NANOTECNOLOGIAS
Aveiro com prémio

Sérgio Manuel de Sousa Pereira, investigador no Centro de Investigação em Materiais Cerâmicos e Compósitos Laboratório (Ciceco), associado da Universidade de Aveiro Ciceco, acaba de ser distinguido pela Fundação Calouste Gulbenkian com o Estímulo à Investigação 2006. O jovem investigador recebe assim um incentivo financeiro de 12 mil e 500 euros para desenvolver a sua investigação em torno da «Integração e manipulação à nanoescala de nanocristais coloidais em
heteroestruturas epitaxiais de baixa dimensionalidade opticamente activas».
Criar e investigar novas nanoestruturas multifuncionais que abrirão uma porta para uma melhor compreensão das unidades basilares de construção
nanotecnológica é o intuito da investigação de Sérgio Pereira, o qual espera dar um contributo para a área da Física da Matéria Condensada com implicações directas nas nanociências e nanotecnologias.
Actualmente já se consegue produzir nanocristais com características bem controladas tais como o tamanho, a forma e a estrutura cristalina. No entanto, como estas nanopartículas são extremamente pequenas (~1-30 nm), torna-se muito difícil investigá-las individualmente. Tipicamente o que se examina são conjuntos de muitos milhões destas estruturas mesoscópicas, o que naturalmente dificulta a sua caracterização e compreensão, visto que algumas das suas propriedades intrínsecas se esvanecem. Assim, um dos desafios que se coloca nesta área, e que se propõe ultrapassar com este trabalho, é a possibilidade de manipular e isolar nanopartículas de forma a poder estudá-las individualmente, ou em grupos pequenos.
O conceito inovador proposto para confinar espacialmente e isolar as nanoparticulas é relativamente simples: é quase uma espécie de “nano-golfe”, em que as nanoparticulas esféricas são as bolas e os pits funcionam como os buracos. Se fizermos rolar milhões de bolas de golfe por um campo de golfe inclinado, concerteza algumas ficarão, presas nos buracos. Sabendo a posição dos buracos, a localização das nanopartículas fica imediatamente definida. Assim não será necessário procurá-las por todo o campo.
Pode-se assim intuitivamente perceber que o que define o número de nanocristais dentro de cada pit, depende da relação de tamanhos (e formas) entre ambos. Ou seja, recorrendo à analogia do golfe, fica claro que quanto maior for o buraco (ou menor a bola) maior o numero de bolas que é possível confinar. Assim, projectando à nanoescala o tamanho dos nossos buracos e/ou o tamanho das nanoparticulas, podemos definir quantas caberão dentro de cada “armadilha” e assim estudar uma partícula isolada, ou conjunto de duas, três, ou n partículas.
Sérgio Pereira, 30 anos, é Investigador Auxiliar no Ciceco. Com um Pós-Doutoramento na área da Física da Matéria Condensada obtido como bolseiro da FCT, a desenvolver trabalho no Instituto Tecnológico Nuclear em Sacavém e no departamento de Física da UA, o investigador fez o seu doutoramento em parceria com a Universidade de Strathclyde em Glasgow no R.U., e licenciou-se em Engenharia Física na
UA.
As suas actividades de investigação têm estado essencialmente centradas na área da Física do Estado Sólido aplicada, nomeadamente no desenvolvimento de materiais semicondutores
nanoestruturados com aplicações na optoelectrónica. Grande parte das suas publicações está relacionada com propriedades nanoestruturais e ópticas de filmes ultra-finos e heteroestruturas quânticas. Actualmente, encontra-se a desenvolver investigação em parceria com alguns dos melhores grupos a nível mundial nas áreas da nanociência e nanotecnologia.
COIMBRA
Museu da Ciência
inaugurado
O Museu da Ciência, no espaço do anterior Laboratório Chimico, em Coimbra, é o novo espaço cultural onde é possível desenvolver um diálogo aberto sobre temas que se colocam na agenda pública, como os transgénicos, a utilização de células estaminais, o Protocolo de Quioto e os problemas que podem decorrer do efeito de estufa, entre muitos outros, num espaço dinâmico e aberto.
