INSTITUTO POLITÉCNICO DA
GUARDA
Raposo lidera Fnaeesp
Sérgio Raposo, presidente da Associação
de Estudantes do Instituto Politécnico da Guarda, acaba de ser eleito
presidente da Federação Nacional das Associações de Estudantes no Ensino
Superior Politécnico (FNAEESP). Deste modo, o Instituto Politécnico da
Guarda retoma a liderança daquela estrutura associativa, que há uns anos
atrás foi liderada também por um antigo presidente da Associação de
Estudantes do IPG. “Não se trata de uma tradição que começa a ser
instalada, mas sim uma coincidência que resulta do facto de na Guarda
darmos muita importância ao associativismo”.
No entender de Sérgio Raposo, aluno do 3º ano do Curso de Gestão da Escola
Superior de Tecnologia e Gestão, o novo presidente da Fnaeesp lembra que
há diferentes problemas que afectam o ensino superior politécnico em
Portugal. “Problemas que gostaríamos de ver resolvidos e que afectam por
exemplo a acção social. Nesta área os politécnicos são vítimas de uma
grande injustiça, quando os alunos dos institutos são, por norma, mais
carenciados que os das universidades e recebem bolsas inferiores”.
Além disso, afirma Sérgio Raposo, “no capítulo dos orçamentos, os
Institutos Politécnicos estão prejudicados em relação às universidades,
pois recebem muito menos verbas”. Outro problema que aquele responsável
gostaria de ver solucionado passa pela alteração da legislação que permita
“às Escolas Superiores de Educação formarem docentes para o terceiro ciclo
de ensino”. Já no que concerne na autorização aos Politécnicos para
ministrarem mestrados e doutoramentos, o novo presidente da Fnaeesp também
é claro e afirma que essa autorização terá que ser dada.
Outro aspecto que Sérgio Raposo classifica como fundamental passa pela
“avaliação pedagógica das escolas, de forma a sabermos como é que está a
ser ministrado o ensino. Além disso, era importante criarem-se Conselhos
Directivos nas escolas, de forma a não existir apenas a figura de director
dessa instituição”. Mas uma das bandeiras que o novo presidente daquele
organismo quer mostrar, diz respeito à implementação da Declaração de
Bolonha. Esta é uma oportunidade única para se mexer no ensino superior e
considero que o ensino politécnico está mais preparado para se adaptar
melhor às novas alterações. É certo que até ao ano 2010 há muito tempo
para se proceder a todas as alterações, mas da nossa parte tudo faremos
para contribuirmos para que isso suceda”.
E para avaliar a realidade do ensino superior politécnico em Portugal, os
novos corpos sociais da Fnaeesp pensam vir a realizar “um Fórum para
analisar o futuro do ensino politécnico em Portugal”.
NO TEATRO VIRIATO
Arte para todas as
idades
O Teatro Viriato, em Viseu, tem
programado um conjunto de iniciativas para o mês de Fevereiro, com motivos
de interesse para pessoas de todas as idades. Logo nos dias 1 e 2, a
partir das 21h30, realiza-se um espectáculo com o tenor Luís Madureira,
acompanhado, ao piano, por Jeff Cohen, sendo a música a interpretar da
autoria de Francis Poulenc e de Boris Vian. A iniciativa destina-se a
maiores de seis anos e o preço de entrada variam entre os cinco e os 10
euros.
Já de 5 a 8 de Fevereiro, Paulo Lages e Pedro Leitão apresentam “Os
Grandes Aviadores das Estrelas do Sul”, uma actividade destinada a maiores
de seis anos, e que terá a duração de uma hora e 40 minutos, no qual se
relata a história de Gago Coutinho e Sacadura Cabral, os portugueses que
fizeram a travessia aérea do Atlântico.
Para gente mais nova, o Teatro Viriato reservou o dia 17 de Fevereiro,
data em que se realiza o Concerto para Bebés, uma iniciativa de Paulo
Lameiro destinada a bebés e crianças até cinco anos de idade e que conta
com os músicos Alberto Roque, José António, Lopes Luís e Casalinho Pedro
Santos. O preço da entrada será de 10 euros por bebé, com direito a dois
acompanhantes.
