CRÓNICA
A vida continua
Estou a escrever-vos de Marte, local onde procuro proteger-me dos dias de crise: do petróleo, da guerra, da economia, das finanças, do emprego e, mais recentemente, dos valores sociais que me ensinaram durante cinquenta anos e que parecem agora não bater certo. Vocês sabem do que estou a falar, como diz o outro.
Na verdade, trata-se dum erro de análise, como tentarei explicar adiante. O sítio onde me encontro pode ser também enganador, já que não se trata de fuga perpetrada ou procura de outro céu, mais acolhedor, onde Deus me possa exergar e W Bush não se perca em tentações demoníacas. De facto estou aqui pelos mesmos motivos que o lobo da história tinha, ao que julgava, os olhos grandes: para vos ver melhor.
Quero então apenas observar-vos serenamente evitar filosofias baratas, que só servem para confundir ainda mais a vossa condição de perecíveis humanos e, como muito bem sabeis, às vezes é preciso parar para pensar e sacudir as orelhas de modo a que os ruídos estranhas e perturbadores não nos afectem os sentidos.
Nunca como nos últimos tempos ouvi tantos disparates por metro quadrado. A maior parte corporativos, isto é, a obsessão habitual para salvar a honra do (próprio) convento: por que se deve dar espaço para as polícias actuarem livremente, por que a justiça é independente, por que o Estado de Direito, por que os advogados, por que os jornalistas...e por que umas carinhas larocas são ícones da malta, todos os santos hão-de ser feios e de pau feitos!
Nada disso. Aqui no Monte Olimpo, de onde vos observo, as coisas são mediáticas e de mais fácil explicação. Quando as águas se acalmarem vereis que os valores que julgais estar a perder, na verdade não são perdíveis, os direitos que estatais a esgrimir é que nunca foram inteiramente os vossos, como não é o da igualdade de oportunidades, o de cidadania e o do trabalho, que muitos de vós estais perdendo.
Para todos os que tenham aceite esta minha sugestão, e só para eles, vou revelar o verdadeiro motivo que me trouxe a este planeta deserto e gelado (não subam, não subam, não percam tempo com essa idiotice, que eu desço já): foi só para vos chamar a atenção. Aqui não se pode viver.
João de Sousa Teixeira
OUTREM APRESENTA PLANO
Educar para o ambiente
A Outrem - Associação de Defesa do Ambiente e Património, com sede em Castelo Branco, acaba de apresentar o seu plano de actividades para o ano 2003. Com vários projectos em marcha, aquela colectividade tem-se pautado por promover actividades com vista à protecção do meio ambiente e do património, através de acções de formação, sensibilização e recolha de pilhas e tinteiros. De acordo com o presidente da Outrem, José Carlos Moura, no último ano, “foram recolhidos mil quilos de pilhas”.
Recentemente, a Outrem lançou, numa edição conjunta com a empresa RVJ - Editores, proprietária do Ensino Magazine, o primeiro de uma série de livros documentais sobre a história de Castelo Branco. O Sentinela da Cidade, como foi baptizado contou com o apoio do Instituto Português da Juventude e da Associação Amato Lusitano, através do Projecto Porta Aberta. Além daquele livro, a Outrem tem editado outras publicações importantes, na área do ambiente, património e tradições.
Mas a aposta da Outrem passa também por contribuir para o bem estar dos mais jovens, desenvolvendo, em períodos não lectivos, ateliers de informática, pintura, reciclagem de papel, trabalhos em barro, construção de fantoches e astronomia. Paralelamente tem feito um forte investimento na promoção de desportos de acção e aventura, como o paint ball, rapell, tiro com arco, passeios btt e canoagem.
O aparecimento do Clube Bus em Castelo Branco também se ficou a dever à Associação Outrem, que com o IPJ e outras entidades locais, como a autarquia e o Projecto Porta Aberta, tornaram possível transformar um autocarro de dois andares num espaço de convívio para jovens.
No futuro, a Outrem está empenhada em continuar a desenvolver outras actividades como a construção de uma nova página de
Internet sobre o Rio Ocreza. Entretanto, está também a fazer uma campanha de angariação de fundos, tendo já conseguido o apoio de algumas entidades que farão descontos comerciais aos associados da Outrem, casos da RVJ - Editores, Óptica Lucas, Regacentro e Reutix.
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