Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano V    Nº47    Janeiro 2002

Politécnico

INSTITUTO POLITÉCNICO DA GUARDA

Raposo lidera Fnaeesp

Sérgio Raposo, presidente da Associação de Estudantes do Instituto Politécnico da Guarda, acaba de ser eleito presidente da Federação Nacional das Associações de Estudantes no Ensino Superior Politécnico (FNAEESP). Deste modo, o Instituto Politécnico da Guarda retoma a liderança daquela estrutura associativa, que há uns anos atrás foi liderada também por um antigo presidente da Associação de Estudantes do IPG. “Não se trata de uma tradição que começa a ser instalada, mas sim uma coincidência que resulta do facto de na Guarda darmos muita importância ao associativismo”.

No entender de Sérgio Raposo, aluno do 3º ano do Curso de Gestão da Escola Superior de Tecnologia e Gestão, o novo presidente da Fnaeesp lembra que há diferentes problemas que afectam o ensino superior politécnico em Portugal. “Problemas que gostaríamos de ver resolvidos e que afectam por exemplo a acção social. Nesta área os politécnicos são vítimas de uma grande injustiça, quando os alunos dos institutos são, por norma, mais carenciados que os das universidades e recebem bolsas inferiores”.

Além disso, afirma Sérgio Raposo, “no capítulo dos orçamentos, os Institutos Politécnicos estão prejudicados em relação às universidades, pois recebem muito menos verbas”. Outro problema que aquele responsável gostaria de ver solucionado passa pela alteração da legislação que permita “às Escolas Superiores de Educação formarem docentes para o terceiro ciclo de ensino”. Já no que concerne na autorização aos Politécnicos para ministrarem mestrados e doutoramentos, o novo presidente da Fnaeesp também é claro e afirma que essa autorização terá que ser dada.

Outro aspecto que Sérgio Raposo classifica como fundamental passa pela “avaliação pedagógica das escolas, de forma a sabermos como é que está a ser ministrado o ensino. Além disso, era importante criarem-se Conselhos Directivos nas escolas, de forma a não existir apenas a figura de director dessa instituição”. Mas uma das bandeiras que o novo presidente daquele organismo quer mostrar, diz respeito à implementação da Declaração de Bolonha. Esta é uma oportunidade única para se mexer no ensino superior e considero que o ensino politécnico está mais preparado para se adaptar melhor às novas alterações. É certo que até ao ano 2010 há muito tempo para se proceder a todas as alterações, mas da nossa parte tudo faremos para contribuirmos para que isso suceda”.

E para avaliar a realidade do ensino superior politécnico em Portugal, os novos corpos sociais da Fnaeesp pensam vir a realizar “um Fórum para analisar o futuro do ensino politécnico em Portugal”.

 

 

 

NO TEATRO VIRIATO

Arte para todas as idades

O Teatro Viriato, em Viseu, tem programado um conjunto de iniciativas para o mês de Fevereiro, com motivos de interesse para pessoas de todas as idades. Logo nos dias 1 e 2, a partir das 21h30, realiza-se um espectáculo com o tenor Luís Madureira, acompanhado, ao piano, por Jeff Cohen, sendo a música a interpretar da autoria de Francis Poulenc e de Boris Vian. A iniciativa destina-se a maiores de seis anos e o preço de entrada variam entre os cinco e os 10 euros.

Já de 5 a 8 de Fevereiro, Paulo Lages e Pedro Leitão apresentam “Os Grandes Aviadores das Estrelas do Sul”, uma actividade destinada a maiores de seis anos, e que terá a duração de uma hora e 40 minutos, no qual se relata a história de Gago Coutinho e Sacadura Cabral, os portugueses que fizeram a travessia aérea do Atlântico.

Para gente mais nova, o Teatro Viriato reservou o dia 17 de Fevereiro, data em que se realiza o Concerto para Bebés, uma iniciativa de Paulo Lameiro destinada a bebés e crianças até cinco anos de idade e que conta com os músicos Alberto Roque, José António, Lopes Luís e Casalinho Pedro Santos. O preço da entrada será de 10 euros por bebé, com direito a dois acompanhantes.

