Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano VII    Nº73    Março 2004

Universidade

ANNA GUERMAN

Rússia distingue docente da UBI

Anna Guerman, docente da Universidade da Beira Interior (UBI), acaba de ser distinguida com o Prémio do Governo da Federação Russa em Ciência e Tecnologia 2003, como co-autora da monografia intitulada “Equações Diferenciais”. A obra está integrada na colecção “Matemática numa Universidade de Tecnologia”, uma publicação da editora da Universidade Estatal Técnica de Moscovo (UETM) destinada a alunos de cursos de Engenharia.

Além da docente da UBI, foram também autores do livro S.A. Agafonov e T.A. Muratova, professores da UETM, “Nikolai Bauman”, que já vai na terceira edição (1ª edição em 1997, 2ª edição em 2000 e 3ª edição em 2004). Este prémio é atribuído todos os anos às várias áreas das Ciências e Tecnologia na Rússia e é considerado o segundo maior prémio estatal da Rússia.

“O nosso artigo está relacionado com o ensino da matemática mais orientado às engenharias”, conta Anna Guerman, fazendo questão de realçar que o seu livro “não contém quaisquer resultados inovadores na área da Ciência e Tecnologia, mas apresenta uma visão inovadora para o ensino da engenharia e faz parte de uma excelente colecção de cerca de 20 livros. O que se tentou foi passar para o papel a forma como as aulas eram leccionadas, das nossas experiências fazer uma esquematização”, elucida Anna Guerman.

No entanto, a docente teve alguma dificuldade em “destacar algo específico, tem a ver com ensinar a matemática às engenharias de formas mais correcta”. A inclusão de certos capítulos no programa da disciplina é um exemplo de como isso se verifica.

O prémio é, para Guerman, uma “grande honra”. “Tenho muito orgulho em fazer parte desta equipa”, que a seu ver, desempenha “um trabalho muito grande”, embora diga que o prémio “tem um significado um pouco estranho, porque nunca me identifiquei como uma pessoa que o merecesse.

A docente trabalhou na Universidade Estatal Técnica de Moscovo desde 1985 até 1994 e durante vários anos leccionou a disciplina de Equações Diferenciais. “Trabalhei num departamento com muita história, onde o ensino tem um tradição muito grande”, explica. A universidade russa completa 175 anos de existência em 2005.

DISTÂNCIA. O artigo começou a ser preparado em 1993, em Moscovo. Apesar de em finais de 1994 ter vindo para a UBI, Anna Guerman conseguiu conciliar a continuação do artigo com os seus colegas da UETM.

”Eu continuei a manter contacto com eles e sempre que podia ia lá, embora, na altura em que vim para Portugal, o trabalho já estivesse em fase adiantada, com uma forma definida”, esclarece. O artigo ficou finalizado em 1995, mas Anna Guerman salienta que “não está acabado”. Houve sempre modificações que foram introduzidas de edição para edição.

Uma das componentes do prémio é uma contribuição monetária. Anna Guerman admite desconhecer “quanto caberá a cada um pois, estão várias pessoas envolvidas, mas corresponde a 400 salários mínimos nacionais” da Rússia . O salário mínimo naquele país é de 600 rublos, cerca de 20 dólares americanos (dados de 2003).

A publicação está disponível apenas em Russo, mas Anna Guerman admite a possibilidade da tradução do livro para a língua portuguesa “se houver alguma editora interessada.

Daniel Sousa e Silva

 

 

 

OPERAÇÃO DE CHARME

A Universidade é grande

Desde os mais pequenos aos mais graúdos, entre 9 e 11 de Março, todos puderam visitar as instalações da universidade covilhanense. A opinião geral era que a UBI é grande, quer fisicamente, quer em termos de ofertas.

Nesta sétima edição dos “Dias da UBI”, a instituição acolheu 4986 visitantes, um número só superado há dois anos, quando se atingiu os cinco mil. Eugénia Moeda, estagiária do Gabinete de Relações Públicas da UBI e co-responsável pela organização faz um balanço positivo, já que “no segundo dia da iniciativa, e depois de terem sido fechadas as inscrições, havia muitos pedidos de inscrição que foram aceites”.

Os “Dias da UBI” são já um marco na forma como a universidade covilhanense encara o meio onde se insere, para além de uma bem sucedida operação de charme para cativar futuros alunos.

Os visitantes tiveram uma oportunidade de conhecer o ambiente universitário, através de visitas guiadas aos diversos Departamentos, Centros e ainda a outros sectores como a Biblioteca, o Museu e o Cybercentro, onde foram apresentadas exposições, conferências, experiências em laboratórios, tecnologias computacionais e multimédia, num conjunto de iniciativas interactivas.

