Os estilistas do
Desfile

KATTY XIOMARA
Com um estilo urbano e descomprometido, KATTY XIOMARA tem vindo a afirmar a sua marca no mercado, desde 1997.
A sua carreira tem sido pontuada por participações em concursos de design, colaborações com empresas têxteis para as quais desenha colecções (Ramirez e Raul, Valindo, Fernando Valente & Cª, TRL – Têxteis em rede, Lda.) ou uniformes (Facies, LusoLook) e com o CITEX, escola em que se formou em Design de Moda e onde lecciona actualmente uma disciplina.
DINO ALVES
O enfant-terrible da Moda portuguesa nasceu em Arcos, Anadia, em 1967. Fez a sua formação em Pintura na Escola Superior Artística do Porto e posteriormente um curso profissional de fotografia no
INEF.
Depois de uma passagem pela Cinemateca Portuguesa, faz uma primeira apresentação nas “Manobras de Maio de 1994 e inicia colaborações para figurinos de teatro.
Para além de participar em diversos acontecimentos de moda nacionais, cria a mise-en scène para quatro desfiles de Ana Salazar e inicia as suas apresentações regulares na
MODALISBOA.
ALEXANDRA MOURA
Natural de Lisboa, onde nasceu em 1973, forma-se no IADE, especializando-se posteriormente em Projectos de Design de Moda.
Entre as suas participações em diversos acontecimentos de moda, das Manobras de Maio ao Portugal Fashion 97, com passagens pelas Mostras de Jovens Criadores, representando Portugal na 1a. Bienal de Jovens Criadores dos Países Lusófonos, Alexandra Moura colabora nos gabinetes de design de Ana Salazar e José António
Tenente.

FILIPE MORENO, ALUNO DO
3º ANO
Uma moda hippie
Um coordenado em tons de castanho inspirado no movimento hippie é a proposta que Filipe Moreno, aluno do 3º Ano, vai apresentar no desfile de moda da Escola Superior de Artes Aplicadas (Esart), um evento que o jovem de Évora espera estar, pelo menos, ao nível do ano passado, em que “tudo foi óptimo, desde o público até toda a estrutura envolvente”.
É que o espectáculo que já marca a cultura da cidade e da região, tem vindo a melhorar na opinião do estudante, nomeadamente em termos de espaço, do cenário e dos modelos. A melhoria constitui uma mais valia para os formados da escola, alguns dos quais escolheram Castelo Branco como primeira opção, como foi o seu caso, e depressa se adaptaram à cidade.
Hoje, três anos depois de ter iniciado a formação na Esart considera que o curso “é interessante e tem vindo a melhorar bastante”, pelo que dá um destaque especial à possibilidade de realizar estágios já a partir do próximo ano lectivo, algo que “poderá permitir fazer a ligação entre aquilo que aprendemos na escola e o mundo do trabalho”.
E se o curso e a escola têm vindo a melhorar ao longo dos anos que está na cidade albicastrense, também os projectos de vida começam a ganhar forma. Para já, o jovem de 22 anos não esconde que “o futuro é completamente incerto”, mas afirma que “gostava de trabalhar no design de colecção”. Se isso for possível, dá-se por satisfeito, pois não tem como objectivo “chegar ao mais alto nível”, mas sim “poder continuar a trabalhar no mundo da moda”.

