Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano VI    Nº59    Janeiro 2003

Geral

CRÓNICA

Que há de novo?

2002 foi o ano da ficção. Não me refiro ao País, ao “país real”, como certos gostam de chamar a quem carrega às costas os detritos da sociedade dita global, refiro-me simplesmente às minhas crónicas.

Se me permitem direi que foi apenas um ciclo e, como disse um dia um tão ilustre desconhecido cronista meu amigo, voltemos à soja, isto é, voltemos à vida real das nossas amarguras.

O ano findo foi o ano de todas as corrupções, de todas as mentiras (incluindo as verdades),de todas as incúrias, incompetências, maldades cínicas promessas do era uma vez nenhuma e também do período de tempo em que quase todos os crocodilos conhecidos choraram para as câmaras de televisão.

Por tudo isso e porque andei entretido com a ficção o ano inteiro, seria agora enfadonho zurzir sobre o leite derramado: as coisas são o que são e só o são porque enfim foram descobertas, caso contrário viveríamos ainda no país das maravilhas.

O que mais me preocupa agora é a aventura americana no Iraque. Em primeiro lugar a estratégia de Bush do vai-não-vai que remete a economia mundial para a recessão mais prolongada das últimas décadas, enquanto os E.U. engordam em surdina através sobretudo do crescendo da poderosa indústria de guerra, pese embora este momento de fraqueza face ao euro, a que os escândalos Enron & Cia. não são estranhos. As consequências são terríveis. Não contentes com o mundo a seus pés, ainda arranjam tempo para plantar malaguetas no quintal da Venezuela e dar palpites sobre quem é agente do mal ou quem deve ser poupado, por agora, à indomável sede americana de justiça.

É costume dizer-se de forma avulsa, mas a realidade tem demonstrado que neste processo não há inocentes; os inocentes a haver nunca intervirão neste debate: hão-de jazer apenas para as reportagens de guerra.

Com vista ao domínio político e económico, beneficiando com o petróleo e a imposição de governos amigos no tão martirizado médio oriente, a administração norte americana não regateará um avo de crueldade, embora meio mundo, por força das circunstâncias, continue a julgar que tudo isto acontece por capricho de um cretino que é presidente e teimosia de um presidente que é cretino.

O que for soará - diz o povo - em ocasiões para as quais não tem ou não quer ter a maçada de ter opinião. Uma coisa é certa: neste peditório, cego é o cão
.

João de Sousa Teixeira

 

 

 

MÚSICA

Pólo Norte em Espanha

“A Revolução das ideias e teorias pedagógicas - desafios para o futuro” foi o tema escolhido para o Congresso organizado pelo Departamento de Ciências da Educação da ESE de Castelo Branco e pela Sociedade Portuguesa de Ciências de Educação, o qual decorre nos dias 6 e 7 de Fevereiro, nas instalações da Superior de Educação de Castelo Branco.

A iniciativa conta com a participação de Manuel Ferreira Patrício, Maria Pereira Coutinho, Adalberto de Carvalho, Ribeiro Dias e João Boavida, entre outras figuras importantes da pedagogia em Portugal e, de acordo com a organização, tem como objectivos “indagar algumas questões educativas e pedagógicas que tenham como ponto de partida, por exemplo, «que tipo de saber é o educativo?», ou «será que as bases em que construímos o conhecimento educativo podem ser revistas e criticadas?».

Com este ponto de partida, o Congresso pretende “sensibilizar os professores e futuros professores para uma reflexão sobre as ideias e as teorias pedagógicas actuais, confrontar ideias, teorias e práticas, analisar o estudo actual das teorias e ideias pedagógicas e/ou educativas e as iniciativas desenvolvidas, com impacto na formação de professores”. Outras finalidades passam por “reflectir sobre a (r)evolução das nov(a)idades pedagógicas e a sua repercursão na formação e nas práticas,”, além de “reavaliar as teorias educativas na resposta às exigências de qualidade e eficácia do sistema educativo e da tomada de decisões dos professores no seu desempenho pedagógico”.

No primeiro dia de Congresso, o Congresso terá como tema “Direitos e Valores na Educação”, enquanto no dia 7 terá conferências relacionadas com dois temas, “Posmodernidade na Educação” e “Educação, Vida e Futuro”. Os interessados em participar no Congresso devem fazer a sua inscrição no Departamento de Ciências Sociais e da Educação da ESE de Castelo Branco, na Rua Professor Faria de Vasconcelos, pelo telefone 272339100 ou pelo mail ernesto@ese.ipcb.pt
.

 


Visualização 800x600 - Internet Explorer 5.0 ou superior

©2002 RVJ Editores, Lda.  -  webmaster@rvj.pt