CENTRO DE ARQUEOLOGIA
Alemães com história

Michael Josef Mathias e Martin Höck são dois docentes do departamento de Engenharia Civil e Arquitectura, responsáveis pelo Centro de Estudos e Protecção do Património (CEPP) da Universidade da Beira Interior, uma secção da instituição que teve como um dos primeiros trabalhos a recuperação do Museu de Lanifícios, “após um processo de estudo e levantamento do espólio ali existente”.
A sua chegada a Portugal coincidiu com os primeiros passos da UBI. Na Covilhã era imperativa a criação de “um organismo que conseguisse preservar todo o espólio existente nas instalações da Universidade”. Surgiu assim o Centro de Estudos e Protecção do Património (CEPP). Hoje, para além de estarem integrados no Departamento de Engenharia Civil, onde leccionam algumas cadeiras, os dois docentes levam a cabo vários estudos e escavações, um pouco por todo o País.
Desde as gravuras do Côa, passando por algumas quintas de família Ramos Pinto, ligada ao vinho do Porto, e terminando em escavações nas ilhas de Cabo Verde, já fizeram de tudo um pouco. Os mapas de várias localidades e os muitos livros de história dão corpo ao Centro de Protecção. Michael Mathias explica que “tudo começa pelo estudo e pelo licenciamento das escavações ou projectos”. Gastas muitas horas de busca e pesquisa “feitas em bibliotecas e outros institutos”, os exploradores avançam para o terreno.
A concluir, sublinha o papel central que a Covilhã ocupa, pois “a cidade está num ponto central”. Com a delegação do IPPAR aqui, “os técnicos já não demoram, com a desculpa de terem de vir de Coimbra ou de Lisboa”. Uma localização que ganha ainda mais destaque “pela grande quantidade e qualidade de espólio existente nesta região”.
Eduardo Alves
UNIVERSIDADE DE ÉVORA
Matemática na UBI
O Reitor da Universidade de Évora, Manuel Ferreira Patrício, na última reunião de Senado, que se realizou no passado mês de Setembro, fixou o valor da propina para 2004/2005 em 780 Euros.
O aumento das propinas e o argumento pelo “desrespeito da lei de financiamento do ensino superior” fez com que a Associação de Estudantes da Universidade de Évora (AEUE) fechasse a cadeado, no passado dia 12 de Outubro, alguns edifícios da instituição. No principal edifício da universidade (Colégio do Espírito Santo), decidiram encerrar somente a reitoria. Mas, nem todos os estudantes concordaram com a greve. Consideram que devem “ir às aulas, uma vez que pagam propinas”.
João Correia, presidente da AEUE, disse à comunicação social que “o dinheiro das propinas do ano passado não foi aplicado na melhoria da qualidade de ensino”. Os estudantes em greve, contra a política educativa, anunciaram que o referido protesto se integrava num “movimento a nível nacional” e que terá o seu ponto mais alto numa manifestação marcada para dia 4 de Novembro.
N.M.
POLITÉCNICO DE CASTELO
BRANCO É PARCEIRO
Internet para avós
Um homem de 70 anos da zona de Penamacor, uma zona rural da Beira Baixa começou a deslocar-se a um pólo da associação de desenvolvimento Adraces para comunicar com o neto através do correio electrónico. Como a comunicação era mais fácil e barata, decidiu frequentar um curso de computadores. Hoje já tem computador, comunica frequentemente com os familiares e recolhe informação na Internet para usar na sua actividade de apicultor.
O caso foi relatado no passado dia 1 de Outubro pelo coordenador da Associação de Desenvolvimento da Raia Centro Sul (Adraces), António Realinho, um dos oradores no seminário “As novas tecnologias de informação e comunicação no mundo rural”, que decorreu na sede do Politécnico de Castelo Branco e se integra no Projecto Ruraltech, um programa internacional que, em Portugal, abrange todas as freguesias dos concelhos de Castelo Branco, Idanha e Vila Velha de Rodão.
Os primeiros trabalhos do programa iniciaram-se em Setembro de 2003, com as reuniões preparatórias, mas as acções de formação efectivas estão a decorrer desde Maio deste ano, prolongando-se até final de 2005. De acordo com a coordenadora do projecto, Ana Paula Castela, o objectivo do programa minimizar os efeitos da “fractura digital” a que estão sujeitas as pessoas das zonas rurais.
Para cumprir a missão, o programa visa o desenvolvimento de competências na área das tecnologias de informação e comunicação por parte dos habitantes das áreas rurais. O trabalho começou com o estudo da situação actual, estando agora previstas acções demonstrativas de acesso à Internet, cursos em todas as freguesias, além da criação de um sítio on-line, de um CD-Rom e boletins digitais, entre outros.
Já de acordo com Henrique Gil, docente da Superior de Educação e responsável pela formação no âmbito do Ruraltech, é importante que as pessoas desenvolvam um conjunto de competências que passam por saber aceder às tecnologias, saber seleccionar e interpretar a informação, além de a saberem criticar e utilizar em novos contextos.
Entende por isso que é preciso resolver problemas de largura de banda, garantir a existência de bons equipamentos e a sua portabilidade. Mais importante serão porém a redução de custos de acesso, a monitorização dos equipamentos e o follow-up, pois “tem de estar alguém nos locais para continuar a formar e a ajudar as pessoas depois da formação”.
CONCURSO POLIMPREENDE
Quinta Pedagógica
vence

O Projecto Quinta do Vale das Escusas foi o vencedor do concurso Poliempreende, promovido pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco, e tem por objectivo implementar uma Quinta Pedagógica com as valências de zooterapia, alojamento e recolha de animais de companhia, desenvolvimento de actividades pedagógicas para crianças dos jardins de infância e ensino básico, além da produção de coelho bravo com objectivos cinegéticos.
