CONCURSO NATIONAL GEOGRAPHIC

Campeões são do Interior

A equipa portuguesa que representará Portugal na final mundial do concurso National Geographic, que decorrerá nos Estados Unidos, em Julho, é composta por três jovens do Interior do País. Pedro Moreira, da Escola Secundária de Mouzinho da Silveira - Portalegre, Edgar Fernandes, da Escola EB 2/3 Cidade de Castelo Branco, e Mário Tiago, da Escola Secundária da Sé – Guarda, foram os grandes vencedores do concurso português Nathional Geografic, emitido semanalmente pela RTP, que seleccionou os melhores jovens estudantes do ensino básico, para representarem o nosso país na final mundial.

O Ensino Magazine foi à descoberta dos três jovens, que com uma cultura geral acima da média conseguiram responder acertadamente a quase todas as perguntas. Numa coisa todos estão de acordo, o concurso é mesmo muito exigente. Dos três jovens, apenas o Edgar já decidiu sobre qual será o seu futuro. Diz querer ser arqueólogo. Um entusiasmo que vem dos filmes do «Indiana Jones». Pedro Moreira, ainda não decidiu, mas vai adiantando que gostava de ser psicólogo, enquanto que Mário Tiago ainda está indeciso entre um futuro no ramo científico ou no informático.

Natural de Portalegre, e a frequentar o 9º ano na Escola Secundária Mouzinho da Silveira, em Portalegre, Pedro Moreira venceu a finalíssima nacional, disputada no passado dia 8 de Março, depois de ter sido o melhor no concurso distrital e inter-distrital. “Tive que me preparar muito bem. Li muitas enciclopédias e nas férias do Carnaval apliquei-me bastante”, começa por referir, para depois recordar que a sua participação se deveu “ao facto da minha professora de Geografia, Cristina Moura, nos ter dado conhecimento do concurso. Como sempre gostei muito de geografia decidi participar”.

Indeciso entre escolher a variante cientifíco-naturais ou a de Humanidades, o pequeno Pedro lembra que “gostava de ser psicólogo”. Aos 15 anos, aguarda agora a ida aos Estados Unidos onde participará, com os outros dois colegas, na final internacional. “Valeu a pena o esforço. No início do concurso a minha mãe tinha algum receio que eu fosse para a América, mas agora já se habituou à ideia”, diz.

Edgar Fernandes tem 14 anos e é natural de Castelo Branco. Na finalíssima nacional ficou na segunda posição. Aluno da Escola EB 2/3 Cidade de Castelo Branco, confessa que sempre gostou das disciplinas de História e de Geografia. “Além disso, como já conhecia a revista National Geographic, decidi participar”. O apuramento dos jovens para os concursos distritais foi feito pela própria produção do concurso, que contou com o apoio da Associação de Professores de Geografia. “Os alunos inscreveram-se e fizeram um teste fornecido pela própria produção. De todos o Edgar foi único apurado”, diz Manuela Costa, professora de Edgar.

Na final distrital Edgar Fernandes não errou nenhuma pergunta. “Tive o apoio dos professores de Geografia e de História, que me emprestaram revistas para estudar”, diz. Ainda assim, o jovem albicastrense confessa que “o importante é ter-se uma boa cultura geral. Da segunda vez que fui ao concurso estava mais nervoso, mas acabou tudo por correr bem apesar das quatro horas de gravação”. Com o curso de arqueologia na mira, o jovem Edgar pensa já na final mundial onde representará Portugal. “Uma semana antes de partirmos para os Estados Unidos iremos os três para Lisboa, para nos habituarmos a trabalhar uns com os outros. Além disso, a própria produção vai-nos fazer chegar material para nos prepararmos”. 
Manuela Costa está esperan-çada numa boa prestação da equipa nacional. “Os três jovens parecem ter uma cultura geral e uma memória muito boa”, adianta, para depois salientar o “trabalho desenvolvido por todas as escolas envolvidas no concurso. Foi um esforço muito grande, sem o qual o programa não teria resultado”.

O outro mosqueteiro do National Geographic é Mário Tiago. Estuda na Escola Secundária da Sé, na Guarda, e tal como os seus colegas de selecção, foi um dos que acertou mais questões no concurso. “Não estava à espera de vencer as duas primeiras etapas, nem de ser seleccionado para a final mundial”, começa por referir. Para o jovem da Guarda, as “questões colocadas eram bastante complexas e abrangiam as áreas de geografia e história. No entanto, não estudei para ir ao concurso”. No regresso das três gravações em que participou, Mário Tiago teve o apoio dos colegas. “Foram porreiros, deram-me os parabéns”.

Indeciso entre um curso científico ou um na área da informática, Mário Tiago, lembra que a ida à Florida, nos Estados Unidos da América, “é um sonho que se concretiza”. Para Leontina Lemos, docente de Geografia naquela escola, “o bom desempenho do Mário já era esperado, pois ele é um óptimo aluno. No entanto, apesar de conhecer as suas capacidades nunca pensei que fosse tão longe, mas o seu apuramento só demonstra a grande cultura geral e humildade que possui”.

