CONCURSOS DE PROFESSORES
Colocação por três
anos

O sistema de colocação de professores vai ser alterado já no próximo concurso. A partir de agora as colocações serão plurianuais (por um prazo de três anos). Valter Lemos lembra que a medida vai entrar em vigor a partir do próximo ano lectivo, abrangendo os docentes dos quadros de escola, quadros de zona pedagógica e contratados em horários completos (desde que esses horários se mantenham no ano seguinte). “Mesmo os docentes destacados por aproximação à residência ou por razões específicas são afectados com esta medida”, diz.
Outra das novidades é a criação de quadros para a Educação Especial. “Vamos terminar com uma reivindicação, com mais de 20 anos, dos sindicatos e que passava precisamente por criar um quadro para os docentes de educação especial ao nível de agrupamentos. As vagas que não forem ocupadas por esses professores serão objecto de destacamento, o qual é feito no concurso, e também por três anos”, explica.
A adopção deste novo modelo de colocação de professores pretende alcançar uma maior estabilidade do sistema. “É uma situação que tem sido discutida há muitos anos. O princípio da continuidade educativa, que é reivindicado por pais e professores há muito tempo, e que a investigação internacional afirma ter efeitos positivos nos resultados. A estabilidade dos professores nas escolas permite uma relação mais aprofundada com os alunos, uma consolidação dos projectos educativos nas escolas e aos próprios docentes organizarem melhor as suas vidas”.
Valter Lemos diz mesmo que “todos os elementos de que dispomos são favoráveis a este modelo”. O secretário de Estado da Educação não entende o protesto dos sindicatos, mas lembra que “essas estruturas acordaram com o ministério em muitas matérias. Aliás, a esmagadora maioria dos aspectos do concurso foram acordados com os sindicatos, excepção feita à
plurianualidade, o que lamentamos”.
O Secretário de Estado lembra ainda que vão ser criadas milhares de vagas de quadros, já que os professores de ensino especial vão libertar as suas vagas de origem. “Nunca houve uma criação tão grande de vagas nas escolas como este ano. Também nesse ponto respondemos aos objectivos dos sindicatos”.
POR DECISÃO DA MINISTRA
DA CULTURA
Castanheira no D.
Maria II
O cenógrafo José Manuel Castanheira acaba de ser nomeado pela ministra da Cultura para assumir um lugar no Conselho de Administração do Teatro Nacional D. Maria II. Natural de Castelo Branco, onde é membro do Conselho Científico das Escola Superior de Artes Aplicadas (Esart), é também professor da Faculdade de Arquitectura da UTL, sendo ainda considerado um dos melhores cenógrafos do mundo.
A sua entrada para o Teatro D. Maria II surge num momento em que a anterior direcção foi substituída, estando agora a instituição a ser liderada por Carlos Fragateiro, até agora director do Teatro da Trindade. A nomeação dos novos responsáveis foi justificada pela ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, pela necessidade de obter um teatro “mais aberto à comunidade” com uma “pluralidade de públicos” e integrado na Rede Nacional de Teatros.
Para Isabel Pires de Lima, a população de Lisboa estava “divorciada” do Teatro
D. Maria II que não deve ser vocacionado “para um público restrito” que tem “oferta diversificada do teatro independente que também é apoiado pelo Estado”, mas sim para “uma pluralidade de público”. Por outro lado, salientou, “como teatro nacional deve servir o país e entrecruzar-se com a Rede Nacional de Teatros”.
A ministra pretende também que o palco do Nacional dê “maior relevo à dramaturgia nacional tanto clássica como contemporânea”. “Um teatro nacional deve ter uma preocupação de preservação patrimonial mas também de promoção da dramaturgia nacional”, declarou. Por outro lado, a tutela pretende que o palco de Lisboa se “projecte internacionalmente, a exemplo do excelente trabalho do Nacional de São João”, no Porto.
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