Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano VII    Nº79    Setembro 2004

Universidade

UNIVERSIDADE DE ÉVORA

Alunos apostam na Instituição

A Universidade de Évora conseguiu pelo segundo ano consecutivo aumentar o número de alunos na primeira fase da candidatura de acesso ao Ensino Superior. A aposta de Manuel Ferreira Patrício, Reitor da Universidade de Évora, na reestruturação dos cursos de licenciatura fez com que o número de novos alunos aumentasse em 2003 e, também, em 2004. “No ano lectivo de 2003-2004 tivemos 684 alunos na primeira fase. Este ano conseguimos aumentar esse número para 728 alunos. Tudo isto se deve ao esforço que esta universidade tem efectuado, mas também à reputação que este estabelecimento de ensino tem vindo a adquirir”, sublinhou o reitor.

A sua aposta na reestruturação dos cursos, segundo os princípios da Declaração de Bolonha, foi uma mais valia para que os novos alunos procurassem a referida universidade. Aliás, este pormenor foi confirmado por alguns dos alunos que escolheram a instituição como primeira opção. “Candidatei-me em primeiro lugar para o Curso de Sociologia pela diversificação das disciplinas que encontrei no plano curricular. Parece ser um curso com uma componente teórico-prática que nos irá preparar bem para o mercado de trabalho”.

Para Manuel Ferreira Patrício, ter mais alunos para o ano lectivo de 2004-2005 representa “um motivo de contentamento e de grande confiança no futuro. Significa que estamos a ter a preferência dos jovens estudantes e das suas famílias”. 

Dos 38 cursos oferecidos 12 preencheram as vagas todas: Arquitectura, Arquitectura Paisagista, Bioquímica, Economia, Educação Física e Desporto, Geografia, Gestão, Medicina Veterinária, Psicologia, Sociologia, Artes Visuais, Turismo e Desenvolvimento. Todavia, a satisfação com os números globais não esconde a existência de alguns problemas em determinados cursos que tiveram pouca procura como, por exemplo, a Engenharia Geológica, a Engenharia Mecatrónica, a Física e a Engenharia Biofísica. Também os cursos da área do ensino não tiveram grande procura. Uma situação que segundo o reitor se deve principalmente ao facto de “todos sabemos que existem cerca de 40 mil professores excedentários no sistema e é evidente que sentimos a quebra de procura em todos os cursos que qualificam directamente para o exercício da profissão docente”. 

Apesar de reconhecer que de facto houve cursos que tiveram muito poucos alunos nesta primeira fase, Manuel Ferreira Patrício refere que esse problema não se passa só a nível da sua instituição. “Trata-se de uma crise nacional e temos que enfrentar esse problema. As opções que fizemos até agora relativamente à continuidade da aposta em determinados cursos cuja procura sabíamos que era muito escassa foi intencional, deliberada, no sentido e não desmotivar nenhum sector e de dar últimas oportunidades para ver que sinais a sociedade nos dava”. 

Quanto ao futuro das áreas com menos procura por parte dos estudantes, o Reitor da Universidade de Évora fez questão de salientar que se trata de uma questão que exige “grande reflexão”. “É necessário levar em consideração a importância de determinadas áreas estratégicas para a região. Por isso, antes de decidir sobre o encerramento de qualquer curso, procura-se sempre encontrar alternativas”. 

No que concerne às condições de acolhimento aos novos alunos, Manuel Ferreira Patrício disse que já há projectos prontos a avançar no sentido de satisfazer as necessidades dos alunos. Entre esses projectos incluem-se as obras na antiga Fábrica do Leões onde será construída uma nova residência universitária, uma nova cantina e outros serviços centrais. “No ponto de vista da acção social escolar, existem perspectivas fundamentadas de alargamento dos meios e recursos que dispomos para acolher os nossos alunos”, disse.

A aposta e os resultados obtidos revela, segundo o dirigente daquela instituição, que a “Universidade de Évora está a apostar numa oferta de formação com futuro para a sociedade na qual está envolvida”.

Noémi Marujo

 

 

SOCIEDADE PORTUGUESA DE ESTATÍSTICA

Estimular a produção científica

A Sociedade Portuguesa de Estatística (SPE), em colaboração com a Universidade de Évora, vai realizar entre os dias 29 de Setembro e 2 de Outubro, em Évora, o seu XII Congresso anual. Trata-se de um evento fundamental a nível nacional no domínio da investigação das probabilidades e estatística e das suas aplicações. Segundo a comissão organizadora, a análise das temáticas de grande actualidade e a presença de conceituados oradores têm contribuído decisivamente para consolidar o prestígio daquele congresso.

Os principais objectivos do congresso são: Estimular a produção científica nacional, nas vertentes teórica e aplicada; Promover a divulgação dos recentes desenvolvimentos das probabilidades e estatística e das suas aplicações; Incentivar a troca de experiências na área do ensino da estatística e probabilidades; Reforçar a afirmação e coesão do SPE.

N.M.

