WORKSHOP NA ESE DE
CASTELO BRANCO
Tradução Audiovisual
com futuro
O mercado dos cursos relacionados com a Tradução Audiovisual tem futuro garantido em certos nichos desde que os alunos consigam enveredar por certos nichos, além da formação geral conseguida no curso. A garantia é de Josélia Maria Neves, docente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão, que foi a oradora de um workshop sobre Tradução Audiovisual que decorreu no Auditório da Escola Superior de Educação de Castelo Branco, no passado dia 27 de Março e que foi organizado pela Área de Investigação das Tecnologias de Informação e Comunicação daquela escola.
“O mercado está saturado, mas há pequenos nichos de mercado que podem ser explorados, não só na área dos
audiovisuais. Por exemplo, este ano estamos no ano europeu da pessoa com deficiência e, em Portugal o deficiente está limitado no acesso à informação. A tradução audiovisual pode estar ao serviço dessas pessoas e permitir, por exemplo, que um invisual vá ao cinema, desde que tenha acesso a uma tradução
audio”.
Segundo diz, em Portugal e nesta área específica, não existem técnicos especializados. Do mesmo modo não há muitos técnicos em legendagem para surdos, tanto em cinema como em televisão, em museus, hospitais. “E porque não investir em técnicos especializados para investir neste tipo de serviços, de modo a superar a saturação do mercado. Talvez com pequenos esforços assim, com imaginação e criatividade, seja possível alterar o que se passa”.
Uma questão que defende, adiantando que hoje é preciso que a pessoa se especialize para vingar, dado que o próprio mundo muda a cada momento. “Vivemos no mundo do agora, da notícia, do cinema e do écran, e a tradução audiovisual é usada para fazer chegar esses media ao público em geral, pois é ela que permite traduzir tudo o que é imagem e som, pelo que vai além do simples cinema e televisão”, adianta aquela docente, que dá exemplos de outra tradução, como a de páginas
Web, jogos de consola e game boy, bem como os DVD´s, CD-Rom´s, entre outros.
ALTERAÇÕES. Este alargamento de possibilidades ao nível da tradução levou mesmo a que hoje se distinga a “audiovisual translation” do “screen Translation”, sendo que a primeira está associada e é muito alargada, enquanto a segunda está ligada apenas à imagem em movimento. Este crescimento de funções leva a que hoje, os alunos de tradução audiovisual necessitem de uma dupla formação, a da tradução em si e a das máquinas, quer as que permitem a tradução, quer aquelas que permitem visualizar os suportes da imagem e do som.
“Hoje, um tradutor é, acima de tudo, um técnico. Basta dizer que o que hoje mais se traduz é o manual técnico, seguindo-se o que está em formato electrónico, desde as páginas
Web até aos programas informáticos (de inglês para outras línguas). Precisa por isso de dominar a tecnologia usada na tradução, além de saber traduzir para essa tecnologia” adianta.
Os cursos mudaram então necessariamente neste sentido, o que alterou a ideia do que é um tradutor. “Nestes últimos cinco anos verificaram-se grandes alterações na área da tradução. Inicialmente era tradutor quem tinha um curso de línguas, ou que tivesse jeito. Depois abriram cursos de tradução um pouco por todo o país e os curricula tem sido adaptados às novas circunstâncias. Quase todos os cursos têm cadeiras ligadas às novas tecnologias e não apenas à informática de base, como acontecia antes”.
Hoje há cadeiras específicas “para o ensino de tradução tecnológica. Na Estg de Leiria, por exemplo, existe a disciplina de Tecnologias de Tradução, na qual os alunos têm acesso a software específico, ao qual chamam translation work benches, cuja utilização está vocacionada para a tradução técnica”. Recebem ainda formação em tradução de programas e legendagem de audiovisual.
INVESTIMENTO. Mas em relação aos meios mais avançados para o fazer, é necessário o investimento em máquinas e é a esse nível que surgem as dificuldades. “A legendagem necessita uma máquina especial que permita inserção de time codes. Por isso, as escolas têm de investir num parque de equipamento especializado.