E a verdade é que a presença neste concerto se justifica. Como refere o
próprio Paulo Lameiro: “Porque os bebés são os melhores ouvintes, merecem
os melhores intérpretes. Ali estão, aos colos de suas mães, estupefactas
com a atenção que os seus bebés dedicam a Mozart, Bach, e a muitos outros
autores de música clássica, tradicional e do jazz”.
Atenção merece também a peça de Rui Horta, sob o título “Pixel”, que sobe
ao palco do Viriato nos dias 21, 22 e 23, a partir das 21h30 e também das
23 horas. Trata-se de “uma peça que associa a dança às novas tecnologias e
que foi aclamada pela crítica como um dos melhores espectáculos do
festival Encontros Acarte 2001, da Fundação Calouste Gulbenkian. A
interpretação é de Patrick Hurde e Volker Michl, numa co-produção
experimentadesign 2001 e Centro Coreográfico de Montemor-o-Novo. A peça
destina-se a maiores de 16 anos.
JOVENS EUROPEUS NA GUARDA
Futuros deputados
A Escola Secundária Afonso de
Albuquerque, da Guarda, recebeu neste mês de Janeiro, a VIII Sessão
Nacional de Selecção do Parlamento Europeu dos Jovens. Uma iniciativa que
juntou escolas representativas de Castelo Branco, Ourém, Faro, São João da
Pesqueira, Santarém e Portalegre, e que pela primeira vez se realizou fora
da área metropolitana do Porto.
Promovida anualmente pela Associação Portuguesa do Parlamento Europeu dos
Jovens, a sessão tem por objectivo motivar a troca de ideias entre os
jovens sobre temas da União Europeia, sendo as melhores escolas
seleccionadas para o Parlamento Europeu dos Jovens. Na iniciativa da
Guarda estiveram em análise diferentes áreas como a cultura, educação,
futuro, agricultura, imprensa, direitos humanos, negócios estrangeiros e
política de defesa, entre outros.
De referir que as sessões decorreram em Inglês e Francês, obedecendo a
todas as regras, como se se tratasse de uma sessão do Parlamento Europeu.
No final o júri decidiu escolher as escolas representativas de Portalegre
e de Santarém. Deste modo a equipa alentejana participará numa sessão
europeia no Outono, enquanto que a Ribatejana fará a sua participação já
na Primavera.
VISITA DE ESTUDO
Esart em Salamanca
A oferta cultural da cidade de Salamanca,
que este ano é Capital Europeia da Cultura, assumiu-se como um importante
recurso pedagógico da Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto
Politécnico de Castelo Branco. Organizada pelo docente Pedro Salvado com o
apoio do docente Nuno Valério, no âmbito das disciplinas de História da
Arte I e II, os alunos do segundo e do terceiro ano do Curso de Artes da
Imagem e Design Moda e Textil tiveram oportunidade de confrontarem o olhar
com duas importantantes mostras expositivas: O Impressionismo Russo, onde
no mesmo espaço se confrontaram as produções de um Larinov, de um Kandisky
ou de um Malevitch, e a exposição “Albrecht Durer e o seu tempo”.
E se na primeira afloraram à mente de todos os presentes, as visualizações
e temáticas caras ao Impressionismo onde o que ,em suma, interessava era o
tal primeiro momento da sensação, na segunda mostra foi aquele mundo que o
nosso Camões tão bem soube sintetizar. «Mudam os tempos mudas as
vontades/Todo o tempo é composto de mudança» que conduziu a proposta
expositiva.
Os desenhos e as gravuras converteram-se em espelhos da sociedade épocal,
com todas as suas inquietudes, alegorias e misturas entre o sagrado e o
profano. Fundamental, a visita para qualquer profissional destas artes
ditas gráficas já que foi a partir de Durer que a gravura adquiriu
plenamente a sua categoria artística. No fundo tivemos ocasião de nos
encontrar com o pai genético do grafismo europeu. Mas a visita foi também
enriquecida com um atento itinerário à Casa Museu Lis, onde se reúnem as
mais significativas colecções de Arte Nova e de arte Deco da vizinha
Espanha.
