PEDRO GRANGER, O ACTOR EM
ENTREVISTA
"Ídolos do
público feminino? Eu?"
Aos 26 anos, Pedro Granger é já um actor com créditos firmados no Teatro, no Cinema e na Televisão. Admite que se perdeu um «bom advogado», mas a «paixão de representar» falou mais alto. O apresentador dos «Ídolos» afirma não gostar de pessoas «armadas ao
pingarelho» e confessa o seu fascínio por Nova Iorque, cidade que, contudo, não trocaria pela «sua» Lisboa.
Começou muito cedo a carreira artística e com apenas 19 anos estreou-se na televisão com a «Lenda da Garça». Sente-se realizado, apesar de ainda tão jovem?
Ainda só passaram 7 ou 8 anos desde que comecei. Creio que tenho um percurso engraçado em que tive oportunidades de ter várias experiências, todas elas positivas, no Teatro, Cinema e Televisão.
Em quais destes meios se sente mais à vontade?
Definitivamente sinto-me como peixe na água a representar. Confesso que é nesta vertente que me sinto realizado a cem por cento. É a minha paixão. Mas também gosto imenso de escrever e de ler matérias relacionadas com a Política e o Direito, curso que frequentei na Universidade Nova de Lisboa.
Gostou da experiência universitária?
Eu pertenço à primeira fornada de alunos aquando da abertura do curso de Direito na Universidade Nova e devo elogiar o carácter inovador do mesmo, os professores (um deles o professor Freitas do Amaral) e tudo aquilo que me ensinaram na minha permanência lá. Depois surgiram outros apelos vindos do mundo do espectáculo e acabei por cumprir apenas um ano e meio do curso.
Numa altura em que as universidades e o nível de ensino é tão criticado, pensa que a Universidade de Lisboa é uma excepção?
Não gostaria de generalizar, mas quem disser que o curso de Direito da Nova é mau está a mentir. Prova disso é que a maioria dos licenciados que de lá saem são brilhantes advogados que se encaixaram imediatamente em escritórios de topo.
Pensa que se perdeu um bom advogado e ganhou-se um bom actor?
Talvez. Acho que tinha jeito para a advocacia. Quanto a se ter ganho um bom actor não gosto de me auto-avaliar, prefiro que seja o público a fazê-lo.
Como é que qualificaria em matéria de valores a geração actual?
Bons, maus e péssimos existem em qualquer lado. Esta geração tem virtudes e defeitos, como todas as anteriores tiveram, talvez apenas com a diferença que se depara com novos desafios: a globalização, a competitividade e a lógica do facilitismo. Não é positivo generalizar. Confesso é que não gosto de pessoas armadas ao
pingarelho...
Acha que é um ídolo para o público feminino?
Ídolo? eu? Faço tranquilamente o meu trabalho. O público é o meu patrão.
Recebe habitualmente muitas cartas?
Tem fases. Depende dos programas que esteja a fazer. Normalmente se estou nalguma novela o número de solicitações aumenta e o «feedback» do meu trabalho também.
Como é que lida com a exposição mediática?
Procuro ser simpático e atencioso para com as pessoas que me procuram e vêm ao meu encontro, tenho até alguns episódios de abordagens giras, mas prezo muito a minha privacidade.
Sei que é um apaixonado pelos Estados Unidos, nomeadamente por Nova Iorque. O que é que recolheu de ensinamentos nos meses que esteve a estudar numa famosa academia?
Foi uma experiência muito enriquecedora do ponto de vista profissional e humano. Com a particularidade acrescida de Nova Iorque ser o centro do mundo e um pólo cultural único, onde se fundem culturas muito diferentes da europeia.
Deixaria Lisboa para morar definitivamente em Nova Iorque?
Não troco Lisboa por nada. Sou um «alfacinha» de gema e adoro a minha cidade. Mas Nova Iorque é um sítio onde me sinto particularmente bem – de que desfrutei especialmente durante os sete meses que estive na academia – e gosto tanto que para a semana lá voltarei.
Acaba de concluir a dobragem de vozes do filme de animação, «Valiant – Os bravos do pombal». É um trabalho que lhe dá gozo fazer?
É o terceiro filme do género que dobro durante este ano. Gosto bastante, mas sinto que tenho ainda muito para aprender.
Pensa que seria desejável a dobragem de todos os filmes de língua estrangeira para português?
No universo dos filmes e produtos infantis faz todo o sentido que se faça a dobragem, mas já não concordo que se dobre, por exemplo, o Al Pacino, ou outro qualquer, de inglês para português.
Nuno Dias da Silva
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