Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano VII    Nº82    Dezembro 2004

Dossier

ESTG DA GUARDA

Escola quer renovar oferta

Novos cursos de formação inicial, formações especializadas e pós-graduações são os trunfos que estão na calha para dar um novo alento à Escola Superior de Tecnologia e Gestão da Guarda, uma instituição com cerca de mil e 500 alunos, que se tem destacado pelos seus projectos inovadores e pela relação com a comunidade, nomeadamente ao nível do tecido empresarial da região.

Essa é, pelo menos, a intenção do director da escola, Jorge Leão, segundo o qual “todos os departamentos estão a trabalhar na renovação da oferta formativa”, embora já existam propostas concretas que apenas carecem de aprovação superior. Uma delas é o curso de Telecomunicações, inicialmente previsto para Seia, mas nunca aprovado, pelo que poderá avançar na Guarda.

Além deste curso, “existem vários projectos”, cuja concretização “vai depender de contactos com a comunidade”, mas também das “escolas secundárias, às quais pedimos para fazerem um inquérito aos alunos do 11º e 12º Anos para saber da sensibilidade dos alunos em relação a alguns cursos”. E se é verdade que esses resultados “não são decisivos”, terão o seu peso. Depois falta apenas “a receptividade por parte do Ministério”.

Este caminho pretende dar uma resposta ao reduzido número de entradas de novos alunos nas áreas de engenharia em termos nacionais, mas que afectou mais as escolas do Interior, como é o caso da ESTG, que ministra cursos de engenharia Informática, Mecânica, Topográfica e Ambiente. Algo que não foi tão notório na área da gestão, a procura foi a esperada, pelo que os cursos (Secretariado e Administração, Contabilidade e Auditoria, Gestão, Marketing) funcionam sem qualquer tipo de problemas.

Apesar do caminho estar traçado, Jorge Leão refere que o avanço das novas formações não é uma certeza, uma vez que “a implementação do processo de Bolonha gera alguma expectativa em relação ao que irá acontecer”. Por essa razão estão a ser estudadas formas de estruturar os cursos na lógica de 3+2 e de 4+1.”Mesmo que não seja para avançar agora, temos de estar preparados quando for para abancar”.

A outro nível, a escola tem quatro cursos de especialização tecnológica aprovados e com candidatos, mas ainda sem financiamento, pelo que “este ano lectivo já não vão avançar”. Já as pós-graduações poderão avançar no próximo ano, pois “existem contactos e protocolos com várias universidades”. De futuro, o director da escola gostaria ainda de ter um centro de formação, o que entende como uma forma de discriminação positiva em relação ao Interior.

 

 

 

SUPERIOR DE ENFERMAGEM

Objectivo Saúde

Com 364 alunos, a Escola Superior de Enfermagem tem como objectivo a sua transformação em Superior de Saúde. Uma aposta que se mantém de pé e que para o presidente da instituição tarda em chegar. Abílio Figueiredo lembra mesmo que a escola tem em carteira dois cursos que ainda só não foram propostos devido a essa situação. “É nossa intenção avançar com um curso de farmácia e outro em radiologia. Mas enquanto não houver essa decisão do Governo não podemos abrir novos cursos nessas áreas”.

A grande aposta da escola de Enfermagem é portanto a sua transformação em Superior de Saúde, pelo que a abertura de mestrados não é um objectivo imediato. “Neste momento estamos envolvidos nessa transformação, mas é natural que venhamos a desenvolver alguma pós graduação”. 

Sobre o processo em que se encontra a transformação de Enfermagem em Saúde, Abílio Figueiredo recorda que o processo não tem sido fácil. “Da nossa parte o processo está concluído, todas as forças vivas contribuíram para ultimar o processo, faltando a luz verde da senhora ministra. Espero que essa decisão seja feita dentro em breve”.

A ministrar a licenciatura em enfermagem, a Escola tem apostado também noutras ofertas formativas, como é o caso do curso de complemento de formação em enfermagem. “No futuro iremos abrir uma pós licenciatura em especialização médico-cirúrgica, tendo a Ordem dos Enfermeiros dado um parecer positivo. Por isso aguardamos luz verde do Ministério do Ensino Superior”, explica aquele responsável. Uma formação que poderá avançar em Março do próximo ano, para um total de 25 vagas. 

