Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano VII    Nº75    Maio 2004

Gastronomia

CANTINHO DA GASTRONOMIA

Barbo (Barbus bocagei)

Com a abertura da temporada de pesca, chegou a altura de abordar um peixe. A primazia vai para o Barbo, espécie autóctone da Península Ibérica, sendo um dos principais peixes em Portugal e um dos mais excitantes para a pesca desportiva. Esta espécie apresenta variações no nosso país, dando origem às designações de Barbo do Norte, com o nome científico Barbus bocagei, a norte do Tejo, o Barbo Steindachneri que habita em grandes populações nas bacias hidrográficas do Tejo e Guadiana, e ainda, mas em reduzido número, os de nome Barbo de Cabeça Pequena (Microcephalus) e Barbo do Sul (Sclateri) nas restantes regiões no sul de Portugal.

É um peixe muito combativo na sua defesa e com grande aptidão para percorrer as maiores profundidades dos rios e lagos. Apresenta tipicamente um corpo alongado tipo cilíndrico e musculado, com o ventre mais largo, tem o focinho pontiagudo e a boca com lábios grossos onde possui os tão característicos dois pares de barbilhos bem desenvolvidos que servem de órgãos de gosto e tacto. O último raio simples da barbatana dorsal é ossificado e denticulado, o qual é utilizado para tentar libertar-se do fio de pesca. Tem um dorso de cor acastanhada e com os flancos e ventre mais claros.

É essencialmente um peixe de águas bem oxigenadas, vivendo em grupos nos sectores médios dos rios e ribeiras de correntes moderadas e de águas não demasiado frias, e também em algumas albufeiras. Utiliza preferencialmente as pedras e vegetação junto às margens para se refugiar.

Esta espécie tem uma medida que varia entre os 20 e os 80 centímetros, podendo ir até aos 12 quilos de peso.

O Barbo define-se como uma espécie omnívora e também detritívora, alimentando-se de restos de plantas, moluscos, crustáceos, insectos e os detritos que se vão depositando nos fundos. Pequenos peixes também podem entrar na sua alimentação.

Na época da reprodução, de finais de Abril a Junho/Julho, os machos exibem umas pontuações brancas à volta do focinho designadas de tubérculos nupciais. Realiza a desova no final da Primavera ou já durante o Verão, com uma capacidade de cerca de 8.000 ovos em média, em zonas de fundos pedregosos e arenosos, e de águas pouco profundas mas ricas em oxigénio.

RECEITA

Ingredientes:
1 Barbo de 300g 
1 Ovo
1 Cebola
2 Tomates em cubos
1 Folha de Louro
2 Dentes de Alho
3 Pés de Hortelã da Ribeira
2 Dl de Azeite 8141
2 Dl de Água 
1 C. C. de Pimentão Doce
100g de Pão Caseiro
½ Dl de Vinho Branco
Q.B. de Sal
Q.B. Pimenta de Moinho
Q.B. de Farinha


Preparação:
Despinhar o barbo limpo e escamado, de forma a não separar os filetes e deixando o rabo. Temperar de sal e pimenta e hortelã da ribeira. Retirar as guelras e os olhos da cabeça (dá mau sabor), com a água, a cabeça e as espinhas fazer um caldo, deixando ferver durante 10 minutos no máximo.

Passar o caldo por um passador, e em seguida escolher a carne que fica junto das espinhas. Reservar.

Embeber o pão com o caldo de peixe.

Passar o peixe por farinha dando a configuração desejada e fritar em azeite quente. 

Puxar o alho picado, o louro e a cebola picada no azeite, deixar refogar um pouco. Juntar o pão embebido. Deixar cozer lentamente, adicionar o vinho branco. Juntar o ovo, o pimentão-doce, o peixe, a hortelã da ribeira e o tomate. Rectificar de sal e pimenta. Empratar como na foto, regando com um fio de Azeite 8141.



* ”Das Terras da Beira Baixa, surge um dos melhores conceitos de olivicultura portuguesa. A tradição desta região permite ao Lagar 8141 da Zebreira apresentar, com uma qualidade de excelência, o paladar desta “Fruta da Terra” que tanto caracteriza a cozinha tradicional portuguesa”.

Mário Rui Ramos

Mário Ramos é Chefe de Cozinha do Restaurante Helana ( www.helana.com ) e consultor das marcas Milaneza e Zanussi Internacional, assina esta crónica mensalmente no Ensino Magazine.


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