Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano IX    Nº101    Julho 2006

Politécnico

ADULTOS REGRESSAM À ESCOLA

Começar de novo na UBI

107 pessoas de diferentes idades e profissões aproveitaram a oportunidade criada pela nova Lei de acesso ao Ensino Superior para os maiores de 23 anos e acabam de se candidatar à frequência de vários cursos na Universidade da Beira Interior. 

Virgílio Santos, 51 anos, natural do Fundão, percorreu o País a fazer inquéritos para o Instituto Nacional de Estatística. Agora, já “desactivado”, as suas voltas são outras e os corredores do Pólo IV da UBI definem o percurso dos candidatos ao exame de Português. Depois de 32 anos de trabalho verificou que a falta de uma ocupação tinha de ser compensada com alguma coisa. A oportunidade surgiu agora e agora espera vir a ser um estudante universitário de Arquitectura, já no próximo ano lectivo.

António Henriques, 45 anos, empresário do ramo têxtil, natural do Dominguiso, é outro dos candidatos e tomou esta decisão porque sente necessidade de conhecimentos mais profundos na sua actividade profissional. Por isso concorreu ao curso de Gestão da UBI. O empresário têxtil também concorda com o maior apoio às pessoas “que não conseguem chegar ao superior porque não têm o 12º ano e as provas específicas realizadas”. Os estudos que tem já vêm de há muito, mas mesmo assim foram suficientes “para colocar o negócio em funcionamento”. Não espera por uma licenciatura “para tirar o lugar a ninguém”, apenas para melhorar as suas capacidades.

Daniel José, outro candidato, partilha a ideia. Antigo inspector da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), espera conseguir ingressar na licenciatura de Ciências da Comunicação. Também natural do Dominguiso, vê com bons olhos esta nova forma “da universidade chamar pessoas”. Para além de se ter acesso a uma licenciatura, a continuação dos estudos representa sempre “um avanço na carreira profissional de qualquer pessoa”. Com 46 anos de idade volta agora aos livros para concretizar “um sonho”.

Eduardo Alves

 

 

 

INVESTIGAÇÃO TÊXTIL NA UBI

Olhos postos na qualidade

Quando se compra uma peça de vestuário não se conhece objectivamente a sua capacidade para formar borboto e/ou lustro. O sistema que está agora a ser desenvolvido na UBI pretende alterar essa situação. Neste projecto foi desenvolvido e já se encontra em funcionamento um sistema óptico capaz de quantificar o grau de formação de borboto em tecidos de fibras têxteis através de um índice específico.

Este sistema projecta uma linha fina de luz branca sobre a superfície da amostra do tecido. A amostra de tecido é colocada sobre uma mesa de varrimento para que os dois detectores de imagem, monitorizados em ângulos complementares (duas câmaras de alta resolução), possam registar imagens dos perfis da linha de luz. As alterações dessa linha dão origem a um mapa tridimensional onde é visível a topografia dessa amostra. Essa topografia passa a ser como um bilhete de identidade de um determinado tecido.

Paulo Fiadeiro, docente da UBI e coordenador desta pesquisa, sublinha que até aos dias de hoje, “a análise dos tecidos é feita por pessoas ligadas à indústria têxtil de uma forma subjectiva”. Isto quer dizer que a um mesmo tecido, analisado por diferentes pessoas, podia ser atribuído uma diferente propensão para formar borboto.

Esta investigação que envolve membros da Unidade de Detecção Remota e a da Unidade de Materiais Têxteis e Papeleiros e ainda um bolseiro de investigação, António de Oliveira Mendes, pretende capacitar a indústria têxtil de uma ferramenta capaz de quantificar nos tecidos outros parâmetros de controlo de qualidade.

O projecto denomina-se Caracterização Óptica das Alterações de Superfície em Tecidos Sujeitos à Abrasão, e está a ser desenvolvido pelo Centro de Óptica em colaboração com o Departamento de Ciência e Tecnologia Têxteis (DCTT) da UBI. Uma iniciativa inserida na área das Ciências e Engenharia dos Materiais que está a ser financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) desde 3 de Janeiro de 2005 e por um período de três anos.

O equipamento agora desenvolvido foi já alvo de apresentação à comunidade científica através da participação em dois congressos internacionais (França e Estados Unidos da América) nas áreas de especialidade e estão agora a ser preparados dois artigos científicos para serem submetidos a publicação em revistas com “referee” científico.

No futuro, pretende-se ainda que este mesmo sistema possa analisar o desgaste e a formação de lustro dos tecidos quando estes estão sujeitos à abrasão”.

Eduardo Alves

 

 

AERONÁUTICA NA UBI

Ordem acredita curso

A licenciatura em Engenharia Aeronáutica da Universidade da Beira Interior foi acreditada, mais uma vez, pela Ordem dos Engenheiros, no âmbito do Colégio de Mecânica, por um período de 6 anos, devendo em 2012 submeter novamente o processo de renovação de acreditação.

A acreditação do curso pela Ordem dos Engenheiros reconhece, assim, “a qualidade do ensino ministrado nesta licenciatura, já que lhe atribuiu o período máximo de validade”, diz a missiva enviada à universidade.

Recorde-se que cabe à Ordem a atribuição do título profissional de engenheiro e a regulamentação do exercício da respectiva profissão, sendo principal objectivo isentar os candidatos a admissão à Ordem, oriundos de cursos acreditados, da prestação de provas de admissão.

A prática dos Processos de Acreditação tem, no entanto, afirmado de forma inequívoca que outros importantes objectivos estão associados a este exercício, nomeadamente a crescente melhoria da qualidade da formação proporcionada pelas Escolas, com o concomitante impacto na qualidade de oferta para o mercado de trabalho.

 

 

 

LIVRO SOBRE POBREZA

Pires Manso apresenta

Mais próximo do Próximo – Caracterização da Pobreza na Área de Influência da Diocese da Guarda” é o título da mais recente obra de José Pires Manso. Um livro apresentado no passado dia 1 de Julho, na Caritas Diocesana da Guarda, Centro Apostólico D. João de Oliveira Matos, na Guarda.

O livro resultou de uma parceria entre a Universidade da Beira Interior através do Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social, que esteve sob a orientação de Pires Manso e a Caritas Diocesana da Guarda. Para o efeito celebraram um protocolo de cooperação. Um dos objectivos desta publicação é a caracterização da pobreza na área de influência da Caritas Diocesana da Guarda.

Para além do enquadramento teórico do tema da pobreza e exclusão social, faz uma breve caracterização económica e social da região, numa perspectiva dinâmica. Para alcançar este objectivo foi elaborado um questionário que depois foi aplicado a cerca de 400 necessitados. Os dados foram depois tratados com técnicas estatísticas adequadas a este tipo de trabalho científico. A síntese dos tratamentos caracteriza aspectos da vivência nesta região e coloca a nu a fragilidade dos entrevistados, aquilo que os rodeia e a urgência no delinear de acções que permitam melhorar as suas condições de vida ou, no mínimo, reduzir o seu sofrimento. A implementação de algumas medidas e outras tantas propostas de acção futuras ficam delineadas no penúltimo capítulo da obra.

No livro colaboraram, para além de José Ramos Pires Manso, professor catedrático do Departamento de Gestão e Economia da UBI, João Neves, professor auxiliar e sociólogo do Departamento de Sociologia e as técnicas do Observatório Daniela Gomes Leitão, economista e Ana Margarida Matos, socióloga.

Eduardo Alves

 


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