E a verdade é que a presença neste concerto se justifica. Como refere o próprio Paulo Lameiro: “Porque os bebés são os melhores ouvintes, merecem os melhores intérpretes. Ali estão, aos colos de suas mães, estupefactas com a atenção que os seus bebés dedicam a Mozart, Bach, e a muitos outros autores de música clássica, tradicional e do jazz”.

Atenção merece também a peça de Rui Horta, sob o título “Pixel”, que sobe ao palco do Viriato nos dias 21, 22 e 23, a partir das 21h30 e também das 23 horas. Trata-se de “uma peça que associa a dança às novas tecnologias e que foi aclamada pela crítica como um dos melhores espectáculos do festival Encontros Acarte 2001, da Fundação Calouste Gulbenkian. A interpretação é de Patrick Hurde e Volker Michl, numa co-produção experimentadesign 2001 e Centro Coreográfico de Montemor-o-Novo. A peça destina-se a maiores de 16 anos.

 

 

 

JOVENS EUROPEUS NA GUARDA

Futuros deputados

A Escola Secundária Afonso de Albuquerque, da Guarda, recebeu neste mês de Janeiro, a VIII Sessão Nacional de Selecção do Parlamento Europeu dos Jovens. Uma iniciativa que juntou escolas representativas de Castelo Branco, Ourém, Faro, São João da Pesqueira, Santarém e Portalegre, e que pela primeira vez se realizou fora da área metropolitana do Porto.

Promovida anualmente pela Associação Portuguesa do Parlamento Europeu dos Jovens, a sessão tem por objectivo motivar a troca de ideias entre os jovens sobre temas da União Europeia, sendo as melhores escolas seleccionadas para o Parlamento Europeu dos Jovens. Na iniciativa da Guarda estiveram em análise diferentes áreas como a cultura, educação, futuro, agricultura, imprensa, direitos humanos, negócios estrangeiros e política de defesa, entre outros.

De referir que as sessões decorreram em Inglês e Francês, obedecendo a todas as regras, como se se tratasse de uma sessão do Parlamento Europeu. No final o júri decidiu escolher as escolas representativas de Portalegre e de Santarém. Deste modo a equipa alentejana participará numa sessão europeia no Outono, enquanto que a Ribatejana fará a sua participação já na Primavera.

 

 

 

VISITA DE ESTUDO

Esart em Salamanca

A oferta cultural da cidade de Salamanca, que este ano é Capital Europeia da Cultura, assumiu-se como um importante recurso pedagógico da Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco. Organizada pelo docente Pedro Salvado com o apoio do docente Nuno Valério, no âmbito das disciplinas de História da Arte I e II, os alunos do segundo e do terceiro ano do Curso de Artes da Imagem e Design Moda e Textil tiveram oportunidade de confrontarem o olhar com duas importantantes mostras expositivas: O Impressionismo Russo, onde no mesmo espaço se confrontaram as produções de um Larinov, de um Kandisky ou de um Malevitch, e a exposição “Albrecht Durer e o seu tempo”.

E se na primeira afloraram à mente de todos os presentes, as visualizações e temáticas caras ao Impressionismo onde o que ,em suma, interessava era o tal primeiro momento da sensação, na segunda mostra foi aquele mundo que o nosso Camões tão bem soube sintetizar. «Mudam os tempos mudas as vontades/Todo o tempo é composto de mudança» que conduziu a proposta expositiva.

Os desenhos e as gravuras converteram-se em espelhos da sociedade épocal, com todas as suas inquietudes, alegorias e misturas entre o sagrado e o profano. Fundamental, a visita para qualquer profissional destas artes ditas gráficas já que foi a partir de Durer que a gravura adquiriu plenamente a sua categoria artística. No fundo tivemos ocasião de nos encontrar com o pai genético do grafismo europeu. Mas a visita foi também enriquecida com um atento itinerário à Casa Museu Lis, onde se reúnem as mais significativas colecções de Arte Nova e de arte Deco da vizinha Espanha.

