GENTE & LIVROS
Alexandre O'Neill
"Amigo
Mal nos conhecemos/Inaugurámos a palavra «amigo».
«Amigo» é um sorriso/De boca em boca,/Um olhar bem limpo,/ Uma casa, mesmo modesta, que se oferece, /Um coração pronto a pulsar/Na nossa mão!
«Amigo» (recordem, vocês aí,/Escrupulosos detritos?)/«Amigo» é o contrário de inimigo!/«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,/É a verdade partilhada, praticada.
«Amigo» é a solidão derrotada!
«Amigo» é uma grande tarefa,/ Um trabalho sem fim,/Um espaço útil, um tempo fértil,/
Amigo vai ser, é já uma grande festa!
In No Reino da Dinamarca
Alexandre Manuel Vahia de Castro O‘Neill de Bulhões nasceu a 19 de Dezembro de 1924, em Lisboa. O segundo filho de uma dona de casa e de um bancário dizia-se descendente de católicos irlandeses perseguidos e de santos casamenteiros. Como os pais não o deixavam sair de casa, a infância foi para Alexandre «um tempo cinzento, sem relevo, que se escondia por detrás de outros tempos mais coloridos de emoções». Entre os 6 e os 17 anos passa os Verões em Amarante, terra natal da mãe e do tio, José Vahia, que o acompanhava em longos passeios pela região do Douro e lhe lia a poesia de Guerra Junqueiro. Aos 18 publica pela primeira vez um poema no jornal de Amarante. Em 1944 termina o 1º ano da Escola Naútica de Lisboa mas a miopia não lhe permite exercer pilotagem, ficando o poeta em terra a coleccionar ossos para desespero da mãe. Em 1946 zanga-se com o pai e vai viver com o tio materno.
O‘Neill inspira-se no movimento surrealista - lançado em 1924 pelo francês André Breton - para em conjunto com Mário Cesariny, António Pedro, José Augusto França, Vespeira, Moniz Pereira e Mário Henrique Leiria a fundar em 1948 o Grupo Surrealista de Lisboa. A aventura surrealista duraria até 1950, altura em que se incompatibiliza com o Grupo. Com Mário Cesariny fazia parte do MUD Juvenil mas tinham a mesma atitude de distanciamento face ao Neo-Realismo, tanto na sua vertente estética como ideológica.
Em 1949 apaixona-se em Lisboa pela surrealista francesa Nora Mitrani. Quando ela regressa a França ele quer segui-la mas a ditadura salazarista não lhe permite sair do país. O‘´Neill não voltaria a ver Nora, ela suicida-se em 1961 em Paris.
Casa com a realizadora Noémia Delgado em 57 e em 59 nascia o seu primeiro filho; divorcia-se em 71 e volta a casar esse mesmo ano com Teresa Patrício Gouveia; em 76 nascia o seu segundo filho.
Trabalha em publicidade, escreve para jornais e revistas, colabora em programas da RTP. No inicio dos anos cinquenta cria o famoso slogan Há Mar e Mar, Há Ir e Voltar, para uma campanha do Instituto de Socorros a Náufragos.
Os últimos anos decorrem tranquilos na companhia de Laurinda Bom e dos amigos António Alçada Batista, Agostinho Gericota e João Pulido Valente. No dia 9 de Abril de 1986 sofre sérios problemas cardiovasculares, - dez anos antes já se tinha confrontado com a morte «esse lugar comum» - passa cinco meses internado e acaba por falecer no dia 21 de Agosto desse mesmo ano.
Obras Principais: Tempo de Fantasmas (1951); No Reino da Dinamarca (1958); Abandono Vigiado (1960); Poemas com Endereço (1962); Feira Cabisbaixa (1965); De Ombro na Ombreira (1969); Uma Coisa em Forma de Assim (1980); Poesias Completas 2951/1981, 1995".
Página coordenada por
Eugénia Sousa
LIVROS DE A ATÉ Z
Leituras de Verão
ASA. A Filha do Contador de Histórias de Saira Shah. A autora cresceu no Reino Unido a ouvir contar histórias de um país onde pássaros coloridos cantam em pomares de muitos frutos, tantos, que os animais se alimentam deles, e a água tem propriedades mágicas; Seguindo o fio das histórias que o pai lhe contava, ela parte à descoberta do Afeganistão e encontra um país devastado pela guerra e, Cabul, a cidade fantástica dos sonhos, dominada pelos talibã. Mas até nos momentos mais amargos de qualquer história há sempre lugar para a esperança, para a liberdade.
AMBAR. Contos de Moça e Mocinha de Sara Monteiro, com ilustrações de Margarida Parente. Moça e Mocinha são irmãs e moram numa casa da árvore, pois todas as crianças gostam de viver próximo do céu e das nuvens. Ambas gostam muito de animais. A Moça até quer salvar os piolhos e adoptou uma ovelha como animal de estimação, Mocinha é dona de um cão. Este Verão elas não vão estar só na casa da árvore, ficam também pelos canteiros do jardim, na escola, na praia e, sobretudo no nosso coração.