RELATOS. Uma pequena estudante da Covilhã, Cátia, com 8 anos, de visita à exposição de Matemática, confessou que “a matemática aqui na UBI é divertida, mais divertida que na minha escola”. Cátia gostou de visitar a universidade e apontou as diferenças: “As mesas, as cadeiras e as portas são diferentes, e a universidade é muito grande.” Esta visita poderá mesmo vir a resultar numa futura aluna de Matemática, pois a Cátia quer “vir estudar para a UBI, para matemática, porque as coisas são divertidas aqui”.

Entre os mais graúdos as opiniões não diferem muito. Joana, do Fundão, com 16 anos, gostou da UBI, porque “tem muitas condições na parte prática e, por isso, é um bom lugar para talvez vir estudar Arquitectura no futuro”.

Helena Pissara, com 15 anos, a estudar na Guarda, andava um pouco desorientada e só dizia “é muito grande e tem que se andar muito”. Por seu lado, Pedro Gonçalves, com 18 anos e a estudar no Fundão sabe o que quer. Para ele, a UBI é “uma boa universidade para no futuro estudar. Quero estudar algo ligado com as artes e vi que a universidade me oferece boas condições e perspectivas de futuro”, garante.

João Simão

 

 

 

PROGRAMA PAIDEIA EM ÉVORA

Formar docentes

A Universidade de Évora desenvolveu um projecto de formação para apoio aos alunos e docentes da instituição. Trata-se do chamado PAIDEIA (Programa de Auto-aprendizagem para a melhoria das Competências Pedagógicas e Didácticas Universitárias), que já se iniciou este mês, e que será sustentado por três ideias fundamentais: O Conhecimento Científico, A Formação Pedagógica e As Tecnologias de Informação e Comunicação. 

Segundo Diogo Figueiredo, Vice-Reitor da Universidade de Évora, “a rápida evolução da sociedade e dos contextos de trabalho cada vez mais complexos, marcada pela importância da informação e do conhecimento, constituem o marco referencial que suporta a importância e a oportunidade de um programa desta natureza”. Por isso, considera que “ a universidade, na nossa perspectiva, deverá constituir a vanguarda da sociedade e a primeira a antecipar o futuro, em direcção ao que muitos autores designam como a sociedade educativa”.

O programa PAIDEIA, constituído por cursos de auto-aprendizagem para docentes e alunos, destina-se a “aumentar a capacidade de resposta dos docentes e dos estudantes aos novos desafios colocados pelas mudanças de paradigma em curso no universo do ensino superior, cuja tendência aponta claramente para a utilização de métodos activos e para a crescente responsabilidade dos estudantes nos processos de aprendizagem, com implicações importantes nos papéis que os docentes devem desempenhar”, disse Diogo Figueiredo.

Conforme explicou aquele responsável, os cursos de auto-aprendizagem, sobretudo no que diz respeito aos docentes, funcionam como uma espécie de suporte ao desenvolvimento das competências pedagógicas dos docentes do ensino superior. “Os cursos de auto-aprendizagem devem preparar os docentes para o completo exercício das competências profissionais que integram entre outras, competências científicas, pedagógicas e técnicas esperadas de um professor universitário, que domina de forma consistente um conjunto de recursos metodológicos e pedagógicos variados e que permitam enfrentar a grande variedade de situações de ensino-aprendizagem no âmbito do seu percurso docente”.

Assim sendo, o PAIDEIA terá como objectivo principal o desenvolvimento do conhecimento pedagógico dos participantes de modo “a fortalecer o papel do professor na criação, organização e avaliação de situações e contextos de aprendizagem adequados aos estudantes e aos objectivos dos cursos que leccionam”, explicou o vice-reitor.

O programa de apoio aos estudantes será constituído pelas seguintes formações: “Aprender a aprender. Aprender a estudar”, “Competências Básicas de pesquisa, selecção e tratamento de imagem”, “Estratégias de aprendizagem visual: mapas conceptuais e outras ferramentas de organização e representação de conhecimento”, “Criação e publicação de páginas web”, “Apresentações em Powerpoint”.

No que concerne à formação para docentes, o programa é constituído por três eixos fundamentais: Aprender e Ensinar no Ensino Superior, Tecnologia Educativa e Didácticas.

O eixo Aprender e Ensinar no Ensino Superior abrange as seguintes formações: “A Aprendizagem no Ensino Superior: Determinante, formas e processos”, “Tutória, Supervisão e Aconselhamento de Estudantes no Ensino Superior”, “Desenvolvimento Curricular no Ensino Superior” e “Avaliação da Aprendizagem no Ensino Superior”. No eixo Tecnologia Educativa, os docentes terão a oportunidade de ter acesso às seguintes formações: “E-learning”, “Concepção e Criação de Páginas Web” e “Apresentação em Powerpoint”. Por último, no eixo das Didácticas, as formações são: “Seminário Permanente no âmbito da didáctica específica da disciplina” e “Disciplina, Ética e Sociedade”.

Noémi Marujo

 


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