A questão é que a tecnologia avança muito depressa e nem sempre a escola tem possibilidades económicas (para não falar em necessárias alterações de conteúdos programáticos) de acompanhar essas alterações, o que pode levar a que o aluno chegue ao mercado com uma formação algo desajustada para os meios e tecnologias então usados. Ainda assim, garante, tem sido feito um esforço para compensar essa questão.
“A escola não pode estar divorciada do meio, devendo trabalhar para dar formação de base. O ideal é existir uma interacção permanente através de estágios, visitas, protocolos. Essa será a via possível. Na escola deve existir o que é básico pois, ao trabalhar com um programa, o aluno ganha experiência para trabalhar com outros. Por isso todos os alunos devem ter possibilidade de praticar, para depois superarem alguma questão de
up-dating”.
ALUNOS DA EST ENVOLVIDOS
NA ORGANIZAÇÃO
Lan Party em Castelo
Branco
Montar redes de computadores, discutir informática e praticar jogos de estratégia que podem ser jogados em rede, são características comuns, pelo menos, a 56 pessoas, dos 10 aos 34 anos, que estiveram reunidas, no passado fim de semana, em Castelo Branco, na quinta edição local da denominada Lan Party, ou seja, num encontro de Local Area Network que ganha cada vez mais adeptos, entre eles muitos alunos da Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco, os quais estiveram envolvidos na organização do evento.
O encontro decorreu num restaurante da cidade e tem vindo a decorrer todos os anos, cada vez com mais praticantes. Desta vez, a organização coube ao clã (à equipa) albicastrense nTm (Nightmare Squad), composta por Filipe Moura, Bruno Martins, Hugo Almeida, Luis Camilo e Guilherme Ramos, os quais explicam ao Ensino Magazine como nasceu a iniciativa e quais os objectivos futuros.
No fundo a ideia de realizar a Lan Party resultou da vontade de um grupo de pessoas que se conheceram através da Net, no canal BAM, os quais têm como interesse comum o praticar jogos de estratégia numa lógica de campeonato. Depois da discussão reuniram-se pela primeira vez em Outubro de 2002, num bar albicastrense. Cada um dos 10 participantes levou o seu computador, os quais ligaram em rede, para disputarem entre si jogos como o Counter Strike, o Quake III Arena ou o Unreal Tournament, sendo o mais praticado o Counter
Strike.
“Basicamente, o Counter Strike é um jogo de equipa em que uma formação de cinco elementos defronta outra equipa de igual número de elementos. Uma delas joga do lado de um grupo de terroristas que tem como objectivo colocar uma bomba num local pré-definido, além de impedir o resgate de reféns. Do outro lado está uma equipa que representa os contra-terroristas, os quais visam evitar a colocação da bomba ou o seu desarme, caso já tenha sido colocada, além de procurarem libertar os reféns”.
VANTAGENS. Este tipo de actividade tem cada vez mais interessados em todo o país e a verdade é que, por cá, as Lan se sucederam, com um crescente número de pessoas. “É necessário ver que só anunciámos a Lan on-line uma semana e meia antes, caso contrário teríamos mais inscritos, o que seria impossível, uma vez que nos debatemos com problemas de espaço e também com a falta de equipamento de rede para ligar tantos computadores. Outro problema é a localização do espaço, pois há sempre algum barulho, devido à adrenalina do jogo, e o ideal seria conseguir uma espaço num pavilhão”.
Caso tal fosse possível e conseguissem mais apoios, os dinamizadores deste tipo de iniciativas consideram que até seria interessante realizar em Castelo Branco um encontro com os melhores clãs (equipas) nacionais, os quais se deslocam mais a encontros que tenham prémios, o que ainda não acontece em Castelo Branco.
O certo é que a prática de jogos on-line vive uma fase de “crescimento exponencial, precisamente devido à massificação da banda larga” e a reunião teria outras vantagens. “Além do divertimento, está provado que este tipo de jogos cria camaradagem. Depois, nestes encontros não se joga apenas. Trocam-se muitos conhecimentos de informática a nível de redes e da própria programação”.
A título de exemplo dão o Minho Campus Party, que decorre nos primeiros dias de Agosto no norte do País e que costuma reunir cerca de 900 pessoas durante quatro a cinco dias. “Existem jogos, mas também workshops sobre informática com professores da Universidade do Minho”. Algo que, com os apoios necessários, embora começando em menor escala, poderia avançar em Castelo Branco.
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