V JORNADAS DE SOCIOLOGIA EM ÉVORA

Departamento dinâmico

Fomentar o debate e motivar a reflexão entre docentes, alunos e investigadores foi o principal objectivo das V Jornadas do Departamento de Sociologia da Universidade de Évora, que tiveram lugar nos dias 14 e 15 de Março.

Na sessão de abertura, o Presidente do Conselho do Departamento de Sociologia, Francisco Martins Ramos, referiu que as V Jornadas constituem uma referência marcante na vida do departamento e da Universidade de Évora. “Elas traduzem a dinâmica que nos envolve, as sinergias que nos conduzem e as perspectivas que nos movem. Congregam no mesmo espaço de reflexão, debate e troca de ideias, docentes e discentes, técnicos e funcionários, estudantes de licenciatura e dos ensinos pós-graduados, licenciados e mestres oriundos do mercado de trabalho, numa procura permanente de qualidade, excelência, afirmação departamental e de valorização do papel e do ofício de sociólogo”.

Francisco Martins Ramos considerou, ainda, que a iniciativa “não esquece, por um lado, os que já se graduaram e se encontram na vida activa e, por outro lado, não deixa de fora instituições exteriores a quem prestamos serviços ou com quem partilhamos projectos”.

Durante dois dias, cerca de 200 participantes debateram e reflectiram sobre aspectos da sociologia, do desenvolvimento local, da cultura, da saúde e das novas tecnologias de informação e comunicação.

No evento foi abordada, ainda, a colaboração que existe entre o Departamento de Sociologia e algumas instituições regionais e locais. Refira-se, por exemplo, algumas das comunicações que mostram essa cooperação: “Experiência e expectativas da colaboração do Departamento de Sociologia no apoio a projectos de intervenção social”, “Relato da experiência sobre a colaboração entre a ADRAL e o Departamento de Sociologia”, “A Saúde e a Intervenção da Sociologia”, “A articulação entre a Universidade e os projectos de luta contra a pobreza: relato de experiências e ensinamentos”, “A articulação entre a Universidade de Évora e as Associações de Desenvolvimento Local”.

A iniciativa teve como conferencista convidado o Prof. Rogério Roque Amaro do ISCTE, que apresentou uma comunicação intitulada “A Investigação/Acção nas Ciências Sociais face à Globalização”. O Departamento procedeu, também, ao lançamento do livro “O ABC do SPSS for Windows: Introdução ao Tratamento de Dados em Ciências Sociais”, de Carlos Alberto da Silva.

A sessão de encerramento das Jornadas foi presidida pelo Reitor da Universidade de Évora, Manuel Ferreira Patrício, que aproveitou a oportunidade para salientar a dinâmica do Departamento de Sociologia, manifestando o seu apoio institucional e pessoal para a resolução dos problemas daquela unidade.

N.M.

Dias abertos na Guarda

A Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda abriu, mais uma vez, as suas portas à comunidade. A iniciativa, que decorreu nos dias 12 e 13 de Março, contou com a visita de centenas de jovens, que assim tomaram contacto com o ensino superior, os cursos ministrados e as saídas profissionais.

E para que tudo corresse sobre rodas, os diferentes departamentos da ESTG uniram esforços na elaboração de um vasto programa de actividades. O Departamento de Informática abriu as portas dos seus laboratórios com demonstrações de robótica, multimédia, exposição de um mini-simulador de voo e de protótipos de realidade virtual e criação de instantâneos de vídeo para oferta aos visitantes.

O Departamento de Engenharia Mecânica realizou provas de Kart, teve em exposição o Egiecocar e o novo projecto da Egiteam e realizando também experiências interactivas nos laboratórios. Por sua vez, o Departamento de Matemática organizou uma exposição baseada em jogos com origem em problemas concretos resolvidos e desenvolvidos através da matemática. Já a Secção de Física abriu as portas do laboratório com experiências didácticas e interactivas. 

O Jogo Didáctico e Interactivo “O Mago da Contabilidade” e a importância o “Papel dos Técnicos Oficiais de Contas na Organização da Contabilidade”, foram dois dos temas escolhidos pelo departamento de gestão. Os jovens tiveram ainda a oportunidade de visitar o Departamento de Ciências Sociais e Humanas que apresentou o Jogo “O Dilema do Prisioneiro”; simulação de um exemplo muito conhecido na teoria económica que pretende mostrar que se cada jogador agir de acordo com o seu interesse próprio obterá pior resultado. Finalmente, o Departamento de Línguas e Culturas mostrou aos mais novos o seu laboratório, possibilitando aos visitantes uma interacção com as diferentes línguas.

Além de todas aquelas actividades, a Secção de Ciências Geográficas do Departamento de Engenharia Civil teve em exposição equipamento e material relativo ao curso de Engenharia Topográfica, bem como, demonstrações de âmbito prático a efectuar no campus do IPG, no domínio da topografia. A área de Hidráulica também teve em exposição trabalhos desenvolvidos no Laboratório de Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente e, no âmbito da Comemoração do Ano Internacional da Água Doce, promoverá um concurso subordinado ao tema Água, Símbolo de vida.