JOÃO PEDRO DE BARROS NO
ÚLTIMO MANDATO
O crescimento final
À entrada para o seu último mandato, o
presidente reeleito do Politécnico de Viseu, João Pedro de Barros, refere
as obras que estão em curso ou lançadas, bem como as previstas, além dos
novos cursos pedidos, enquanto anseia pela criação das escola de Artes e
Comunicação, bem como pela passagem da Superior de Enfermagem a Superior
de Saúde.
Neste momento está em construção a terceira residência de estudantes, no
valor de 377 mil contos, bem como o novo edifício da Escola Agrária, que
custará um milhão e 200 mil contos. Em obras está também o aumento do
actual edifício da Superior de Enfermagem e a construção de um novo,
orçado em 877 mil contos. Finalmente, está a ser remodelado um edifício na
área da Escola Agrária, cujas obras custarão 60 mil contos.
Já os arranjos exteriores da Escola Agrária serão lançados a concurso em
breve, no valor de 222 mil contos, enquanto que a IV fase da Escola de
Tecnologia está concluída e deverá ser inaugurada dentro de três ou quatro
meses, o mesmo acontecendo com o edifício restaurante que fica no centro
do campus politécnico. Em falta na Superior de Tecnologia, fica apenas a
quinta fase, que consiste num pavilhão multiusos que dará apoio ao curso
de Educação Física.
“Penso que se completa assim o ciclo das construções, o qual, a par da
formação dos professores, constituía o meu objectivo”, refere. Mas entre
eles estava também o novo edifício dos serviços centrais, o qual está
concluído desde o ano passado, faltando apenas os arranjos exteriores,
prevendo-se a inauguração para o início de Outubro”.
Mais complicada está a criação das escolas de Artes e Comunicação. “Fiz há
poucos dias uma comunicação ao Ministério a dizer que estava a perder a
paciência. Uma foi proposta em Abril e outra em Junho de 1999. Tivemos
então a indicação que a decisão estava por dias, mas a verdade é que ainda
não foi. Além disso, estou à espera que seja autorizada a passagem da
Superior de Enfermagem a Superior de Saúde”. Apesar disso, vão surgindo
novos cursos noutras áreas.
Recentemente, o Politécnico propôs ao Ministério a abertura de dois novos
cursos para a Superior de Educação, três para a Escola Superior de Gestão
de Lamego e um para a Superior Agrária. Para a Agrária foram ainda
propostos dois cursos, pós-secundário, que certificam mas não acreditam,
designadamente na área da vitivinicultura e na área agro-alimentar. Os
cursos de licenciatura serão Informática Aplicada, Contabilidade e
Auditoria, e outro curso de Guias Turísticos. Para a Superior de Educação
foi proposto o Curso de Jornalismo e Marketing. Para a Agrária propôs-se o
de Enologia.

A IMPUGNAÇÃO DAS ELEIÇÕES
Um recurso já foi
ganho
Nas eleições realizadas em Janeiro deste
ano, João Pedro de Barros venceu com uma margem de 77 por cento dos votos,
mas as eleições acabaram por ser impugnadas por um conjunto de professores
da Superior de Tecnologia e também por uma lista de professores da
Superior de Educação, os quais apontaram ainda alegadas irregularidades
que teriam acontecido no processo eleitoral ao nível da Escola Superior de
Enfermagem.
O presidente reconhece esses recursos, mas não está preocupado e afirma
até que o Tribunal Administrativo já lhe reconheceu razão no caso da
Superior de Enfermagem. “A resposta do Tribunal foi-nos favorável. Agora
aguardamos serenamente as respostas relativamente às outras duas
impugnações”. De qualquer modo, pensa que acabará por lhe ser reconhecida
razão em ambos os casos.
