Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano V    Nº51    Maio 2002

Politécnico

ELEIÇÕES NO POLITÉCNICO DE CASTELO BRANCO

Valter Lemos é candidato

Valter Lemos acaba de anunciar a sua recandidatura ao cargo de presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, nas próximas eleições que se realizam a 12 de Junho. Nos destinos daquela instituição desde 1996 candidata-se a cumprir os últimos três anos à frente do Politécnico, já que os estatutos apenas permitem três mandatos a cada presidente. Na hora da apresentação da sua recandidatura, lembra que se “houver outros projectos alternativos ao meu e ao plano de desenvolvimento que tenho para o Politécnico que os apresentem”.

No entender de Valter Lemos a sua recandidatura é motivada pela convicção de que o trabalho feito até ao momento pela vasta equipa que encabeça tem tido resultados muito positivos quer para o IPCB quer inclusivamente para a cidade e a região de Castelo Branco. É o próprio quem o confessa, ao mesmo tempo que dá conta de que a continuação do trabalho até aqui desenvolvido por um novo período de três anos “é a melhor solução institucional para o Politécnico albicastrense”.

Sobre o próximo acto eleitoral e sobre os anteriores, Valter Lemos lembra que “até hoje, nem eu nem o meu antecessor permitimos que houvesse intervenção partidária nas eleições do Instituto. E esse foi um factor que ajudou a respeitar e a credibilizar a instituição, pelo que ficaria muito preocupado se, porventura, isso fosse alterado, pois em circunstância alguma as estratégias partidárias poderão substituir as estratégias do Politécnico”. Segundo Valter Lemos, “aquele risco pode correr-se, pois existe uma forte tensão política neste momento, e o facto de eu ter sido candidato à Assembleia da República pode ter levado algumas forças políticas a pensar que eu estaria ao serviço de um partido. O que não é verdade, nem nunca o foi, pois eu estou há tempo suficiente no Politécnico para poder ser julgado por aquilo que fiz em prol do Instituto ao longo de todos estes anos”. O actual presidente do Instituto lembra ainda que “no Politécnico já houve muitas pessoas que se candidataram por diferentes partidos a diversas eleições e que isso até veio fortalecer o Politécnico, já que os interesses do Instituto nunca se subverteram aos dos partidos políticos”.

Em termos pessoais recusa-se a assumir que esteja com intenções “de acabar a obra ou qualquer coisa desse género”, porque, como diz, “estas obras nunca estão acabadas e são sempre para continuar e, certamente, quando eu acabar o próximo mandato haverá muitas outras coisas para fazer”. O que se torna claro, como esclarece, “é saber se mantemos energia e motivação para continuar e mantendo essas duas coisas temos depois de saber se as outras pessoas apreciaram o nosso trabalho e o projecto que estamos a colocar de pé. Além disso penso que, neste momento sou o denominador comum no Instituto, o que me leva a concorrer para mais um mandato”.

E, neste capítulo, Valter Lemos é claro: “tenho a ideia de que o nosso trabalho tem sido apreciado positivamente quer na instituição quer na cidade”. E sublinha: “há muitas ideias novas para perseguir e lutar por elas” e, no fundo, são estas as ideias que o fazem querer continuar à frente do Politécnico.

APOSTAS. Novas escolas superiores, na área da Educação Física e Desporto e no Turismo e Hotelaria, e a mudança de nome para Universidade Politécnica são vectores que fazem parte do Plano de Desenvolvimento do actual Instituto Politécnico. Ambas as questões são problemáticas face à actual conjuntura nacional do sector da Educação. Valter Lemos refere mesmo que “temos consciência de que a expansão do ensino superior em Portugal de momento terminou”. E, na prática, isso significa, como ele próprio constata, que “tudo o que sejam novos cursos e novas escolas são coisas de que quase ninguém quer ouvir falar ao nível governativo”. Até porque há dificuldades orçamentais que são do conhecimento de todos.

Agora, o que Valter Lemos também sabe é que essa não será uma situação definitiva para o todo sempre na vida do país. “Essa não é certamente uma situação permanente e nós não pouparemos esforços nem trabalho naquilo que se pode chamar o nosso trabalho de casa para criarmos condições para que assim que as coisas possam avançar avancem, porque podem ter a certeza que estaremos prontos quando a altura chegar”.

Outra das questões pendentes, ultimamente muito mediática, tem sido a pretensão do IPCB de mudar de nome para Universidade Politécnica de Castelo Branco. O processo está em curso. O novo ministro da tutela ainda não terá tido tempo para se inteirar desta intenção e de explicar qual é a sua posição nesta matéria. Valter Lemos entende que esta é uma boa solução para o país porque “a divisão entre universidades e politécnicos só tem criado gravíssimos problemas”. O exemplo do curso de Medicina Veterinária que nunca mais é aprovado para a Escola Agrária albicastrense é apenas um entre muitos outros.

