ESE DE CASTELO BRANCO
Net vai às escolas
A Escola Superior de Educação é a primeira instituição nacional a arrancar, este ano lectivo, com o programa Internet@eb1. Uma iniciativa que pretende levar a internet e a informática a 199 escolas do Distrito, num universo de 7200 alunos. A garantia foi dada por Ernesto Candeias Martins, sub-director da ESE e coordenador do programa.
De acordo com Ernesto Candeias Martins, a “ESE de Castelo Branco é a primeira instituição a arrancar, este ano, com o programa”. A equipa é composta por 15 elementos, sendo um dos quais técnico especializado, e vários colaboradores. O programa desenvolve-se a vários níveis e cada uma das 466 turmas abrangidas vão ser visitadas quatro vezes por um elemento da equipa. “A ideia é que ao nível dos 1º e 2º anos seja desenvolvido um plano mais básico, que passa por dar a conhecer o computador às crianças, ensinar-lhes a fazer textos e a navegar na
Internet”, explica o sub-director da ESE. Para os 3 e 4º anos o objectivo é mais ambicioso “e passa por capacitar os alunos para elaborarem e actualizarem páginas de
Internet, pesquisar páginas educativas e desenvolver temas, como por exemplo a água, a terra ou a madeira”, acrescenta.
O programa pretende desenvolver outras mais abrangentes. “O nosso plano envolve a criação de oficinas de formação a professores, funcionários e pais no âmbito das TIC. Além disso, vamos promover fóruns na net, para que os professores e os alunos possam comunicar entre eles e entre as diferentes escolas”.
O balanço dos anos anteriores da iniciativa é muito positivo, pelo que o desenvolvimento do programa é aguardado com grande expectativa. “Os alunos gostam muito, embora ainda nem todos consigam actualizar a net”, adianta. Outra das propostas para este ano passa por “fazer os dias abertos nas escolas, onde os alunos farão um exame para lhes ser atribuído um diploma de competências, e onde serão promovidos jogos didácticos, numa iniciativa aberta a toda a família”.
O arranque da edição deste ano do programa Internet@eb1 esteve em risco. Ernesto Candeias Martins lembra que “as Escolas Superiores de Educação e as Universidades fizeram um abaixo assinado a salientar a importância do programa. A nova ministra da tutela acabou por dar luz verde à candidatura e assim foi possível arrancarmos com a iniciativa”, explica.
POLITÉCNICO DE CASTELO
BRANCO
Investigação
aplicada
O Politécnico de Castelo Branco vai fazer investigação aplicada às empresas da região, para inovar ao nível da tecnologia, produtos, processos de fabrico, marketing, entre outros. O trabalho está a ser planeado em parceria com a Câmara, empresários e centros tecnológicos, de modo a criar uma estrutura moderna, à semelhança do que acontece em países desenvolvidos, como é o caso da Finlândia.
Esta estratégia visa responder a necessidades da economia do conhecimento, a qual obriga a que as empresas trabalhem em permanência no desenvolvimento de novos produtos, na melhoria de processos de produção e na renovação de tecnologias. Como na sua grande maioria não têm meios para possuírem estruturas internas que agilizem estes processos, recorrem a parcerias com centros tecnológicos e instituições de ensino superior. É aí que o Politécnico pretende actuar, pois dispõe de técnicos que poderão desenvolver investigação aplicada e propor soluções.
Para já vai proceder ao levantamento do potencial científico da instituição, no sentido de definir as áreas em que poderá desenvolver investigação aplicada. A partir daí, uma empresa que necessite de desenvolver um novo produto, de aperfeiçoar uma tecnologia de fabrico, de melhorar a gestão ou desenvolver uma estratégia de marketing, conta com um parceiro local, evitando o recurso a entidades exteriores.
Este é o processo normal em países desenvolvidos, como é o caso da cidade de Tampere, na Finlândia, terra natal da Nokia, onde as empresas têxteis e de metalomecânica que entraram em colapso no final dos anos 80, foram rapidamente reconvertidas para empresas de base tecnológica, num processo apoiado por universidades clássicas e politécnicas, centros tecnológicos, dirigentes políticos locais e entidades financeiras.
“Podemos dizer que Tampere é uma verdadeira fábrica de inovação”, refere Domingos Santos, responsável do Centro de Estudos de Desenvolvimento Regional do Politécnico de Castelo Branco, que representou a instituição numa missão enviada àquela cidade finlandesa, organizada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro
(CCDRC).
Na missão, de cerca de 20 académicos, empresários, autarcas e políticos portugueses, esteve ainda o presidente da Câmara de Castelo Branco, Joaquim Morão. “Esta foi das viagens mais enriquecedoras que tive. Sem dúvida que temos de ir ali beber experiências para projectarmos o futuro da nossa terra, o qual tem de passar por empresas de base tecnológica”, adianta.
MOMENTO. A missão aconteceu no final de 2004 e não poderia chegar em melhor altura para Castelo Branco, uma vez que a área de expansão da zona industrial está concluída e vem aí o Centro Tecnológico Agro-alimentar, que poderá desempenhar trabalho noutras áreas, como na do frio. Reuniram-se assim as condições para que a Câmara e o Politécnico definissem uma nova estratégia de desenvolvimento industrial, que passa desde logo pela promoção da zona industrial, a qual vai acontecer junto das principais vias de comunicação.
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