GISELA RAMALHO, ALUNA DO
5º ANO
Estágio em Lisboa

Gisela Ramalho, aluna do 5º Ano da Esart está a frequentar, desde Abril, um estágio de três meses no atelier do estilista Luis Buchinho, em Lisboa, estágio esse que está a ser “muito proveitoso”, pois está “a aprender bastante”, sobretudo em termos de trabalho prático.
Ainda assim, esta aprendizagem não será utilizada para os trabalhos que apresenta no desfile, dado que o trabalho já estava feito. “É um trabalho baseado nas flores, na visão dos humanos enquanto flores e da flor como um ser superior que permite a união entre povos, culturas, mundos, algo espiritual e terrestre”. Cada aluno poderá apresentar até 10 coordenados, mas a aluna, ainda não tem a certeza do número de trabalhos a apresentar, nem dos modelos.
Lisboeta de nascimento mas residente em Castelo de Vide, aos 24 anos, garante que a escolha do curso foi a primeira opção e Castelo Branco foi a oportunidade que lhe surgiu de o fazer. Na altura foi das primeiras alunas a entrar no então recém criado curso, o qual considera que “agora está muito melhor que no início, tal como acontece com a escola, a qual vai melhorar ainda mais”, algo que garante “estabilidade aos alunos que vêm”.
Já no seu caso pessoal, em termos de futuro, pretende ir estagiar para o estrangeiro. “Esse será o primeiro objectivo logo que acabe o curso. Depois pretendo trabalhar com algum estilista ou em alguma empresa, que me permita ganhar mais experiência”, refere, embora não ponha de parte a possibilidade de “criar uma pequena empresa, com apoios”.

EDUARDO MARTINS, ALUNO DO
4º ANO
A caminho de Londres

Eduardo Martins, 22 anos, natural da margem sul, está a estagiar no atelier do estilista Dino Alves, em Lisboa, desde o início de Maio, um trabalho de onde destaca “a possibilidade de aprender algo que a escola não pode proporcionar, designadamente o conhecimento de profissionais e a possibilidade de desenvolver um trabalho que tem uma aplicação efectiva”.
Esta é também uma oportunidade de aplicar a criatividade, tal como aconteceu com o desfile de Castelo Branco, no qual vai apresentar cinco coordenados de homem, numa lógica de street wear, “inspirado em personagens criadas numa lógica de banda desenhada, jogos e animação japonesa”. Em termos de padrões, as suas propostas recorrem ao xadrez e às gangas, bonbazines e malhas.
Em termos de espectáculo, olhando aos dos anos anteriores, destaca a “boa organização e o local bem escolhido”, o que lhe dá boas perspectivas para este ano. É que, em termos pessoais, tem sempre uma grande preocupação em melhorar. Em relação à Esart, por exemplo, considera que é importante renovar mentalidades, melhorar programas, de modo a preparar ainda melhor os alunos.
Ciente que nenhuma escola é perfeita, destaca que a juventude da Esart permite a plasticidade necessária à melhoria, sendo fundamental que o rumo esteja definido. No seu caso concreto, também jovem, já tem algumas ideias claras em relação ao futuro. “Não ambiciono ter uma marca própria, mas gostava de trabalhar com uma equipa, dentro da produção de moda”, algo que quer fazer “fora do país, em Londres”.

EDGAR SILVA
O homem da imagem

“Para produzir a imagem do simpósio, baseei-me no requinte e no glamour. Tentei, através dos sapatos, que é uma coisa que identifica muito uma pessoa, dar a ideia do requinte”. A opinião é de Edgar Silva, de 22 anos, aluno do 4º Ano de Design Gráfico, natural da Guarda, que viu a sua proposta ser escolhida para dar imagem à IV edição do Simpósio da Moda e do Têxtil.
A imagem assenta ainda no brilho e nas cores vivas, “para dar a simbologia da cor e do Verão, pois apesar de serem cores frias, remetem para o Verão”. Em sintonia com a ideia espera ter a música e a moda, pois as três áreas “estão muito relacionadas”, como constatou no desfile do ano passado, de onde guardou a ideia que agora deu lugar ao conceito.
Para a produção do trabalho conta também a experiência e os conhecimentos adquiridos ao longo de um curso a que chegou em primeira opção. “Não estou arrependido com a opção, pois o curso deu os seus frutos”, refere, uma vez que “há uma boa relação com o mundo do trabalho”, como constata no estágio de dois meses que desenvolve actualmente no atelier Maurício Vieira.
Em termos de futuro, as perspectivas não estão muito claras, mas gostava de continuar a trabalhar na área, pois confia na criatividade e na sua capacidade de investigar, de modo a potenciar a imaginação. “Para cada trabalho é preciso fazer uma pesquisa e saber tudo aquilo que rodeia o evento que estamos a abordar. Há um trabalho que não se vê”.
Em relação à Esart destaca a facilidade de comunicação entre alunos e professores, pelo que a aconselha a outros colegas, até porque as infra-estruturas têm vindo a melhorar ao longo dos anos.

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