DURÃO BARROSO ANUNCIA
Universidade Pública
em Viseu

O primeiro-ministro, José Manuel Durão Barroso, anunciou a 17 de Maio a criação de uma Universidade Pública em Viseu. O anúncio foi feito em Viseu, numa sessão solene na Câmara Municipal, na qual explicou que o Conselho de Ministros aprovou a constituição de um grupo de trabalho, presidido pelo antigo ministro da Educação Veiga Simão, para proceder a uma reflexão sobre o reordenamento da rede do ensino superior em Portugal.
“Estudos técnicos e consultas já efectuados permitem-nos concluir pela vantagem da criação de uma Universidade Pública em Viseu”, afirmou, acrescentando que esta será “uma Universidade tecnológica muito avançada, ligada a instituições estrangeiras de grande nível”.
Barroso lembrou que Viseu seria a única Grande Área Metropolitana do país que não teria Universidade Pública. “Viseu há muito que merece uma Universidade Pública, que possa aproveitar o investimento já feito no seu Instituto Politécnico, que é excelente, e em parceria com outras instituições da região, nomeadamente as empresas”, afirmou.
Na sua opinião, assim Viseu poderá ter uma Universidade que será “um paradigma do ensino superior que o Governo quer em Portugal, mais virado para as tecnologias, inovação, investimento e qualidade”.
Já o presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, realçou o facto do Governo não ter “arrastado para a parte final do mandato” o cumprimento de uma promessa eleitoral feita por Durão Barroso. “Tem sido sempre esse o grande problema dos anúncios da universidade pública em Viseu e depois não são cumpridos”, afirmou.
Fernando Ruas considera que, a avaliar pelo que Durão Barroso disse sobre o projecto, a universidade pública não colocará em risco as restantes instituições de ensino superior existentes na cidade, nomeadamente o Instituto Politécnico, a Universidade Católica Portuguesa e o Instituto Piaget.
Veiga Simão considera que “Viseu merece sem dúvida uma universidade pública”, prometendo que o grupo a que vai presidir trabalhará “na sua organização com estudo e engenho”, para que, “acima de tudo, seja uma universidade inovadora, com ideias novas, no sentido de inovação e desempenho, por forma a que incida não só sobre o desenvolvimento regional, mas também seja uma voz a nível nacional e europeu”.
Finalmente, os responsáveis dos pólos de Viseu da Universidade Católica e do Instituto Piaget e do Instituto Politécnico aguardam com expectativa a decisão do grupo de trabalho que irá estudar a criação da universidade pública na cidade.
O presidente do Centro Regional das Beiras da Católica (que engloba o pólo de Viseu), Passos Morgado, disse à Lusa que esteve na cerimónia, mas referiu que não ficou a saber “quais os objectivos, nem com o que colide”.
Passos Morgado afirmou que “o reitor é a única pessoa que pode dizer qual o futuro” do pólo de Viseu, mas avançou que, na sua opinião pessoal, e “enquanto contribuinte”, o anúncio feito por Durão Barroso o deixa “apreensivo”.
Françoise Cruz, presidente do Campus Académico do Instituto Piaget, disse também estar “na expectativa do que a comissão vai dizer sobre a interligação das instituições de ensino superior” da cidade, e se serão tidos em conta os investimentos que a sua instituição tem feito.
O presidente do Instituto Politécnico de Viseu, João Pedro Barros, disse à Lusa que vai esperar para ver “como o processo vai evoluir”, mas adiantou que, “à primeira vista”, as ideias transmitidas por Durão Barroso lhe agradam.
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