“É um problema psicológico”, diz Valter Lemos com alguma ironia, porque, assevera, “nós queremos continuar na mesma linha e no mesmo rumo, com cursos dirigidos para a formação prática dos alunos”. É só mudar o nome...

Ainda no entender de Valter Lemos, o instituto vai iniciar uma fase de estabilização que passa por dois ou três aspectos. É que a fase estrutural está bem encaminhada e urge agora aumentar o trabalho de ligação com as empresas e as instituições regionais, bem como preparar o futuro, fazendo o trabalho de casa, para uma nova fase de crescimento daqui a uns anos.

 

 

 

ELEIÇÕES NO POLITÉCNICO DE CASTELO BRANCO

Gonçalves apresenta alternativas

O actual director da Escola Superior Agrária de Castelo Branco acaba de apresentar a sua candidatura ao cargo de presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, para as próximas eleições que se realizam a 12 de Junho. Uma candidatura que como aquele responsável sublinha ao Ensino Magazine “foi muito ponderada e analisada. E da análise que fiz verifiquei que poderia trazer algo de novo a estas eleições, mas fundamentalmente ao futuro do Politécnico no imediato, através de novas ideias diferentes das de outros eventuais candidatos”.

Outra das razões que José Carlos Gonçalves aponta dizem respeito “ao facto de poder mostrar, que hoje o Politécnico é uma instituição adulta, madura, com quadros e corpo docente suficientemente alargado onde é possível surgirem pessoas com características e perfis capazes de assumirem essas funções. Por isso, penso que é salutar surgirem alternativas que possam trazer algo de novo”, explica.

De acordo com José Carlos Gonçalves, a sua candidatura não “pretende ser nenhum confronto ou oposição, no sentido de afirmar que o trabalho desenvolvido no Politécnico não tem sido positivo, até porque é público que sou solidário e tenho contribuído para com aquilo que é hoje o Instituto. Participei activamente no plano desenvolvimento do Politécnico e as linhas estratégicas estão definidas e eu sou solidário com elas”. José Carlos Gonçalves acrescenta: “no entanto, entendo que é possível melhorar alguns aspectos, sobretudo no que respeita ao funcionamento do Politécnico. A instituição cresceu, mas perdeu um pouco da sua eficiência e eficácia. Ao nível dos serviços o Instituto possui um conjunto de pessoas com qualidade e competência para desenvolverem as suas funções, mas faz falta mais celeridade e mais eficiência”.

É nessa perspectiva que José Carlos Gonçalves refere que “há a necessidade de alguns acertos sob o ponto de vista da organização e da própria interacção de todos os serviços do politécnico, para que os serviços centrais possam responder mais eficientemente às solicitações das unidades orgânicas”. Aquele candidato mostra-se também defensor da máxima “autonomia das unidades orgânicas. Isto porque quem está nas escolas é que sabe as suas necessidades, pelo que saberão gerir da melhor forma aquilo que nos compete. Pelo que se as unidades orgânicas fizerem bem o seu trabalho essas competências poder-lhes-ão ser dadas”.

O plano de desenvolvimento do Politécnico de Castelo Branco aponta para a criação de uma escola superior de desporto e para outros cursos relacionados com outras áreas como o turismo. No entender de José Carlos Gonçalves, “apesar da conjuntura actual ser restritiva nessa matéria, o plano de desenvolvimento aponta para isso. No entanto, na conjuntura actual essa questão não é prioritária, nem será um argumento utilizado na minha candidatura”. Por isso, aquele candidato lembra que “a grande aposta passa por com o meios que o Politécnico tem, criar as condições para o que estamos fazer fazê-lo ainda melhor. A ideia é aumentar a nossa qualidade e isso traduz-se também pela capacidade de criação de infraestruturas que permitam alargar essa capacidade formativa do ponto de vista qualitativo. Foi isso que fizemos na Escola Agrária, onde também impusemos a criação de um novo curso, que continua a fazer sentido e se justifica, já que devemos estar atentos à evolução. E nesse aspecto penso que o Politécnico deverá estar atento a essa evolução”. 

Caso venha a ser eleito presidente do Politécnico, José Carlos Gonçalves abandonará as funções de director da ESA, pelo que serão realizadas novas eleições, quando ainda falta um ano para o final do seu mandato. Apesar disso, o candidato ao cargo mais importante do Instituto lembra que “os objectivos traçados para o mandato na Escola Agrária já foram largamente ultrapassados. Isto aos mais diferentes níveis, pelo que hoje a escola funciona mais como um todo. Já sob o ponto de vista da qualidade de ensino, essa é uma tarefa que nunca está acabada. E ainda recentemente inaugurámos o picadeiro da escola, que é uma mais valia para o ensino aqui ministrado, mas também para a comunidade”. Aliás, José Carlos Gonçalves refere mesmo que no caso concreto da ligação entre o Instituto e o meio envolvente, chegou a altura de “passar da assinatura de protocolos para a prática, pois muitas vezes isso tem-se relevado difícil. Mas também nesse aspecto na escola temos dado bons exemplos na concretização de projectos com a comunidade”.

