Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano VII    Nº71    Janeiro 2004

Politécnico

ESCOLA DE ENFERMAGEM TEM PLANO

Guarda quer Saúde

O presidente da Escola Superior de Enfermagem da Guarda, Abílio Figueiredo, continua a envidar todos os esforços para que aquela instituição seja transformada em Superior de Saúde. Aquele responsável pretende alcançar assim um dos seus objectivos do plano de actividades divulgado, que irá contribuir para o desenvolvimento da Região.

No processo que desencadeou em Agosto do ano passado e que agora ficou completo, Abílio Figueiredo recorda que reuniu com as principais forças vivas do Distrito, casos do Governador Civil, deputados na Assembleia da República, presidente da Câmara, coordenadora da Sub-Região de Saúde, presidentes das três principais unidades de saúde da região da beira Interior, Universidade da Beira Interior e directores das escolas do IPG. 

No entender de Abílio Figueiredo, “o desenvolvimento da região não passa apenas por auto-estradas. É enganador e falacioso aferir-se o desenvolvimento da Guarda por, felizmente, ser dotada de dois caminhos de asfalto e um caminho de ferro. Estes caminhos continuarão a ser penosos se não nos trouxerem, mas apenas levarem pessoas. A formação da saúde, assim como a prestação de cuidados de saúde parte de pessoas para pessoas”.

Das reuniões realizadas, aquele responsável sublinha a sensibilidade, receptividade e empenho no sentido da convergência para a concretização de uma prioridade essencial: “a conversão da Superior de Enfermagem em Superior de Saúde”. As reuniões serviram para demonstrar também qual o caminho a seguir no que respeita a novas formações, que no entender das instituições de saúde devem ser nas áreas da “farmácia, radiologia e anatomia patológica”.

VANTAGENS. Abílio Figueiredo, no documento que enviou ao nosso jornal reforça a necessidade da transformação da escola em Superior de Saúde, e lembra que é “absolutamente decisivo que as instituições que apoiam o projecto da Escola façam valer as vantagens e os benefícios para a região, e sobretudo para os jovens interessados nos cursos da área da saúde, quer junto da Ministra da Ciência e do Ensino Superior, quer do Governo”.

A conversão da Escola é, diz Abílio Figueiredo, “um desafio para o futuro, que pressupõe a implementação de vectores direccionados para a mudança, a inovação, criatividade, qualidade e excelência e cooperação de igual para igual com as instituições da Região”. Além disso, diz aquele responsável, “essa conversão arrasta consigo uma nova centralidade, quer para o Instituto Politécnico, quer para a cidade da Guarda”. Daí que outra das apostas da Escola passe também por alargar o intercâmbio com a cidade de Salamanca (Espanha) na área da saúde”.

No mesmo documento, Abílio Figueiredo lamenta ainda o facto do “ministério da Ciência e do Ensino Superior, quanto à proposta de conversão da escola, não dizer que sim, nem que não. O que tem feito é não autorizar a abertura dos cursos propostos no domínio das tecnologias da saúde. Uma decisão fácil e óbvia, pois sem Escola Superior de Saúde não se pode iniciar qualquer curso”.

No que respeita ao ensino da enfermagem, Abílio Figueiredo sublinha que “o curso de licenciatura nessa área está consolidado. A escola dispõe de um corpo docente com formação adequada, de colaboradores externos, assim como de campos de estágio essenciais”.

A concluir, Abílio Figueiredo recorda que é preciso decidir bem, e que “decidir bem é decidir a favor da nossa terra, da nossa gente, dos nossos jovens que têm um compromisso com o futuro”.

 

 

 

Pintura no IPG

O edifício dos Serviços Centrais do Instituto Politécnico teve patente, até ao passado dia 23 de Janeiro, uma exposição com trabalhos de artistas plásticos da Guarda. A mostra, que abriu no dia 9 de Janeiro, integrou trabalhos de A. Ramalho, Álvaro de Carvalho, Arménio Diniz Santos, Barreira Pires, Carlos Adaixo, Felizardo Valério, Jorge Sequeira, Luís Rebelo e Marina Pinto, entre outros.

Esta exposição, promovida pelo Instituto Politécnico da Guarda, contou com a colaboração da ArteLivre-Associação dos Artistas Plásticos da Guarda, e inseriu-se no âmbito de um protocolo de cooperação assinado no passado ano.

 

 

 

JOÃO PETRICA TERMINA DOUTORAMENTO

Como preparar a prática pedagógica

Os professores de Educação Física formados nas escolas superiores de educação e que não desenvolvem actividades de prática pedagógica antes do estágio final, conseguem bons desempenhos aquando dessa etapa. Assim, uma formação mais teórica ao nível pedagógico não afecta a qualidade do ensino. No entanto, em termos específicos, a existência de práticas anteriores ao estágio pode melhorar aspectos ao nível do desempenho do professor.

A conclusão é de João Petrica, professor da Escola Superior de Educação de Castelo Branco e surge no âmbito da sua dissertação de doutoramento, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, tendo obtido a nota máxima da instituição e a garantia de publicação da tese, que tem como tema A Formação de Professores de Educação Física - Análise da Dimensão Visível e Invisível do Ensino em Função de Modelos Distintos da Preparação para a Prática.

Desenvolvida ao longo de quatro anos, a investigação abrangeu 1117 alunos do 5º e 6º anos e 48 futuros professores, estes últimos divididos em quatro grupos com formações de base semelhantes, excepção feita ao nível da componente pedagógica. Os alunos do primeiro grupo, em termos pedagógicos, tiveram apenas formação teórica. Dois grupos foram preparados de acordo com o modelo do micro-ensino, embora com pequenas nuances, enquanto um quarto grupo de alunos desenvolveu actividades com alunos do 5º e 6º anos.

