Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano IX    Nº96    Fevereiro 2006

Cultura

GENTE & LIVROS

Dario Fo

«Tudo depende do local onde nasceste, dizia um grande sábio. E, no que me diz respeito, talvez o sábio tenha mesmo acertado.

Para começa, tenho que agradecer à minha mãe, que optou por me dar à luz em San Giano, quase à beira do Lago Maggiore. (...)

Naquele instante estava a passar o suburbano das seis e meia... que chegava naturalmente atrasado. A minha mãe sempre jurou que o meu vagido superou em muito o apito da locomotiva».

In A Terra dos Mezaràt 


O escritor, actor, realizador e encenador Dario Fo nasceu a 24 de Março de 1926, em San Giano, província de Varese, Itália. O pai era chefe de estação e actor de uma companhia amadora de teatro, a mãe escreveu um livro autobiográfico, e ambos fizeram parte da Resistência durante a II Guerra Mundial. Dario Fo parece ter herdado dos pais o amor da escrita e do teatro, os ideais de esquerda e o sentido da liberdade.

Devido à profissão do pai passa a infância de terra em terra. Nas tabernas e praças dos lugares por onde passa, ouve os mestres pescadores e vidraceiros, contadores de histórias que lhe revelam o fascínio pela arte da narrativa e da representação.

Muda-se para Milão em 1940 com o objectivo de estudar na Academia de Arte de Brera. Quase no final da guerra é recrutado pelo exército da República de Salo mas recorrendo a documentos falsos consegue fugir. Passa os últimos meses de guerra escondido num sótão. 

Decorria o ano de 1950 e Dario Fo actuava com um grupo de teatro em Milão. No ano seguinte escrevia obras satíricas para a rádio e a televisão partindo depois para Roma onde trabalha como guionista até 1958. Cria uma companhia de teatro em 1959, a Companhia Dario-Fo-Franca-Rame, com a mulher, a actriz Franca Rame. Em 1968 fundou a Nova Cena, cooperativa teatral associada ao partido Comunista que actuava em fábricas e clubes de trabalhadores. Desentendimentos com o partido levam-no a criar uma outra companhia de teatro, Il Culettivo Teatrale La Comuna, em Milão, em 1970. 

No meio de alguma controvérsia, Dario Fo ganha em 1997 o Prémio Nobel da Literatura e alguns anos depois publica a sua autobiografia, Na Terra dos Mezaràt (2002). 

Da sua bibliografia constam, entre outros, os títulos: Tinha Duas Pistolas com os Olhos Brancos e Negros (1960); Isabela, Três Caravelas e um Charlatão (1963); A Culpa é Sempre do Diabo (1965); Mistério Bufo (1969); A Morte Acidental de um Anarquista (1970); Fedayin (1971); e Aqui Não Paga Ninguém (1974); 

A Terra dos Mezaràt. «O que vos proponho não é história da minha vida de actor, autor e director de companhias teatrais, mas sim um fragmento da minha infância. Ou melhor, apenas o começo: o prólogo da minha aventura desde o tempo em que nunca me passaria pela cabeça que ser homem de teatro viria a tornar-se o meu ofício definitivo.» - do Prólogo?

Página coordenada por
Eugénia Sousa

 

 

 

LIVROS

Novidades de Inverno

PERGAMINHO. Regresso ao Amor de Marianne Williamson promove o auto conhecimento e a reflexão profunda sobre o verdadeiro sentido do amor e da sua aplicação à vida. A autora revela como trazer o milagre ao quotidiano a partir da aceitação de Deus e do amor. Um bestseller mundial que promete transformar a nossa percepção sobre nós, os outros e o mundo.

 

PRESENÇA. Memórias de uma Gueixa de Arthur Golden. Sayuri é uma mulher sofisticada e culta, de olhar invulgarmente belo, que ostenta no rosto uma opacidade branca de máscara e os lábios de um vermelho exagerado. Mas ela foi também Chiyo, a filha de pescadores, a menina pobre que aos nove anos deixou a sua cidade para se transformar numa das mais célebres gueixas do Japão. 

