ESCOLA SUPERIOR DE
TECNOLOGIA
Os alunos sabem fazer
Os alunos da Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco acabam de realizar um estudo da acústica de uma sala do Museu Tavares Proença Júnior, na sequência do que definiram um plano que permitirá dotar a sala das condições necessárias para funcionar como um pequeno auditório. Este é um exemplo do trabalho desenvolvido na escola e com aplicação real, o que é destacado pelo director da EST, Armando Ramalho.
De caminho, aponta outros trabalhos realizados pelos alunos, como o sistema de alerta desenvolvido para os Bombeiros Voluntários de Castelo Branco, ou em realização, casos de propostas de manutenção, de reformulação do sistema informático do Hospital Amato Lusitano, ou até o estudo do ruído que uma equipa da escola está a realizar para a Câmara de Castelo Branco, e que está na sua fase final.
Na óptica de Armando Ramalho, estes projectos são a prova do bom trabalho realizado na escola,. “Temos competências instaladas, um corpo docente que aposta seriamente na formação, o que torna a EST uma opção séria e muito credível para os jovens do País. É por isso que estamos também a trabalhar no sentido de alargar o nosso leque formativo. Além disso, desenvolvemos projectos para a comunidade, o que significa cumprir um dos objectivos do Politécnico”.
A confiança na formação e no trabalho dos alunos é tal que o director da EST solicitou-lhes o desenvolvimento dum sistema de gestão do novo parque de estacionamento criado na escola. “A construção do parque foi financiada pelo Instituto e permite aumentar o número de lugares disponíveis, mas é preciso normalizar o estacionamento. O projecto de gestão, que vai avançar a curto prazo, está a ser desenvolvido pelos alunos, uma vez que dispõem do know how necessário”.
Esta obra é fundamental para que entre em funcionamento o plano de emergência. “A EST foi a primeira escola de Ensino Superior a ter um plano de emergência aprovado. Mas para que seja implementado é necessário gerir o estacionamento, pois se não pode entrar aqui uma viatura de bombeiros, o plano não funciona”. Outro problema diz respeito ao sistema de detecção de incêndios, o qual não está a funcionar devido a infiltrações, situação que está a ser resolvida.
Já em termos de formação, a escola também está a marcar pontos, sobretudo com a entrada em funcionamento da Academia Regional Cisco, que permite formar alunos e outros membros da comunidade em áreas de grande
empregabilidade, além de certificar essa formação em termos mundiais. As actividades iniciaram-se este ano lectivo, e a escola está a ser a base de várias academias locais agregadas, que já vão do Minho a Trás-os-Montes e até a Lisboa, além de outras na região.
“Esta Academia trouxe duas vantagens. Primeiro dispomos de professores mais qualificados. Depois, as actividades lectivas têm merecido grande aceitabilidade, quer por parte dos alunos quer de outros elementos da comunidade. A nível nacional, a nossa Academia é considerada a mais dinâmica e a que está em maior fase de crescimento”.
Além dessa formação, a escola continua a diversificar a realização de cursos de especialização tecnológica, os quais Armando Ramalho considera cada vez mais importantes, pois “é necessário captar e motivar os alunos para as áreas de maior empregabilidade do País, o que constitui um papel social que nos cabe, por ser decisivo, não para a escola, mas sobretudo para a região e para o País”. Daí que a EST também tenha apostado na reconversão de licenciados, tendo sido colocados 26 candidatos na escola, sobretudo na área da Engenharia Informática.

ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE
Estágios mais
racionais
A Escola Superior de Saúde do Politécnico de Castelo Branco está a alargar a rede das instituições colaboradoras, pelo que já tem alunos de vários cursos a cumprirem períodos de estágio na Guarda, em Torres Novas, Lisboa, Leiria, Tomar e Abrantes, além dos hospitais da região, designadamente o Amato Lusitano, em Castelo Branco, o Hospital do Fundão e o Hospital da Cova da Beira, na Covilhã.
De acordo com o director da escola, Carlos Maia, esta foi a solução encontrada para ultrapassar as limitações de acolhimento de alunos que já existiam ao nível das instituições da região, e a verdade é que o alargamento da rede deverá ser uma realidade a breve prazo. Tudo porque este ano estão a funcionar pela primeira vez os cursos de Cardiopneumologia e de Radiologia, cujos alunos terão de cumprir estágios curriculares a partir do 3º Ano.
A este nível não estão apenas em causa as limitações da rede actual, mas o facto de certas especialidades só existirem nos grandes centros. Com esta saída de alunos para locais mais afastados, o acompanhamento dos estágios passa também a ser feito por profissionais de saúde nas unidades de alunos onde são integrados os alunos, o que acontece através de protocolos entre as escola e aqueles profissionais.