A iniciativa apoiada pela direcção da ESART, teve o apoio inexcedível do jornalista José Santolaya Silva e da Caja Duero, instituição bancária que recuperou, assume e desenvolve um verdadeiro espirito mecenático, muito diferente de uma mentalidade imperante deste lado da fronteira.

Entretanto vale a pena estar atento à programação expositiva de Salamanca Capital europeia de Cultura. De Rodin ao nosso Grão Vasco, tudo vai afluir à cidade do Tormes neste ano. A ESART interioriza e plasma bem que nestas coisas das artes não há pátrias. Há artes. E as que nós buscamos são as boas.

Sérgio Pereira

 

 

 

VISITA DE ESTUDO

Esart em Salamanca

O Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (Ccisp) acaba de emitir um comunicado em que contesta a alegada aprovação pelo Ministério da Educação do Instituto Universitário de Viseu, integrado na Universidade de Aveiro. No comunicado a que o Ensino Magazine teve acesso, o Ccisp começa por referir que espera que as declarações supostamente divulgadas, e não desmentidas, pelo ministro da Educação, Júlio Pedrosa, na Universidade de Aveiro, que davam conta da criação daquele instituto, venham a ser desmentidas. “A serem verdadeiras tais afirmações, e tendo em conta a situação do Governo, a ligação institucional do ministro àquela universidade, bem como a situação orçamental do ensino superior, teriam que ser consideradas eticamente reprováveis”.

O Conselho Coordenador dos Politécnicos lembra que “já em Março de 2001 os Institutos Politécnicos públicos portugueses, através do Ccisp, bem como diversas entidades, haviam tomado posição e explicitado as razões da inequívoca oposição à solução então apresentada pelo Governo”. No mesmo comunicado, o Conselho Coordenador dos Politécnicos apresenta diversos factores que considera importantes e que deverão condicionar a criação do Instituto Universitário de Viseu.

Refere o Ccisp que “a rede pública de ensino superior tem actualmente um número de vagas superior à procura, tendo ficado por ocupar largos milhares de vagas em cursos de ensino superior universitário e politécnico”. Além disso, aquele órgão lembra que “o orçamento de ensino superior foi drasticamente reduzido, não sendo cumprida a fórmula de financiamento, devido à falta de recursos financeiros do País reconhecida pelo Governo, tendo todas as instituições sido objecto de contenção e cortes, inclusivé na própria acção social escolar, sendo certo que a serem tomadas tais decisões, elas custariam largos milhões de contos”.

As críticas do Ccisp vão mais longe: “a formação proposta para o hipotético «Instituto Universitário de Viseu da Universidade de Aveiro, abrange áreas já ministradas pelo Instituto Politécnico de Viseu e por outras instituições de ensino superior universitário e politécnico de Viseu e da sua região”. No mesmo documento, o Conselho Coordenador dos Politécnico reafirma que “O Instituto Politécnico de Viseu é uma instituição de ensino superior público altamente prestigiada e possuidora de todas as condições institucionais, físicas, científicas e pedagógicas para integrar quaisquer outras formações que ainda consideram necessárias, bem como qualquer unidade de ensino superior que se pretenda criar”.

O comunicado daquele organismo sublinha ainda o facto de se encontrarem pendentes no Ministério da Educação um “largo número de propostas de novas unidades de ensino e de novos cursos, que não tiveram aprovação, com o fundamento de não existirem recursos financeiros disponíveis”. Por isso, diz o Ccisp que “não se pode aceitar que a única excepção seja a Universidade de Aveiro, tendo em conta a própria ligação institucional do ministro da educação àquela universidade”.

A concluir, o Conselho Coordenador lembra que o Governo se encontra em gestão, pelo que não se compreende a sua intenção de avançar sobre aquela matéria, adiantando que a criação do Instituto Universitário de Viseu “viola claramente a Lei 26/2000, enquanto que a criação da Escola Politécnica de Aveiro Norte, implica, nos termos da lei, a audição prévia do Ccisp, o que o Governo não fez”.

 


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