Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano IX    Nº98    Abril 2006

Cultura

GENTE & LIVROS

Arthur Golden

«Durante os primeiros dias naquele estranho lugar, não creio que pudesse ter-me sentido pior do que se tivesse perdido os braços e as pernas, em vez da minha família e da minha casa. Não tinha dúvidas de que a vida nunca mais voltaria a ser a mesma. Tudo aquilo em que podia pensar era sobre a minha confusão e infelicidade; e perguntava-me dia após dia quando voltaria a ver Satsu outra vez. Estava sem o meu pai, sem a minha mãe - e até sem a roupa que sempre tinha usado. Porém, de alguma maneira, o que mais me espantava, depois de terem passado uma semana ou duas, era que tinha de facto sobrevivido. (...)»

In Memórias de uma Gueixa


Filho e neto de jornalistas - o pai, Ben Hale Golden, e a mãe, Ruth Holmberg eram editores do Chattanooga Times, o avô, Adolph S. Ochs, editor do New York Times - Arthur Golden nasceu em 1956 em Chattanooga, no Tennessee.

Formou-se em História da Arte em Harvard, no ano de 1978, especializando-se em arte japonesa. A História Japonesa é o tema do mestrado que termina em 1980, na Universidade de Colúmbia; aí aprende chinês-mandarim. Após passar um Verão na Universidade de Pequim, vai trabalhar para uma revista em Tóquio.

No Japão conhece um jovem, filho de um famoso homem de negócios e de uma gueixa, que apesar de nunca falar da família, lhe dá o impulso inicial para um romance que começa a escrever antes de regressar aos Estados Unidos. No romance imaginava a infância desse jovem, mas a pouco e pouco o interesse pela figura da mãe cresce e decide escrever um livro sobre uma gueixa. Já se preparava para rever o seu manuscrito de 800 páginas, quando uma velha amiga da família lhe apresenta Mineko Iwasaki, uma das mais famosas gueixas de Gion Kobu, nas décadas de 60 e 70. Durante o mês de Maio de 1992, Mineko recebe o escritor em sua casa, em Kioto, e fala-lhe sobre a existência das gueixas, do distrito de Gyon, em Kioto.

Arthur Golden põe de parte 800 páginas e lança-se num novo guião. Memórias de Uma Gueixa é publicado em 1997 e torna-se imediatamente um sucesso editorial. Permanece dois anos na lista dos bestsellers do New York Times, vende mais de 4 milhões de cópias só em Inglaterra e é traduzido para 13 países.

Em 2005 o realizador Rob Marshall leva Memórias de uma Gueixa para o cinema e também na tela a história se traduz num êxito.

O escritor ensina escrita criativa e literatura, e vive em Massachusetts com a mulher Trudy Legee e os dois filhos.

Memórias de uma Gueixa. Chiyo era uma menina de nove anos quando foi arrancada da casa dos pais, - a «casinha bêbeda» como ela lhe chamava, pois erguia-se num rochedo onde o vento e o mar sempre sopravam - numa pequena vila de pescadores, para ir viver para Gion, numa okiya - casa de gueixas. Para trás deixava a sua vida inocente como Chiyo, agora era Sayuri e começava a sua dura aprendizagem, até se tornar uma das mais famosas gueixas do Japão, dos anos 30?

Página coordenada por
Eugénia Sousa

 

 

 

LIVROS

Novidades literárias

CAMPO DAS LETRAS. Introdução aos Media, de Jérôme Bourdon. Os media ocupam hoje um lugar de destaque nas sociedades modernas. Apelidados como o “quarto contrapoder” e até como “segundo poder”, o autor escreveu um livro imprescindível para a sua compreensão. Na fronteira entre a ciência política, a sociologia, a psicologia social e a semiótica, o universo dos media é apresentado de uma forma clara e acessível. 

MINERVA. O Passo Seguinte, de Fernando Morgado de Andrade. Um indivíduo move-se e adapta-se numa sociedade salazarista. Salazar fala de democracia, mas a democracia é um fantasma tão irreal como a Oposição, que não tem voz. Seguem-se os tempos de mudança: dias agitados do século XX, a campanha de Humberto Delgado, o boom dos anos 60, a Guerra Colonial, a esperança do 25 de Abril, o desencanto seguinte. Para o “nosso homem”, a última esperança só vivia na mulher que amou. 

ESTAMPA. As Cortesãs, de Paul Tournier. Qual o papel que desempenharam as cortesãs na história? Em que medida exerceram a sua influência sobre personalidades históricas? Até que ponto, na história da actualidade, está ainda presente a sua acção? 
Este livro vem dar resposta a muitas interrogações que se colocam acerca destas mulheres, apelidadas muitas vezes de libertinas, licenciosas e ambiciosas mas que ocuparam um lugar fundamental, no curso da história, tanto para o melhor como para o pior.

EUROPA-AMÉRICA. Tratado do Requinte, de Malek Chebel. Aqui se fala, de e com requinte, da arte de bem viver na civilização árabe, espelhando com mestria uma certa camada da sociedade que se dedicava de igual modo à filosofia, à moral, ao desporto, à gastronomia, ao ócio, à amizade feliz, e que não esquecia os prazeres proibidos. Mas após o esplendor sucede a inevitável queda, ao período áureo de elegância e requinte, onde se movia uma sociedade ociosa e rica, os palácios ficam “vazios”, por afectações e maneirismos. 