O projecto foi apresentado por seis alunos do IPCB (à direita, em cima), a saber: António Mendes (EST), Susana Coelho (ESA), Eurico Justo (EST), Jaime Coelho (EST), Silvia Martins (ESALD) e Pedro Almeida (EST), valeu cinco mil euros oferecidos pela Câmara de Castelo Branco.
Segundo aqueles responsáveis, a Quinta ficará instalada junto à Barragem da Marateca, num total de 22 hectares. “No fundo o projecto, abrange várias áreas e terá várias valências, como o apoio a deficientes, através de técnicas que envolvem os próprios animais como a zooterapia (prevenção e tratamento de doenças nos humanos com deficiências, com recurso aos animais, pois estes permitem uma aproximação delicada e agradável já que não vêem as diferenças”, referem. Outras das valências será a hipoterapia, os campos de férias ou ocupação de tempos livres, ecoturismo, aluguer de boxes para cavalos ou acções de formações.
Recorde-se que o concurso visava premiar projectos empresariais inovadores criados pelos alunos do Politécnico, tendo contado nesta primeira edição com 24 projectos que envolveram um total de 62 alunos, acabou por ser um sucesso e recebeu projectos de várias áreas.
A segunda posição foi para o projecto BMove (à direita, em cima), o qual está ligado às novas tecnologias de informação e consiste numa ideia de negócio orientada para dispositivos móveis e comunicação sem fios. Os responsáveis pelo projecto, Helder Rodrigues e Telmo Gaspar (ambos da EST) receberam três mil euros atribuídos pelo Instituto Politécnico.
De acordo com os responsáveis do projecto, o Bmove “é uma ideia de negócio orientada para dispositivos móveis. O objectivo é melhorar os procedimentos de negócio das organizações, de forma a que estes tirem partido das tecnologias de informação mais recentes”. Segundo aqueles responsáveis, o público alvo serão “as empresas do litoral e da região”. No total o Bmove resultará de um investimento 8050 euros.
O terceiro prémio, no valor de dois mil euros, entregue pelo Nercab, foi para o projecto Biosoja, que passa pela criação de uma empresa transformadora de soja, sendo os produtos acabados o leite de soja e seus derivados, dando resposta às novas tendências alimentares. O projecto foi apresentado por cinco alunos da Escola Superior de Gestão (à esquerda, em baixo), Bruno Xisto, Carla Nascimento, Dores Pereira, Joel Silva e Raquel Sousa. De acordo com aquele projecto a unidade fabril ficará instalada na Zona Industrial de Idanha-a-Nova e a aposta neste sector resulta “da pouca concorrência que existe a nível nacional e da crescente procura por aquele tipo de produtos. “O objectivo do projecto passa por dar resposta às novas tendências alimentares, criar novos postos de trabalho e incentivar o desenvolvimento da região, entre outros”. A aposta da Biosoja aponta para uma produção diária de 44 mil litros de leite e 15 mil queijos. O investimento ronda os 335 mil 866,66 Euros.
O Instituto Politécnico atribuiu ainda uma menção honrosa a Carina Duarte, da ESG, pelo projecto Renascer o Ninho. Uma aposta na divulgação do artesanato e no apoio às instituições locais, criando actividades para os mais novos.
CULTURA POLITÉCNICA
Calendário definido
A primeira série de espectáculos da edição deste ano da Cultura Politécnica (ciclo cultural promovido pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco, com os apoios da Câmara e Junta de Freguesia de Castelo Branco) já está agendada. A iniciativa começará a 28 de Outubro, no Dia do IPCB, com um espectáculo de jazz, no cine-teatro avenida, com o Quarteto de Jazz José Pedro Coelho.
A apresentação das actividades para este trimestre foi feita no passado dia 9. A grande novidade para a edição deste ano é o regresso do teatro. Assim, no dia 4 de Novembro, pelas 21h30, nos serviços centrais do IPCB, sobe ao palco a peça «São precisos dois para dançar a valsa», pelo Teatro Não. Já no dia 17 de Novembro, no Cine Teatro Avenida, a companhia de Teatro das Beiras apresentará a obra «Crónicas de Eduardo Filippo».
Outra das novidades é a apresentação de um vídeo de dança, no auditório da Escola Superior de Artes
Aplicadas, situado no Centro de Formação da Agrária, na Quinta da Senhora de Mércoles.
No que respeita a concertos, o duo Carlos Alves (clarinete) e Serguei Covalenco (piano) actuará, no auditório da Escola Superior de Educação, no dia 2 de Novembro, pelas 21h30. Para o dia 10 de Novembro está previsto outro dos momentos altos, com a actuação de Luísa Amaro (viúva de Carlos Paredes) e Miguel Carvalhinho. A Orquestra Sinfónica da Esart também realizará duas actuações. A primeira, no dia 25 de Novembro, em Castelo Branco, no Cine Teatro Avenida. A segunda, em Portalegre, no dia 26. O maestro será Osvaldo Ferreira, e a orquestra terá como solista Carolino Carreira. Para 6 de Dezembro está prevista a actuação de Alex Klein (1º oboé da Orquestra Sinfónica de Chicago) e Natalia
Ryabova.
No que respeita a exposições, este primeiro trimestre da Cultura Politécnica apresenta duas. A primeira mostra trabalhos desenvolvidos pelos alunos da Esart nas áreas da moda, têxtil, vídeo e multimédia. Uma exposição que estará patente de 13 de Outubro a 5 de Novembro, nos Serviços Centrais do IPCB. A segunda, apresenta obras de tapeçaria contemporânea de Gisela Santi e Maria José Mateus. Pode ser vista de 11 de Novembro e 17 de Dezembro, nos serviços centrais do Politécnico.
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