ABERTURA DO ANO
ACADÉMICO
Medicina a crescer

O financiamento para o Centro de Investigação em Ciências da Saúde foi um dos principais assuntos focados na abertura solene do Ano Académico da Universidade da Beira Interior, a qual teve lugar no passado dia 26 de Novembro, no anfiteatro das Sessões Solenes.
Para o reitor da UBI, Santos Silva, aquele centro “está minimamente aprovado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e irá começar a ter financiamento no final deste ano ou início do próximo”. Também nessa altura são aguardadas as obras na nova Faculdade de Medicina. O projecto realizado espera apenas a aprovação da tutela para se proceder à abertura do concurso.
Santos Silva lembra que “apesar da Faculdade dispor neste momento de instalações provisórias, dignas e bem apetrechadas, dificilmente comportarão alunos para além do 3º ano da licenciatura”. A construção das instalações definitivas junto ao Centro Hospitalar Cova da Beira é, por isso, uma prioridade.
O secretário de Estado da Ciência e da Tecnologia, Manuel Fernandes Thomaz, esteve presente na cerimónia e explicou que as dificuldades financeiras que o país atravessa levaram à aplicação por parte do Governo de “critérios rigorosos para a atribuição das verbas”. Segundo diz, as Ciências da Saúde têm uma “utilidade especial” e por isso é uma área onde tem de ser feito um maior investimento, explica o secretário de Estado.
PIDDAC. A Faculdade de Ciências da Saúde e o Complexo Desportivo de Ciências do Desporto são os dois empreendimentos inscritos no Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Pública (PIDDAC) 2002. O complexo desportivo será mais um dos projectos a concretizar em 2003. No decorrer deste ano lectivo o reitor assegura ainda a inauguração da nova residência com cerca de 400 camas. Uma obra que partiu da recuperação da antiga fábrica Roque Cabral, junto ao Pólo IV. No Piddac deste ano foram congelados alguns empreendimentos desejados pela universidade. É o caso dos Serviços Centrais da Reitoria. Um espaço que Santos Silva espera ver concretizado em 2004. “Se não for incluído no Piddac avançará com receitas próprias”, assegura.
NOVIDADE. No dia da abertura solene do Ano Académico foi inaugurado o novo edifício dos Serviços Técnicos da Universidade. A obra no valor de 410 mil euros foi conseguida com receitas próprias da UBI. Resulta da recuperação de uma antiga fábrica de lanifícios, um espaço adquirido em 2001 por 125 mil euros.
Santos Silva pediu ao Governo “medidas de discriminação positiva que permitam a fixação de empresas no interior do país” e chamou a atenção para a importância da interacção das mesmas com a universidade. O reitor não deixou de lamentar que em 2002 não tenham sido atribuídas vagas à licenciatura em Cinema na UBI, para a qual se têm vindo a formar docentes e a criar as infra-estruturas necessárias.
Santos Silva lembrou a questão da importância do financiamento para as universidades. Este ano, “os gastos com o pessoal na UBI representarão mais de 90 por cento do Orçamento de Estado transferido”, explica. O reitor considera que deve ser preservado o princípio da fórmula de financiamento atendendo às especificidades das universidades.
FERMOSO. “Um novo médico para um novo século”, foi o título da Oração de Sapiência apresentada por Júlio Fermoso Garcia na cerimónia de abertura do ano lectivo. O professor catedrático convidado e conselheiro científico da Faculdade de Ciências da Saúde da UBI e ex-reitor da Universidade de Salamanca, expôs algumas das mudanças ocorridas através dos tempos na Medicina e no que é ser médico. O objectivo foi chegar à concepção da necessidade de um novo tipo de profissional, adequado aos tempos modernos.
Júlio Garcia não esqueceu a evolução tecnológica que se tem verificado e que tem facilitado o diagnóstico das doenças e a melhoria da prevenção e tratamento das mesmas. O ex-reitor da Universidade de Salamanca sublinhou que “a formação dos futuros médicos deve ser uma responsabilidade partilhada pelos sectores educativo e de saúde”. Júlio Fermoso Garcia acrescenta que “a responsabilidade de formar médicos não pode recair apenas na Universidade”. No final o professor fez votos de que a nova Faculdade de Ciências da Saúde saiba reter do passado o que deve permanecer, mas que ao mesmo seja inovadora. 
Catarina Rodrigues
MELHORES UNIVERSIDADES NA
NET
UBI e Évora em grande

