CANTINHO DA GASTRONOMIA
Diário das
Olimpíadas de Culinária

Dia 18, Segunda-Feira - Depois de curto descanso, logo ao início da tarde avançamos com a preparação do menu quente e com a prova de estafeta. A prova quente consiste em servir 110 pessoas, com um prato principal, preparado em 3:30h simulando assim a “realidade” de um restaurante, mas dos seis elementos da equipa apenas quatro podem estar activos nas provas. Contudo em pleno serviço da primeira prova, um dos 4 elementos escolhido aleatoriamente pelo júri, sai desta para começar em simultâneo (com a anterior que ainda decorre), a prova de estafeta, constituída em apresentar com ingredientes impostos pela organização, nesta edição truta salmonada e chocolate para a sobremesa, uma entrada, uma sopa, um prato principal e uma sobremesa, para duas pessoas. Mas a dificuldade maior é que cada cozinheiro tem unicamente 30 minutos para apresentar cada prato e mais 15 minutos para limpeza, no fim dos quais é chamado outro elemento e assim sucessivamente.
Acabada a preparação das provas que se avizinham chega a altura do repor das forças. Chegamos à feira pelas 6:30m, e seguimos para a área de fotografia da equipa, foto esta que irá figurar no livro das Olimpíadas’ 2004. Voltamos para as cozinhas de competição, onde o júri fiscaliza a preparação trazida, os bilhetes de identidade (uma vez que cada elemento tem que ter menos de 24 anos no dia mundial da alimentação), o boletim de vacinas e a declaração médica de aptidão profissional.
Começa a prova quente, onde a nossa equipa faz um percurso organizado, com técnica, limpeza e boa gestão. Pelas 12:30h, chega o 1º ticket de serviço e pouco depois começa a estafeta. A equipe ultrapassa um pouco os 30 minutos de cada parte da estafeta e perde alguns pontos, ganhando-os na elevada técnica apresentada. Nas duas provas competem ao mesmo tempo 4 equipas nacionais em cozinhas envidraçadas com condições de trabalho muito relativas, sempre repletas de olhos curiosos dos visitantes e com 5 júris e ajudantes sempre atentos.
Dia 5, Terça-Feira – A equipa sénior apresenta o seu menu quente (entrada, prato principal e sobremesa) no restaurante das nações enquanto a júnior arruma matérias-primas, utensílios, equipamentos e limpa as áreas do hotel usadas.
Dia 6, Quarta-Feira - À noite fazemos uma confraternização colectiva com toda a comitiva portuguesa, entre imprensa, motorista, etc. Faz-se o balanço desta participação e começam-se a delinear estratégias para competições futuras.
Dia 7, Quinta-Feira – Todos à Gala de Entrega de Prémios, onde novamente vemos uma imensidão de jalecas brancas. As medalhas são entregues e confirma-se… Suécia vence esta edição em termos globais. A Suíça lidera na área dos juniores e nas regionais, a Alemanha nas equipes militares e na Pastelaria, a Áustria arrecada o premio no
Catering.
De tarde visitámos as vilas de Erfurt e Weimar e à noite guardámos nas malas o orgulho e convicção de que fizemos tudo para elevar o nome do país em termos gastronómicos…
Quanto a resultados, a equipe júnior consegue medalha de prata na prova fria, bronze no menu quente de 110 pessoas e bronze na estafeta, o que equivale ao 12º lugar no ranking geral das equipas juniores nacionais. Mais informações em: www.culinary-olympics.com.
Mário Rui Ramos
(Mário Ramos é Chef de Cozinha do Hotel Fonte Santa, Chef Consultor do Restaurante Helana, Consultor da Milaneza e da Zanussi Internacional, assina esta crónica mensalmente no Ensino Magazine)
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