Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano VI    Nº65    Julho 2003

Politécnico

UNIVERSIDADE DE ÉVORA DEBATE

Tradição Académica

A Tradição Académica é constituída por rituais que têm por finalidade a integração do aluno na vida académica. Mal interpretada por uns, e mal exercida por outros, a tradição académica constituí, actualmente, um tema controverso e objecto de constante debate. Foi neste sentido, que a Reitoria e o Conselho de Notáveis da Universidade de Évora decidiram organizar, no dias 27 e 28 de Junho, um Congresso Nacional sobre a Tradição Académica.

O encontro inscreveu-se no diálogo que a reitoria tem vindo a manter com o Conselho de Notáveis e a Associação de Estudantes da Universidade sobre “a necessidade de elevar o nível cívico e ético da Tradição Académica, e em particular da Praxe, apontando determinadamente para a promoção da dignidade da pessoa do estudante, a defesa dos direitos humanos e consequente rejeição de práticas degradadoras”.

A organização considera que “a Praxe Académica compreende na prática usos admiráveis mas também, infelizmente, abusos reprováveis. Nota-se, sobretudo, a existência de um défice de informação e pensamento relativamente a esse fenómeno particular e ao fenómeno geral da Tradição Académica. É absolutamente imperativo não só que a Tradição Académica se inscreva inequivocamente num quadro de respeito pleno pelos direitos do homem e a dignidade da pessoa humana, mas que consciente e deliberadamente assuma a promoção desses direitos e desse respeito”.

Durante dois dias, professores, investigadores e alunos de diversas universidades portuguesas debateram, reflectiram, trocaram ideias e experiências sobre a simbologia, as vivências e as perspectivas futuras da tradição académica.

No discurso de abertura, o Reitor da Universidade de Évora, Manuel Ferreira Patrício, referiu que a problemática das praxes fez com que, há cerca de um ano, convidasse os Notáveis desta universidade e a Direcção da Associação de Estudantes para uma reunião de reflexão sobre a recepção aos caloiros em 2002/2003.

Nesse âmbito, Manuel Ferreira Patrício manifestou-lhes a sua preocupação com esse momento da vida académica. “Manifestei-lhes a minha preocupação por esse importante momento da vida académica, estudantil e na verdade global da Universidade, impregnado de simbolismo e espírito de fraternidade e solidariedade mas também de culto de falsos valores e contra-valores, caindo-se em excessos em tudo contrários ao que é suposto ser a intencionalidade genuína e profunda da praxe académica, no círculo mais amplo da tradição académica”.

O Reitor salientou, ainda, que tomava claramente uma posição por “uma prática académica tradicional fiel sem mácula à dignidade da pessoa humana e à defesa e promoção dos direitos humanos”.

Assim sendo, mostrou-se favorável “à existência da Tradição Académica neste quadro de fidelidade aos nobres ideais do eminente valor da pessoa e da intransaccionável vinculação activa aos direitos humanos”.

Ao terminar o seu discurso, Manuel Ferreira Patrício sublinhou que esperava que o encontro fosse “um impulso para o enobrecimento da juventude universitária, para a emergência revigoradora de um quadro de práticas académicas que saiba conjugar a alegria e irreverência juvenis com o respeito pelo outro e sua intrínseca valia, para a dignificação da própria instituição universitária e, finalmente, para a edificação de uma sociedade de pessoas.

Noémi Marujo

 

 

 

ENGENHARIA INDUSTRIAL

Protesto na UBI

O Núcleo de Estudantes de Engenharia da Produção e Gestão Industrial (UBINEP), acaba de entregar uma exposição de protesto à Governadora Civil de Castelo Branco, Maria Manuela Costa, sobre a não atribuição de vagas à licenciatura de Engenharia da Produção e Gestão Industrial (EPGI) da Universidade da Beira Interior. O objectivo é que o documento chegue às mãos do ministro da Ciência e do Ensino Superior, Pedro Lynce. Em nota à comunicação social, o UBINEP considera a decisão da não atribuição de vagas a esta licenciatura como “o assassinato de um curso que, por exemplo, nos últimos três anos registou uma média de quase três ofertas de estágio para cada licenciado”. O núcleo de estudantes afirma ainda que “numa altura em que se fala de emprego, produtividade e desenvolvimento da região da Beira Interior, atribuir zero vagas a um curso que tanto tem para dar ao progresso do País e da região é dar um passo atrás no sentido do desenvolvimento”. O UBINEP considera a decisão do Ministério “injusta” e promete fazer chegar os seus argumentos a quem de direito.

 


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