Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano V    Nº52    Junho 2002

Geral

ELEIÇÕES NA ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA

Ana Cruz preside

Ana Cruz, aluna de Matemática/Informática, é a nova presidente da Associação Académica da Universidade da Beira Interior, depois da lista que liderava ter vencido as eleições realizadas a 5 de Junho, as quais ficaram marcadas por uma abstenção da ordem dos 80 por cento. Um resultado que leva agora Ana Cruz a defender os interesses de uma Academia “mais participativa” e reconciliar os estudantes e a comunidade envolvente com a Associação.

“Os estudantes estão muito afastados da associação académica”, diz. Na verdade, apenas perto de 700 estudantes, no universo de mais de quatro mil e 500 que compõe a Academia foram às urnas. Em conversa com alguns estudantes que exerceram o direito de voto, ficam claras as razões. Uma lista única não convida ao voto e os estudantes, em geral sentem-se distanciados da associação académica.

Nestas eleições votaram 696 alunos nas cinco urnas espalhadas pelos vários pólos da UBI. Foi o Pólo IV (Ernesto Cruz) que se registou maior número de votantes, 186, seguido do Pólo das Engenharias onde votaram 162 alunos. Num total de 696 votos para a direcção, 83 foram em branco.

Confrontada com a eventualidade dos votos em branco contarem para a não eleição de uma lista, única forma de contestar uma lista única neste caso, Ana Cruz diz que não encara os votos em branco como uma forma de protesto contra a lista em si, mas “contra aquilo que tem vindo a acontecer que é um desinteresse continuado nos últimos anos”. Os votos em branco mostram que “ainda há pessoas interessadas, mas que não conseguem confiar numa equipa”.

No que toca aos problemas dos estudantes, Ana Cruz diz que, em primeiro lugar, a equipa vai convocar um primeiro contacto com a comissão de residentes das residências universitárias, com os núcleos e depois uma reunião geral “para apresentar o que encontrámos e como o encontrámos”.

Ana Maria Fonseca

 

 

 

UBI em terceiro

Os alunos da Universidade da Beira Interior conseguiram o terceiro lugar na operação A Vida é Bela, a qual foi lançada pela Citroën, tinha como prioridade a economia conseguida ao viajar no novo modelo C3 e que contou com a participação de nove universidades portuguesas.

A equipa da UBI constituída por Daniel Sousa, Manuel Castelhano e Rui Matos, estudantes de Engenharia Electromecânica, conquistou o terceiro lugar com uma média de 2,83 litros aos 100 quilómetros, distanciando-se em apenas 0,2 litros do primeiro classificado. Além disso, a imagem da UBI foi muito positiva no comportamento geral da equipa.

Este tipo de iniciativas não são inéditas por parte da Citröen, mas desta vez o conteúdo foi “muito original”, diz José Raul Pereira, director de comunicação da Automóveis Citröen. “A ideia de fazer uma acção direccionada à comunidade universitária portuguesa nasceu numa reunião com o Autosport, jornal que apoiou o evento”.

Já para os estudantes das nove universidades envolvidas neste projecto o objectivo foi outro: “conviver” e “vencer a prova”. A prova automobilística dividiu-se em quatro etapas e, sendo um exame à economia de consumo, o objectivo era registar um consumo mais baixo de gasóleo no conjunto dos percursos.

De referir ainda que as equipas participantes terminaram a segunda etapa, que ligava o Porto à Covilhã, passando também por Braga, Vila Real e Mangualde, terminando no pólo das engenharias da UBI. Os concorrentes foram recebidos pela Tuna Feminina desta universidade, “As Moçoilas”, que animaram os grupos que integraram tão longa etapa
.

Rui Castro

 

 

 

ESTUDO DE DOIS ANOS DEFINE FUTURO DA ESE

Objectivos de longo prazo

Além do Projecto Educativo, a Escola Superior de Educação de Castelo Branco quer ter um plano de desenvolvimento estratégico para o futuro, que vá no sentido de todos os órgãos e agentes entenderem a instituição de um modo sistémico, projectando acções estrategicamente fortes e mobilizando todos os sub-sistemas internos, no sentido de obter o máximo retorno das acções desenvolvidas.

Assim, ao longo dos dois últimos anos, a direcção desenvolveu um projecto de estratégia de escola, o qual foi apresentado a 11 de Junho pelo director, José Pires. “O que apresentamos hoje não são directivas nem directrizes, mas apenas perspectivas. No entanto, há aspectos que têm de ser definitivamente alterados, organizados por todos, individualmente e em grupo”.

As linhas da estratégia agora apresentada indicam a necessidade urgente de uma eficiente e atempada circulação da informação entre os vários órgãos e agentes da escola, pelo que é defendida uma gestão descentralizada, participada, que envolva todos os agentes e que vise um conjunto de grandes objectivos comuns, os quais sejam tidos em conta aquando das tomadas de posição.

A verdade é que, segundo José Pires, a ESE tem conseguido superar os problemas que lhe surgem, mas tal acontece devido ao voluntarismo de alguns e não ao envolvimento de todos. Por outro lado, como não há uma estratégia clara e definida, as soluções encontradas são sempre de recurso, isoladas, propositadamente encontradas para um problema específico. A ideia é inverter a situação, definindo aquilo que se quer, de modo a que todos, mas mesmo todos, possam participar das decisões tomadas, decisões estas que passarão a ter justificações globais e aceites.

SEGREDOS. Uma correcta e eficaz circulação da informação poderá ser a pedra de toque para gerar uma cultura de escola, a qual leve à cooperação e à coerência entre o individual e o colectivo. “Frequentemente fundamentamos as nossas decisões e as nossas posições no enquadramento de uma cultura de escola referenciada pelos paradigmas dos regimes de instalação, esquecendo que, necessariamente, a cultura de escola deveria ser hoje, na ESECB, diversa das suas origens, se tivesse evoluído”.

Os tempos futuros serão por isso de evolução desta cultura de escola, uma vez que “as decisões não enquadradas numa visão espacio/temporal alargada e não sustentadas estrategicamente podem ocasionar restrições de financiamento”, pondo em causa o equilíbrio da instituição. Encerrar um curso, por exemplo, sem ser numa estratégia nacional, leva à redução do número de alunos e, logo, à redução das verbas do orçamento. Mas os professores mantêm-se na escola, pelo que se corre o risco de desperdiçar recursos, caso não haja uma alternativa credível e prolongada no tempo que permita captar alunos.

Caso as prioridades estratégicas estejam definidas, uma decisão destas será sempre ponderada e terá alternativas. “Estrategicamente começamos a ter problemas quando estabelecemos como prioridade a urgência em detrimento da importância, ou quando estabelecemos as prioridades pessoais/pequeno grupo, mesmo que institucionalmente enquadradas, sem ter em consideração as prioridades institucionais globais”.

É neste sentido, e para evitar comprometer a continuidade da escola, que o director entende ser necessário definir, a médio e longo prazo, o que importa fazer em termos futuros a vários níveis, desde as instalações ao equipamento, à qualificação do corpo docente, actualização, requisição e contratação de docentes, divulgação da investigação realizada, bem como das alterações em termos de prática pedagógica, as quais podem passar por apoio aos cooperantes, escolas e alunos em prática.

 


Visualização 800x600 - Internet Explorer 5.0 ou superior

©2002 RVJ Editores, Lda.  -  webmaster@rvj.pt