Aponta nesse sentido a Lei 185/81 e a Lei 54/90. “Ambas dizem que votam
para a presidência do Instituto Politécnico os professores assistentes,
adjuntos e coordenadores. E, na falta dos primeiros, votarão os
professores equiparados. Isto porque, quando as leis foram publicadas, não
havia um número suficiente de professores de carreira para votarem para a
presidência. Só que já passaram 20 anos em relação a uma e 11 anos em
relação a outra”.
No seu entender, agora já existem professores de carreira em número
suficiente para fazerem parte das listas candidatas à eleição do
presidente. Por isso, “o vice-presidente do Politécnico, o dr. António
Soares de Sousa, deu cinco dias à Superior de Tecnologia para constituírem
uma lista com professores assistentes, adjuntos e coordenadores. Mas o
candidato que se me opunha, o professor Fernando Sebastião, certamente
entendeu que esses professores não lhe seriam afectos e manteve a lista
inicial, a qual acabou por não ser aceite olhando à Lei, ao parecer do
professor Freitas do Amaral e do nosso administrador”.
Assim, a Superior de Tecnologia não teve qualquer lista na eleição. Já na
Superior de Educação apresentaram-se duas listas. “Uma cumpria o despacho
do vice-presidente e tinha assistentes, adjuntos e coordenadores. A outra
, afecta à esposa do engenheiro Fernando Sebastião, apresentou professores
equiparados e não cumpria o que estava estabelecido. Por isso, apenas foi
aceite a lista que cumpria os preceitos legais”. E terá sido precisamente
a questão das listas não aceites que esteve na origem dos pedidos de
impugnação.
Já o Ministério da Educação solicitou todos os elementos para decidir
acerca da homologação, ou não, dos resultados. Mas, João Pedro de Barros
afirma que, “perante estes resultados, não haverá ninguém de bom senso que
não os homologue, uma vez que a diferença foi substancial”.

PRESIDENTE ADMITE
Pós-graduação em Viseu
O presidente reeleito do Politécnico de
Viseu, João Pedro de Barros, admite a criação de um instituto de estudos
pós-graduados em Viseu, o qual seria uma alternativa à criação de uma
unidade orgânica da Universidade de Aveiro naquela cidade da Beira Alta.
No entanto, avisa desde já que a direcção de centro a criar não poderá ser
dividido entre o Politécnico e a Universidade de Aveiro, mas deve apenas
caber ao Politécnico, o qual deverá depois contar com o apoio de todas as
universidades portuguesas no apoio à realização dos cursos.
“A proposta do senhor secretário de Estado passa pela criação de um
instituto com uma direcção bicéfala, entre Aveiro e Viseu, o qual
funcionaria no âmbito do Instituto Politécnico. Ora, eu tive oportunidade
de lhe dizer que não considero isso justo, porque num instituição com
dupla direcção não se sabe onde começa uma e onde acaba a outra. Aceito
porém a criação do Instituto, não só com a colaboração de Aveiro, mas de
todas as universidades portuguesas que se queiram associar, como decorre
do próprio espírito da Lei, que permite a realização de protocolos entre
politécnicos e universidades”.
Aquele responsável resolve assim uma questão polémica, adiantando que “o
Politécnico não pode aceitar a criação de um pólo da Universidade, uma vez
que os pólos foram proibidos em Portugal através do decreto-Lei 26/2000.
Apenas se podem criar unidades orgânicas, mas entendo que esse seja o caso
de Viseu, porque se vão gastar milhões de contos, quando Viseu, com a
duplicação do IP5, ficará a 25 minutos de Aveiro”. De caminho, aponta a
legislação em vigor e os pareceres de algumas personalidades como Veiga
Simão, que prevêem a criação de escolas universitárias no âmbito dos
institutos politécnicos.
“Isso é o mesmo que sucede com as escolas politécnicas que existem no
âmbito das universidades e resolveria o problema das diferentes
instituições em Portugal. Além disso está previsto na Lei. O problema
porém é que o Governo cria as leis e depois não as cumpre. Proíbe os pólos
e depois quer criar um. Com o Decreto-Lei 99/2001 diz que as escolas de
enfermagem passam a escolas superiores de saúde, mas depois não quer
cumprir. Isto é muito complicado”.