AMBAR. Contos de Animais com Manhas de Gente - histórias de tradição oral de Alexandre Parafita e ilustrações de Eunice Rosado. As histórias deste livro falam de animais com vícios e manias de humanos, e fazem parte da tradição oral de Trás-os-Montes. Lobos, raposas, ouriços são os protagonistas destes pequenos contos criados pela imaginação popular e que foram depois transmitidos oralmente de geração em geração. Fonte de deleite mas também de sabedoria estas são as verdadeiras histórias de um povo.
CAMINHO. Poética da Literatura para Crianças de Zohar Shavit. Se por um lado é colocada em analise a forma como os conceitos da sociedade, sobre a infância, são responsáveis por diferentes textos para crianças, em diferentes períodos históricos, por outro lado também está em exame o modo como a posição da literatura infantil no sistema cultural impõe padrões comportamentais. A obra « (...) trata de questões e não de textos individuais, de processos históricos e não de descrições cronológicas, e finalmente de estruturas e não de interpretações. (...). Um estudo universal sobre a literatura para a infância.
CAMPO DAS LETRAS. Faro - Uma Viagem aos Mundo dos Motociclistas, texto de Tó Manel, fotografia de Paulo Roberto e Paulo Fernando. Desde 1982, data do primeiro encontro, que a Concentração Internacional de Motos de Faro se impõe como um dos maiores acontecimentos mundiais do género. Faro: amar as motos, gozar a liberdade, celebrar a amizade, «Vive-se intensamente cada momento e durante quatro dias come-se quando se tem fome e dorme-se quando “dá o sono”...esquecemo-nos que os dias têm horas e as noites são para dormir.» - da Introdução.
DIFEL. Judy Moody de Megan McDonald com ilustrações de Peter Reynolds. Quem é Judy Moody? Uma pré-adolescente interessante e engraçada que vive com os pais, o irmão mais novo Stink, e o gato Mouse. No seu grupo de amigos está Rocky, o melhor amigo de sempre; Frank, o come-cola; Jessica, colega de escola, conhecida como a rainha sabe-tudo; e o Sr. Todd, professor da terceira classe e o melhor professor de todos os tempos. Eles acompanham Judy Moody em todas as situações, quando ela está de mau humor, de bom humor ou quando resolve ficar famosa.
EUROPA-AMÉRICA. O Verdadeiro d‘Artagnan de Jean Christian Petitfils. D‘Artagnan não é só personagens de uma das belas histórias de Alexandre Dumas é também, um verdadeiro herói de outra história, a de França. Charles de Batz, conde d‘Artagnan, preferido do rei Luís XIV, foi cadete da Gasconha, chefe dos mosqueteiros negros, marechal-de-campo, governador da cidade de Lille, combatente na Guerra da Holanda, e acabou por tombar às portas de Maastricht, em 1673, não sem antes ter vencido muitas batalhas, com a força da sua espada, com o valor do seu carácter. Através desta obra premiada pela Academia Francesa, conheça o mais famoso dos mosqueteiros.
EUROPA-AMÉRICA. Dieta da Longevidade de Sally Beare. A autora tem viajado por todo o mundo com o objectivo de descobrir os segredos, que permitem viver mais e manter-se por mais tempo jovem. O resultado é este livro que reúne os segredos dos povos com maior longevidade do mundo. Saúde, bem-estar e longevidade estão relacionados com hábitos alimentares e um estilo de vida de nos será dado a conhecer através destas páginas. Uma promessa de vida.
LIVROS DO BRASIL. A Europa Possível de Luís Beirôco. «Os europeístas, por seu lado, pensam que é precisamente o fim do mundo bipolar que impõe que se acelere o passo a caminho da união política. Por duas ordens de razões. Em primeiro lugar, porque acolher os países da “outra Europa” obriga a um reforço da solidariedade e da coesão. Em segundo lugar, porque a Europa deve assumir um papel autónomo na nova ordem internacional que se pretende construir.» Luís Beirôco.
PERGAMINHO. Cartas para Cláudia de Jorge Bucay - Ensinamentos de um psicólogo a uma jovem amiga. Jorge Bucay psiquiatra e psicoterapeuta argentino criou uma correspondência imaginária com Cláudia, uma amiga especial. Cada uma das cartas coloca questões e convida à reflexão. Podemos dizer que somos os verdadeiros senhores do nosso destino? Conseguimos o conhecimento de nós mesmos ou somente das muitas máscaras que levamos? Qual é o sentido da liberdade? A felicidade é possível? Plenas de conhecimento, amor e poesia estas são as cartas que gostaríamos que alguém nos tivesse escrito
dia.
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