58 ANOS DA ESCOLA
SUPERIOR DE SAÚDE DE CASTELO BRANCO
Os nossos alunos são
os preferidos

As instituições de saúde portuguesas têm uma preferência pelos alunos formados pela Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias, em Castelo Branco. A garantia é do director da instituição, Carlos Maia, numa altura em que a escola celebra 58 anos de existência, sendo, por isso, a mais antiga das seis que integram o Instituto Politécnico de Castelo Branco.
Em declarações ao Ensino Magazine, Carlos Maia refere ainda que prefere sacrificar cursos do que perder qualidade na formação, pelo que espera ver construídas e operacionais as novas instalações da Esald, situadas no Campus da Talagueira, junto à Escola Superior de Tecnologia.
Como caracteriza o trabalho desenvolvido pela escola, numa altura em que acaba de assinalar 58 anos?
É nossa estratégia conciliar o desenvolvimento da Escola com a procura contínua da qualidade. E de acordo com os indicadores que temos, vindos dos vários sectores da sociedade, posso dizer que o trabalho desenvolvido pela ESALD tem sido bastante positivo, pelo que podemos concluir que a estratégia tem sido acertada. Só para dar conta de alguns desses indicadores, apesar das dificuldades que se começam a sentir também na área da saúde, a taxa de empregabilidade dos nossos diplomados ainda é bastante elevada e a opinião dos responsáveis das instituições de saúde empregadoras sobre os nossos diplomados continua a ser muito positiva. Assim se compreende que os nossos cursos tenham taxas de procura acima dos 1200 por cento, o que é verdadeiramente notável numa instituição do interior.
Como é que a escola procura manter ou melhorar os níveis de qualidade?
Nos últimos anos alguns trabalhos de investigação realizados por docentes têm sido premiados a nível internacional. Tem havido publicação de livros por parte de docentes, houve trabalhos realizados por alunos premiados em congressos nacionais, tem vindo a aumentar a participação dos alunos nos programas de mobilidade nacional e internacional. A interacção com a comunidade tem vindo a intensificar-se, e aqui é de realçar que para além das nossas iniciativas têm vindo a aumentar grandemente as solicitações que nos são feitas por diversas entidades. Os docentes também têm sido de uma dedicação extraordinária, porque a par de todas estas actividades, têm acumulado com os seus programas de mestrado e doutoramento, sem que tenham tido qualquer tipo de dispensa, o que tem constituído um esforço enorme.
Qual é a evolução em termos de oferta formativa?
No final do mês de Maio terminou um curso de pós-licenciatura de Especialização em Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia, frequentado e terminado com aproveitamento por 25 enfermeiros, dos quais 18 de instituições de saúde da nossa região. Está também a finalizar um curso de pós-graduação em Cuidados Paliativos, frequentado por diversos profissionais como enfermeiros, médicos, psicólogos, num total de 30 formandos. Sairão este anos 66 enfermeiros, 24 licenciados em fisioterapia e 20 licenciados em análises clínicas e de saúde pública, para além dos bacharéis que sairão também nestas duas áreas. Com toda a modéstia, penso que tem sido feito um trabalho notável em toda a sua extensão.
O professor referiu que preferia encerrar cursos a perder qualidade. Admite encerrar cursos?
O encerramento de cursos será sempre a última alternativa, mas pode acontecer por mais do que um motivo. O primeiro prende-se com a qualidade. Existem neste momento algumas ameaças, como por exemplo a falta de instalações condignas e a dificuldade em consolidar o corpo docente em algumas áreas. E nós preferimos não fazer do que fazer menos bem. Estamos a falar de formação de profissionais de saúde e aqui não há duas formas de fazer as coisas. O único caminho possível é o da exigência e do rigor. Outro dos motivos poderá ser a empregabilidade. Sempre defendi que a função da escola não acaba quando o aluno termina o seu curso. A Escola tem responsabilidades que vão para além da formação. Em termos genéricos, a forma que a escola tem de retribuir a sociedade pelo esforço que esta faz para lhe proporcionar condições de funcionamento e existência, é formar de acordo com as necessidades sociais. Portanto, na minha perspectiva, não faz qualquer sentido uma escola que ministra um ensino marcadamente profissionalizante, continuar a leccionar cursos que deixaram de ter relevância social e continuar a formar diplomados que o mercado de trabalho não consegue absorver.
De que forma pensa que deve ser estruturada a oferta formativa para que não haja duplicação de cursos em zonas geograficamente próximas?
Quando em 2001 abrimos o curso de Análise Clínicas e de Saúde Pública e o curso de Fisioterapia, fizemo-lo depois de analisarmos vários factores, entre os quais a oferta formativa existente nessa área, em termos de escolas públicas. E o curso de Análises apenas era leccionado em Lisboa, Porto e Coimbra e o de Fisioterapia em Lisboa, Porto, Coimbra e Setúbal. Em 2004 o procedimento foi idêntico em relação à Cardiopneumologioa e em relação à Radiologia. O de Cardiopneumologia só era leccionado em Lisboa, Porto e Coimbra e o de Radiologia em Lisboa, Porto e Coimbra, Aveiro e Faro. Houve a preocupação da nossa parte em oferecer formações que só existiam no litoral. Nem todas as instituições tiveram este tipo de preocupações e isso veio reflectir-se na qualidade e na empregabilidade. Portanto, o encerramento de cursos, apesar de ser a última alternativa, é uma questão que não deve ser colocada de lado.
