25 ANOS DE CARREIRA
O trovador das
memórias

A sua carreira já chegou às «bodas de prata»: 25 anos de actividade completados o ano passado.
Luís Represas é um dos nomes maiores do panorama musical português.
Natural de Lisboa, com 45 anos, comprou a sua primeira guitarra aos 13. Em Agosto de 1976 funda, juntamente com João Gil, João Nuno Represas, Manuel Faria e Artur Costa os «Trovante», um grupo que se tornaria um dos mais importantes e originais da música nacional. O fim da banda ocorre em 1992 e Represas começa, então, a compor canções que farão parte do seu primeiro disco de originais a solo. Com vista a ganhar distância em relação ao passado ligado aos «Trovante» e ao mesmo tempo procurar novos espaços e viver experiências musicais enriquecedoras, Luís Represas viaja para Cuba, país que visita desde 1978 por ocasião do 11º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, levando consigo um único músico português: o baixista Nani Teixeira.
Em Havana, esperam-no o grupo de Pablo Milanés, nome maior da música cubana e um dos mais importantes da actual Música Popular e o pianista Miguel Nuñez, responsável pelos arranjos e direcção musical dos novos temas de Luís Represas.
Em 1995, inicia a composição do disco «cumplicidades».
Além de Bernardo Sassetti, um dos mais prestigiados pianistas de jazz, com reconhecida carreira internacional, participaram no trabalho Uilleann Pipes, Low Whistles e o irlandês Davy
Spillane.
Depois de uma “tournée”, Represas lança-se noutro desafio: o de se apresentar no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém por quatro noites consecutivas completamente lotadas, que contaram com a participação de Davy Spillane, imortalizadas no CD duplo «Ao Vivo no CCB», que atingiu dupla platina.
Em 1998, Luís Represas edita «A Hora do Lobo». Era chegado o momento do reencontro com Miguel Nuñez.
Mais recentemente, o cantor português foi convidado para ser a Voz, na versão portuguesa dos temas originais de Phill Collins, na banda sonora do filme «Tarzan».
Com «O Lado Bom da Saudade», uma letra de João Monge e arranjos de José Calvário, Luís Represas desloca-se a Macau, para participar na Cerimónia de Transferência de Soberania do território para a China, onde curiosamente ocorre o primeiro encontro como líder histórico timorense Xanana Gusmão.
Estranha coincidência de um músico que tornou o tema «Timor» numa bandeira contra a opressão no país do «sol nascente».
J.A.
SEM RENEGAR TEMPOS DOS
TROVANTE
Fiel a si próprio
Luís Represas continua nos caminhos que sempre o caracterizaram. A procura dos contributos de outros sons, outros estilos e outros cantores são uma das suas principais “marcas” artísticas.
Simpático, de uma acessibilidade que pode não ser normal nas “grandes estrelas mas que o é nos grandes artistas, concedeu uma entrevista exclusiva ao «Ensino Magazine», percorrendo diversos temas, com a lucidez e inteligência de análise. O seu último disco foi uma das linhas centrais abordadas, mas Represas não esqueceu os tempos dos Trovante, marcantes para si e para o país, por sinal. Para além de letras e melodias tão célebres, a voz de «Timor», autêntico hino ao país do sol nascente que emocionou milhões de portugueses, sublinhou os problemas de quem começa no meio musical e dos músicos de carreira a consolidarem.
Ao nosso jornal, Luís Represas revelou algumas “chaves” do seu sucesso. A inter-influência entre o que é
intrinsecamente português e o que provém de outros países é uma das principais. Represas não acredita em vias únicas, afuniladas, nas canções, como na vida. Desde os tais tempos dos Trovante até...
ao futuro!
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