 

 

 

DE 29 DE SETEMBRO A 1 DE OUTUBRO

ProfMat na Covilhã

Mais de mil professores de Matemática de todos os níveis de ensino, vão estar reunidos no edifício das Engenharias da Universidade da Beira Interior de 29 de Setembro a 1 de Outubro, na vigésima edição Profmat, que este ano conta com conferências plenárias, painéis, conferências-debate, grupos de discussão, sessões práticas, comunicações e sessões especiais, além de exposições e outros eventos.

O encontro, que se realiza desde 1985, tem como objectivo debater a educação matemática numa altura em que, de acordo com a organização, “a educação em Portugal passa por um dos seus momentos mais problemáticos, quando parece que todos os avanços se transformaram em retrocessos”, pelo que se impõe a promoção do debate, além de “animar a intervenção, encontrar soluções e continuar a sonhar”.

A organização aponta ainda “a diversidade e riqueza das sessões propostas”, que “só é possível graças à disponibilidade de muitos convidados e ao interesse dos participantes que são responsáveis pelas comunicações, sessões práticas e grupos de discussão”. Uma disponibilidade alargada a um novo tipo de sessão, o da conferência debate, em que um convidado apresentará uma temática e será depois interpelado por dois professores convidados para promover a discussão em torno das ideias apresentadas. Haverá três sessões deste tipo, sendo uma delas plenária.

Outra novidade passa pela realização de duas das três sessões plenárias em salas mais pequenas, decorrendo a sessão numa sala e sendo simultaneamente transmitida por circuito interno de vídeo em outra sala contígua. Uma medida tomada por questões logísticas, visto não haver nas instalações da UBI nenhuma sala com lotação para todos os participantes. Assim, apenas a sessão de abertura e a primeira conferência plenária decorrerão num espaço estranho à UBI, o Teatro-Cine da Covilhã.

 

 

 

BEIRATEC

Feira informática na UBI

O Núcleo de Informática da Universidade da Beira Interior vai realizar a segunda edição da feira de tecnologias Beiratec, de 4 a 7 de Novembro, no Pavilhão da Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios (Anil). Esta feira nasceu no ano passado, com o objectivo de trazer até à Região Centro as grandes mostras de tecnologia do sector. Nesse sentido, na Beiratec será possível encontrar uma grande variedade de opções, desde a venda de computadores e todo o tipo de equipamentos que estão associados a estas máquinas, até à presença de empresas de desenvolvimento de programas e softwares específicos.

 

 

 

EM VISEU

Universidade só com nova Lei

A implementação da futura universidade pública de Viseu só poderá avançar depois de ser feita uma alteração à Lei de Autonomia Universitária, a qual já deveria ter avançado, mas cujo processo foi atrasado na sequência da mudança de Governo. No entanto, de acordo com o Diário Económico, o processo será retomado em breve, com o Ministério a entregar a proposta da nova lei na Assembleia da República.

O mesmo jornal refere que essa alteração é que permitirá implementar um projecto francamente inovador inspirado no modelo da universidade alemã Erlangen-Nurnberg, e na sequência de uma parceria com a empresa «Siemens Medical Solutions». Porém, dada a contestação que o projecto já gerou e ainda gera, o grupo de trabalho está a preparar o processo ao pormenor, de modo a que não existam razões para que seja vetado, como aconteceu em ocasiões anteriores em relação à criação do Instituto Universitário de Viseu.

O projecto deverá ser apresentado em Outubro ou Novembro, e a instituição deverá chamar-se Universidade de Viseu, podendo ter como sub-título: European University of Excellency, conforme adiantou ao Diário Económico Franz Durst, um elemento do grupo de trabalho.

Para começar, em 2005/06, a Universidade deverá avançar-se apenas com formações pós-graduadas no sector da Tecnologia Médica: Medicina Molecular; Engenharia da Saúde; Biotecnologia, Tecnologia da Informação para a Área da Saúde e Tecnologia da Ciência e Cultura. Estas foram algumas das formações avançadas, como hipóteses, na primeira reunião de trabalho realizada em meados de Setembro.

Numa entrevista concedida ao Diário Económico, Franz Durst admite ainda a possibilidade de alguns professores da Universidade de Erlangen poderem vir a dar aulas na futura Universidade de Viseu. Admite ainda o desenvolvimento de uma nova forma de ensinar, com cursos de uma semana, compostos por horas de exposição e horas de tutoria. “Habitualmente, os alunos têm um semestre para maturar as matérias. Mas se dissermos aos alunos que têm uma semana para assimilar os conhecimentos e que depois farão um exame, o processo de maturação dos conhecimentos virá depois ao utilizá-los em projectos, trabalhando em conjunto com a indústria e os hospitais”, adiantou.

O mesmo jornal adiantou ainda que em Outubro, o grupo de trabalho volta a reunir-se para definir uma linha estratégica de desenvolvimento do projecto. Também se propõe ter encontros de trabalho com as Universidade de Coimbra, Aveiro e Beira Interior para diluir eventuais resistências destas instituições à criação de uma nova universidade.

 


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