Ainda assim, ao nível do 1º Ano, os professores da escola acompanham todos os alunos, enquanto que no 2º Ano esse acompanhamento aproxima-se da plenitude. Depois já é mais complicado, o que resulta de um crescimento da escola, que actualmente tem cerca de 600 alunos nas cinco licenciaturas que ministra: Enfermagem, Análises Clínicas e Saúde Pública, Fisioterapia, Radiologia e
Cardiopneunologia.
O crescimento manifesta-se a outros níveis, pois enquanto não avança a construção do novo edifício, no Campus da Talagueira (o arranque está previsto ainda para este ano), a escola continua a funcionar em duas instalações, uma junto à sede da Santa Casa e outra na Rua de São Sebastião. “Este ano conseguimos estruturar os horários e gerir o espaço com muita dificuldade, para concentrar tudo nos dois edifícios, por considerarmos que é mais vantajoso para os alunos e para toda a escola”.
O esforço obrigou a que algumas aulas decorram aos sábados, além de prolongar os tempos lectivos até às 21 horas. Porém, para o próximo ano, a escola funcionará em três locais diferentes, pelo que Carlos Maia já contactou o director da Escola Superior de Tecnologia, Armando Ramalho. “Já reunimos na EST, onde vi alguns espaços que estão dispostos a ceder-nos. Este ano estivemos na iminência de os ocupar, algo que no próximo ano acontecerá mesmo, com todas as dificuldades que isso levanta em termos administrativos e pedagógicos”.
É que a oferta formativa vai crescendo e não só ao nível da formação inicial. A 25 de Outubro inicia-se o curso de pós-licenciatura em Saúde Materna e Obstétrica, o qual é destinado a enfermeiros e conta com 25 discentes. Irá também avançar o curso de pós-licenciatura de Gestão em Saúde, em parceria com a Escola Superior de Gestão do Politécnico de Castelo Branco.
Além da oferta formativa, a escola volta a realizar este ano várias acções de apoio à comunidade, como por exemplo os rastreios à hipertensão, diabetes e glicémia, em datas específicas, como o Dia Mundial da Saúde ou o Mês do Coração.

ESART BRILHA EM LISBOA
Duas alunas na final
da Kellogg's
A Escola Superior Agrária de Castelo Branco está a ultimar a construção de um conjunto de estruturas para avançar com um projecto de investigação que pretende estudar a potencialidades da região na criação de suínos ao ar livre, nomeadamente das raças porco ibérico e bísera, recuperando a ancestral prática da criação de suínos em montanheira, bem como os produtos tradicionais a ela associados.
A bísera e mais comum no norte do país. O porco preto é criado sobretudo a sul de Portugal e Espanha, sendo conhecido pelo presunto pata negra, mas também pelas características da carne. “O objectivo passa por experimentar e depois divulgar os resultados junto dos produtores da região, de modo a que tenham alguma base de trabalho para poderem enveredar por estas técnicas, com alguma segurança”, refere José Monteiro.
O projecto é financiado pelo programa Agro e será iniciado ainda esta ano, pelo que a Agrária já adquiriu 22 animais e está a ultimar a construção das cercas, de uma casa de apoio e um cais de embarque, tudo numa área onde existem sobreiros e oliveiras, numa das extremidades da escola, paredes meias com os terrenos da Ermida de Nossa Senhora de Mércules.
“Esta unidade de demonstração pretende testar nas nossas condições uma prática comum na zona sul do país e muito divulgada na Extremadura espanhola. A prática assenta em casinhotos metálicos para protecção dos animais, os quais são esclorados em cercas, ao ar livre, e não pelos métodos tradicionais, que assentam na utilização de pocilgas em cimento”.
Este é apenas um dos projectos de investigação em curso na Agrária, a qual está a liderar um projecto Agro para a melhoria da qualidade do azeite. Ainda em matéria de azeite, José Monteiro espera conseguir avançar com um projecto em termos de olival semi-intensivo. Mais certa está a participação dos serviços da escola na elaboração de dois sistemas de informação geográfica, o da gestão do Aproveitamento Hidroagrícola da Cova da Beira e da gestão do Aproveitamento Hidroagrícola de
Idanha.
Já em termos da matriz formativa, os órgãos da escola estão a estudar a hipótese de propor novos cursos, embora aguarde neste momento as alterações decorrentes da aplicação dos princípios da Declaração de Bolonha, que poderão reduzir as licenciaturas para três anos. “Sem estamos na posse de todos os elementos, dificilmente poderemos apresentar propostas. De qualquer modo, estamos a avaliar as capacidades instaladas, no sentido oferecermos eventuais novas formações. Já a reestruturação da oferta actual está a ser equacionada. Há uma equipa a trabalhar nessa área e estamos a pensar propor alterações”, algo que deverá ser feito “sem perder a base de formação em agricultura”, embora possam surgir outras.
