Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano VII    Nº79    Setembro 2004

Destaque

COLOCAÇÕES DE ÉVORA E VISEU

Sobram vagas, mas o resultado é bom

As instituições de ensino superior público dos distritos de Viseu, Guarda, Castelo Branco, Leiria, Portalegre, Évora e Beja não conseguiram preencher todas as vagas disponibilizadas à primeira fase do concurso nacional de acesso, mas obtiveram resultados interessantes, sendo que algumas cresceram mesmo em número absoluto de alunos, enquanto outras conseguiram elevadas percentagens de colocação, como aconteceu com a Universidade da Beira Interior.

Em termos nacionais, concorreram pelo contingente geral ao ensino superior, 42 mil 595 estudantes, 88 por cento conseguiram já a sua colocação. Falando ainda em percentagens, os resultados mostram que dois em cada três alunos foram colocados na licenciatura de primeira opção. Depois deste concurso, vem a segunda fase, cujos resultados serão conhecidos a 6 de Outubro e as matriculas realizadas até dia 13 do mesmo mês. Para este concurso sobram 5 mil e 27 vagas em 523 licenciaturas.

VISEU. O Politécnico de Viseu preencheu 985 das 1385 vagas disponibilizadas, o que permitiu preencher logo 12 dos 31 cursos, sendo que todos eles têm o número de alunos suficiente para funcionarem. Este facto deixa satisfeito o presidente da instituição, João Pedro de Barros, o qual espera que os lugares livres venham a ser ocupados na segunda fase,. “O Politécnico de Viseu teve um belíssimo resultado, face ao panorama existente a nível nacional”, adiantou aquele responsável, para quem o aumento de cem alunos em relação ao ano passado é substancial. Como único senão aponta o pólo de Lamego da Escola Superior de Educação de Viseu, onde o curso de Ciências do Desporto ficou com 26 das 30 vagas por preencher, algo que espera ver alterado com a segunda fase, transferências de curso e de alunos.

GUARDA. O presidente do Instituto Politécnico da Guarda, Jorge Mendes, mostra-se satisfeito com o preenchimento das vagas de acesso àquela instituição, nesta primeira fase. “Em termos globais o IPG colocou 543 colocados, o equivalente a 71 por cento das vagas preenchidas. Há um resultado óptimo em três das quatro escolas, na ESE com 94,2 por cento, na Enfermagem com 100 por cento, e na de Turismo e Telecomunicações com uma taxa de entrada de 91 por cento. O problema coloca-se na ESTG, que teve uma recuperação de alunos em áreas como a Gestão e Contabilidade/Auditoria, mas teve uma perca nas engenharias civil, informática e ambiente. Isto fez com que a ESTG tivesse menos 13 alunos que no ano passado”.

Ainda assim, Jorge Mendes refere que “o IPG esperava um bocadinho mais de entradas. Se a segunda fase vier a correr bem, o Instituto poderá ter mais alunos que no passado”.

COVILHÃ. Na Universidade da Beira Interior, a taxa de ocupação na primeira fase foi de 76,7 por cento, valor que a coloca a par ou acima da maioria das instituições, excepção feita às universidades de Porto, Lisboa, Coimbra e Minho, bem como aos politécnicos de Leiria, Porto e Setúbal. Das mil 105 vagas propostas este ano, foram preenchidas nesta primeira fase 858, o que permitiu esgotar as vagas de 15 cursos e colocar outros em muito bom plano, casos de Engenharia Aeronáutica, Física Aplicada e Português / Espanhol. Nas engenharias e na formação de professores sobraram muitas vagas, como de resto acontece a nível nacional, mas os responsáveis da instituição estão confiantes na segunda fase, nas transferências e entradas ao abrigo de regimes especiais, as quais já eram superiores a 100 em meados da semana passada. Para o reitor da UBI, Santos Silva, “os resultados obtidos pela Universidade são bastante positivos”, uma vez que “a UBI abriu mais vagas que no passado” enquanto o número de candidatos não aumentou em termos nacionais

