CULTURA ORGANIZACIONAL NO
MÉXICO, ESPANHA E PORTUGAL
IPCB integra estudo
O argentino Daniel Claudio Perazzo, docente na Universidade Autónoma do Estado de Hidalgo do México, está a coordenador um estudo internacional sobre cultura organizacional em Portugal, Espanha e México. O estudo envolve o Instituto Politécnico de Castelo Branco, Universidade de Salamanca e a Universidade Autónoma de Hidalgo e envolve a realização de um inquérito aos alunos daquelas instituições. “A cultura organizacional dentro das instituições é importante, pois permite-nos alcançar um modelo de organização diferente em áreas distintas, como o sector administrativo, a gestão financeira e de recursos pedagógicos”, justifica aquele responsável.
Em declarações ao Ensino Magazine, Daniel Perazzo, sublinha que o tema em causa é tão vasto que “permitirá uma melhoria nos modelos educativos”. Uma melhoria que será feita com “a participação de todos os membros das instituições educativas. Mas para que isso funcione é necessário que exista um compromisso de seguir uma directiva eficaz, com competências, capaz de ser o motor da mudança desejada”.
Daniel Perazzo falava ao Ensino Magazine momentos antes de uma conferência que efectuou na Escola Superior de Educação do IPCB, e que depois repetiu na Escola Superior de Gestão do Politécnico de Castelo Branco.
Aquele docente universitário lembra ainda que “a cultura organizacional contribui para o sucesso das instituições, desde que haja o compromisso de todos os sujeitos envolvidos, o que se alcança dando a oportunidade às pessoas de compartirem valores comuns à organização, empenhando esses sujeitos naquilo que é importante para a organização”. No caso concreto da educação, Daniel Perazzo, considera que os “docentes deveriam ser brindados com mais formação, enquanto que os alunos deveriam ter mais recursos ao seu dispôr e a possibilidade de desenvolverem investigação com os seus professores”.
A promoção à investigação é algo que já está a ser feito em muitas instituições, refere. “Em muitos organismos, na América Latina, já está a ser posto em prática um modelo mais europeu, como o espanhol ou o francês”. Daniel Perazzo sublinha, no entanto, que a implementação de todo este processo é difícil. “Os responsáveis pelas instituições têm que estar conscientes da necessidade de proceder às alterações necessárias. Os estudos feitos na Argentina referem que os indivíduos querem que os directores das instituições tomem decisões que melhorem os recursos. Os próprios pais dos alunos queriam saber como poderiam, eles, participar na educação dos alunos”.
Os inquéritos realizados naquelas três instituições vão agora ser avaliados e no final do ano serão publicados. “O objectivo deste trabalho é que se identifique a cultura organizacional como uma parte importante de uma organização educativa”.
ESCOLA SUPERIOR DE
GESTÃO DO IPCB
Cinema às quartas
A Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico de Castelo Branco acaba de lançar o seu primeiro ciclo de cinema. Uma iniciativa que decorrerá no auditório Domingos Rijo, situado naquela instituição de ensino, e que pretende “promover uma reflexão sobre formas de liderança, líderes, desafiar para a inovação e desenvolver o espírito crítico”.
De acordo com a direcção da escola as sessões têm lugar ás 16H30 e são
gratuitas, decorrendo todas as quarta-feiras, desde o dia 28 de Abril. Na primeira sessão será exibido o filme Voando sobre um Ninho de Cucos.
Para 5 de Maio está prevista a projecção de Elizabeth, enquanto que para 12 do mesmo mês, Orson Wells leva-nos ao mundo de Citizen Kane.
Nesta primeira fase está ainda agendada a projecção de Apollo 13, de Oliver Stone, onde Tom Hanks aparece no papel principal.
De referir que este ciclo se destina a docentes, alunos e funcionários da Escola Superior de Gestão e pretende ser mais um contributo para o enriquecimento do ensino que ali é ministrado nas áreas da gestão, marketing e futuramente de consultadoria. 
ESART EM CASTELO BRANCO
Orquestra dá música
ao País
O maestro da Orquestra Sinfónica da Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco e docente daquele organismo, Osvaldo Ferreira, está satisfeito com a evolução que a orquestra teve desde a sua fundação. Integrada no plano curricular de um dos cursos da escola, a Orquestra da Esart já subiu aos principais palcos portugueses e estrangeiros, sendo, por isso, uma referência. “Os últimos espectáculos, realizados em Coimbra e em Castelo Branco, superaram as expectativas”, explica aquele responsável.
