Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano VII    Nº76    Junho 2004

Universidade

ÉVORA ASSINA CONTRATO PROGRAMA

Projectos de desenvolvimento

O Contrato-Programa assinado, no corrente mês, entre a Universidade de Évora e o Ministério da Ciência e do Ensino Superior, no valor de 1 060 000 Euros (um milhão e sessenta mil Euros), visa apoiar projectos que, segundo a Ministra da Ciência e do Ensino Superior, Maria da Graça Carvalho, contribuirão para a consolidação daquela universidade como um “pólo de excelência e motor de desenvolvimento”.

Na cerimónia de assinatura do Contrato-Programa, Manuel Ferreira Patrício, Reitor da Universidade de Évora, solicitou à Ministra da Ciência e do Ensino Superior um Campus Universitário. “Encontramo-nos hoje insuficientemente instalados. Temos, evidentemente, de aprofundar e aperfeiçoar tudo o que construímos. Mas a instalação física, o campus ou o essencial do campus, é vital para nós”. 

Por seu lado, Maria da Graça Carvalho elogiou a Universidade de Évora pela sua “evolução” e pela sua “preocupação” em fazer uma articulação com o desenvolvimento da região onde se insere. “Num mundo globalizado, as instituições cuja missão é a transmissão de conhecimentos não podem deixar de, por um lado, ter escala internacional e, por outro, de contribuir para o desenvolvimento regional e nacional”. 

A ministra frisou, ainda, que, nas últimas décadas, a evolução do ensino superior, pode ser considerada “um caso de sucesso”. Assim, argumentou que “não temos qualquer dúvida sobre o impulso que o ensino superior conferiu ao desenvolvimento das regiões, nomeadamente as mais desfavorecidas”. No entanto, acrescentou que “existem fragilidades”, uma vez que a evolução foi “rápida”, com “regras pouco sedimentadas e com pouca planificação”. Ou seja, considera que o ensino em alguns casos tornou-se “uma mera transmissão de conhecimentos sem ligação à realidade”. 

Por isso, e de acordo com as suas palavras, é que têm vindo a aprovar um conjunto de reformas tais como: Uma nova lei de desenvolvimento do ensino superior que promove formas de articulação entre o ensino universitário e o ensino politécnico, público e privado, de forma a partilhar recursos, a racionalizar a oferta de cursos e a cooperar no desenvolvimento científico e tecnológico; um novo modelo de financiamento do ensino superior público; o aumento da oferta do ensino superior de qualidade em áreas carenciadas. 

Segundo Maria da Graça Carvalho, a celebração de Contratos-Programa com 30 instituições de ensino superior público teve como ponto de partida, a definição de quatro grandes prioridades: Modernização e simplificação de procedimentos, Correcção de assimetrias, Desenvolvimento de áreas estratégicas e Captação de novos públicos. “Com a celebração dos Contratos-Programa, pretende-se a melhoria da qualidade e capacitação do sistema, maior qualificação dos seus principais agentes, de forma a tornar sustentável um ensino mais activo e empreendedor, que estimule a empregabilidade e seja a vanguarda do conhecimento”, disse. 

No caso da Universidade de Évora, o presente contrato visa apoiar os seguintes projectos: Sistema de Workflow e Gestão Documental, Requalificação e divulgação do Colégio do Espírito Santo, Programa de auto-aprendizagem para a melhoria das competências pedagógicas e didácticas universitárias, Promoção de unidades de investigação de qualidade certificadas, Desenvolvimento de áreas estratégicas, nomeadamente a Engenharia Mecatrónica e Rede de universidades portuguesas de ensino agrário. 

A Ministra da Ciência e do Ensino Superior aproveitou, ainda, a oportunidade para anunciar à comunidade académica de Évora que o Complexo de Arquitectura e Artes Plásticas já está aprovado. No que concerne a outras infra-estruturas (cantina e residência) da referida universidade, Maria da Graça Carvalho salientou que “o programa preliminar está ainda em fase de elaboração, mas trata-se também de um investimento significativo”, uma vez que, e no caso da residência, está previsto uma “oferta de trezentas camas que substituirão vários imóveis arrendados na cidade em condições, com toda a certeza, inferiores ao que a nova residência terá”
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Noémi Marujo

 

 

 

Medicina para Évora

Manuel Ferreira Patrício, Reitor da Universidade de Évora (U.E.), apelou à Ministra da Ciência e do Ensino Superior, Maria da Graça Carvalho, para que o Curso de Medicina venha para a sua instituição. Esta sua vontade foi expressa durante a assinatura do Contrato-Programa, que se realizou este mês, entre aquelas duas instituições.

