JORNADAS PEDAGÓGICAS DA ANP EM CASTELO BRANCO

E a escola vai mudar?

Em tempo de pós-modernidade, a escola tem de mudar no sentido de ser mais alegre, mais viva, um local onde cada pessoa é diferente entre iguais, onde os professores se sintam bem e gostem de trabalhar. É que só assim serão mais felizes, e, se o forem de facto, os alunos serão também mais felizes e obterão melhores resultados.

Esta é uma das conclusões da 10ª edição das Jornadas Pedagógicas da secção de Castelo Branco da Associação Nacional de Professores, as quais decorreram nos dias 7 e 8 de Março, naquela cidade beirã, tendo contado com cerca de 300 professores de diferentes graus de ensino. Professores e educadores que quiseram ouvir investigadores como Eduardo Sá, Joaquim Neves Vicente, João Ruivo, José Pires e Lopes Verdasca, além dos espanhóis Antonio Cabaco e Juan Castro Posada.

A verdade é que todos aqueles investigadores foram unânimes na necessária mudança que necessita a escola, defendendo desde logo um carácter mais humanista e a necessidade do Ministério da Educação definir mais clara, especificamente e com tempo, o que pretende com cada diploma publicado, sob pena de cada escola poder avançar por caminhos diferentes partindo de um mesmo diploma.

PROBLEMAS. Mas as questões levantadas ao longo de dois dias de trabalho foram bem mais longe. Uma delas disse respeito ao discurso pedagógico, o qual está hoje dominado por uma retórica assente em slogans interessantes, lúdicos e apelativos. Por isso, importa pensar os slogans para não corrermos o risco de pensar por slogans. Um dos exemplos é o slogan “aprender a aprender”, o qual é tão defendido, que os professores quase foram proibidos de ensinar.

Ora, se os professores estão nesta situação vêem mais uma vez a sua imagem em causa, o que já é frequente. E é assim porque, hoje são-lhes atribuídas demasiadas competências, porque há dúvidas acerca de quem é a responsabilidade de ensinar e educar, porque a escola perdeu os seus líderes, além de não haver avaliação de professores para premiar os melhores, ao mesmo tempo que o insucesso, que a existir é de todos, apenas é atribuído aos alunos.

Tendo em conta o debate efectuado nas jornadas, a mudança para resolver os actuais problemas educativos passará então por uma desprogramação, por uma «deseducação» dos professores, de modo a reprogramarem a sua formação e responderem aos desafios da escola. Passa ainda por os professores discutirem práticas e metodologias, não para fomentar a inveja, mas para aprenderem novas metodologias e, se possível, melhorá-las.

NAMORAR. Problemas à parte, importa saber qual é o objectivo para o qual se caminha. E neste campo não restam dúvidas em relação ao tipo de escola que se pretende, uma escola mais humana, de partilha, onde as crianças aprendem experimentando, onde as diferenças são toleradas, na qual as crianças podem falar, podem ser críticas, sem que os professores inibam aquilo que as crianças sabem. “O saber faz-se com colagens e decalques. Só poderá haver bem estar na escola quando ela favorecer a sabedoria e não o saber”.

Para rumar ao bem-estar, a escola também terá de mudar, tapando os recreios, levando os recreios para mais longe das salas para que as crianças possam gritar enquanto brincam se for esse o desejo delas. “Precisamos duma escola melhor, na qual as tarefas sejam recreios, os trabalhos de casa tempos livres e onde se pergunta porquê, onde as crianças podem ter os olhos na ponta dos dedos”.
 

PRIMAVERA MUSICAL

Música ao mais alto nível

“Este vai ser o Primavera Musical onde há mais qualidade musical concentrada”. As palavras são de Carlos Semedo, um dos responsáveis pelo Festival Internacional de Música de Castelo Branco, Primavera Musical. Um ciclo de música, realizado pelo Conservatório Regional de Castelo Branco, que tem início, já no próximo dia 27 de Abril e que só terminará em finais de Maio. Garantidas estão as presenças de nomes como a pianista Maria João Pires ou Quarteto Lopes Graça.

Apesar das dificuldades financeiras, Carlos Semedo garante que a oitava edição do festival reúne alguns dos melhores intérpretes do mundo. O ciclo de música tem início com Bochman Quartet, um quarteto de cordas inglês, que actuará, no dia 27 de Abril, no Cine Teatro Avenida de Castelo Branco. Para o dia 3 de Maio está agendado um concerto com uma das melhores duplas de guitarra do mundo. Os Katona Twins, da Hungria, subirão ao palco do Governo Civil de Castelo Branco, a partir das 21 horas.