 

DIFEL. O Mapa dos Ossos de James Rollins. Um grupo de paroquianos é queimado vivo numa catedral alemã. A par do homicídio, aí também acontece o roubo das ossadas dos magos bíblicos. À frente da investigação está Gray Pierce, em quem recaí a difícil missão de assegurar a ordem mundial, numa caça à Corte do Dragão, uma antiga irmandade de alquimistas. 

 

CAMPO DAS LETRAS. Discurso, Notícia e Ideologia - Estudos na Análise Crítica do Discurso de Teun A. Van Dijk. A obra revela formas de abordagem de notícias que surgem na imprensa que são mais detalhadas, sistemáticas e explícitas que o simples comentar ou dissecar o conteúdo das peças jornalísticas. Com particular importância para estudantes académicos com interesses na investigação sobre comunicação e media. 

 

GRADIVA. Terapia de David Lodge. Laurence Passmore é um bem sucedido guionista de uma série televisiva. Contudo Laurence tem uma auto-estima frágil sofrendo de angustias variadas, agravadas pelo interesse na filosofia existencialista de Kierkegaard. Recorrendo sistematicamente a terapias que vão deste a psicanálise à aromaterapia a cura para “os males dos tempos modernos” surge na forma mais inesperada. 

 

AMBAR. Vamos fazer Amigos de Adam Relf. A raposinha estava sozinha e queria um amigo para brincar. Então decide seguir o conselho da Mãe e sair para fazer um amigo. As coisas não correm como ela estava à espera, acontecem de forma muito melhor. E ela acaba por encontrar os melhores amigos que se pode desejar. Uma história para crianças que encanta os adultos. 

 

EDIÇÕES NOVA GAIA. Sara e Bernardo de M. Conceição Galveia Ferreira. Sara é rebelde, Bernardo é tímido têm ambos 12 anos e são sobredotados, ou seja têm capacidades acima da média numa determinada área. Ela é criativa no domínio das artes plásticas, ele tem uma notável inteligência cognitiva e vão ser protagonistas de uma aventura “extra-galáctica”. 

 

EUROPA-AMÉRICA. Amadeus - Vida de Mozart de Claudio Casini. No ano em que se comemora a passagem de 250 anos sobre a data do nascimento de Wolfgang Amadeus Mozart é uma excelente altura para conhecer melhor o compositor genial considerado para muitos o criador da música mais sublime de todos os tempos. 

 

MINERVA. Ausência de Paz Kardo. Ricardo Teixeira é o verdadeiro nome do autor, que usa Paz Kardo como um dos seus pseudónimos, e para quem «Uma caneta que não escreve é como uma voz que não fala». Em Ausência encontramos Sérgio Domingos de Oliveira, indivíduo cego de nascença, que após passar uma temporada num hospital psiquiátrico, “regressa ao mundo” para o deslumbrar com as suas obras de arte. As suas pinturas são reproduções perfeitas de uma realidade que ele nunca viu. 

 

BICO DE PENA. Vésperas de Adriana Lunardi. O que têm em comum Virginia Woolf, Dorothy Parker, Zelda Fitzgerald, Colette, Clarice Lispector, Katherine Mans-fiels, Sylvia Plath, Júlia da Costa e Ana Cristina César? São todas mulheres e escritoras a viver no fio da navalha, na sua solidão e determinação feitas de fragilidades e força.

 

DOM QUIXOTE. Mentira, de Enrique de Hériz. Prémio Libreter dos Livreiros de Barcelona e Catalunha e considerado um dos melhores romances espanhóis das últimas décadas este é um livro arrebatador sobre a credulidade, as relações humanas e as mentiras que as envolvem.
«Esta Mentira abre caminhos e abismos pelos quais só o romance pode transitar». Juan Marsé.

 

EDITORIAL ESTAMPA. A mão de Dante de Nick Tosches. Numa biblioteca do Vaticano, em lugar à muitos séculos escondido, surge um manuscrito de valor incalculável: A Divina Comédia de Dante, escrita pela mão do próprio autor.
Quando Tosches é chamado para reconhecer e autenticar o achado, enreda-se na mais perigosa aventura da sua vida, só comparável à missão titânica que setecentos anos atrás Dante levou a cabo para escrever aquela obra prima do conhecimento.

 


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