Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano V    Nº53    Julho 2002

Geral

JOÃO GRANCHO, PRESIDENTE DA ANP

A Ordem do Professor

O novo presidente da direcção da Associação Nacional de Professores anunciou a criação de centros de lazer e cooperativas de habitação para docentes. Em entrevista ao Ensino Magazine, João Grancho frisou que é necessário recuperar-se a imagem dos docentes e da profissão que exercem.

“O que temos vindo a assistir, nos últimos tempos, é que o professor em termos de imagem social e como elemento fundamental no desenvolvimento da educação e do país, tem vindo a ser secundarizado”. É assim que João Grancho começa por abordar a questão da autoridade nas escolas, numa altura em que o Ministério da Educação anunciou a intenção de aprovar um novo diploma sobre a matéria. “As questões que hoje envolvem a escola são pluridimensionais, o que faz com que a escola seja reconhecida como um pólo estratégico de desenvolvimento do País, e que os profissionais que exercem as suas funções dentro dessa organização sejam considerados os principais promotores da matéria”, acrescenta.

Na opinião daquele responsável o que tem acontecido, nos últimos anos é que existe alguma mistura daquilo que são as competências dos professores, e do campo de actuação dos pais e de toda a comunidade. Por isso, João Grancho refuta a ideia de que a violência se centra na escola. “Isso não é verdade, pois ela vem de fora da escola e os estabelecimentos de ensino acabam por ser confrontados com diferentes aspectos violentos”. A solução passa, segundo o novo presidente da direcção nacional da ANP, por “actuar no campo social, tentando diminuir os problemas existentes nessa área, como a inserção social, ou proporcionando meios iguais para todos, o que em termos filosóficos é excelente, mas que na prática não se verifica. E esta diferenciação de oportunidades também se repercute na escola”.

ORDEM. João Grancho defende que a educação deve ser feita pelos especialistas. Mas aquilo que se verifica é que “toda a gente fala na educação como se fosse uma função que qualquer um pode exercer. Se assim fosse, nós não seríamos professores, já que cada um educaria o vizinho mais próximo”. Perante este cenário, o novo líder na ANP a nível nacional sublinha que “é preciso profissionalizar todos os docentes, ou seja, só deve ser professor quem efectivamente for profissional, tendo as competências necessárias para exercer essa função”.

A criação de uma Ordem, à semelhança do que existe noutras classes, como nos médicos ou advogados, é o caminho apontado por João Grancho. “A Ordem existirá para definir um quadro deontológico de actuação e de definição da classe docente. E estou certo que não seremos os únicos a promover esse organismo”. Esta será na opinião de João Grancho, “a forma mais correcta e mais adequada do reconhecimento não só do papel dos professores, como também da capacidade para o exercício da formação docente”.

No que respeita à avaliação das escolas formadoras de professores, João Grancho defende a ideia de que essa “avaliação não deve ter um papel punitivo, mas deve contribuir para que a escola melhore a sua formação. E essa contribuição deverá passar pela atribuição de meios e recursos para que ela consiga atingir níveis de qualidade”. Já sobre a formação que é feita nas Eses e nas universidades, João Grancho lembra que “é preciso haver uma maior aproximação das Eses e das Universidades às escolas para as quais está a formar docentes. E nessa matéria a nossa Associação poderá ter um papel importante, estabelecendo o elo de ligação necessário, pois formar docentes não é o mesmo que formar engenheiros ou economistas, que caminham num sentido mais concreto, mas sim será formar alguém que tem que aplicar os seus conhecimentos sobre alunos que estão na sua fase de desenvolvimento. Por isso, trata-se de uma matéria muito complexa, que tem que ser reequacionada, pelo que temos que dimensionar a formação do ensino superior para os níveis a que ela se dirige. E o erro reside no grande distanciamento entre a prática e a teoria”.

SOCIAL. Outra das questões abordadas por aquele responsável diz respeito à diferença de vencimentos entre o início da carreira de docente e o seu final. “Há uma grande diferença de vencimentos entre o início de carreira e o fim de carreira que deveria ser corrigido” esclarece. João Grancho e a sua direcção apostam claramente na área social e explica: “qualquer organização que pretenda atender ao seu associado, deve enquadrar esse atendimento de uma forma global. A nós não nos interessa que o professor não tenha a possibilidade a determinado tipo de regalias em função daquilo que é a sua função”.

Dentro daquela perspectiva, a Associação Nacional de Professores adianta que uma das formas de congregar os seus associados pode passar por cooperativas de habitação. “Não naquela ideia de irmos construir uma casa para cada um, mas sim que na perspectiva que a cooperativa poderá funcionar como uma facilidade para a aquisição da primeira habitação, o que poderá ser muito útil aos docentes mais jovens, mas também àqueles que já tendo uma casa queiram melhorar a sua situação”. João Grancho prossegue: “naturalmente que a nossa abordagem é feita tendo presente a ideia de aldeamento global, onde se integram as componentes culturais, recreativas, sociais, educativas e apoio à terceira idade, pois o professor deve ser dignificado enquanto está no activo, mas também enquanto aposentado”.

De acordo com João Grancho, “há já alguns grupos económicos, bastante representativos no nosso País, em negociações connosco para que, nessa tal perspectiva global que também envolve serviços de saúde, seguros e outras, irão estabelecer protocolos que vão dar aos docentes condições privilegiadas, como linhas de crédito ou serviços de saúde, entre outros”. A construção de centros de lazer por todo o País é outra das apostas de João Grancho. “Vamos instalá-los um pouco por todo o País, que servirão os docentes e os seus familiares, que permitirá aos professores terem férias um pouco mais baratas, mas também uma troca de experiências”.

Na prática os centros de lazer serão conjuntos de habitações, construídos ou reconstruídos, para os quais os associados se inscrevem, e onde, através do sistema de rotatividade, poderão ter férias em várias regiões, como o Algarve, o Minho, ou o Interior.

 

 

 

NUNO PEREIRA, NOVO PRESIDENTE

AEEST elege Direcção

Nuno Pereira, aluno do curso de Engenharia Informática e das Tecnologias de Informação, é o novo presidente da Associação de estudantes da Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco. A tomada de posse decorreu a 24 de Junho e a nova equipa já está a trabalhar em vários projectos, a desenvolver no início do ano lectivo. Um deles será um torneio de pesca, a desenvolver na Barragem de Idanha, e que poderá ser aberto ao Politécnico e a toda a comunidade.

Em termos desportivos e em virtude das alterações da Federação do Desporto Universitário, nomeadamente em termos dos preços das inscrições, os dirigentes associativos estão a analisar a possibilidade de organizarem um torneio regional de futsal, que englobasse equipas de Portalegre, Covilhã, Castelo Branco, Idanha e Guarda.

O festival de tunas Fitas 2003 está agendado para Abril e a Associação acaba de remodelar o seu site na Internet, o qual surge com uma nova imagem e com mais links. Para remodelar está também a sala de informática, na qual será criado um espaço para arquivo. Outras actividades a manter serão a publicação do jornal Tortúlia do Estudante e a exploração concessionada da reprografia.

A Associação vai também assinar um protocolo com a Escola Faria de Vasconcelos, ao abrigo do qual os alunos da EST passam a ter horas no Pavilhão desportivo da Faria de Vasconcelos. Em troca, os alunos da EST comprometem-se a dar formação em informática aos alunos do 1º Ciclo, nomeadamente em word, excel e powerpoint.

 


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