NOVO PRESIDENTE DA APSIOT
Optimizar recursos

Carlos Alberto da Silva, docente do Departamento de Sociologia da Universidade de Évora, é o novo Presidente da APSIOT (Associação Portuguesa de Profissionais em Sociologia Industrial das Organizações e do Trabalho). O novo dirigente tomou posse no dia 5 de Abril, e em entrevista ao “Ensino Magazine” falou dos planos e objectivos para o biénio 2003/2005 da referida Associação.
Que objectivos pretende concretizar para a sua Associação?
O principal objectivo consiste numa maior aproximação entre os nossos associados e a comunidade de sociólogos. Depois, temos um conjunto de ideias e projectos que visam não só melhorar as condições para um maior envolvimento de todos os associados na vida da APSIOT, mas também racionalizar e optimizar os recursos existentes na nossa Associação para consolidar o papel da SIOT na sociedade portuguesa e no espaço internacional. Em termos concretos temos três eixos de intervenção onde, através deles, procuraremos responder às preocupações dos associados, fomentar a melhoria das condições da sua participação na acção e na intervenção organizada, e incrementar a visibilidade da APSIOT na sociedade portuguesa. Esses eixos são: Revalorização da Cultura Associativa em SIOT, Reforço e Optimização dos Recursos da APSIOT e a APSIOT como Pólo de Competência.
Que planos ou projectos é que estão incluídos nesses três eixos?
No Eixo da Revalorização da Cultura Associativa em SIOT, a actual direcção pretende: Fomentar o incremento dos contactos e trocas de experiências em SIOT com as organizações públicas e privadas nacionais e internacionais, nomeadamente com as organizações associativas similares, universidades e centros de investigação e de formação de países de expressão portuguesa e com os países da Europa do Leste; Fomentar o estabelecimento de protocolos de cooperação com organizações associativas afins, empresas, autarquias, instituições de ensino, centros de investigação, associações de desenvolvimento local e regional, sindicatos, e outras, tendo em vista o desenvolvimento sócio-profissional, económico-social, regional e local; Incrementar a participação dos jovens na vida associativa, nomeadamente através da criação de um fórum SIOT e de iniciativas em parceria com as associações de estudantes e outras organizações de juventude. No eixo do Reforço e Optimização dos Recursos da APSIOT pretende-se, sobretudo, criar um Núcleo de Apoio à Produção e Edição de Materiais, resultantes, em particular, das actividades desenvolvidas pela APSIOT. Finalmente no terceiro eixo, temos como objectivo a criação de um Núcleo de Formação e de Gestão das Competências.
Como é que vê o papel da Sociologia
na sociedade portuguesa?
A Sociologia tem um papel fulcral, uma vez que pretende contribuir para a compreensão dos fenómenos e dos problemas sociais. Ela tem um papel de descodificação das situações passíveis de mudança. Ou seja, ajuda a compreender e a preparar melhor uma sociedade diferente. O sociólogo pode contribuir para a mudança através do seu domínio e dos mais diferentes níveis de ferramentas, que vão desde o diagnóstico ao planeamento, à avaliação, à identificação de prioridades, à hierarquização de princípios e de estratégias de acção. Fazer sociologia é algo complexo e é preciso estar imbuído da realidade social. A sociologia tem que se pautar por um trabalho técnico-científico, e esse trabalho técnico-científico tem que ter umas orientações metodológicas.
O ensino da sociologia corresponde a essas orientações metodológicas?
A formação e o ensino da sociologia são duas questões muito complexas e distintas. Enquanto associação que somos, podemos contribuir para a formação dos sociólogos através de mecanismos de revalorização e optimização das competências. O ensino está reservado às escolas. A própria associação o que pode fazer é articular melhor a situação da teoria e da prática. Entendo que a actividade do sociólogo não é apenas a intervenção sociológica. É também um conjunto de novas ferramentas e modelos analíticos.
Considera, então, que o recém licenciado deve passar por uma fase de formação?
Sim. Ser sociólogo passa por quem defende a formação. Após a Licenciatura, o sociólogo tem que desenvolver as suas competências. As instituições escolares ou os centros de formação podem auxiliá-lo nesse sentido. Mas, o exercício prático dessas competências passa por cada um. Sob o ponto de vista das universidades, elas têm contribuído com os seus currículos para tal. No entanto, penso que existem aspectos que têm de ser revalorizados, nomeadamente consolidar diferentes conteúdos curriculares e programas por, assim dizer, em estruturas que permitam ter um tronco de formação teórico-metodológica sólida. Penso que as teorias e os métodos devem ser campos sólidos, e todas as outras áreas eixos paralelos e complementares de formação, de acordo com a opção de cada aluno e a disponibilidade de oferta de cada instituição. Porém a base da formação do sociólogo são as teorias sociológicas e os métodos e técnicas de investigação.
O que é que a vossa Associação pretende fazer para auxiliar os licenciados na vertente da formação?
Existem bons Institutos Superiores e boas Universidades que são suportadas por centros de investigação capazes de oferecer uma mais valia a essa prática social. No campo da nossa associação, o objectivo fundamental é contribuir para uma prática social mais sólida de modo a incrementar-se a participação dos associados e, sobretudo, dos recém licenciados que iniciam a sua vida profissional. Como já referi anteriormente, está contemplado nos nossos objectivos um pólo de competências com capacidade para dinamizar acções de formação de curta duração, em parceria com outras instituições.
