Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano VII    Nº75    Maio 2004

Universidade

18 ANOS DE EXISTÊNCIA

A maturidade da UBI

A Universidade da Beira Interior está bem e recomenda-se mas deve continuar a crescer em termos de oferta formativa, pelo que precisa de ver efectivados os cursos de Design Industrial e Serviço Social. A opinião é do Reitor da UBI, Santos Silva e foi expressa no dia da Universidade, assinalado no passado dia 30 de Abril.

No seu discurso, Santos Silva, Reitor da UBI, defendeu que “mais do que criar novas licenciaturas, é importante que o Ministério da Ciência e Ensino Superior (MCES) atribua vagas às já propostas e registadas”. Por isso a UBI não propôs ao Ministério a criação de novos cursos para o próximo ano lectivo, mas “a reestruturação de alguns, bem como a atribuição de vagas para cursos já registados e devidamente justificados no ano anterior, como Design Industrial e Serviço Social”.

Novas licenciaturas no domínio das Ciências da Saúde é um desejo assumido pelo responsável máximo da UBI. O Reitor apontou a sua importância “para o País e para a instituição, conforme o previsto na Resolução do Conselho de Ministros 140/98”. Aos jornalistas, Santos Silva disse que “o objectivo será criar cursos na área das Novas Tecnologias da Saúde” com o apoio de “departamentos já desenvolvidos na UBI, como os de Física e Química”.

O representante do Ministério da Ciência e do Ensino Superior adiantou pouco em relação ao que foi dito por Santos Silva. No entanto, Mário Ferreira, sub-director geral do Ensino Superior, disse que o Ministério “está sensibilizado para responder a algumas da necessidades da universidade”.

PROTOCOLOS. Durante a cerimónia de aniversário, foram assinados protocolos entre a UBI e cinco entidades. Com a Câmara da Covilhã estabelece-se um protocolo para cooperação no processo de intervenção no Museu da Covilhã, com apoio logístico e de investigadores. O estreitamento de ligações foi o motivo do protocolo assinado com a Câmara de Santa Comba Dão. Do convénio assinado com a Comissão Cultural Luso-Americana (Fulbright) resulta a criação de um centro de informação Fulbright no Gabinete de Programas e Relações Internacionais da UBI, com o intuito de informar os alunos sobre as condições de mobilidade de estudo para universidades norte-americanas.

O protocolo entre a UBI e a Escola Secundária Campos Melo contratualiza o depósito de peças representativas da indústria dos lanifícios da região ao Museu dos Lanifícios da UBI. Para terminar, foi assinado com a Santa Casa da Misericórdia do Fundão um acordo de criação de um gabinete de neuropsicologia, em colaboração com o GEARNeurop, do Departamento de Psicologia da UBI.

EPGI. O presidente da Associação Académica da UBI (AAUBI), Luís Franco, teceu elogios ao desenvolvimento da UBI, mas considera existir necessidade de ampliação da capacidade de aulas do Pólo IV [Ernesto Cruz] e a criação de uma cantina que sirva os alunos desse espaço. “O alargamento das infra-estruturas do pólo destinado à licenciatura em Ciências do Desporto é urgente”, disse. O dirigente estudantil não deixou de lembrar a licenciatura em Engenharia de Produção e Gestão Industrial, remetendo para a “urgência da abertura de vagas para um dos cursos de mais sucesso da UBI, tal como foi prometido por Pedro Lynce”, ex-ministro da Ciência e Ensino Superior.

Daniel Sousa e Silva

 

 

 

SANTA COMBA DÃO

UBI estuda Termas

A Universidade da Beira Interior (UBI) inicia no final do corrente mês estudos com vista à criação do parque de saúde e lazer das termas do Granjal, no concelho de Santa Comba Dão, um trabalho feito pelo departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

A UBI celebrou um protocolo com a Câmara Municipal de Santa Comba Dão para que trabalhem juntas “no sentido de classificar a água sulfúrea do Granjal como recurso hidromineral termal” e lançarem uma nova unidade termal, caso os resultados sejam positivos.

De acordo com um comunicado divulgado pela autarquia, os trabalhos a realizar pela UBI arrancam no final do mês, primeiro com os estudos de base e depois acompanhando as sondagens. Posteriormente, irá desenrolar-se o processo de legalização da captação junto do Instituto Geológico e Mineiro, após o qual será elaborado o projecto do balneário termal e do parque de saúde e lazer.