Quando estarão concluídas as novas instalações da escola?
O prazo estabelecido para a construção do bloco pedagógico da saúde é de 16 meses. Vamos ver se termina dentro do previsto. Mas para além do bloco pedagógico da saúde, temos ainda o problema do bloco central por resolver e sem o qual o outro não pode funcionar.
No próximo ano lectivo, o Ministério apenas admite crescimento de vagas em Medicina e Enfermagem, na ordem dos 10 por cento. O professor admite que o número de vagas na Superior de Saúde pode crescer?
Apesar da medida anunciada me parecer ajustada, tendo em conta a realidade nacional, uma vez que existem necessidades elevadas de enfermeiros em Portugal, torna-se necessário garantir que existem todas as condições para que o aumento quantitativo de vagas não põe em causa a vertente qualitativa da formação, pelo que é necessário analisar cada situação de forma isolada. Para além de deverem ser analisadas as condições de cada uma das escolas, deve também garantir-se que as instituições de saúde têm não só capacidade de acolhimento mas também capacidade para proporcionar situações de aprendizagem aos alunos, uma vez que a formação em Enfermagem tem uma forte componente prática. No caso da ESALD dificilmente as vagas poderiam aumentar, precisamente pelo facto de ser cada vez mais difícil colocar os alunos em estágio, porque as instituições de saúde recebem alunos de várias outras escolas para além da nossa e estão neste momento no limite da sua capacidade.
Começam a surgir os primeiros sinais de falta de colocação para os formados em enfermagem. Como é que o professor encara este problema?
O que acontece no caso da enfermagem é que há uns anos atrás, um mês ou dois antes dos finalistas terminarem os seus cursos tinham várias ofertas de emprego, e isso agora não acontece. Mas não tenho conhecimento que existam diplomados em enfermagem por esta escola sem colocação. Estão todos a trabalhar. Dos que vão terminar este ano, grande parte também já tem colocação garantida, e os restantes aguardam respostas das instituições de saúde. Em relação a essa questão, estou tranquilo, porque a opinião das entidades empregadoras sobre os nossos diplomados é bastante positiva. Ainda no início deste mês, em reunião com responsáveis de uma instituição de saúde da região, me foram transmitidas referências bastante abonatórias em relação aos nossos alunos. Dias depois estiveram na Escola vários elementos de organizações com elevadas responsabilidades na área da saúde, nomeadamente a Ordem dos Enfermeiros e algumas estruturas sindicais e foi-nos transmitido que os alunos da ESALD continuam a ser preferidos pelas instituições de saúde.
FESTIVAL EQUESTRE
Agrária em alta

Vários cavaleiros do distrito de Castelo Branco e uma representação de jovens cavaleiras oriundas da Quinta da Marinha (Cascais) participaram na oitava edição do Festival Equestre da Escola Superior Agrária de Castelo Branco, que se realizou no primeiro fim-de-semana de Junho.
É um evento já consolidado e que voltou a saldar-se por um nível muito interessante. Ao longo dos dois dias, realizaram-se provas de saltos de obstáculos e ensino/dressage, para além da apresentação de poldros lusitanos, em que estiveram representados sete criadores.
Quem participou saiu satisfeito, deixando inclusivamente “a promessa de regresso no próximo ano”, como salientou Carlos Rebello de Andrade, docente que supervisionou a organização dos alunos do 4º ano de Engenharia de Produção Animal, no âmbito da disciplina de Modalidades Equestres. Rebello de Andrade destaca precisamente “o esforço realizado pelos alunos na organização de mais um festival, que anima outros a tomarem a seu cargo a organização do próximo”, para além do apoio dispensado pela Associação de Criadores de Cavalos da Beira
(ACCB).
A Comissão Organizadora apenas lamenta que “pela primeira vez desde 1991 a Câmara de Castelo Branco não se tenha solidarizado com a nossa realização”. Na hora do trabalho feito fica “o reconhecimento aos patrocinadores, sem os quais seria difícil realizar o festival equestre, à direcção da Escola Agrária e à presidente do Instituto Politécnico”.
CASTELO BRANCO
Poliempreende resulta

A organização do Concurso Poliempreende acaba de fazer a entrega dos prémios da edição deste ano, que pela primeira vez envolveu também o Politécnico da Guarda, e as associações empresariais de Castelo Branco e Guarda. Para o ano, este concurso vai ainda ser alargado aos politécnicos de Bragança, Portalegre e Beja, abrangendo todo o interior do país. Facto realçado quer por Ana Maria Vaz, que pelo presidente do Politécnico da Guarda, Jorge Mendes.