Ainda em relação à criação de escolas universitárias no âmbito dos
politécnicos, refere que é tudo uma questão de capacidade científica. “No
final deste ano teremos 100 doutores e 286 mestres. Há universidades
portuguesas que não têm este corpo docente, como é o caso da Universidade
da Beira Interior. Não vejo assim qual é o problema”. No entanto, João
Pedro de Barros vê soluções e considera que outra possibilidade será a de
transformar os politécnicos em Universidades politécnicas.
“Isso é o que acontece em Madrid, Barcelona ou Milão. Mas é evidente que
um Governo tem que estar preparado para isso, pois, caso seja possível,
todos os politécnicos quererão passar a universidades politécnicas. No
fundo, são questões políticas, que só os políticos poderão resolver. A nós
compete-nos defender as instituições e não estar contra ninguém. E é isso
que faço, como já tinha dito numa reunião com o então ministro Santos
Silva na qual estava o então reitor da Universidade de Aveiro e actual
ministro da Educação”.
Apesar de falar assim e ainda em relação à criação do Instituto de Estudos
Pós-graduados. aquele responsável não acredita que a decisão seja tomada
em breve. “O senhor ministro deixou sempre a ideia de que, até 17 de Março
alguma coisa pode surgir. Mas custa-me a crer que o senhor presidente da
República vá promulgar um documento quando o Governo está na sua fase
final. É que falta apenas um mês para as eleições e depois ainda teria que
ser publicado em Diário da República. Isto pareceria uma prótese mal feita
e ainda mais feita por um ministro que era o Reitor da Universidade de
Aveiro. Isso seria muito mau para a dignidade do ensino superior em
Portugal”.

POLITÉCNICO DE BEJA
GPS a funcionar no
Alentejo
O Instituto Politécnico de Beja (IPB) tem
já a funcionar a sua estação GPS, no edifício dos serviços comuns. Uma
estação que resulta do protocolo assinado entre o IPB e o IPCC, e que está
ligada à Rede Nacional Permanente GPS. Uma rede que serve um amplo campo
de utilizações, de natureza técnica e científica, em todas as áreas de
actividade que carecem da determinação da posição à superfície da Terra.
Deste modo, a estação, através da rede, permite apoiar o posicionamento
geodésico de precisão; a execução de levantamentos topográficos, de
piquetagem de obras públicas e particulares; a elaboração de cartografia e
execução do cadastro predial; a elaboração estudos na área da geodinâmica;
e a vigilância do nível médio do mar.
Além disso, a Rede Nacional é uma infraestrutura que apoia a navegação
terrestre, permitindo saber-se um posicionamento de precisão em tempo
quase real. Cada estação é constituída por um receptor/antena, uma estação
meteorológica, um computador para recolha, armazenamento e transmissão de
dados via modem.
A operação da estação (alteração da taxa de recepção de dados, máscara de
observação, activação/desactivação de satélites) é comandada a partir da
sede do IPCC, por controlo remoto. Os dados são recolhidos diariamente em
cada estação e armazenados no computador aí existente. Depois são
transmitidos para um computador instalado no IPCC e enviados
automaticamente para um servidor FTP, localizado na sede do IPCC em
Lisboa. É da sede do Instituto nacional que os dados seguem para o Centro
Europeu localizado em Frankfurt (BKG).
De referir que a integração da rede nacional na rede europeia de estações
permanentes da EUREF impõe regras estritas de operacionalidade do sistema
e de controlo e validação dos dados. Impõe também que a disponibilização
dos dados das estações nacionais que pertençam à EUREF, seja gratuita e
aberta a todos os interessados. De realçar ainda o facto dos dados
transmitidos para o Centro Europeu localizado em Frankfurt (BKG) são
objecto de controlo e validação para conformidade com os formatos RINEX.
Esta vertente de controlo e validação confere aos dados uma elevada
fiabilidade.

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