Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano IX    Nº102    Agosto 2006

Motor

QUATRO RODAS

Continuamos a 100 à hora

Na passada semana tive de efectuar uma deslocação para norte. Nesta viagem normalmente utilizo o IC8 combinado com a A1 a partir de Condeixa, mas ultimamente tenho feito a A23 e a A1, que apesar de ser um percurso com mais 60 quilómetros e ter o custo das portagens, compensa em tempo e comodidade. Aquelas povoações que temos de atravessar entre Avelar e Condeixa, põem os nervos em pé a qualquer um, e andar a 50 Km/h numa viagem interurbana já não se usa, daí a opção de ir sempre por auto estrada.

Recebi pois com muito agrado a notícia de que a A25 estava quase pronta, faltando apenas uns 35 quilómetros para se completar. Pelas minhas contas iria poupar em quilómetros e sobretudo em portagens. Lá fui então, para o meu destino que era Aveiro. Realmente fiz uma viagem muito descansada chegando meia hora mais cedo que o previsto, com o carro quase sempre a 120 Kms/h e com transito fluido, mesmo no troço do antigo IP5 que ainda é utilizado.

Após um longo dia de trabalho, já um pouco relaxado, voltei pelo mesmo percurso, desta vez disposto a usufruir ainda mais a nova Auto-estrada. Depois de ter passado Viseu em direcção à Guarda, coloquei novamente o carro na velocidade de cruzeiro de 120 Kms/h, que é a velocidade máxima permitida nas Auto-estradas portuguesas.

De repente olho para o sinal na berma da estrada, que indica a velocidade máxima e vejo 100… será que vi bem? 100 Kms/h numa Auto-estrada acabadinha de “inaugurar”?

Bom… como acabei de sair de um troço em obras deve ser essa a razão da baixa velocidade permitida… lá mais para a frente deve passar a 120, pensei eu. Decidi então esperar que me aparecesse outro sinal a indicar a velocidade máxima antes de voltar aos 120 Kms/h. Para minha surpresa continuava a aparecer 100. Esperei pelo próximo e lá continuava 100, e assim sucessivamente até à Guarda. 

Meus amigos, todo o encanto da minha viagem se foi desvanecendo à medida que verificava que a velocidade permitida não deixava de ser 100 Kms/h. Alguém me pode explicar porque é que uma Auto-estrada recentemente inaugurada, e que custou milhões de Euros a todos nós, tem um limite de velocidade de 100 Kms/h. Para andar a 100 bastava o antigo IP5. Admito que esta limitação seja por razões de segurança, mas com tanto dinheiro deviam ter construído uma estrada segura para a velocidade de 120 Kms/h. Esta A25 fez-se por causa da sinistralidade do antigo IP5, não é pois bom augúrio o que se está a passar. Temos uma Auto-estrada novinha a já se considera perigosa? Quem é o responsável por este atentado aos automobilistas? Não se esqueçam que o automóvel, é um dos maiores contribuintes para o OGE, o imposto dos combustíveis, o imposto de circulação, o IA o IVA, e certamente outros que não conheço. Hoje em dia as distâncias já não se medem em quilómetros, mas sim em minutos, revejam lá esta situação e ponham o limite da A25 a 120 Km/h, ou que alguém nos explique porque é apenas 100 Kms/h.

Paulo Almeida


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