a Extremadura, o Algarve e a Andaluzia. E nesta perspectiva, as universidades da Extremadura, de Sevilha e de Faro, bem como o Instituto de Cervantes, deverão ocupar a primeira prioridade estratégica para a cooperação cultural, científica e tecnológica”, disse Jorge Araújo.
A equipa do novo reitor é constituída por quatro vice-reitores (Prof. Doutor Carlos Alberto F. Marques, Profa. Doutora Ana Maria Ferreira S. C. F. D. Ludovice, Profa. Doutora Ausenda Assunção C. de Cáceres Balbino, Prof. Doutor António Domingos H. da Silva Reis) e cinco pró-reitores (Prof. Doutor Gottlieb Basch, Prof. Doutor José Luís P. Ramos, Prof. Doutor Carlos Manuel R. Vieira, Prof.ª Doutora Isabel Maria P. V. Vieira, Prof. Doutor Manuel José Lopes).
Noémi Marujo
DIAS ABERTOS NA UBI
Três mil visitam
Universidade
A Universidade da Beira Interior recebeu mais de três mil alunos de diferentes graus de ensino entre 14 e 16 de Março, na nona edição dos Dias da UBI, que tiveram como lema “A Universidade ao Encontro da Comunidade”.
A iniciativa teve como principal objectivo mostrar o potencial científico e tecnológico da universidade, com actividades pensadas especificamente para todas as faixas etárias. Para muitos, este foi o primeiro contacto com uma instituição de ensino superior e a oportunidade para suscitar e esclarecer dúvidas, ver, experimentar, iniciar uma escolha ou confirmar uma opção já tomada em matéria de ensino superior.
Os alunos do ensino secundário participaram ainda em vários concursos propostos pelos departamentos. O Departamento de Gestão e Economia dinamizou o “Jogo do Ernesto” (jogo de simulação da actividade empresarial e bancária) e o Trivial PursUBI de Marketing. “As Adivinhas de D. Quixote” e “O Agente Secreto: a Poesia na Clandestinidade” foram as propostas do Departamento de Letras.
Os departamentos de Física e Matemática fizeram as delícias dos mais novos com inúmeros jogos explicados através destas duas áreas do saber. Grande sucesso teve também o Departamento de Ciências Aeroespaciais, com “Os segredos da Aviação” e a possibilidade de entrarem dentro de um avião.
PINA MOURA NA UBI
Central nuclear é
alternativa
O presidente da Iberdrola, Pina Moura, considera que face ao crescimento do consumo de energia, nenhuma fonte “por si só, é suficiente para garantir os consumos”, defendendo assim que “a instalação de uma central nuclear deve ser encarada sem tabus nem preconceitos”. As declarações do ex-ministro foram feitas na Universidade da Beira Interior, durante uma conferência organizada pelo Núcleo de Estudantes de Economia e pela direcção daquele curso.
O deputado e presidente da Iberdrola não resistiu a fazer referência ao tão criticado negócio da companhia, como sendo uma “invasão espanhola”. “Se a estratégia da Iberdrola fosse concorrer com a EDP, lançava uma OPA e logo se via, e não é esse o objectivo”, explica Pina Moura. O que caracteriza o sector de energia em Portugal é o facto de estar em curso uma verdadeira revolução, “basta reparar que Oferta Pública de Aquisição – OPA –, é uma palavra que está a surgir todos os dias”.
De uma forma geral, foram abordados pelo conferencista os movimentos estratégicos sobre a Iberdrola e os principais tópicos que explicam economicamente esses movimentos de consolidação.
Um dos principais factores será a evolução da necessidade de energia, pois o disparo da procura exige maior e melhor oferta. “Face há 20 anos atrás, a procura de energia quintuplicou”. Pina Moura sublinha que “isto coloca à oferta dois tipos de problemas, tendo que existir uma oferta sustentável e suficiente”.
A política de energia e a reestruturação do sector energético em Portugal, é para Pina Moura uma questão que decidirá a sobrevivências dos vários sectores, que consiste em saber escolher a escala territorial e empresarial. Neste sentido se pode entender a corrida às energias renováveis, nomeadamente o negócio eólico, desenvolvido pela empresa Iberdrola.
Segundo Pina Moura, o problema da sustentabilidade exige este tipo de energias. Na óptica de Pina Moura, “instalar parques eólicos é algo difícil e dispendioso, quer na fabricação dos materiais, quer na sua montagem, mas é a questão da sustentabilidade que faz surgir o negócio eólico”.
ENCONTRO. Para António Marques, director do curso de Economia, este encontro “permite aproximar os alunos do curso de Economia dos acontecimentos que sucedem numa economia real”, sendo por isso da maior relevância na sua formação.
A conferência terminou com a abordagem da possibilidade de construção de uma central nuclear em Portugal. Pina Moura defendeu claramente que a instalação de uma central nuclear “deve ser encarada sem tabus nem preconceitos”, face ao aumento esperado dos consumos no futuro.
Amélia Costa
AMBIENTE E ORDENAMENTO
Aveiro com
especialistas
A Universidade de Aveiro e a Embaixada Britânica acabam de trazer especialistas britânicos ao departamento de Ambiente e Ordenamento para debater as mais recentes soluções tecnológicas para os variados tipos de contaminantes dos solos. O seminário, realizado a 22 de Março, contou com a presença da Reitora da UA, Helena Nazaré e do Embaixador Britânico, Richard Turner.
As informações disponíveis indicam que Portugal terá cerca de 2.000 pólos de solos contaminados, dos quais só cerca de 175 correspondem a minas abandonadas e entre os quais se contam igualmente os três grandes pólos industriais de Sines, Seixal e Estarreja. Numa altura em que existe vontade política ao nível da União Europeia no sentido de identificar, descontaminar e reabilitar estas áreas, urge um debate sobre as tecnologias e as potencialidades de projectos específicos de descontaminação e reabilitação.
O Reino Unido encontra-se bem posicionado no que respeita a métodos e tecnologias necessários para investigar e recuperar solos contaminados devido à sua longa história industrial e a necessidade de respeitar a legislação do país em matéria de ambiente. Entre os oradores participantes estiveram especialistas provenientes de empresas como: a GO Contaminated Land Solutions, empresa de consultores que já trabalhou em Portugal no projecto Freeport Designer Outlet em Alcochete e que não estando presos a uma determinada tecnologia, estão em condições de aconselhar os seus clientes sobre a tecnologia mais indicada para o seu local, seja em termos de remoção, tratamento intensivo ou atenuação natural.
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