Noémi Marujo
MECÂNICA APLICADA E
COMPUTACIONAL
Fomentar a
participação

O VII Congresso de Mecânica Aplicada e Computacional que se realizou, entre os dias 14 e 16 de Abril, na Universidade de Évora procurou fornecer uma troca de ideias e experiências entre investigadores nacionais.
Segundo a Comissão Organizadora (Centro de Geofísica de Évora e Associação Portuguesa de Mecânica Teórica, Aplicada e Computacional), a iniciativa teve como principal objectivo fomentar a participação de jovens investigadores em congressos científicos, de modo a contribuir para a obtenção de experiência na apresentação de trabalhos e no estabelecimento de ligações com outros grupos de investigação e/ou investigadores.
O Congresso contou com diversos conferencistas convidados (Prof. J. N. Reddy -Texas A&M University, Prof. P. J. Prendergast - University of Dublin, Prof. José Carlos Pereira do IST e Prof. Victor Leitão do IST) que, durante três dias, procuram debater e reflectir sobre os seguintes temas: Mecânica dos Sólidos, Mecânica Estrutural, Dinâmica de Fluidos, Tópicos Multidisciplinares em Mecânica, Modelação Numérica e Aplicações Industriais.
Noémi Marujo
UBI NO SHELL ECO MARATHON
Consumo mínimo,
resultado máximo
A Universidade da Beira Interior vai participar, pelo quarto ano consecutivo, na Shell Eco Marathon, o qual decorre nos dias 17 e 18 de Maio, no Circuito de Nogaro, em França, e onde a UBI vai apresentar o seu novo protótipo.
Paulo Fael, um dos professores responsáveis pelo projecto, destaca a aposta “no prémio da inovação” já que o protótipo, denominado provisoriamente UBICAR 03, apresenta uma “direcção traseira de eixo virtual”. Ao contrário dos modelos anteriores, este mecanismo tem a direcção na roda traseira. “Embora seja uma configuração um pouco complexa, esta inovação vai reduzir o atrito e permitir a obtenção de resultados muito bons”.
O novo protótipo assenta numa ideia distinta das viaturas anteriores. Enquanto os primeiros modelos eram constituídos por duas partes - o chassis e a carroçaria (“casca exterior”) -, o actual é formado por um único bloco. Com uma nova aerodinâmica, o veículo “é maior e mais comprido do que os outros”. O formato tubular do novo chassis rígido levou os alunos responsáveis pela sua construção a chamá-lo oficiosamente de “El Charute”, revela Manuel Silva, aluno de Engenharia Aeronáutica.
As rodas exteriores são outra transformação. Segundo Paulo Fael, visto de frente “o UBICAR 03 vai parecer um carro de Fórmula 1”. Na sua forma final, o protótipo vai ser constituído por uma combinação de materiais leves e resistentes: alumínio, aço, polietureno, plástico airex e tecido de fibra com kevlar (o material usado na produção de coletes à prova de bala).
O resultado obtido pela equipa da UBI em 2002 foi a 70º posição, com 482 quilómetros/litro. O objectivo a que se propõe este ano é, de acordo com as expectativas de Paulo Fael, “conseguir percorrer algo próximo dos 800 quilómetros com um litro de combustível, o que faria a equipa subir muitas posições no ranking”.
FUTURO. No futuro, com a evolução deste modelo, a equipa espera bater o recorde nacional de 1734 quilómetros/litro, pertencente à Faculdade da Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Este ano, “ainda não será possível, porque o projecto está um pouco atrasado”.
O projecto conta com a participação de professores e alunos de três departamentos da UBI. “A ideia surgiu no de
Electromecânica”, mas existem “contribuições de Informática”, com a criação da página web
www.ubicar.ubi.pt, “e de Aeronáutica”, com a construção efectiva da viatura.
Fevereiro foi o mês de início da construção do veículo, mas o docente lembra que “o projecto já tinha começado em força no mês Novembro, através da discussão de opções técnicas”. Prevê-se que o UBICAR 03 esteja pronto no dia 30 de Abril, cerca de duas semanas antes da competição, para que sejam ainda efectuados as afinações finais.
COMPETIÇÃO. Portugal vai estar representado na 19ª edição da Shell Eco Marathon, por 14 protótipos, provenientes de estabelecimentos de ensino superior e secundário. A avaliação dos veículos concorrentes abrange várias disciplinas: mecânica, informática, desenho e física.
Os protótipos, de três ou quatro rodas, de madeira ou fibra de carbono, devem percorrer seis voltas ao circuito num tempo máximo de 50 m e 34 s, com um consumo mínimo de combustível. O consumo é medido e expresso em quilómetros percorridos por litro consumido.
Os actuais recordes da prova situam-se nos seguintes valores: GPL: 1961 km (1 litro de Shell Autogás); Gasóleo: 2291 km (1 litro de Shell Fórmula Diesel); Gasolina: 3494 km (1 litro de Fórmula
Shell).
Daniel Sousa e Silva
seguinte >>>
|