EQUIPA. Na altura em que nos concedeu a entrevista, no passado dia 17, José Carlos Gonçalves não quis adiantar qual a equipa que vai escolher para trabalhar consigo no Politécnico, caso venha a ser eleito. “O perfil das pessoas já está escolhido, e neste caso falamos nos cargos de vice-presidente e de um administrador, que são da responsabilidade da escolha do presidente, embora nos próprios serviços possam existir alguns ajustamentos”, explica.

Tal como Valter Lemos, José Carlos Gonçalves foi candidato à Assembleia da República, mas esclarece que os “interesses do Politécnico nunca poderão ser subjugados aos partidários”. E sublinha: “o Politécnico é uma instituição supra partidária. As pessoas que dele fazem parte tem os seus direitos cívicos dentro da vida social e comunitária, mas terão que ter a capacidade de em cada momento e em cada situação saber o que está em jogo. E aquilo que está em jogo neste caso particular da eleição do Politécnico, não é uma questão política”
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ESE E ESTG DE PORTALEGRE

Conferências a abrir

O Curso de Turismo e Termalismo da Escola Superior de Educação de Portalegre está a promover um ciclo de conferência, que teve início no passado dia 24 de Abril e que terminará no dia 5 de Junho com um colóquio sobre o património Religioso e turismo cultural. Na última conferência, a cargo de José António Falcão, director do Departamento do Património Histórico da Diocese de Beja explicará o seu ponto de vista acerca da necessidade de se salvaguardar o património religioso existente no Baixo Alentejo.

Segundo aquele responsável, o Baixo Alentejo, “uma das regiões mais despovoadas do País, debate-se com graves problemas de desertificação, o que se reflecte no facto de que muitas igrejas históricas, entre as quais se encontram alguns dos mais importantes exemplares da arquitectura medieval, não sejam utilizados”. Um aspecto que no entender de José Falcão torna penosa a sua conservação. “Este aspecto é ainda mais marcante nos santuários rurais, isolados em pleno campo, mas não é menos preocupante nalgumas capelas existentes em centros históricos e nos subúrbios das nossas cidades e vilas”.

A conferência de 5 de Junho, agendada para as 11 horas, vai tentar ser esclarecedora sobre as medidas que devem ser tomadas para contrariar esses factos, como a criação de roteiros turísticos religiosos, culturais e ambientais, que a Diocese de Beja já está a equacionar.

S. MAMEDE. Ainda no mês de Maio, depois das três conferências já realizadas (sobre termalismo, turismo cultural e apoios comunitários), a organização do ciclo de colóquios tem prevista para o dia 29 uma palestra sobre o «turismo sustentável no Parque Natural da Serra de S. Mamede» e que terá como orador João Carlos Neves.

ESTG. A Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Portalegre realizou, de 7 a 22 de Maio, a 5ª Semana da Engenharia, tendo como tema de fundo «o ensino da engenharia e a declaração de Bolonha». O primeiro dia da iniciativa ficou marcado pela intervenção de alguns especialistas dos dois lados da fronteira, que de uma forma clara e objectiva transmitiram as suas opiniões acerca daquele tema. Exemplos disso, foram as palestras de Fernando Lopez (decano do Colegio dos Inginieros Industriales da Extremadura), António Lousada (Vice-presidente da Associação Nacional dos Engenheiros Técnicos), Luís Santos (Docente na Universidade de Évora), António Cêncio (director Geral da Benter Automotive) e do responsável pelo departamento técnico da Sadocel.

A Semana da Engenharia envolveu, além das conferências diversas exposições. O Dia 8 de Maio ficou marcado por uma visita técnica às instalações das empresas Autoeuropa e da Benter, em Palmela, o que fez com que a iniciativa deste ano voltasse a ter um cariz prático e didáctico. Mas a Semana serviu também para a apresentação do site da engenharia da Escola, no endereço www.estgp.pt/engenharia. Nesse mesmo dia realizaram-se mais dois colóquios sobre automatismos industriais, que contaram com a presença de Carlos Andrade e Fernando ferreira, da Electric Portugal.

De acordo com o programa, no dia 21 realizaram-se mais duas conferências na parte da manhã, a cargo de Hugo Biscaia, José Cardoso, Pedro Romano e Rui Pulido Valente (todos da ESTGP) e José Luís Graça. Depois do almoço foram apresentadas mais três comunicações, por Fernando Silvério (Universidade Moderna), Rui Pereira (Siemens) e Fernando Mendes, tendo-se visitado o Museu da Tapeçaria Guy Fino. Finalmente, no dia 22 foi feita uma visita técnica à Central Nuclear de Almaraz e foi aberta mais uma exposição no átrio da escola.

 

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