Abílio Figueiredo sublinha também o excelente entendimento com as instituições da região. Um entendimento que ultrapassa o próprio distrito e que para breve será traduzido num protocolo com os Hospitais Universitários de Coimbra. 

A concluir, Abílio Figueiredo crítica o orçamento de Estado para 2005. “Para a escola esse orçamento é deficitário e se a isso juntarmos o fim do Prodep, mesmo com as receitas próprias, será difícil assegurar o normal funcionamento da instituição. Se não houver um apoio da Direcção Geral do Ensino Superior, temos um orçamento inferior ao do ano passado o que tornará tudo muito difícil”.

 

 

 

ESE DA GUARDA EM DESTAQUE

A Escola do saber fazer

O director da Escola Superior de Educação da Guarda, Joaquim Brigas, considera que a instituição teve a maior taxa de ocupação de todas as superior de educação do País devido a um trabalho continuado no desenvolvimento de uma formação que assenta na saber, mas também no saber-fazer.

“Esse resultado deve-se ao facto da escola ter uma boa imagem, de ser virada para os alunos e de ter um corpo docente muito qualificado. Mas deriva sobretudo de disponibilizarmos aos alunos uma série de recursos materiais que lhe permitem desenvolver práticas relacionadas com as suas áreas de aprendizagem”, adianta.

Como exemplo aponta o Curso de Comunicação e Relações Públicas, cujos alunos têm ao seu dispor laboratório de vídeo, uma rádio digital, laboratório de publicidade, locais onde os alunos podem “manusear os equipamentos”. Esses laboratórios contam ainda com alguns encarregados de trabalhos que dão apoio aos alunos, na realização dos trabalhos, o que Joaquim Brigas considera importante, uma vez que “essa prática será importante no mercado de trabalho” e “o que distingue o ensino politécnico do ensino universitário é precisamente o carácter mais prático, pelo que é necessário fazer algo para que tal seja uma realidade”.

Outro trunfo apontado por Joaquim Brigas é a originalidade, pois considera importante “inovar e não copiar”, pelo que não entende que instituições próximas abram cursos semelhantes, como aconteceu por exemplo, com o Marketing. Nesse sentido, este ano, a ESE propôs cursos “que foi uma pena não terem sido aprovados”, casos de Português e Estudos Sociais, “uma área carenciada em termos de professores para o Preparatório”, além do Curso de Educação Especial, “que ficava bem enquadrado na escola, dado os recursos humanos e materiais que temos”.

No próximo ano poderão ser propostos estes e outros cursos. “Apesar de termos tido a melhor taxa de ocupação é necessário apostarmos noutras formações, uma vez que, hoje em dia, as formações funcionam durante alguns anos, mas depois é preciso avançar com outras, tirando partido dos recursos materiais e humanos existentes”.

Além da formação inicial (1º Ciclo, Educação de Infância, Animação Sócio-cultural, Desporto, Comunicação e Relações Económicas, Comunicação e Relações Públicas, Música), a escola investe ainda na formação contínua (tendo já realizado cursos em Gouveia, em protocolo com a Câmara), na formação pós-graduada, sendo que nesta última já foram realizados cursos de mestrado em Educação Ambiental e de Desporto. Agora “estão em carteira outras possibilidades”, o mesmo acontecendo com cursos de especialização tecnológica, ou com formações específicas destinadas a determinados grupos sócio-profissionais.

PUBLICAÇÕES. A Escola Superior de Educação da Guarda está a preparar mais os dois primeiros números da revista ESEG Investigação, a qual se destina a divulgar os trabalhos científicos dos docentes ou de outras figuras do mundo académico que estejam relacionados com a escola ou com a região. Além desta revista, a ESE já tem a ESEG Publicações, no âmbito do qual já publicou livros como um livro de homenagem ao primeiro director da ESEG, Carreira Amarelo, um outro de um docente (em conjunto com a Colibri), estando dois novos na calha. A escola tem ainda uma revista mais generalista, que procura divulgar a escola e o que nela se faz, a ESEG Magazine, que é publicada trimestralmente.

 


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