MARIA JOÃO PIRES
Unesco distingue
pianista portuguesa

A pianista Maria João Pires recebeu, no passado dia 9, o prémio do International Music Council (IMC) da UNESCO, na Sala da Coroação da Câmara Municipal de Aachen, na Alemanha. O prémio inclui um diploma, a Medalha Picasso-Miró da UNESCO e um prémio pecuniário de 2.500 euros, e será entregue em Aachen pelo director- geral da UNESCO.
É a segunda vez nos últimos três anos que a UNESCO atribui este prémio a uma figura da música portuguesa contemporânea, depois de o galardão ter sido concedido ao compositor Emmanuel Nunes em 1999.
O prémio IMC-UNESCO é atribuído desde 1975 a personalidades e instituições que contribuem para o enriquecimento e a evolução da cultura musical, para a causa da paz, do entendimento entre os povos e da cooperação internacional, e outros objectivos consignados na Carta das Nações Unidas e na Constituição da UNESCO.
“Maria João Pires não é apenas uma pianista, é também uma grande personalidade portuguesa, que se empenha a favor da democracia, dos direitos humanos e dos direitos das mulheres e das crianças”, afirma-se numa nota da UNESCO distribuída à imprensa.
“Para ela, a arte faz parte da vida, e não tem nada de elitista. Maria João Pires fundou em Belgais, em Portugal, um centro para jovens artistas, uma espécie de escola livre, onde se encontram pessoas para resolver os problemas da sua vida, da música e da arte”, diz o mesmo comunicado.
Maria João Pires dará um concerto de piano com obras de Ludwig van Beethoven, Franz Schubert e Robert Schumann já na sexta-feira à noite, na Baalsall des Alten Kurhauses, em Aachen. O Prémio de 2002 foi entregue também na mesma ocasião ao Centre for Traditional Music de Omã, “um extraordinário exemplo de preservação e divulgação da herança musical de um país”, sublinharam os organizadores.
Em anos anteriores, o International Music Council e a UNESCO atribuíram este prémio a grandes figuras de vários géneros musicais, como Leonard Bernstein e Yehudi Menuhin (1975), Benny Goodmann, (1977), Sviatvoslav Richter (1979), Herbert von Karajan (1983), Mirian Makeba (1993), Mercedes Sosa (1996) e Cesária Évora (1998).
Em 1981, a honra de receber este Prémio coube também a uma instituição portuguesa, a Fundação Calouste Gulbenkian. O primeiro nome de língua portuguesa a conquistar o galardão foi o musicólogo brasileiro Luis Heitor Correia de Azevedo, em 1977.

MUNDIAL DE ACORDEÃO
Copenhaga com a Beira
a seus pés
 |
 |
Gonçalo Pescada, aluno do terceiro ano do curso superior de acordeão, na Escola Superior de Artes Aplicadas, e Carisa Marcelino, aluna do Conservatório Regional de Castelo Branco, conquistaram o quinto e o décimo lugares, no Campeonato do Mundo de Acordeão. A prova realizou-se no último mês em Copenhaga, na Dinamarca, e a classificação obtida resulta do trabalho desenvolvido por aqueles jovens de 23 e 17 anos, respectivamente.
Para Gonçalo Pescada, natural de Albufeira, onde também é docente do Conservatório e membro do grupo Vá de Viró, a classificação obtida resulta do trabalho desenvolvido ao longo do último ano. “Fui fazer o meu melhor numa prova bastante exigente”, diz. O quinto lugar obtido corresponde ao primeiro da Europa Ocidental, já que as quatro primeiras posições foram obtidas por músicos dos países de Leste. “Foi necessário treinar todos os dias, mesmo depois das aulas e nas férias. Para essa preparação foi muito importante o apoio do meu professor Paulo Jorge Ferreira, que me desafiou para a prova”.
No campeonato, Gonçalo Pescada concorreu na categoria sénior-concerto e teve que ultrapassar três provas para chegar ao quinto posto. O juri composto por oito elementos de vários países não teve dúvidas em reconhecer o trabalho apresentado pelo jovem estudante da Escola Superior de Artes Aplicadas. Com 23 anos, Gonçalo Pescada já participou noutros campeonatos. “Em 1997 e 98 fui ao troféu mundial na categoria de júnior, onde obtive o sétimo e o 10º lugares. Já em 2000, como sénior, fui sexto classificado”. Agora, o jovem estudante pretende concluir a licenciatura na Escola Superior de Artes Aplicadas e “prosseguir os estudos para uma pós-graduação”. De caminho elogia o curso que está a frequentar e lembra que “é pioneiro a nível nacional e para já está a
corresponder às minhas expectativas”. A concluir salienta o apoio prestado pela Esart, “em especial do director da instituição, Fernando Raposo”.
Carisa Marcelino, 17 anos, é aluna do Conservatório Regional de Castelo Branco e frequenta o 12º ano na Amato Lusitano. Natural dos Escalos de Baixo, apesar de jovem, a sua presença em campeonatos nacionais e internacionais não é recente. No ano passado foi campeã nacional, numa prova disputada em Alcobaça. Também participou no mundial realizado em 2001 na capital inglesa, onde obteve o nono lugar. “Este ano obtive a 10º posição, mas a prova era mais exigente. Além disso, como no ano passado também participei no campeonato nacional, tive uma preparação mais longa”, explica.
Tal como sucedeu com Gonçalo Pescada, a participação de Carisa Marcelino no Campeonato do Mundo, na categoria Júnior-Concerto, deveu-se a um desafio do professor Paulo Jorge Ferreira. “Esta prova foi mais difícil e para entrar nela tive que me preparar muito bem. O que me obrigou a efectuar um estudo rigoroso e a ter aulas extra. Além disso, tive que deixar alguns aspectos da escola para trás”, explica. Para participar na prova, Carisa Marcelino teve o apoio da Orquestra Típica Albicastrense, de que também faz parte, e do Conservatório Regional. Agora, aos 17 anos, a jovem promessa quer concluir o 12º ano e prosseguir os seus estudos na Escola Superior de Artes Aplicadas, na variante acordeão.

|