A ambição é a de difundir os conhecimentos científicos à sociedade, contribuindo para que os visitantes tomem consciência das relações entre os diversos ramos da ciência, bem como entre a ciência e a sociedade. Pretende-se, deste modo, criar um espaço de difusão das ciências para um vasto público, que inclui também as crianças, tanto em viagens de estudo como em visitas familiares.
O espaço foi inaugurado a 5 de Dezembro, numa cerimónia que contou com a presença do Reitor da Universidade de Coimbra, Fernando Seabra Santos, do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, e da Ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima.
Ao nível da organização, o Museu da Ciência conjuga dois elementos que, normalmente, aparecem separados: História e Ciência. Será, por isso uma experiência inovadora em termos nacionais e mesmo europeus. A este grande projecto juntam-se projectos de acesso digital a documentos e às colecções museológicas e de outras estruturas com potencial museológico, como a Biblioteca Joanina, a Biblioteca Geral, o Arquivo da Universidade, o Jardim Botânico e o Museu Académico.
De acordo com vários especialistas internacionais, a Universidade de Coimbra detém um espólio na área da museologia sem comparação no nosso país, que configura um museu de capacidade internacional, uma herança dos seus laboratórios experimentais do século XVIII que será agora reunida neste museu científico integrador, ao nível dos melhores existentes no mundo.
Distribuído por dois edifícios, o Museu avança em duas fases. A primeira fase, agora inaugurada, corresponde à operação de renovação do Laboratório Chimico, o primeiro edifício europeu concebido para laboratório. O facto de existirem hoje poucos locais universitários possuidores de testemunhos arquitectónicos do período pombalino, um dos mais importantes no desenvolvimento da investigação experimental, atesta o carácter excepcional deste espaço, que lhe confere uma importância semelhante à da Biblioteca Joanina. Nesta fase, as temáticas desenvolvidas na primeira exposição permanente do Museu decorrem do tema geral ‘Segredos da luz e da matéria’.
UNIVERSIDADE DE LISBOA
Aula Extra
A Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa celebrou a abertura do Ano Académico com a inauguração da exposição Aula Extra, a qual reúne obras de arte de antigos professores da Faculdade de Belas-Artes, seleccionadas pelos seus autores. A iniciativa visa marcar um encontro entre o passado desta Faculdade e a sua actualidade, resgatando a continuidade dum relacionamento e de vivências ao nível cultural e ao nível pedagógico.
A construção efémera especialmente concebida pelo Prof. Arquitecto Miguel Arruda para a Aula Extra, é um edifício ímpar no Mundo! Construída com esferovite no pátio da Cisterna, tem um peso negativo e condições técnicas e acústicas que lhe permitem controlar o peso, o ruído, a luz, a temperatura e a humidade ambiente.
A Aula Extra mostra António Vidigal, João Afra, José Cândido, Lagoa Henriques, Rocha de Sousa, Teixeira Lopes, Francisco Aquino, Joaquim Correia, José Carlos Miranda, Luis Filipe Abreu, Vítor Manaças, Hélder Batista, Jorge Pinheiro, Justino Alves, Marília Viegas e Soares Branco e decorre até 31 de Dezembro, de segunda a sábado, entre as 14 e as 19 horas. A entrada é livre e destina-se ao público em geral, com especial interesse para a comunidade académica, artistas e imprensa especializada.
UNIVERSIDADE DO ALGARVE
Imigração analisada
“Imigração, Integração e Diversidade: Que respostas Europeias?” foi o tema do debate realizado este mês na Universidade do Algarve, o qual decorreu no âmbito do II Debate Nacional: o Futuro da Europa e foi organizado pelo Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais (IEEI) e pelo Centro de Documentação Europeia (CDE) da Universidade do Algarve.
O II Debate Nacional sobre o futuro da Europa é uma iniciativa de discussão pública sobre a actualidade europeia. Segundo uma lógica de parceria e de descentralização, terão lugar uma série de manifestações em diversos pontos do país, dirigidas a todos os interessados na temática. Mais do que um exercício de informação e divulgação, o II Debate Nacional tem como objectivo conhecer o estado do debate europeu em Portugal, pela auscultação das posições e expectativas de diversos sectores da sociedade portuguesa.
O debate teve a participação de alunos da Universidade, nomeadamente dos cursos de Economia, Sociologia e Educação e Intervenção Comunitária.
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