O Primavera Musical prossegue com o concerto do trio composto pelo inglês Daniel Rowland, no violino; do português Filipe Pinto Ribeiro, no piano; e do russo Guenrikh Elessine, no violoncelo. Um espectáculo que será feito no Cine Teatro Avenida, onde de resto se realizará a maioria dos espectáculos. Também naquela sala, mas no dia 11, actuará um dos melhores pianistas do mundo, Vladimir Krainev, que recentemente venceu do Prémio Tchaikovsky. A 14 de Maio é a vez do Quarteto de Cordas Lopes Graça e de Pedro Carneiro, na percussão realizarem o seus espectáculo, também no Cine Teatro Avenida.

Um dos momentos esperados do Festival é a actuação do trio composto pela pianista Maria João Pires, do violinista Augustin Dumay e do violoncelista Jian Wang. Um espectáculo que será realizado na Escola Superior Agrária. Outro dos nomes grandes que estará presente no festival é o grupo vocal Hilliard Ensemble. Um grupo inglês que actuará em Castelo Branco, num local ainda a definir.

AMIGOS. Dada a qualidade do Primavera Musical, o desafio lançado, no ano passado por Carlos Semedo, no sentido de se criar um grupo denominado Amigos do Festival, está a ser cumprido. Já este mês os primeiros amigos do Primavera juntaram-se num restaurante da cidade para falarem de música e do festival Primavera Musical. “As pessoas estão bastante contentes com o festival e sentem que ele já entrou nos hábitos da sociedade”, explica Carlos Semedo.

Para se ser Amigo do Festival paga-se uma quota anual de 25 Euros, mas as vantagens são muitas. Desde logo há descontos de 25 por cento no valor real dos bilhetes, além dos bilhetes poderem ser adquiridos antes da abertura das bilheteiras. Outra vantagem passa pela participação em iniciativas mais reservadas, como os ensaios dos artistas, exposições ou jantares.

De referir que as bilheteiras abrem no dia 8 de Abril no Conservatório Regional de Castelo Branco, excepto nos dias dos concertos que serão transferidas para os locais dos espectáculos.

ENSINO MAGAZINE

A educação mais forte

O Ensino Magazine está a comemorar o seu quarto aniversário. Uma data que marca a afirmação de uma publicação que é um veículo privilegiado do sector educativo português e europeu. Numa altura em que se avizinham grandes transformações nos mais diversos graus de ensino, numa época em que cada vez mais a educação na escola é avaliada e num século em que o saber ao longo da vida marcará presença, o Ensino Magazine pretende contribuir para essas evoluções e assinalá-las com a isenção, o rigor e, passe a modéstia, qualidade jornalística a que temos habituado os nossos leitores.

Na conferência de Imprensa que serviu para assinalar mais um aniversário, João Ruivo, director do jornal realçou “a capacidade de sobrevivência e renovação” do Ensino Magazine que já conta com a edição mensal de 15500 exemplares e com uma página na Internet, tendo conseguido expandir-se quer territorialmente quer em termos de abrangência editorial, abarcando hoje temas como a educação, a cultura e a ciência e tecnologia.

Hoje o Ensino Magazine, que nasceu no Distrito de Castelo Branco, está implantado nos distritos de Portalegre, Guarda e Viseu, tendo alargado a sua distribuição aos distritos de Évora e Beja, ocupando já uma área significativa do Interior do País. De distribuição gratuita nos estabelecimentos de ensino superior, secundário, básico e profissional daquelas regiões , o Ensino Magazine vai distinguir os melhores alunos do ensino superior da sua área de influência. Isso mesmo confirmaram os editores da publicação, João Carrega e Vitor Tomé (na foto com João Ruivo).

Na mesma conferência de imprensa foi sublinhada a parceria entre a RVJ - Editores e o semanário Reconquista que tornaram possível a publicação do Ensino Magazine, e com a Rádio Condestável que tornou possível a emissão em rádio do Ensino Magazine.

GUARDA

Rádio Educação

A Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico da Guarda inaugurou, no passado dia 28 de Fevereiro, a “ESEG FM” uma rádio escolar que vai emitir em circuito interno.

O acto inaugural contou com a presença do Secretário de Estado da Comunicação Social, Arons de Carvalho, que, aliás, apoiou a concretização deste projecto com seis mil 612 contos.

O Director da ESE considerou que a Rádio, bem como o lançamento da Revista ESEG Magazine “abriram uma nova página na vida da Escola”.