A ideia de apostar numa estância termal no Granjal surgiu de um projecto académico realizado por três alunas da UBI, situada na Covilhã. “Existe uma nascente (nascente do Granjal) que pelas suas características orienta para a situação de, após alguns estudos de campo, se deva efectuar uma nova captação (furo profundo), de modo a se obter água em quantidade e qualidade que levem à implantação de uma nova estância termal”, pode ler-se na introdução do projecto.

O trabalho académico faz também referência à existência na povoação do Granjal, a cerca de 30 metros para nordeste da capela da Nossa Senhora da Saúde, de “uma nascente de água sulfurosa, fria, de pequeno caudal que outrora teve grande procura”.

A autarquia espera que a criação do parque de saúde e lazer das termas do Granjal seja mais um passo no sentido de desenvolver turisticamente Santa Comba Dão.

 

 

APRENDER COM AS TIC

Docentes debatem

O Núcleo Minerva/Centro de Competência Nónio Século XXI da Universidade de Évora promoveu, no dia 19 de Maio, mais um encontro sobre “Projectos e Aprendizagens com as TIC”. 

A iniciativa teve como principais objectivos: O papel das tecnologias de informação e comunicação na educação científica; o papel da escola e dos professores no desenvolvimento da literacia tecnológica no ensino básico; a partilha de experiências e recursos no domínio da aprendizagem colaborativa com recurso às TIC, nomeadamente entre as equipas envolvidas no Programa Internet@EB1. 

Para além das conferências plenárias intituladas “Educação, Ciência e Cultura”, “Projectos e Aprendizagens com as TIC”, “Numeracia e literacia científica: que muda com os computadores?”, foram apresentadas comunicações nas seguintes áreas: “Educação Científica e as TIC”, “Experiências Educativas enriquecedoras com as TIC”, “A Sociedade da Informação” e “As TIC na Formação de Professores”.

Segundo José Luís Ramos, Responsável pelo Núcleo Minerva/Centro de Competência Nónio Século XXI da Universidade de Évora, a iniciativa atingiu os seus objectivos na medida em que ofereceu, a todos os participantes, comunicações enriquecedoras naquela área. 

Refira-se que aquela unidade de apoio da Universidade de Évora, é um espaço de comunicação, formação, inovação e investigação educativa destinada, especialmente, a professores, educadores, pais, investigadores. A sua grande aposta consiste na produção de conteúdos educativos nas vertentes do desenvolvimento profissional do professor e da integração curricular das TIC na Escola.

Noémi Marujo

 

 

 

TURISMO E SOCIEDADE

Alentejo diversificado

O Departamento de Sociologia da Universidade de Évora realizou, este mês, a sua 12.ª Edição “À Mesa da Sociologia”. Desta vez, a organização decidiu convidar Licínio Cunha, da Universidade Lusófona, para debater o tema “Turismo e Sociedade”. 

Na sua intervenção, Licínio Cunha referiu que o turismo é um fenómeno social que produz efeitos positivos e negativos nas sociedades. “É um fenómeno que exerce um papel social na sociedade porque permite o encontro entre pessoas de diferentes culturas, mas provoca alterações nas sociedades, ou seja, altera os seus valores, normas e ideologias”, disse.

Referindo-se ao turismo português, mais precisamente ao turismo ibérico, o orador frisou que “a competitividade dos destinos turísticos só se fortalece pela competitividade. Portanto, quanto mais nós formos diferentes dos espanhóis, maior será a nossa competitividade”. Na sua perspectiva não há eixos de política sobre o turismo em Portugal. “Para haver uma política de turismo em Portugal, é necessário que o turismo português passe por uma transformação. Só por uma transformação do modelo de desenvolvimento em turismo é que se pode criar um eixo de política para o turismo. Existem algumas medidas positivas e inovadoras, mas são insuficientes”, sublinhou Licínio Cunha.

Segundo aquele perito em turismo, o Alentejo possui muitas potencialidades na área. “O Alentejo tem características únicas para ser um destino turístico. Mas, é preciso que mantenha essas suas características”. Para Licínio Cunha, a natureza do turismo alentejano “fortalece-se pela sua diversidade”. Tal diversidade passa por uma preservação da sua identidade cultural que vai desde a gastronomia, ao artesanato e ao património arquitectónico. Neste âmbito, o Presidente da Comissão de Coordenação do Desenvolvimento Regional do Alentejo, João Transmontano, que também esteve presente na iniciativa, referiu que “o desenvolvimento do sector no Alentejo passa por uma inovação dos projectos em turismo”. Aquele responsável considera, ainda, que “não há uma rede de promoção integrada e sustentada, em termos turísticos, sobre o Alentejo. O turismo é bastante importante para a região, mas tem que ser baseado numa política de promoção”, frisou.

Noémi Marujo

 


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