CRÓNICA
Branco é...

Ainda sou do tempo em que os constrangimentos a nível alimentar tinham a ver com o bife mal passado (mesmo à segunda ou à terceira vez) e da célebre mosca na sopa. O primeiro repetia as idas à cozinha as vezes que fossem necessárias e a segunda era até mais cara, disfarçava-se com ironia, por conter a mosca não incluída na conta. Dos clássicos, portanto, sou posterior à sardinha para três e à senha de racionamento.
Nos tempos modernos, fenómenos de tipo novo, outros obstáculos se
alevantam.
Já não sei a estória do princípio, quem deu início à saga, mas são modernas e globais as maleitas dos ovinos e suínos. As vacas ou, na maioria dos casos, os respectivos parceiros, passaram-se da ideia de forma arrasadora.
O peixe - espada (o preto, dizem) tornou-se um perigoso viciado em mercúrio.
Por essa altura já todos andávamos entre os espinafres e os flocos de aveia, com pequenos intervalos de carne branca. Mas eis que surge nova epidemia, qual malina de coelho, qual praga de gafanhotos do deserto, as aves de capoeira e não as raras, que tão bem me estavam a saber, após notícias breves sobre a gripe das galinhas chinesas, são as congéneres nacionais contaminadas com nitrofurano, quiça importado da vizinha Espanha.
Que fazer agora?
O que fazer não está na mão de comuns mortais. É preciso muita imaginação, sentido de oportunidade, vistas largas, normas comunitárias, estratégias, alquimias e toda a sorte de argumentos e conjecturas.
É nisto que admiro os nossos ministros e em especial a das finanças, por que todas estas crises não fazem mais que dar razão à sua política. De facto, o povo não se alimenta convenientemente por que pura e simplesmente os alimentos não são seguros e se estes podem causar danos irreparáveis na saúde pública, é correcta a suspensão da sua comercialização. Ora se não há alimentos à venda, o dinheiro é coisa dispensável, uma vez que este tem (ou tinha) por vital finalidade e quase exclusiva função, para quem vive do seu trabalho, a aquisição da paparoca.
Conclusão: os nossos empresários podem fechar as portas e investir no estrangeiro (fantástico, Aníbal), os hospitais passam a estrelas privadas do incremento económico do país e, obviamente, os trabalhadores terão a recompensa suprema de não terem o incómodo de se levantar cedo todos os dias, pois não terão mais esse fardo diário que se chama trabalho.
João de Sousa Teixeira
Guarda em Macau
O Instituto Politécnico da Guarda vai estar representado no XIII Encontro da Associação das Universidades de Língua Portuguesa, que vai decorrer, na Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), de 7 a 11 de Abril de 2003.
O XIII Encontro da AULP, subordinado ao tema geral “Espaço Lusófono de Ensino Superior e Investigação”, será o primeiro Encontro organizado sob a responsabilidade do novo Conselho de Administração, eleito pela Assembleia Geral que reuniu em Luanda por ocasião do XII Encontro da AULP no ano transacto de 2002. Se o grande desígnio da AULP assenta na difusão da língua portuguesa no espaço lusófono cultivando o seu papel como agente de comunicação, entendimento e cooperação ao nível do ensino superior e investigação, a concretização deste objectivo deve ir ao encontro das aspirações e necessidades reais das instituições associadas, de modo que a discussão sobre os grandes temas de interesse comum não degenere numa retórica vazia e sem aplicação prática.
No XIII Encontro da AULP são propostos três temas gerais e um quarto tema que, embora de carácter abrangente, aborda especialmente o caso particular da região de Macau e Ásia-Pacífico: Ensino Superior na R.A.E.M.: Situação Presente e Desafios Futuros; O Ensino Superior e a Investigação no Espaço Lusófono; Mobilidade no Espaço Lusófono do Ensino Superior e da Investigação: Realidades na União Europeia e na Ásia-Pacífico; Questões da Língua e das Culturas: O Ensino de Português na Região Ásia-Pacífico.
ESTG. O Departamento de Línguas e Culturas da ESTG promoveu, nos passados dias 12 e 13 deste mês, em colaboração com os alunos de Secretariado e Assessoria de Direcção, as II Jornadas de Línguas e Culturas. As Jornadas, que incluíram também vários Workshops Linguístico-Culturais, contaram com a presença de oradores do IPG, de universidades nacionais e estrangeiras.

|