Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano VIII    Nº91    Setembro 2005

Entrevista

PEDRO GRANGER, O ACTOR EM ENTREVISTA

"Ídolos do público feminino? Eu?"

Aos 26 anos, Pedro Granger é já um actor com créditos firmados no Teatro, no Cinema e na Televisão. Admite que se perdeu um «bom advogado», mas a «paixão de representar» falou mais alto. O apresentador dos «Ídolos» afirma não gostar de pessoas «armadas ao pingarelho» e confessa o seu fascínio por Nova Iorque, cidade que, contudo, não trocaria pela «sua» Lisboa.


Começou muito cedo a carreira artística e com apenas 19 anos estreou-se na televisão com a «Lenda da Garça». Sente-se realizado, apesar de ainda tão jovem?

Ainda só passaram 7 ou 8 anos desde que comecei. Creio que tenho um percurso engraçado em que tive oportunidades de ter várias experiências, todas elas positivas, no Teatro, Cinema e Televisão. 


Em quais destes meios se sente mais à vontade?

Definitivamente sinto-me como peixe na água a representar. Confesso que é nesta vertente que me sinto realizado a cem por cento. É a minha paixão. Mas também gosto imenso de escrever e de ler matérias relacionadas com a Política e o Direito, curso que frequentei na Universidade Nova de Lisboa. 


Gostou da experiência universitária?

Eu pertenço à primeira fornada de alunos aquando da abertura do curso de Direito na Universidade Nova e devo elogiar o carácter inovador do mesmo, os professores (um deles o professor Freitas do Amaral) e tudo aquilo que me ensinaram na minha permanência lá. Depois surgiram outros apelos vindos do mundo do espectáculo e acabei por cumprir apenas um ano e meio do curso.


Numa altura em que as universidades e o nível de ensino é tão criticado, pensa que a Universidade de Lisboa é uma excepção?

Não gostaria de generalizar, mas quem disser que o curso de Direito da Nova é mau está a mentir. Prova disso é que a maioria dos licenciados que de lá saem são brilhantes advogados que se encaixaram imediatamente em escritórios de topo.


Pensa que se perdeu um bom advogado e ganhou-se um bom actor?

Talvez. Acho que tinha jeito para a advocacia. Quanto a se ter ganho um bom actor não gosto de me auto-avaliar, prefiro que seja o público a fazê-lo.


Como é que qualificaria em matéria de valores a geração actual?

Bons, maus e péssimos existem em qualquer lado. Esta geração tem virtudes e defeitos, como todas as anteriores tiveram, talvez apenas com a diferença que se depara com novos desafios: a globalização, a competitividade e a lógica do facilitismo. Não é positivo generalizar. Confesso é que não gosto de pessoas armadas ao pingarelho...


Acha que é um ídolo para o público feminino?

Ídolo? eu? Faço tranquilamente o meu trabalho. O público é o meu patrão.


Recebe habitualmente muitas cartas?

Tem fases. Depende dos programas que esteja a fazer. Normalmente se estou nalguma novela o número de solicitações aumenta e o «feedback» do meu trabalho também.


Como é que lida com a exposição mediática?

Procuro ser simpático e atencioso para com as pessoas que me procuram e vêm ao meu encontro, tenho até alguns episódios de abordagens giras, mas prezo muito a minha privacidade. 


Sei que é um apaixonado pelos Estados Unidos, nomeadamente por Nova Iorque. O que é que recolheu de ensinamentos nos meses que esteve a estudar numa famosa academia?

Foi uma experiência muito enriquecedora do ponto de vista profissional e humano. Com a particularidade acrescida de Nova Iorque ser o centro do mundo e um pólo cultural único, onde se fundem culturas muito diferentes da europeia. 


Deixaria Lisboa para morar definitivamente em Nova Iorque?

Não troco Lisboa por nada. Sou um «alfacinha» de gema e adoro a minha cidade. Mas Nova Iorque é um sítio onde me sinto particularmente bem – de que desfrutei especialmente durante os sete meses que estive na academia – e gosto tanto que para a semana lá voltarei.


Acaba de concluir a dobragem de vozes do filme de animação, «Valiant – Os bravos do pombal». É um trabalho que lhe dá gozo fazer?

É o terceiro filme do género que dobro durante este ano. Gosto bastante, mas sinto que tenho ainda muito para aprender.


Pensa que seria desejável a dobragem de todos os filmes de língua estrangeira para português?

No universo dos filmes e produtos infantis faz todo o sentido que se faça a dobragem, mas já não concordo que se dobre, por exemplo, o Al Pacino, ou outro qualquer, de inglês para português.


Nuno Dias da Silva

 


Visualização 800x600 - Internet Explorer 5.0 ou superior

©2002 RVJ Editores, Lda.  -  webmaster@rvj.pt