O projecto vencedor (Eco Albi) foi desenvolvido por uma equipa da Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco (Marcelo Calvete, Ana Ramos, João Ferreira, Vitor Camina, David Martins, Cláudio Santos e João Pires). O objectivo passa por tirar partido “das actuais valências existentes na região para conceber, projectar e executar equipamentos hoteleiros fabricados a partir de materiais eco-sustentáveis”.
A segunda posição foi para o projecto Idis, também da EST (Nuno castela, Filipe Fidalgo, Sérgio Silva, Paulo Dias, Gonçalo Cardoso e Luís Patrício), que pretende implementar e criar sistemas de informação. Já a terceira posição foi para a Escola Superior de Telecomunicações e Turismo de Seia (Cátia Rodrigues, Marta Domingos e Liliana Duarte), através de um projecto que pretende “desenvolver e modernizar a oferta turística e fomentar novas formas de turismo”. Foram ainda distinguidas mais cinco equipas, com projectos na área da saúde, informática, comércio e serviços.
GUARDA
Concurso Nacional de
Robótica
Trinta equipas de alunos do ensino secundário e superior de todo o país participaram na IV edição do Robô Bombeiro - Concurso Nacional de Robótica do Instituto Politécnico local, que de correu este mês na Guarda.
A competição de robótica, organizada pelo Departamento de Informática da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), põe à prova pequenos robôs móveis e autónomos, que têm como missão encontrar e apagar um incêndio, simulado por uma vela, num modelo de uma casa formado por corredores e quartos.
“O objectivo do concurso é contribuir para o avanço da robótica e usar esta tecnologia como uma ferramenta de ensino, proporcionando um evento extracurricular interessante e divertido, onde os alunos possam aplicar na prática os conhecimento multidisciplinares adquiridos em cursos de engenharia”, referem os organizadores.
A competição foi organizada em três grupos, mas para efeitos de classificação final será considerada a pontuação dos dois melhores.
Em cada manga o robô terá um tempo limite de quatro minutos para encontrar a vela (que simula um incêndio no interior de uma casa) e apagar a chama com sistemas baseados em água, ar ou CO2 (dióxido de carbono).
“O robô deve encontrar a vela e extinguir a sua chama no menor tempo possível”, esclarecem os promotores do evento.
Ainda segundo a organização, os mecanismos admitidos a concurso tinham de caber numa caixa cúbica de 31 centímetros e devem ser movidos, exclusivamente, por motores eléctricos alimentados por baterias ou pilhas.
As equipas participantes foram divididas em duas classes, uma formada por concorrentes de escolas secundárias e profissionais e outra de universidades e institutos politécnicos.
A IV edição do concurso Robô Bombeiro é apoiada pelo Instituto Politécnico, Câmara Municipal da Guarda, ESTG, Programa Operacional Ciência e Inovação 2010 e Ciência Viva - Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica.
ESE DE CASTELO BRANCO
Gil novo director
Dar mais visibilidade à escola e às suas actividades, adaptar todos os cursos a Bolonha, envolver os alunos em actividades internas e externas, discutir o quadro de pessoal dos funcionários e criar condições para que a escola passe a ter uma investigação sustentada, são os principais desafios do novo director da Escola Superior de Educação de Castelo Branco, Henrique Gil.
E a escola tem vários trunfos para mostrar, designadamente a apresentação do renovado curso de Serviço Social, um mestrado na área do Desporto, em parceria com a Universidade do Minho, além de um outro previsto na área das Tecnologias de Informação e Comunicação.
“Além de todas as actividades desenvolvidas na escola, importa dizer que a Superior de Educação de Castelo Branco tem muitos doutorados, o que é um sinónimo de qualidade. Podemos mesmo dizer que, nesta matéria, ombreamos com muitos departamentos de muitas universidades”, adianta o director eleito, o qual traça ainda outras metas em termos internos e externos.
Ao nível interno, afirma que vai precisar muito dos alunos. “Temos de trabalhar muito, uma vez que a autonomia em termos de aprendizagem é fundamental”. Pretende por isso reorganizar espaços e horários, além de criar condições para que os alunos possam desempenhar tarefas não remuneradas dentro da escola, as quais lhes garantam um suplemento ao diploma.
Ao nível dos docentes, assenta claramente a sua estratégia na definição de cursos de segundo ciclo (mestrado), além de aproveitar a mais valia do elevado número de doutorados, gerando mais e melhor investigação. Já em termos dos funcionários, considera que o mais importante será o de discutir as questões relativas ao quadro de pessoal.
Finalmente, para trabalhar a seu lado como sub-directora, Henrique Gil convidou Helena Menezes, a actual presidente do Conselho Científico da ESE, sendo também directora da revista Educare, além de integrar a equipa pedagógica dos programas Internet no 1º Ciclo e Inglês no 1º Ciclo. Mestre em Educação, especialidade Informática no Ensino e doutora em Multimédia, a futura sub-directora é para Henrique Gil “uma pessoa com capacidades e competências científicas e pessoais, que garantem um bom desempenho do cargo”. Além disso, considera que partilham “uma convergência de objectivos e de formas de actuação que permitem ter uma actuação coerente”.
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