Todas estas actividades ocorrem com alunos da Superior de Educação de Castelo Branco (dos anos 99/2000 e 2001/2002), que no ano seguinte entravam em Prática Pedagógica efectiva, nas escolas. “Fomos filmar, observar e analisar as aulas, a fim de constatarmos se existiam diferenças ao nível do ensino consoante o modelo a que tinham sido sujeitos aquando da formação. Este era o objectivo fundamental”.

CONCLUSÕES. No final do estudo, fazendo uma análise às competências globais e gerais do professor (e não às particulares), pode constatar-se que “não há diferenças significativas entre os professores dos diversos grupos”. Esta conclusão poderá ter outras implicações, pois, “as instituições podem formar recorrendo ao modelo mais económico, em termos de meios, pois, globalmente, essa decisão não tem interferência nas competências que o professor deve ter”.

O novo doutorado reconhece que se trata de “uma conclusão desconcertante”, até porque as práticas são defendidas por muita literatura e pelo comum do professor. Ainda assim, esta conclusão esbate-se quando são analisados aspectos mais específicos da formação de professores de Educação Física, os quais foram bem recordados aos então futuros professores que participaram no estudo.

São eles o empenhamento motor (quanto mais tempo conseguirem que o aluno pratique, mais hipótese o aluno tem de aprender), a demonstração (professores que demonstram mais conseguem que os alunos tenham mais sucesso), o clima positivo (mostrar afectividade para com os alunos) e o feedback (embora não esteja demonstrado o seu contributo para o sucesso, João Petrica acredita que ele é efectivo).

“Foi exactamente nestes quatro comportamentos que se registaram, diferenças, com vantagens e desvantagens de modelo para modelo. Por exemplo, ao nível do clima positivo, os professores do grupo que praticou com alunos reais são os que têm melhor comportamento. Porém, na demonstração, os que têm melhor avaliação são os que ministraram aulas aos seus colegas (micro-ensino)”.

Aquele investigador conclui assim que não haverá um modelo melhor que outro, mas sim que “a aplicação de um modelo deve depender da competência que se pretende treinar e desenvolver”. Conclui também que, apesar das aprendizagens terem sido feitas no 3º ano do cursos, tiveram efeitos um ano depois, o que mostra que a duração das aprendizagens, ainda que seja curta, não será tão curta como isso.

Embora a grande conclusão da investigação seja algo desconcertante, João Petrica considera que as escolas terão legitimidade para apostar em modelos de formação que exijam menos meios, mas refere que o Ensino Superior terá de perseguir a excelência, pelo que não devem ser descurados outros modelos de formação.

 

 

 

POLITÉCNICO DE TOMAR

Abrantes em alta

A Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA) realizou, pelo terceiro ano consecutivo, de 12 a 16 de Janeiro, o III Encontro de Comunicação. Sendo este o ano que congrega a comemoração dos cinco anos da ESTA, a terceira edição do Encontro teve alguns temas e abordagens um pouco diferentes das anteriores. “Jornalismo Cultural” foi o painel escolhido para fazer as honras de abertura.

Carlos Câmara Leme, jornalista do PÚBLICO, António Carlos Carvalho, jornalista do DN e Nassalete Miranda, directora do jornal “Primeiro de Janeiro” foram os convidados para uma sessão moderada pelo jornalista e docente da ESTA, Carlos Pinto Coelho.

Uma das grandes novidades deste ano foi a importância dada aos Workshops , actividade já há muito desejada pelos estudantes. “Correspondentes no estrangeiro”, “Aplicações Práticas em SPSS”, “Direito da Comunicação: análise de casos”, “Técnicas de Colocação de Voz”, “Falar em Público”, “Imprensa Regional”, “Marketing Bancário” são alguns dos Workshops que decorreram durante todo o dia 15, quinta-feira, nas instalações da ESTA. 

“ À Conversa Com...” foi outra das grandes novidades deste Encontro de Comunicação. O professor Freitas do Amaral foi o convidado de Carlos Pinto Coelho e nesta conversa acontecerá informação, opinião e debate. “A Rádio no Século XXI” foi outro dos grandes temas que marcarou este III Encontro de Comunicação. 

CONCURSO. A Motorávia, empresa ligada ao sector aeronáutico, venceu o concurso promovido pela ESA e estabeleceu protocolos com a Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e com o Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (INEGI). 

O trabalho a realizar pelo curso de Engenharia Mecânica consiste na avaliação do material usado no fabrico dos satélites da ESA. Para essa tarefa, é necessário proceder à construção de peças, tecnicamente denominadas de “provetes”. 

De uma forma genérica, os “provetes” são amostras do material que constitui os satélites e possibilitam a realização de ensaios que visam “avaliar a resistência do material em laboratório”, afirmou Luís Ferreira, director do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes. 

A construção das ferramentas de montagem para maquinar os “provetes” está também a cargo do curso de Engenharia Mecânica. 

Paralelamente a este projecto, este curso projectou e vai desenvolver um dispositivo que permitirá o ensaio à flexão com temperatura controlada de vigas de betão.

Uma vez mais, o que se pretende é testar num ambiente controlado, a resistência de vigas, para depois aplicar o processo na sua construção, “salvaguardando desta forma o elemento segurança “, disse Luís Ferreira
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