A Universidade da Beira Interior acaba de obter uma das melhores classificações num estudo que englobou as páginas Web das 15 universidades com assento no Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP). A notícia foi avançada no decorrer das Jornadas de Promoção Electrónica, realizadas o mês passado na UBI e organizadas pelo Departamento de Comunicação e Artes, em parceria com o
Labcom.
O estudo esteve a cargo de Sandra Pereira, investigadora da Escola Superior de Comunicação Social do Instituto Superior Técnico de Lisboa, a qual se baseou em critérios como a apresentação das próprias universidades, da sua composição e organização, dos cursos de que dispõem, da investigação realizada, de notícias e outros serviços on-line.
A Universidade de Évora foi a que obteve melhor classificação na generalidade dos critérios estudados destacando-se a sua coerência gráfica e comunicacional. Segundo Joaquim Godinho, director do serviço de computação da Universidade de Évora, existe neste site uma preocupação em “garantir vias alternativas para encontrar a informação de uma forma simples”. Isto para além dos cuidados com o aspecto visual, com a coerência e com a actualização constante.
Paulo Gomes, engenheiro informático da UBI, também analisou os sites das universidades. Uma tarefa que classificou de “muito complicada”. Na apresentação que fez, nas Jornadas de Promoção Electrónica, destacou a importância das tecnologias da informação que estão subjacentes à exploração das páginas da Internet e a sua influência no tipo de conteúdos que são disponibilizados em rede.
CULTURA. Já Graça Castelo Branco (na foto), responsável pelo Gabinete de Relações Públicas da UBI, salientou a importância de oferecer aos utilizadores a informação que procuram de forma rápida e eficaz, lembrando que 60 por cento das pessoas que consultam o site de uma universidade são alunos do Secundário em vias de ingressar no ensino superior.
Aquela responsável explica que “é na disponibilização do conhecimento científico que se vinca a importância da universidade”. De caminho considera que continuam a existir algumas falhas e, por isso, devem ser procuradas soluções. Esta responsável, tal como a maioria dos participantes das jornadas, frisa a importância da criação de bases de dados comuns a partir das quais é retirada a informação para apresentar na página. Segundo Graça Castelo Branco “existe uma falta de cultura ao nível dos órgãos institucionais para o fenómeno da Internet”.
O site da UBI conta com uma média mensal de dez mil visitantes. Graça Castelo Branco destaca ainda o papel que desempenham os sites associados à UBI como é o caso da BOCC (Biblioteca on-line de Ciências da Comunicação) que só no passado mês de Outubro registou cerca de 23 mil visitas. O site da Universidade da Beira Interior continua a inovar. Foram feitas algumas reformulações na página que assentará futuramente numa base de dados.
DEPARTAMENTO DE
SOCIOLOGIA CRIA
Centro de
Investigação

O Departamento de Sociologia, da Universidade de Évora, criou recentemente um Centro de Investigação em Sociologia e Antropologia “Augusto da Silva”
(CISA-AS).
Trata-se de uma unidade de investigação que tem como principais objectivos: Promover e divulgar investigação científica fundamental e aplicada, Formar pessoas individuais e colectivas no âmbito científico-cultural e Prestar serviços à comunidade.
Para Francisco Martins Ramos, Director do Centro de Investigação, o referido Centro é uma “unidade epistemológica coerente que visa, desde uma perspectiva transdisciplinar, proceder ao estudo, à análise, crítica e fundamentação dos fenómenos sócio-antropológicos”.
O Departamento de Sociologia decidiu atribuir o nome Augusto da Silva (na foto) a este Centro de Investigação porque, segundo Francisco Martins Ramos, “Augusto da Silva é uma referência essencial para o nosso Departamento e um pilar fundamental do edifício sólido em que a nossa universidade se transformou”.
Refira-se que o Professor Augusto da Silva foi um dos responsáveis pela institucionalização da Sociologia em Portugal. Docente competente nas áreas da Sociologia Geral, da Sociologia da Religião e das Teorias Sociológicas, investigador e coordenador de várias investigações, a sua extensa lista bibliográfica aborda questões prementes da sociedade, da família e da religião.
Como director do Instituto Superior Económico e Social de Évora e como Director da pioneira revista “Economia e Sociologia”, Augusto da Silva tem dado um contributo inestimável para a consolidação das Ciências Sociais em Portugal.
Noémi Marujo
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