CASTELO BRANCO. O Politécnico de Castelo Branco viu preenchidas 771 das 1012 vagas, o que, em termos absolutos, representa um aumento da ordem dos 19 por cento em relação à primeira fase do ano anterior, num ano em que o número total de candidatos cresceu 46 por cento, atingindo os cinco mil e 300. No total, 16 cursos preencheram todas as vagas, enquanto 13 cursos tiveram baixos índices de ocupação, sobretudo nas áreas das ciências agrárias, ambiente e floresta, bem como na formação de professores. Nas engenharias o panorama não é bom mas todos os cursos têm alunos suficientes para funcionar. “Somos a instituição que mais cresceu ao nível de taxa de colocação, na primeira fase”, adianta o presidente do Politécnico, Valter Lemos, que realça ainda o facto de Politécnico ser a melhor instituição do Interior e uma das primeiras instituições nacionais em termos de taxa de procura, pois 95 por cento dos alunos colocados escolheram o Politécnico como primeira opção. “Funcionarmos em contra-ciclo, numa altura em que há mais vagas disponíveis e menos candidatos, é óptimo”.

PORTALEGRE. Nuno Oliveira, presidente do Instituto Politécnico de Portalegre, ficou satisfeito com o preenchimento das vagas de entrada para o IPP, na primeira fase. Aquele responsável lembra que “obtivemos a mesma taxa de ocupação que no ano passado, cerca de 73,5 por cento das vagas. O que nos deixa apenas atrás de instituições de ensino superior do Porto, Lisboa, Leiria e Setúbal”.

Aos 530 alunos que agora entraram na primeira fase de acesso ao ensino superior, Nuno Oliveira soma os “150 que entraram nos concursos especiais, mais a segunda fase que vai decorrer, iremos ter cerca de 700 alunos novos. O que para uma cidade como Portalegre, num Interior com muitas dificuldades, é muito bom. Relativamente àquelas instituições de ensino com que nos podemos comparar, em termos geográficos, estamos à frente dessas zonas, em termos percentuais”.

LEIRIA. De todas as instituições objecto desta análise, o Politécnico de Leiria consegue o melhor desempenho, ao obter 84 por cento de taxa de colocação, fruto do preenchimento de 1260 das 1526 vagas. Desde logo ficaram preenchidos 20 dos 39 cursos existentes, sendo que cinco estão muito próximos do pleno. Problemas apenas em dois cursos de formação de professores, ainda assim próximos de conseguirem o mínimo para funcionarem, o que deve acontecer na segunda fase. Já o Curso de Dança não teve qualquer candidato, enquanto que quatro cursos nocturnos tiveram um número reduzido de candidatos, mas ainda assim deverão funcionar. De acordo com o vice-presidente do IPL, Nuno Pereira, “o balanço é bastante positivo, pois preenchemos 84 por cento das vagas e desse valor 86 por cento dizem respeito à primeira opção”. Aquele responsável lembrou ainda que “para a segunda fase a previsão é preencher todas as restantes, excepção feita no curso de Dança, pois dada a sua tardia aprovação, os alunos não puderam fazer os pré-requisitos”.

ÉVORA. A Universidade de Évora completou 12 cursos na primeira fase de colocações, ficando mais cinco muito próximos do pleno, em virtude de terem entrado 728 alunos para um total de 1027 vagas, o que corresponde a uma taxa de ocupação de 70 por cento. As maiores dificuldades estão agora em 14 cursos, nas áreas de engenharias, agricultura, ambiente e formação de professores, que têm menos de 10 alunos colocados. A situação poderá porém ser alterada após a segunda fase de colocações e das entradas de regimes especiais, que poderão ainda completar alguns cursos em que agora sobraram vagas.

BEJA. Embora só tenha preenchido totalmente seis dos 20 cursos ministrados, no geral o Politécnico de Beja teve um bom desempenho, sendo a taxa de ocupação da ordem dos 71 por cento, correspondentes aos 424 alunos colocados em 594 possíveis. A larga maioria dos cursos tem um número de alunos suficiente para funcionar, sendo que apenas seis tiveram um reduzido número de colocações, nomeadamente nas áreas de engenharias, formação de professores e artes decorativas. Ainda assim, todos eles têm alunos, sendo natural que possam ter um mínimo de 10 após a segunda fase de colocações, além da chegada de alunos através de outros regimes. É dessas fases que o presidente da instituição, José Luis Ramalho, está à espera para tecer um comentário aos resultados.


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