Osvaldo Ferreira, que esteve na Orquestra Filarmónica de Berlim com o maestro Claudio Abado, adianta que para se fazer uma análise correcta ao desempenho da Orquestra da Esart há que ter em conta dois aspectos. “Por um lado, e se nos esquecermos que os seus elementos são alunos, e que tocaram a um nível profissional, poderemos dizer que estiveram num plano bom. Já em termos académicos, que é o objectivo da Orquestra, os objectivos foram conseguidos e as expectativas foram ultrapassadas”. Aquele responsável lembra que “o programa que foi feito para os últimos espectáculos foi um passo importante rumo ao último patamar da música sinfónica. É evidente que a música não se prepara com vista a apresentar concertos mais difíceis ou mais fáceis. Mas como formadores, temos que ser exigentes. E foi isso que todo o corpo docente da escola fez”.
Composta na sua maioria por alunos da Esart, a Orquestra foi formada há quatro anos, primeiro como Orquestra de Cordas, depois de formação clássica, e hoje já é uma Orquestra Sinfónica. A entrada dos alunos daquele grupo faz parte do plano curricular do curso. “As provas que fazemos com eles, que pretendem definir qual o posicionamento de cada um dentro da Orquestra, visam também prepará-los para o mundo profissional, já que também aí eles terão que fazer audições”.
TALENTO. Com um currículo vasto, Osvaldo Ferreira, considera que na Esart há músicos com muito valor. “Há gente com muito talento dentro da escola que têm tido uma evolução muito rápida, fruto também do trabalho dos docentes. Nunca acreditei que a Esart, com os seus poucos anos de vida, pudesse atingir um patamar tão elevado. Hoje podemos actuar em qualquer ponto do mundo sem envergonhar ninguém”, assegura.
Aquele responsável lembra que as escolas de Lisboa e do Porto “tiveram muitas dificuldades em colocar de pé uma orquestra como esta, e demoraram muito mais tempo”. O sucesso da Esart deve-se, no entender do maestro, “à determinação dos seus dirigentes e dos docentes, que colocam os interesses da escola em primeiro lugar, pois sabem que o que está em causa é um grande projecto. Por outro lado, aquilo que parece uma desvantagem, que é a interioridade, é uma mais valia para nós, pois os alunos que vêm para cá não estão dispersos, concentrando o tempo deles a estudar”.
Osvaldo Ferreira sublinha mesmo o espírito de «amor à camisola» que todos os docentes, alunos e funcionários têm para com a escola. O sucesso inicial do projecto Esart está também evidenciado no preenchimento de todas as vagas de acesso aos diversos cursos ali ministrados, e poderá ser um contributo para que os melhores alunos venham para Castelo Branco. “Essa é uma questão que pode ser sempre discutível, mas é certo que os alunos não andam à procura de uma escola muito bonita, mas sim de uma instituição que tenha os melhores professores e daqueles que além de os ensinarem os podem direccionar e arranjar emprego no futuro”.
Cuidados que, no entender de Osvaldo Ferreira, a direcção da Escola e do próprio Instituto Politécnico de Castelo Branco têm tido. “Aqui tem existido essa preocupação, no sentido de integrar os jovens recém licenciados, não só no tecido artístico da região, mas também de os colocar a ministrar aulas. E aí ganham os dois lados. Ganha uma região, que está depauperada a esse nível e que começa a ter jovens formados que podem vir a desenvolver a docência em Idanha, Belmonte ou Penamacor, por exemplo. São diplomados que por estarem bem preparados vão formar melhor os jovens que poderão vir a alimentar a
Esart”.
PÚBLICOS. Na área da música, Osvaldo Ferreira considera que um projecto como o da Esart também deve saber formar os públicos. Algo que na opinião daquele maestro está a ser conseguido. “É importante nós devolvermos o trabalho que aqui fazemos às populações. O que é feito com a realização de concertos abertos a toda a comunidade, onde temos tido um público muito fiel, que se tem mantido”.
Nesta perspectiva estão também as actuações da Orquestra fora de Castelo Branco. “A escola tem-se afirmado fora de portas e a orquestra tem actuado em vários palcos, como Covilhã, Portalegre, Santa Maria da Feira, Lisboa, no teatro de S. Luís, e brevemente iremos participar em mais dois festivais. Infelizmente não podemos responder a todos os pedidos, pois estamos limitados aos nossos próprios «timings», já que esta não é uma orquestra profissional, mas sim composta por alunos”.
A concluir, Osvaldo Ferreira sublinha também o papel que os outros grupos de música de alunos, que se foram formando na Escola,. “Temos apresentado centenas de espectáculos de música de câmara em toda a região. Além disso, a cultura politécnica tem sido uma constante nos auditórios da ESE, onde temos tido o auditório sempre cheio. O que significa que quando as propostas apresentadas ao públicos são de qualidade, as pessoas comparecem”. 
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