ARRANQUE DO ANO ESCOLAR
As exigências da ANP

A Associação Nacional de Professores (ANP), exigiu ao Governo, “a adopção de regras mais justas de integração nos quadros de educadores de infância e professores desempregados”. No comunicado, assinado pelo presidente nacional da ANP, João Grancho (na foto), enviado ao nosso jornal, aquele organismo revela que “são os professores que, ano após ano, asseguram o regular funcionamento dos estabelecimentos de educação e ensino, colmatando carências prementes e sistemáticas do sistema educativo, sem qualquer vislumbre de estabilidade de emprego”.
A ANP sugere ao Governo “uma avaliação correcta das necessidades de docentes, a redefinição das regras dos concursos e um repensar das dimensões educativas da escola”.
Aponta, também, o reforço da docência coadjuvada no Ensino Básico, numa perspectiva de articulação e integração curriculares, quer nas áreas de expressão quer mesmo em áreas como a Língua Portuguesa e a Matemática, e uma avaliação criteriosa dos contingentes a conferir para os cursos de formação inicial de educadores de infância e de professores.
A ANP rejeita, ainda “a forma como vêm sendo tratadas as questões que se levantaram em torno da recente regulação do calendário das actividades educativas da Educação Pré-Escolar. “Daí pode decorrer uma avaliação pública atentatória da dignidade profissional dos educadores de infância”, sublinha o texto.
A Associação Nacional dos Professores exige que o Estatuto dos Jardins de Infância seja objecto de revisão imediata, para que sejam separados, de forma clara, os objectivos de carácter social dos de carácter pedagógico. Além disso, deverá ter em “linha de conta todo o processo educativo presente nos jardins de infância, e revelar momentos especialmente dedicados à articulação pedagógica, avaliação e desenvolvimento
organizacional”.

SEM PREJUDICAR O VIRIATO
Paulo Ribeiro na
Gulbenkian
Paulo Ribeiro, que desde 1998 é o director geral e de programação do Teatro Viriato - Centro Regional das Artes do Espectáculo das Beiras (CRAE), foi seleccionado entre 63 candidaturas de 23 países para director artístico do Ballet Gulbenkian, pelo que vai substituir Iracity Cardoso, o qual se irá no entanto manter em funções até ao final da próxima temporada, em Junho de 2003.
Na hora da decisão, Paulo Ribeiro afirmou ter ficado surpreendido por ter sido o escolhido porque as pessoas que anteriormente ocuparam o cargo “são directores artísticos muito bons, mas não são coreógrafos. Sempre soube que houve uma certa resistência em convidar para a direcção artística da companhia um coreógrafo”, frisou, acrescentando que o novo cargo é “um duplo desafio”, porque além de dirigir irá também criar para o Ballet Gulbenkian.
Na sua perspectiva, desta forma o cargo é “ainda mais aliciante”, porque “há uma relação de confiança mais forte”. Já sobre o futuro do Teatro Viriato, onde reside a Companhia Paulo Ribeiro, o coreógrafo garantiu que apenas haverá uma “pequena reestruturação”, que não afectará o seu funcionamento, mantendo a equipa actual.
Segundo diz, deixa de haver a figura de director geral e passa a haver uma direcção executiva, liderada por Albino Moura, actualmente assistente de direcção.
Para a programação, será contratada uma pessoa que poderá ou não ficar a trabalhar a tempo inteiro. “Essa pessoa tem, à partida, que aceitar a equipa que já existe e a residência da Companhia Paulo Ribeiro no Teatro”, realçou.
O futuro director artístico do Ballet Gulbenkian diz já ter “uma ideia” da pessoa e, sem adiantar mais pormenores, lembra que ainda há um ano para fazer a escolha. A Companhia Paulo Ribeiro irá manter-se em Viseu - acrescentou - ficando Leonor Keil, sua mulher e o elemento mais antigo da companhia, responsável por acompanhar as criações.
Paulo Ribeiro aproveitou a oportunidade para pedir mais apoio às instituições de Viseu, para que a sua companhia passe a ser “uma imagem de marca” da cidade, o que já começa a acontecer durante as “tournées” no estrangeiro.
Natural de Lisboa, Paulo Ribeiro fez carreira como bailarino em várias companhias na Bélgica e na França, acabando por criar a sua própria companhia, em 1995. No seu vasto currículo integram-se trabalhos para o Ballet Gulbenkian, alguns em colaboração com reputados coreógrafos portugueses. Este ano, Paulo Ribeiro tinha já recebido um convite para dirigir a Companhia Nacional de Bailado da Escócia, em Glasgow, que recusou.

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