Uma viagem em Proença

A Escola EB 2,3/S Pedro da Fonseca, de Proença-a-Nova, no Distrito de Castelo Branco, organizou mais uma Viagem no Tempo nos dias 19 e 20 de Junho, uma iniciativa que decorreu pela terceira vez naquele estabelecimento de ensino, que abriu assim à comunidade e às escolas vizinhas para mostrar um trabalho de professores, alunos e funcionários ao qual aderiram ainda muitos pais e algumas costureiras da localidade.
Esta viagem contou com onze estações, desde a Pré-História à Conquista do Espaço, passando pelo Neolítico, Grécia, Egipto, Roma, Idade Média, Descobrimentos, Antigo Regime, os anos 20 americanos e o período da 2ª Guerra Mundial. Tudo bem caracterizado, com os alunos vestidos a rigor e cenários de grande qualidade elaborados na escola.
No final da Viagem houve tempo para repor forças na Taverna da Idade Média, na qual havia porco no espeto, presunto e enchidos, a acompanhar com sumo, água ou um pouco de vinho.
SUPERIOR DE SAÚDE FAZ 55
Um aniversário
especial
A Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias, em Castelo Branco acaba de comemorar os seus 55 anos de vida, através da realização de uma conferência onde esteve presente o antigo ministro da Saúde, Correia de Campos. Os objectivos daquela instituição de ensino superior que é a mais antiga da cidade e simultaneamente uma das mais novas do Instituto Politécnico
albicastrense, passa por criar novas valências na formação inicial, pós-graduação e nos complementos de formação.
Com a garantia dada pelo ministro da Ciência e do Ensino Superior, Pedro Lynce, da construção do novo edifício, que integrará o campus politécnico, o futuro de uma das escolas referência a nível nacional, parece ser mais risonho. Para Carlos Maia, director da Superior de Saúde, a falta de espaço com que se debate a escola continua a ser um dos principais problemas”.
A funcionar em dois pólos, a Escola Superior de Saúde tem 346 alunos, e abriu vagas para mais 120 distribuídos pelos cursos de enfermagem, fisioterapia e análises clínicas. “A garantia, por parte do Ministério, de que a nova escola vai ser construída enche-nos de alegria e permite-nos preparar o futuro de outra forma, através de novas áreas de formação ligadas às terapias”, explica Carlos Maia, para quem essas “formações devem ser feitas de forma concertada com outras instituições”, de modo a evitar qualquer duplicação de cursos.
Para já, Escola Superior de Saúde vai realizar, este ano, um curso de pós-licenciatura em enfermagem de saúde materna e obstetrícia. “Além disso estamos a preparar uma pós-graduação, em conjunto com a Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico, na área da Gestão em Saúde. Neste momento estamos a formar os grupos de trabalho para avançarmos com essa formação. Já para o início do próximo ano está previsto o arranque de um curso de complemento de formação em enfermagem”.
Ao nível de mestrados, Carlos Maia revela que “esse tipo de formação faz parte do plano de desenvolvimento da escola, contudo estamos a aguardar pela nova legislação que tornará possível aos Institutos Politécnicos avançarem sozinhos nessa matéria. Se isso acontecer poderá ser possível nós optarmos por essa solução”. A Escola Superior de Saúde é simultaneamente a mais antiga instituição de ensino superior na cidade e a uma das mais recentes do Instituto Politécnico de Castelo Branco. A integração da então Escola Superior de Enfermagem já há muito que fazia parte dos planos de desenvolvimento do IPCB e para Carlos Maia essa integração e a sua transformação em Escola Superior de Saúde foi positiva. “A entrada da escola do Instituto foi benéfica para as duas instituições. Por um lado fomos beber muita da cultura do Politécnico, por outro porque também fomos enriquecer o Politécnico. Em suma está a ser benéfico em todos os aspectos”. 
SAMPAIO CHAMA NOTÁVEIS
Superior analisado
O presidente do Instituto Politécnico, Valter Lemos, foi o único responsável ligado ao ensino politécnico a estar presente na reunião promovida pelo Presidente da República, durante o mês de Junho. A iniciativa juntou à mesma mesa antigos ministros da educação e da ciência, casos de Marçal Grilo, Veiga Simão, Mariano Gago e Júlio Pedrosa e ex-reitores como Rui Alarcão e Machado dos Santos, além de investigadores como João Lobo Antunes e Sobrinho Simões.
Debater o futuro do ensino superior no nosso país foi um dos objectivos da reunião, que serviu também para inaugurar o novo espaço de reuniões do Palácio de Belém. O Chefe de Estado ouviu as opiniões daqueles responsáveis, tendo o presidente do Politécnico de Castelo Branco vincado a sua opinião acerca do ensino superior, nomeadamente sobre o ensino politécnico.
Marçal Grilo, antigo ministro da Educação do Governo de António Guterres, defendeu a alteração do sistema de governo das universidades, de forma a colocá-las numa “situação de responsabilidade perante a sociedade”. “Se houvesse uma medida única a tomar (relativamente ao ensino superior), uma medida chave, essa medida seria alterar o sistema de governo das universidades”.
Para o ex-ministro, a Universidade “está hoje muito corporativizada” pelos professores. “Os professores são peças essenciais do sistema de ensino superior, mas não são os únicos intervenientes. Uma forma de combate a esta perversão é abrir a universidade ao exterior”, disse. Por isso defendeu a alteração do sistema de governo das universidades, passando os órgãos dirigentes a ser compostos em 50 por cento por personalidades exteriores aos respectivos estabelecimentos, perante os quais os executivos teriam de prestar contas. Na opinião do ex-ministro da Educação, os órgãos de governo das universidades ficariam assim “muito mais coesos e com uma maior capacidade de liderança”.
Já Maria Mota, investigadora do Instituto Gulbenkian de Ciência e a única mulher presente no encontro promovido por Jorge Sampaio, defendeu a necessidade de uma avaliação das universidades e dos professores. Esta investigadora recordou que a esmagadora maioria da população universitária em Portugal tem menos de 25 anos, ao contrário, por exemplo, do que se passa nos Estados Unidos. “Parece que os portugueses não têm necessidade de aprender mais”, salientou esta investigadora, doutorada em Londres e com pós-doutoramento em Nova Iorque, defendendo a introdução de um sistema de avaliação nas universidades portuguesas, diferente consoante os objectivos traçados por cada uma. 
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