EUROPA-AMÉRICA. A Dança das Areias - um relato de Bruce Kirby, dos documentários da National Geographic. No Inverno de 1999, durante 40 dias e 40 noites, Bruce Kirkby, Jamie e Leigh Clarke, três aventureiros canadianos, em conjunto com três beduínos omanitas, viajaram de camelo pelo grande deserto do Sul da Arábia - o lendário Quadrante Vazio. Foram 1200 quilómetros de vastidão desértica e quase inexplorada, com dunas de areia que se elevam a mais de 300 metros de altura, para uma aventura inesquecível. 

PRESENÇA. Scriptum - O Manuscrito Secreto, de Raymond Khoury. No Ano da Graça de 1291, o reino de Jerusalém caía às mãos dos Muçulmanos. Os Cavaleiros do Templo abandonavam Acre, levando consigo um cofre misterioso que lhes tinha sido entregue pelo mestre da Ordem, pouco tempo antes de morrer. Séculos depois o Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque prepara-se para inaugurar uma Exposição com os tesouros do Vaticano, quando quatro cavaleiros, ostentando as insígnias dos Templários, invadem o lugar, iniciando uma nova demanda, agora pela posse do maior segredo da Humanidade. Um agente do FBI e uma arqueóloga, não vão descansar, até que a verdade seja revelada.

AMBAR. Tenho em Casa um Gatinho, de José Jorge Letria, com ilustrações de Catarina Cardoso, é uma história infantil, contada com muita ternura, como são todas as histórias do autor. De quadra em quadra vamos conhecendo o gatinho cor de mel, que saiu do frio das ruas e ganhou um lugar na casa do narrador, que nos diz: «Tenho em casa um gatinho/ que junto a mim tem abrigo/ posso dar-lhe qualquer nome / mas vou só chamar-lhe amigo».

GATAfunho. Maria na Sombra do Leão, de Jerry Piasecki. Com prefácio de Kofi A. Annan, secretário-geral da ONU, este é um livro comovente que fala da história de Maria, que no dia do seu 13 aniversário assiste à destruição da sua aldeia, por um conflito armado, entre forças governamentais e forças rebeldes. Maria é uma menina, como muitos outros meninos em África, que um dia, sem nada de bom que o justifique, vêem o seu mundo destruído e a felicidade partir para um lugar demasiado distante. Para recordar a mensagem de Kofi A, Annan «(...) Eu espero que a tua geração seja a primeira a tomar uma posição contra a maldade, a injustiça, o ódio e a indiferença, e espero que declare numa só voz: basta e nunca mais».

PIAGET. As Sentenças do Gafanhoto Saltitão de Henrique Madeira. Desde os tempos de La Fontaine que a cigarra e a formiga não se entendem. A formiga acusa a cigarra de preguiçosa chamando-lhe: «a inútil da Cigarra, corpinho bem feito», a Cigarra retalia: «triste da Formiga sem-cantiga...». Para resolver tão longa contenda será preciso recorrer às sentenças do juiz, o Gafanhoto Saltitão. Nesta obra de teatro para os mais pequenos, o autor fala da importância de se respeitaram as diferenças, e do valor do trabalho, e coloca um fim à luta entre formigas e cigarras.

DOM QUIXOTE. O Meu Primeiro Mozart, de Rosa Salvado Mesquita, com narração de António Cartaxo e ilustrações de Pedro Machado. Era uma vez um menino chamado Wolfang Amadeus Mozart, que nasceu em 1750, numa terra chamada Salzburgo, na Áustria. O menino era um pouco diferente das outras crianças porque tinha um dom muito especial, o de transformar o mundo em sons magníficos. A autora conta, de uma forma poética, como foi a vida do genial músico. Apoiado por bonitas aguarelas e um CD com excertos de obras de Mozart, este é um livro tão especial, como a personagem que o inspirou.

DOM QUIXOTE. O Quadro Que Não Quer Acabar, de Celeste Maia. O Nicolas e a Katia pediram à avó que lhes pintasse um quadro para uma parede nua do quarto. O que não imaginavam é que o quadro haveria de mudar todos os dias e os conduziria a aventuras no fundo do mar, visitas a polvos bailarinos, encontros com estranhas criaturas de cabeça de nabo ou brincadeiras com macacos. Enquanto o quadro não quiser acabar, as aventuras destes irmãos não param. 

LUA DE PAPEL. No mês de Abril chegam às livrarias os primeiros títulos publicados por esta editora. Lua de Papel é uma nova chancela editorial da ASA Editores, mas com uma filosofia diferente. Publica quase na exclusividade obras de não ficção, dentro de áreas onde a ASA tem pouca expressão, como seja desenvolvimento pessoal, finanças, corpo e mente, sexo, família, relações amorosas, religião e espiritualidade, numa média de 3 livros por mês. Fazemos votos para que fiquem connosco, por muitas e muitas luas.

 


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