Este ano, apesar de terem ficado vagas por preencher, vão funcionar todos os cursos. Mas
as vagas por preencher são várias José Monteiro considera que, no caso da Engenharia Florestal, essa é uma realidade dificilmente explicável. “Não se compreende que surja um número reduzido de candidatos quando o nosso país tem uma aptidão evidente nessas áreas”. José Monteiro promete trabalhar para que a situação se inverta, enquanto refere também que, em termos de formação pós-graduada, há projectos em cursos, dado que existem capacidades instaladas em termos de infra-estruturas e de corpo docente. A este nível enquadra as áreas do marketing de produtos agro-alimentares e a formação relacionada com fogos florestais.

ANIVERSÁRIO DO IPCB
Palavra dos autarcas
O Instituto Politécnico de Castelo Branco tem sido um dos motores de desenvolvimento da região. Essa é a opinião dos autarcas que directamente lidam com aquela instituição. Joaquim Morão, presidente da Câmara de Castelo Branco entende que “o Instituto Politécnico é fundamental e estratégico para o desenvolvimento regional”. O autarca albicastrense considera-o mesmo como um dos grandes motores de desenvolvimento.
No entender de Joaquim Morão “sem o Politécnico o Distrito e o próprio país não seria o mesmo. Por isso, a Câmara de Castelo Branco estará sempre disponível para apoiar o Instituto”. Joaquim Morão recorda ainda o excelente relacionamento que tem existido entre a autarquia e o Politécnico. Entre outros exemplos de uma boa cooperação está a cedência, dos terrenos onde vai ser instalado o campus politécnico, junto à avenida do empresário e a cedência de parte do Cine Teatro Avenida para a Escola Superior de Artes Aplicadas.
IDANHA. Álvaro Rocha é outro dos autarcas que tem lidado de perto com o IPCB. Presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, onde está instalada a Escola Superior de Gestão, considera que “hoje seria impossível pensar em viver na vila sem a presença do ensino superior. A Escola Superior de Gestão é importantíssima para nós e ao longo de todos estes anos tem existido uma excelente colaboração entre a Câmara e a Escola, através da criação de novos espaços de cultura e lazer para os jovens”. A este propósito, o presidente da Câmara de Idanha-a-Nova lembra que “recentemente a autarquia adquiriu um edifício, localizado junto da escola, e que servirá para a construção de novas salas de aula e gabinetes de docentes. Além disso, na zona antiga da vila foi também adquirido um espaço que se transformará numa nova pousada para estudantes, com capacidade para 40 alunos. Um projecto que avançará a curto prazo”.
FUNDÃO. O presidente da Câmara do Fundão vê no Instituto Politécnico de Castelo Branco “uma das instituições mais importantes da região, que tem tido um papel importante em várias áreas do conhecimento e do saber-fazer que não são ministradas por outras instituições no Distrito. Pelo que existe na região uma complementaridade no ensino”. Manuel Frexes considera que a política seguida tem permitido dar resposta às necessidades do mercado de trabalho. “Nessa perspectiva surgirá a Escola Superior de Turismo que visa dar resposta a um sector que precisa de ser mais competitivo e ter melhor qualidade”.
Segundo Manuel Frexes, hoje já não é possível conceber o desenvolvimento das regiões sem este tipo de instituições”. Sobre a Escola Superior de Turismo, que o Instituto Politécnico pretende criar na cidade do Fundão, a “autarquia está empenhada em que isso aconteça, estando prevista a assinatura de um protocolo, onde a câmara cederá, numa primeira fase as instalações provisórias (no edifício da escola profissional agora construída), e os terrenos para a construção definitiva da escola”.
RÓDÃO. Maria do Carmo Sequeira, presidente da Câmara de Vila Velha de Ródão, apesar de não ter no seu concelho qualquer escola do IPCB, considera exemplares as parcerias que as duas instituições têm desenvolvido. “Temos vários protocolos no terreno, o último dos quais envolve o Centro de Estudos de Desenvolvimento Regional do IPCB, que fará o Plano Estratégico de Vila Velha de Ródão”. Além disso, ao nível das novas tecnologias tem havido várias parcerias e no que respeita às artes esse entendimento ainda é mais forte. “A Escola Superior de Artes Aplicadas tem respondido de forma eficaz aos nossos desafios, e na última Feira de Actividades Económicas produziu o filme promocional do evento para os canais de televisão. O próprio CD Rom de promoção do concelho também foi produzido pela Esart e, no futuro, queremos o seu envolvimento na Fundação Manuel Cargaleiro”.
PROENÇA. Diamantino André, presidente da Câmara de Proença-a-Nova, considera o Instituto Politécnico de Castelo Branco como uma alavanca “para o desenvolvimento da cultura e do ensino no Distrito, duas áreas vitais para a valorização das pessoas na região”.
No entender daquele responsável, o Instituto Politécnico “tem estado bem dirigido e demonstra estar organizado de forma eficaz, defendendo, por isso, não só os interesses escolares, como também os de toda a Região”.

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