Diário das Olimpíadas de Culinária

Passava pouco das 6 da manhã do dia 15 de Outubro quando nos encontrámos no aeroporto de Lisboa. Olhos inchados dos presentes que reflectem a agitação e correria dos preparativos. O peixe chega e finaliza-se o check in. Já nos céus cada um dorme, repondo e reservando forças para os dias quase sem sonhos e de intenso trabalho que se aproximam…

Dia 16, Sábado – Depois de já muitas horas de trabalho seguimos para a Messe, onde mais de 1200 Cozinheiros de 35 nações concentrados em Erfurt (Alemanha), celebram o Dia Mundial da Alimentação, dia em que a Gala de abertura sobe o pano das Olimpíadas de 2004. Ponto alto neste primeiro dia surge quando é apresentado o novo júri internacional (Chef Fausto Airoldi, o primeiro júri português na maior competição mundial de cozinha) e a comitiva nacional manifesta-se euforicamente entre centenas de jalecas brancas.

“Estão em Erfurt a INTER magazine já na cerimonia, e a SIC, a primeira estação de televisão portuguesa a apostar numa cobertura no local, através de uma recolha de imagens diárias a ir para o ar depois de finda a 4ª participação portuguesa nas Olimpíadas de Culinária.” Evento este que conta com 108 anos de existência.

Depois de encerrada a gala, chega-se ao Best Western Excellcior Hotel e a labuta continua, espalhada por 5 áreas da unidade, entre cozinhas, quartos e salas adaptados à arte culinária. A primeira directa aproxima-se.

Dia 17, Domingo – Passa pouco das cinco da madrugada quando chegamos ao espaço da competição dos frios, apetrechados com o material, decoração da mesa e o menu finalizado faltando só o empratamento final. Acabada a montagem, relaxamos até à chegada do júri. Às sete horas em ponto chegam eles, munidos de pastas e um olhar fulminante. Abordam a nossa mesa intrigados, pelo que julgamos ser um bom sinal. Sobram ainda algumas horas para descansar. Ao meio-dia vamos novamente para a feira a fim de ver a exposição e o trabalho da concorrência; quanto a resultados desta primeira prova ainda não é hoje. Chegamos ao hotel por volta das dezoito horas e temos tempo para dar um apoio à equipa sénior que ultíma a sua mesa fria. Quando chegamos à cama já passam das 9 e meia da manhã de segunda-feira… (continua na próxima edição).

Mário Rui Ramos

(Mário Ramos é Chef de Cozinha do Hotel Fonte Santa, Chef Consultor do Restaurante Helana, Consultor da Milaneza e da Zanussi Internacional, assina esta crónica mensalmente no Ensino Magazine)