Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano VI    Nº63    Maio 2003

Geral

CASTELO BRANCO

Craques da escola

Chamam-se Ana Margarida, Inês Castiço, Francisco Gil e Nuno Santos. São todos alunos na Escola EB 2/3 Cidade de Castelo Branco e além de bons estudantes, estiveram em destaque em várias iniciativas de âmbito nacional. Francisco Gil parece ter deixado de lado a ideia de ser médico, diz querer ser matemático. Este mês já conquistou o segundo lugar nacional das Olimpíadas do Ambiente. Inês Castiço foi a sua companheira naquela iniciativa, sonha ser bióloga ou veterinária, mas apesar de ter obtido a melhor classificação distrital, no apuramento regional ficou a dois pontos de ser apurada para o nacional. “Houve colegas de outras regiões que tiveram menos pontos que a Inês, mas como o apuramento era feito por zonas geográficas”, explica Francisco Gil, que lembra que no início não “estava motivado para participar nas Olimpíadas”.

A iniciativa, promovida pela Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente consistia na realização de testes, numa primeira fase, e na elaboração de um trabalho sobre o mundo vegetal ou animal. O Francisco optou por escrever sobre a Cegonha Preta, a Inês falou sobre o Lynce Ibérico. “Contactámos elementos ligados às associações e fizemos pesquisas na Internet”, explicam. Apesar do segundo lugar conquistado, Francisco Gil revela que partiu para o Parque Ecológico de Monsanto, onde decorreram as provas, com alguma apreensão. “Não estava à espera de ser segundo classificado, tentei fazer o melhor. Inconscientemente temos sempre medo de competir, ainda por cima quando estamos a perder três dias de aulas em alturas de testes”.

Mas história de sucesso dos dois jovens não se fica por aqui. Os dois vão representar a escola e a Região na Assembleia da República. No dia 9 de Junho vão vestir a camisola de deputados, num debate sobre o ambiente. “Questões como o tratamento de resíduos, da prevenção dos incêndios e das estratégias conducentes ao desenvolvimento sustentável vão ser analisadas pelos jovens deputados”, explica Manuela Costa, docente na escola. Mas as motivações para a vida política são diferentes nos dois jovens. Inês Castiço, 14 anos, lembra mesmo que “detesta políticos, pois nunca fazem aquilo que prometem e o que vão fazendo é com interesses ocultos”. Por seu lado, Francisco Gil, de 15, lembra que vai participar na “iniciativa de espírito aberto. Mesmo que não faça qualquer comunicação, é importante ver como é que a Assembleia funciona”. 

MATEMÁTICOS. Na matemática os jovens estudantes também dão cartas. É aqui que entram as outras personagens da história, a Ana Margarida, o Nuno Santos (ambos na foto) e Mariana Gonçalves e a Vitória Pires. No Jogo do 24, que consiste em desenvolver as capacidades dos jovens ao nível do cálculo mental, Francisco Gil e Nuno Santos voltaram a ser os melhores do distrito. A esta dupla juntou-se Mariana Gonçalves e Vitória Pires. “Em relação ao ano passado foi um pouco mais fácil, mas também é preciso dizer que treinámos muito mais. Quase todos os dias o fazíamos”, diz, enquanto que na cadeira ao lado Inês Castiço confirmava a ideia de Nuno. “Sofremos um pouco com a participação deles. Ao almoço o Nuno fazia os cartões com tanta rapidez que nós nem tempo tínhamos para ver bem as coisas”.

Para se prepararem para o Jogo do 24, os jovens da EB 2/3 Cidade de Castelo Branco foram trocando os cartões do jogo entre si, de forma a que no dia das provas tudo estivesse a postos. E os resultados foram excelentes: “a escola quase fez o pleno no Distrito”.

No Equamat 2003, uma iniciativa de âmbito nacional que envolveu os meios informáticos e a Internet, num desafio de 20 níveis, a dupla Francisco Gil/Nuno Santos classificou-se em 10º lugar, enquanto que Ana Margarida Gonçalves e Inês Castiço, ficaram cinco lugares abaixo dos seus colegas. “Foi uma prova difícil e por vezes os nervos acabam por nos trair. Houve situações em que podíamos ter acertado os resultados à primeira tentativa e não o conseguimos”, explica Ana Gonçalves. Ainda assim, entre mil participantes, o resultado excedeu as expectativas. “Só foi pena não termos podido treinar mais na escola, mas o modem da escola não o permitiu. Se tivéssemos tido mais treinos a nossa classificação seria melhor”, concluem.

 

 

 

ESECB REALIZA

Mestrado na cidade

A Escola Superior de Educação de Castelo Branco inicia, em Outubro, em parceria com a Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, o primeiro curso de Mestrado em Ciências da Educação, cuja área de especialização são as tecnologias em educação. Como o Ensino Magazine divulgou, em primeira mão, a realização daquele curso resulta do entendimento que existe entre as duas instituições de ensino e vai permitir aos alunos do curso desenvolverem grande parte dos seus trabalhos em Castelo Branco.

Como explicou Albano Estrela um dos coordenadores do curso, apenas “a defesa da tese terá que ser feita na Faculdade”. Para Valter Lemos, presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, as “tecnologias em educação são uma área inovadora que tem uma grande procura no mercado científico. Algo que já se vinha verificando nos cursos de especialização”. Na mesma conferência de Imprensa, Albano Estrela sublinhou que “o objectivo do curso não passa por criar tecnólogos em educação, mas sim por formar profissionais e técnicos que saibam fazer e pensar em áreas específicas como esta”.

O novo curso que arrancará em Outubro terá um limite de 25 formandos e o prazo de candidaturas deverá ser anunciado brevemente. Recorde-se que a ESE já desenvolveu outro Curso de Mestrado, então em colaboração com a Universidade Inglesa de Nothingam.

No entender de Henrique Gil, que com Helena Menezes, coordena o curso por parte da ESE, “esta é uma boa oportunidade para os professores da região, que poderão concluir um mestrado numa área inovadora”. Henrique Gil frisou ainda que a ESE “está preparada para dar conta do recado”. Uma opinião reforçada pelo director da Escola, José Pires. “Este curso prova que as instituições estão mais vivas e dinâmicas, na medida em que conseguem criar as condições para que os seus docentes façam formações acrescidas – a ESE sempre investiu muito nisso -, e depois permite que esses mesmos professores devolvam à escola a capacidade de poder promover investigação e parcerias como esta, que permitem a realização deste mestrado”.

 


Visualização 800x600 - Internet Explorer 5.0 ou superior

©2002 RVJ Editores, Lda.  -  webmaster@rvj.pt