A iniciativa apoiada pela direcção da ESART, teve o apoio inexcedível do
jornalista José Santolaya Silva e da Caja Duero, instituição bancária que
recuperou, assume e desenvolve um verdadeiro espirito mecenático, muito
diferente de uma mentalidade imperante deste lado da fronteira.
Entretanto vale a pena estar atento à programação expositiva de Salamanca
Capital europeia de Cultura. De Rodin ao nosso Grão Vasco, tudo vai afluir
à cidade do Tormes neste ano. A ESART interioriza e plasma bem que nestas
coisas das artes não há pátrias. Há artes. E as que nós buscamos são as
boas.
Sérgio Pereira
VISITA DE ESTUDO
Esart em Salamanca
O Conselho Coordenador dos Institutos
Superiores Politécnicos (Ccisp) acaba de emitir um comunicado em que
contesta a alegada aprovação pelo Ministério da Educação do Instituto
Universitário de Viseu, integrado na Universidade de Aveiro. No comunicado
a que o Ensino Magazine teve acesso, o Ccisp começa por referir que espera
que as declarações supostamente divulgadas, e não desmentidas, pelo
ministro da Educação, Júlio Pedrosa, na Universidade de Aveiro, que davam
conta da criação daquele instituto, venham a ser desmentidas. “A serem
verdadeiras tais afirmações, e tendo em conta a situação do Governo, a
ligação institucional do ministro àquela universidade, bem como a situação
orçamental do ensino superior, teriam que ser consideradas eticamente
reprováveis”.
O Conselho Coordenador dos Politécnicos lembra que “já em Março de 2001 os
Institutos Politécnicos públicos portugueses, através do Ccisp, bem como
diversas entidades, haviam tomado posição e explicitado as razões da
inequívoca oposição à solução então apresentada pelo Governo”. No mesmo
comunicado, o Conselho Coordenador dos Politécnicos apresenta diversos
factores que considera importantes e que deverão condicionar a criação do
Instituto Universitário de Viseu.
Refere o Ccisp que “a rede pública de ensino superior tem actualmente um
número de vagas superior à procura, tendo ficado por ocupar largos
milhares de vagas em cursos de ensino superior universitário e
politécnico”. Além disso, aquele órgão lembra que “o orçamento de ensino
superior foi drasticamente reduzido, não sendo cumprida a fórmula de
financiamento, devido à falta de recursos financeiros do País reconhecida
pelo Governo, tendo todas as instituições sido objecto de contenção e
cortes, inclusivé na própria acção social escolar, sendo certo que a serem
tomadas tais decisões, elas custariam largos milhões de contos”.
As críticas do Ccisp vão mais longe: “a formação proposta para o
hipotético «Instituto Universitário de Viseu da Universidade de Aveiro,
abrange áreas já ministradas pelo Instituto Politécnico de Viseu e por
outras instituições de ensino superior universitário e politécnico de
Viseu e da sua região”. No mesmo documento, o Conselho Coordenador dos
Politécnico reafirma que “O Instituto Politécnico de Viseu é uma
instituição de ensino superior público altamente prestigiada e possuidora
de todas as condições institucionais, físicas, científicas e pedagógicas
para integrar quaisquer outras formações que ainda consideram necessárias,
bem como qualquer unidade de ensino superior que se pretenda criar”.
O comunicado daquele organismo sublinha ainda o facto de se encontrarem
pendentes no Ministério da Educação um “largo número de propostas de novas
unidades de ensino e de novos cursos, que não tiveram aprovação, com o
fundamento de não existirem recursos financeiros disponíveis”. Por isso,
diz o Ccisp que “não se pode aceitar que a única excepção seja a
Universidade de Aveiro, tendo em conta a própria ligação institucional do
ministro da educação àquela universidade”.
A concluir, o Conselho Coordenador lembra que o Governo se encontra em
gestão, pelo que não se compreende a sua intenção de avançar sobre aquela
matéria, adiantando que a criação do Instituto Universitário de Viseu
“viola claramente a Lei 26/2000, enquanto que a criação da Escola
Politécnica de Aveiro Norte, implica, nos termos da lei, a audição prévia
do Ccisp, o que o Governo não fez”.
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