Assim, e logo que soube da intenção do Ministério da Ciência e do Ensino Superior em criar ensinos universitários de medicina no sul do país, o dirigente daquela instituição assumiu-se como um “militante dessa causa”, elegendo a Universidade de Évora como “uma hipótese a considerar”. 

Na sua intervenção, e para justificar a possível abertura da licenciatura de medicina naquele estabelecimento de ensino superior, Manuel Ferreira Patrício disse que a Universidade de Évora “tem de ser o grande indutor científico, tecnológico e cultural do desenvolvimento do Alentejo”. Ou seja, entende que o “Alentejo do conhecimento exige uma universidade que seja o motor central do conhecimento”. 

Neste âmbito, o Reitor da U.E. referiu que “Nós não nos limitamos a manifestar interesse pela medicina nesta universidade. Nós manifestamos empenho, vontade, determinação. Nós queremos isso, Sr.ª Ministra. E não por vanglória, ou capricho, ou volúvel desejo, ou tolo impulso competitivo. Queremo-lo por vontade racional, por vontade assente no solo alentejano da razão. O nosso empenho tem o seu fundamento na razão”. 

De acordo com as suas palavras, essa razão prende-se com o facto de Évora dispor, até 2008-2009, de um hospital central. “O Hospital Central de Évora vai funcionar todo o ano, não apenas intermitentemente, com épocas de pico ou outras de cava. Vai servir o Alentejo todo, tornando-o auto-suficiente em relação a Lisboa, dotando-o de meios complementares de diagnóstico”, afirmou Manuel Ferreira Patrício. 

Para o dirigente daquela instituição o Hospital Central de Évora “servirá facilmente as necessidades e exigências de um hospital universitário”. Logo, sublinhou que “já hoje o Hospital do Espírito Santo recebe alunos estagiários de todo o país em períodos não lectivos, vindos sobretudo do Porto, nas áreas médicas da cirurgia e da pediatria e na área da psicologia”. Manuel Ferreira Patrício frisou, também, que já funcionam na universidade Pós-graduações e Mestrados na área da saúde. Para além disto, e segundo disse, a Escola Superior de Enfermagem de S. João de Deus vai ser integrada a curto prazo na instituição. 

O Reitor da U.E. argumentou, ainda, que Évora “ocupa uma posição central no Alentejo e em todo o Sul, podendo dar apoio a todas as unidades hospitalares desta vasta região”. Por isso, salientou que os “efeitos positivos da criação do ensino universitário de medicina e da correlativa investigação científica serão particularmente poderosos, por conseguinte, no grande desígnio nacional que é o combate à desertificação”. 

Após todos estes argumentos expostos pelo Reitor da U.E., a Ministra da Ciência e do Ensino Superior não excluiu a hipótese de um curso de medicina vir a surgir em Évora. Em declarações aos jornalistas Maria da Graça Carvalho disse que “é muito natural que seja a sul, mas vamos aguardar porque o ensino da saúde está muito associado à investigação, à prestação de serviços”.

Noémi Marujo

 

 

 

VITÓRIA POR 43 VOTOS

Costa na Associação

Tal como sucedera na primeira volta das eleições para a Associação Académica da Universidade da Beira Interior, a lista C, liderada por Nuno Costa venceu, tendo contado com 554 votos, contra 511 da lista R, tendo-se registado ainda 39 em branco e 16 nulos.

De acordo com aquele aluno de Economia, “a Academia ficou alertada para a renovação”, pelo que ambiciona agora “devolver a Associação à cidade e aos estudantes”. A sua preocupação inicial passa porém por avaliar e regularizar a situação financeira da Associação Académica.

“Não houve um controlo rigoroso neste mandato e ainda nem foi apresentado um relatório de contas. Por isso, se houver alguma anomalia nas contas, alguém vai ter que assumir a responsabilidade”, avisa Nuno Costa. Outros objectivos primários são “trabalhar num melhor arraial académico, dinamizar a actual sede da AAUBI e fazer um bom programa da Recepção ao Caloiro”.

A votação ditou ainda que a Assembleia Geral de Alunos passe a ser liderada por Ângela Cardoso, estudante de Engenharia da Produção e da Gestão Industrial, eleita pela lista R, com 540 votos, contra 530 da C, 34 em branco, e 16 nulos. Para a presidência do Conselho Fiscal da AAUBI foi eleito o candidato da lista C, Arménio Santos, de Ciências do Desporto, com 574 votos, contra 496 da lista R, 35 votos em branco e 15 nulos.

Daniel Sousa e Silva

 


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